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Tipos de Fibras Vegetais

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autorizada pelo Decreto Federal Nº 77.496 de 27.4.1976
Reconhecida pela Portaria Ministerial nº 874/86 de 19.12.86
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA: FARMACOBOTÂNICA
DISCENTE: Lara Veiga Valente Maia
FIBRAS
As fibras normalmente são células alongadas e de extremidades finas e tendo parede celular grossa. Em algumas espécies podem ser formadas por células vivas que são capazes de armazenar substâncias de reserva. No entanto sua principal função é sustentar partes dos vegetais que não são capazes de se alongar mais. As fibras podem têm seu valor econômico, o que as levam a serem exploradas comercialmente, como por exemplo o linho, algodão, sisal e outras. 
“As fibras podem ocorrer em raízes, caules, folhas e frutos, em associação com vários tecidos diferentes. Podem estar presentes no xilema, floema, como uma bainha ou capa de feixe associada com os feixes vasculares, especialmente nas folhas ou nos tecidos parenquimáticos da medula ou do córtex. As fibras podem aparecer sozinhas ou mais comumente em feixes.” (CUTTER, E.G. 1986, p.90)
As fibras fazem parte da composição estrutural das plantas e são utilizados desde a pré-história no desenvolvimento de diversas atividades. Em todas as épocas e culturas, elas foram utilizadas em vestuário, trançados, adornos, alimentos entre outros usos econômicos e culturais, de importância fundamental para o desenvolvimento das relações sociais e econômicas internas e externas entre diversos povos e culturas distintas. Nesse estudo será mostrado 5 tipos de fibras, sendo elas pertencentes ao xilema, floema, fruto, folha e semente:
FIBRA DE FLOEMA:
SISAL 
Classificação botânica:
Família: Agavaceae.
Classe: Monocotiledônea.
Nome Científico: Agave sisalana.
Gênero: Agave. 
Pertencente a este gênero, somente duas espécies se destacam por sua importância comercial na produção de fibras: A. fourcroydes e A. sisalana.
O sisal é uma planta de origem do México. Chegou no Brasil através de uma firma americana, vinda da Florida. O cultivo da planta foi difundido no inicio de 1990, inicialmente no estado da Paraíba e somente no final da década 30. 
É uma planta monocotiledônea que produz uma fibra que se caracteriza por ser dura e grossa e apresentar cor creme ou amarelo pálido. Esse tipo de fibra provê cerca de 70% do mercado mundial de fibras duras. Cerca de 60% da produção são utilizados na fabricação de barbante usado na agricultura, especialmente nas máquinas enfardadeiras, para a amarração de feno. A seiva das folhas contém hecogenina, que é utilizada na síntese da droga cortisona. Dos resíduos do desfibramento, além disso, é possível produzir pectato de sódio, cera, varas do pendão floral da planta são usadas na cobertura de casas e na construção de cercas.
 A transformação do sisal em fios naturais se inicia aos três anos de vida da planta, as folhas são cortadas a cada seis meses durante sua vida útil, que dura em torno de seis a sete anos. O sisal apresenta a fibra vegetal mais dura que se conhece.
Importância econômica.
Os principais produtos são os fios biodegradáveis que são usados na produção de artesanato, no enfardamento de forragens, cordas de várias utilidades e cordéis. O sisal também é usado na produção de estofos, produção de tequila, na indústria de celulose, em tapetes decorativos, remédios, biofertilizantes, adubo orgânico e diversas outras coisas. As fibras do sisal podem também serem utilizadas na indústria automobilística para substituir a fibra de vidro, isso pode fazer com que a economia seja movimentada de uma forma mais ampla, trazendo benefícios para o país. Sua utilização benefícios ao meio ambiente. Quando descartada na natureza, em alguns meses essa fibra se torna um fertilizante natural. 
LINHO
Classificação botânica:
Divisão:	Magnoliophyta
Classe:	Magnoliopsida
Ordem:	Malpighiales
Família:	Linaceae
Género:	Linum
Espécie:	L. usitatissimum
É uma das fibras mais antigas usadas pelo homem, tendo sido cultivada por várias civilizações antigas, como por exemplo, os fenícios, os egípcios e outras. Se trata de uma fibra de floema, vinda do caule, sendo a segunda fibra vegetal mais importante. 
No espaço entre a casca e o lenho encontra-se a zona de filaça, que é formada de feixes de filaça. Os feixes são um grande número de fibras individuais. As fibras individuais são unidas entre elas e com as partes vizinhas da planta pela cola vegetal (pectina).
As fibras de linho são dividias entre lenhosas e têxteis, A separação das fibras dos talos macerados realiza-se em dois processamentos, que na separação mecânica podem ser feitos numa só máquina. Na trituração, o linho é quebrado em pequenos pedaços, “aparas”, mediante a ação perpendicular de uma força sobre o talo. No trabalho manual a trituração era manual, mas modernamente usa-se já uma máquina, o triturador de linho. As aparas, contudo, aderem ainda em grande parte às fibras. À trituração segue-se a espadelagem. Na espadelagem, o lenho quebrado é removido mediante ao trabalho de cardagem e batidas, feitas no sentido dos talos. No trabalho manual é feito no espadelador manual e no mecânico mediante a turbina de espadelagem.
IMPORTÂNCIA ECÔNOMICA 
É amplamente usada na indústria têxtil, se caracteriza por ser o tecido mais ecológico do mundo, sendo melhor até que o algodão. A fibra têxtil de linho se caracteriza por sua elasticidade e resistência ao amassamento. Apesar de ter importância econômica na área alimentícia o maior destaque da fibra de linho é na indústria têxtil. 
FIBRA DE SEMENTE:
ALGODÃO 
Classificação botânica:
Família: Malváceas 
Classe: Dicotiledôneas 
Nome Científico: Gossypium sp.
Gênero: Gossypium 
As fibras apresentam como características comerciais, comprimento, finura, maturidade e resistência. A fibra de algodão se desenvolve na parte mais externa da semente, na camada da epiderme. Todas as fibras são compostas por uma célula simples da epiderme que se alonga até o seu tamanho final. Suas sementes podem conter de 7.000 a 15.000 g de fibras individualmente. A parte mais interna da fibra pode conter ceras, gomas, óleos, cutícula, celulose, proteínas, glicose, ácidos málicos, cítrico. Para que seja possível realizar a produção do fio de algodão a fibra deve ter o comprimento necessário, uniformidade, resistência, finura, pureza.
IMPORTÂNCIA ECONOMICA
Quase tudo é aproveitado do algodoeiro, o seu caroço que representa em torno de 65,2% do peso total e a fibra, 34,8% do peso da produção. A fibra é o principal produto do algodoeiro, podendo ter mais de 400 aplicações industriais, entre elas estão confecção de fios para tecelagem, obtenção de celulose, de estofamentos, algodão hidrófilo para enfermagem, entre outros. Hoje 90% do comércio é de fibras tamanho médio. 
As áreas onde se produz algodão no Brasil são divididas em três grandes áreas: Centro-oeste, Sul e Sudeste e Nordeste. É no estado da Bahia onde se concentra quase toda área de algodão irrigado do país, cerca de 11.700 hectares com produção estimada de aproximadamente 53.000 toneladas de algodão em caroço. É possível estimar que a produção anual de algodão no mundo seja de, aproximadamente, 25 milhões de toneladas. Um processo que movimenta cerca de 12 bilhões de dólares por ano.
A Índia é o maior produtor, seguido pela China e, logo em seguida, pelos Estados Unidos. O Brasil segue na quinta colocação, com cerca de 1,5 milhão de toneladas anuais. Ainda sobre o Brasil, os principais Estados produtores por aqui são: Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Maranhão. Mesmo com o aumento do uso das fibras sintéticas, o algodão ainda tem espaço no mercado têxtil. Isso prova a importância da agricultura e do investimento em técnicas mais eficientes de manejo e cultivo.
FIBRA DE FRUTO:
 COCO
 
Classificação botânica:
Família: Palmae
Classe: Monocotyledôneae
Gênero: Cocos
Espécie: Cocos nucifera L.
A parte de maior relevânciado coqueiro principalmente em relação econômica, é o seu fruto, o coco, a casca fibrosa (epicarpo + endocarpo) que envolve a amêndoa, é de onde se retira a fibra de coco ou “coir”. Apesar de apresentarem comprimento que varia de 1 a 20 cm suas fibrilas são muito curtas. As fibras de coco têm baixo teor de celulose, variando de cerca de 50% para as fibras produzidas no Brasil a 53% para a fibra de coco comercial. De todas as fibras ligno-celulósicas, a fibra do coco é a que contém o menor teor de celulose pura, o que a torna desvantajoso à fabricação de pasta para a indústria de papel. No entanto, as fibras têm alto teor de lignina, que lhes permite a cor escura e potencial para a confecção de chapas aglomeradas.
A fibra de coco é obtida do mesocarpo fibroso do coco, fruto do coqueiro cultivado principalmente nas regiões dos trópicos. As fibras ligno-celulósicas degradam em temperaturas elevadas. Desse modo, a temperatura de processamento deve ser adequada para a obtenção de misturas homogêneas, sem que ocorra a degradação da fibra. 
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
A sua casca é composta por fibras e pó, sendo que suas fibras possuem grande resistência e durabilidade em função de serem ricas em lignina, em comparação com às demais fibras naturais, e seu pó é utilizado muitas vezes como substratos para outras plantas, é um material biodegradável e renovável. Para a obtenção da fibra e seu uso, a casca de coco passa por diversos processos. A casca de coco seco, especialmente a parte fibrosa (mesocarpo), produz fibras que são largamente utilizadas como combustível para caldeiras, manufatura de cordoalha, na produção de tapetes, estofamentos e capachos, Escovas, vassouras, fabricação de mantas de fibra de coco para reflorestamento, Fabricação de vasos usado na jardinagem, entre varias outras são as aplicações das fibras de coco.
FIBRA DE XILEMA
EUCALIPITO
Classificação botânica:
Família:	Myrtaceae
Divisão:	Magnoliophyta
Classe:	Magnoliopsida
Ordem:	Myrtales
Género:	Eucalyptus
As fibras são células longas, com paredes secundárias largas e lignificadas. O espessamento das paredes das fibras é variado, mas geralmente, elas são mais espessas que as paredes dos elementos traqueais do mesmo lenho. Existem dois tipos básicos de fibras: as fibrotraqueides e as fibras libriformes. Em caso onde os dois tipos de fibras aparecem juntas no xilema de uma planta, as fibrotraqueídes são mais curtas, apresentando paredes mais delgadas, enquanto as fibras libriformes são mais longas, apresentam paredes mais espessas.
Em algumas espécies as fibras podem desenvolver paredes transversais finas, após a formação das paredes secundárias, dando origem às fibras septadas. Usualmente, essas fibras septadas retêm seu protoplasma quando maduras, isto é, são células vivas e possuem função semelhante ao do parênquima, armazenando substâncias. Se o xilema matêm fibras vivas, o seu parênquima é muito escasso ou até mesmo ausente. Outra variação das fibras do xilema são as chamadas fibras gelatinosas. Estas fibras possuem paredes pouco lignificadas e aparecem no lenho que se desenvolve em áreas submetidas à pressões (lenho de reação). As fibras, assim como, os elementos traqueais e o parênquima axial se formam a partir das iniciais fusiformes do câmbio.
IMPORTANCIA ECONOMICA
As fibras de eucalipto são usadas na produção de celulose e vem ganhando grande espaço no mercado. Tem sua importância econômica também na produção de carvão, combustíveis, papel higiênico e vários outros. 
REFERÊNCIAS
CUTTER, Elizabeth G. Anatomia vegetal: Células e tecidos, 2ª ed. São Paulo, Roca, 1986
RIZZINI, CARLOS TOLEDO. Botânica econômica brasileira. Rio de Janeiro, âmbito cultural, 1995.

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