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Materiais Didáticos para Comportamento Animal na Educação Infantil

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666 
ENSINAR E APRENDER SOBRE COMPORTAMENTO ANIMAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A 
ELABORAÇÃO E PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS 
Luciana Maria Lunardi CAMPOS1 
Melissa Resende BATISTELA2 
Resumo: Este artigo relata um subprojeto vinculado ao projeto “Materiais didáticos para o ensino 
de Ciências Naturais na Educação Infantil e nas Séries Iniciais do Ensino 
Fundamental.: Produção, elaboração avaliação e divulgação” desenvolvido durante o 
ano de 2004 junto ao Núcleo de Ensino – Instituto de Biociências – Botucatu. Este 
subprojeto teve como objetivos elaborar, desenvolver e avaliar materiais didáticos para 
o tema “comportamento animal”, visando contribuir para os processos de ensino e de 
aprendizagem desse conteúdo na educação infantil. Para atingir aos objetivos 
propostos, foram elaborados, produzidos e avaliados onze materiais didáticos sobre 
temas relacionados ao comportamento animal, como: habitação, comportamento 
parental, alimentação. A utilização dos mesmos junto a um grupo de alunos pré-
escolares evidenciou aspectos positivos dos materiais produzidos.
 
Palavras-chave: ensino, recursos didáticos; Ciências Naturais, comportamento animal e educação 
infantil 
BREVE HISTÓRICO 
A Educação Infantil é considerada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – 
no. 9394/96 – como parte integrante da educação básica , tendo por finalidade o desenvolvimento 
integral da criança até seis anos de idade, e seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e 
social, complementando a ação da família e comunidade. 
Assim, ela deve definir uma direção para a aprendizagem dos alunos e selecionar 
conceitos, procedimentos e valores com vistas à formação das mesmas, possibilitando aos 
mesmos autonomia necessária e a autoconfiança, por meio da ação, da expressão e da reflexão. 
((Brasil, 1998 ; Redin, 1998). 
O direcionamento da aprendizagem, na educação infantil, é proporcionando pelo 
educador que se relaciona com a criança, para que esta vá se apropriando dos códigos sociais, 
dos símbolos da linguagem, enfim, da cultura do seu grupo (Brasil, 1998). 
Nesta perspectiva, o professor deve instigar, conhecer os limites e aspirações dos 
alunos, ser mediador das relações dentro das salas de aula, apoiador afetivo e organizador dos 
espaços físicos e das atividades (Oliveira, 1988). 
 
1Docente do Departamento de Educação – Instituto de Biociências – UNESP – Botucatu; Orientadora 
 667 
Para tanto, ele pode adotar diferentes estratégias e metodologias. Estes métodos 
partem, geralmente, da especificidade da criança que está relacionada com atividades, lucidade, 
fantasia e imaginação (Redim, 1988). 
As crianças, em fase pré-escolar, estão em pleno desenvolvimento de suas 
capacidades de simbolização, através da linguagem, da imaginação, da imitação e da brincadeira 
em situações cada vez mais diversas. Esta simbolização possibilita à criança o estabelecimento, 
cada vez maior, da relação entre a realidade e o mundo social (Brasil, 1998) e a utilização de 
materiais concretos, trabalhos em grupo e brincadeiras possibilita o exercício das capacidades de 
simbolização da criança e permite sua aprendizagem, pois através do uso dos materiais concretos, 
a criança se aproxima de uma representação imitativa da realidade, assimilando esta realidade 
cognitivamente (Macedo, 1988). 
Os trabalhos em grupo favorecem as relações de troca e afeto com o outro, 
permitindo o aprimoramento do pensamento infantil devido às interações interpessoais, que são 
imprescindíveis para a aprendizagem da criança (Brasil, 1998). 
Em atividades lúdicas, a criança pode desenvolver capacidades importantes como a 
atenção, a imitação, a memória, a imaginação (Brasil., 1998) e descobrir suas emoções e a 
existência do outro, suas possibilidades e suas limitações dentro de um contexto ameno, que são 
a essência mesma destas atividades (Pansan et al, 2001). Neste sentido, as brincadeiras de regra 
como pega-pega, bolinha de gude, jogo com bolas, permitem o exercício destas interações com o 
outro, facilitando a vida em sociedade, além de aperfeiçoamento dos movimentos físicos 
(Friedmann, 1988). 
As interações no brincar possibilitam, através da oferta de objetos e brinquedos que 
os adultos fazem às crianças, que elas entrem em contato, precocemente, com as propriedades e 
os usos sociais dos objetos, aproximando-se das múltiplas formas de ser e pensar da sociedade 
(Brasil, 1998). 
Isso ocorre, porque as interações infantis, durante as brincadeiras, fazem com que 
a criança e seus parceiros confrontem suas próprias “zonas de desenvolvimento proximal”, nos 
termos de Vygotsky, o que os leva a representar a situação de fora cada vez mais abstrata e a 
construir novas estruturas auto-reguladoras de ação, ou seja, modos pessoais historicamente 
construídos de pensar, sentir, memorizar, mover-se, gesticular, etc. (Oliveira, 2002) 
Assim, ao brincar de faz-de-conta, a criança faz uso de suas vivências, ativando sua 
memória, para poder interpretar papéis de diferentes pessoas ou personagens que ela já entrou 
contato. Os objetos perdem sua força determinadora ganhando novos significados na brincadeira 
 668 
e, desta forma, a criança passa a perceber que dependendo da situação, o objeto terá uma função 
própria (Oliveira, 2002). 
Nas brincadeiras com material de construção, a criança consegue sentir o material, 
sua forma e textura, percebendo suas propriedades e características e seus usos sociais e 
simbólicos (Brasil, 1998). Nessa atividade, os materiais são relacionados e transformados em 
função de diferentes argumentos de faz-de-conta (Brasil, 1998). 
Portanto, as atividades lúdicas e o trabalho livre e criador oferecem oportunidades 
para se estimular o desenvolvimento da criança, sustentada pelo oferecimento de sensações 
agradáveis, que é fundamental para a satisfação psicológica (Rizzo, 1998). 
Além da preocupação com os tipos de atividades a serem desenvolvidos na pré-
escola, o conteúdo a ser apresentado também deve ser objeto de análise, reconhecendo-se que 
temas presentes no dia a dia das crianças devem ser utilizados, por despertarem o interesse da 
criança, tornando a aprendizagem prazerosa. Entre estes temas, destacamos como relevantes 
aqueles relacionados a Ciências Naturais, pois permitem à criança conhecer mais sobre o mundo 
em que vive e a si mesma, despertam interesses e respondem a perguntas que surgem no 
contato com o seu meio físico e social. 
O ambiente onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de elementos 
naturais indissociáveis, frente ao qual elas se mostram curiosas e investigativas. Desde muito 
pequenas, pela interação com o meio físico e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o 
mundo, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões (Brasil, 1998). 
Fenômenos naturais, como chuva, por e nascer do sol, nascimento de um animal ou de uma 
criança são observados pelos olhares infantis que ficam maravilhadas com estes acontecimentos e 
acabam elaborando teorias próprias, intuitivas, para poder compreendê-los. 
A descoberta das ciências pode ajudar a substituir explicações intuitivas que as 
crianças encontram para o desconhecido (Harlan et al, 2002) e despertar a curiosidade, o medo, a 
emoção, enfim, sentimentos que possibilitam a atenção e, desta forma, favorecem a aquisição do 
conhecimento. 
Assim, o estudo de Ciências Naturais, na pré- escola, pode fornecer à criança 
instrumentos necessários para que ela compreenda melhor os acontecimentos naturais que a 
cercam e conheça mais sobre si e o mundo, desenvolvendo a capacidade de reflexão consciente 
e possibilitando melhores condições de entender e atuar no mundo em que vive (Dominguez, 
2001). 
 669 
Neste sentido, ao ensinar Ciências Naturais, o professor deve selecionar conteúdos 
e procedimentos e recursos metodológicos adequados aos objetivos propostos, podendo utilizar 
recursos, como imagens produzidas pelo homem como fotos, mapas, pinturas, filmes, que trazem 
para a criança informações sobre o mundo próximo e distante a ela (Brasil,1998); apresentar 
perguntas sobre o assunto estudado, pois por meio de questionamentos, a criança constrói o 
conhecimento ativamente ( Chen, 2001) e desenvolver conteúdos que instiguem a criança e 
façam com que ela queira aprender, sendo que isto pode ser conseguido utilizando-se de 
informações presentes no dia a dia delas. 
O fato dos animais de todos os tamanhos e condições fascinarem muitas crianças 
que desejam muito observá-los, tocá-los e cuidar deles (Harlan et al, 2002) contribui para a 
compreensão do estudo do comportamento animal na pré-escola como relevante, pois esta 
temática pode suprir necessidades e dúvidas das crianças. Outro aspecto que justifica o estudo de 
comportamento animal na pré-escola é o fato de que, freqüentemente, as criança misturam idéias 
ficcionais de faz-de-conta, desenhos animados, histórias infantis e crenças populares, que tratam 
os animais de forma humanizada e distante da realidade, com informações adquiridas por meio da 
mídia ou de outras fontes de divulgação científica (Dominguez,2001). Isto pode provocar confusão 
no pensamento da criança, que acaba por assimilar conhecimentos errôneos sobre o assunto, por 
exemplo, entendendo que o urso é sempre um animal “bonzinho” e o lobo é “mau”. 
Considerando-se discussões atuais sobre os processos de ensino e de 
aprendizagem na educação infantil e a relevância do tema Comportamento animal para os alunos 
nesta faixa etária foi desenvolvida uma proposta que teve por objetivo elaborar, produzidos e 
avaliar materiais didáticos sobre etologia para a educação infantil . 
O planejamento, produção e avaliação dos materiais foram realizados em conjunto 
com a aluna de licenciatura Marcela Nonino. 
DESENVOLVIMENTO 
Após análise de conteúdos relacionados aos animais propostos para a pré-escola 
(Brasil, 1998) e tendo em vista o objetivo favorecer a apropriação de conhecimentos, 
desmistificar idéias ficcionais sobre o comportamento animal e favorecer a compreensão do 
mundo animal pelos alunos foram definidos os seguintes temas : 
• Classificação dos animais vertebrados - breve introdução 
• Relação entre mãe e filhote -cuidado parental 
• Habitação - adaptação ao meio 
• Alimentação - cadeia e hábito alimentar 
• Agrupamento na natureza - grupos e organizações sociais 
 670 
Estes temas foram escolhidos visando mostrar o comportamento animal, desde o 
seu nascimento até sua morte, de uma forma geral, não entrando em especificidades, pois estas 
seriam irrelevantes e inadequados na educação pré-escolar. 
A seqüência dos temas procurou seguir uma ordem de complexidade das 
informações, da mais simples para as mais complexas, levando em conta que as estruturas 
cognitivas são construídas gradativamente (Chen, 2001) e que uma aprendizagem significativa só 
ocorre quando a nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura 
cognitiva de quem aprende (Ausubel apud Moreira, 1982). 
Após a definição dos temas, foram realizadas observações semanais, em aula, de 
alunos pré-escolares, durante três meses, visando o contato com alunos pré-escolares e com a 
prática pedagógica nesse nível de ensino. 
Durante esse período, foi desenvolvida uma atividade desenvolvida com o grupo 
que teve como objetivo coletar dados sobre o conhecimento das crianças a respeito da diversidade 
de animais existentes. Para isso, foi solicitado a elas um desenho, em uma folha sulfite, de todos 
os animais que conheciam. Os desenhos representaram animais mais comumente vistos pelas 
crianças nas ruas, em sua casa e/ou na televisão, entre eles: borboleta, tartaruga, cobra cachorro, 
gato, leão, porco e pato e indicaram que as crianças já possuíam algumas informações sobre os 
animais, tornando o seu estudo relevante, pois, segundo PEDRINI (2000), a informação torna-se 
conhecimento quando esta se relaciona com conhecimentos prévios do indivíduo. 
A partir do levantamento desses dados e com base na literatura sobre 
aprendizagem infantil foram elaborados e produzidos onze materiais didáticos correspondentes 
aos temas propostos: transparências e cd (classificação), vídeo e figuras de animais (Mãe e 
filhote) , painel (habitação), círculo da vida , pega –pega diferente (alimentação) , vídeo, painel 
interativo, caixa de vidro e amostras de cupim (agrupamentos sociais) . 
Materiais produzidos: 
1. Transparências 
2. CD 
Esses materiais foram confeccionados a partir de fotos de animais: peixe (tubarão, 
peixe palhaço, raia), anfíbio (sapo, rã, perereca, salamandra), répteis ( jacaré, tartaruga, lagarto; 
cobra) , aves (pingüins, gavião, passariformes, coruja) e mamíferos ( leão, lobo, macaco, onça) 
extraídas de livros e sites especializados na área. As fotos foram impressas em lâminas de 
transparência, em impressora HP , com resolução que garantiu as cores e a nitidez dos animais . 
As fotos também foram reunidas em cd. 
 671 
Esses materiais visavam favorecer a apresentação das 5 classes de vertebrados 
existentes, seus representantes, apontando as semelhanças e diferenças entre os animais da 
mesma classe e de classes diferentes. 
3. Vídeos 
O vídeo foi elaborado a partir de um documentário sobre nascimentos e cuidados 
parentais de diferentes animais vertebrados e visa apresentar diferentes comportamentos de 
cuidado com a prole e esclarecer que esses cuidados estão relacionados ao grau de 
desenvolvimento do filhote, favorecendo a comparação entre o cuidado parental humano e o dos 
demais mamíferos. 
4. Figuras e jogo de memória 
Estes materiais são compostos por figuras impressas de animais e seus filhotes, 
extraídas de livros e sites especializados na área e de figuras desenhadas representando sapo e 
girino, tartaruga e tartaruga filhote (saindo do ovo), peixe adulto e peixe filhote ; pássaro e seus 
filhotes no ninho e lobo e lobo filhote, a partir das quais foi montado um jogo de memória . Os 
materiais tem o mesmo objetivo que o vídeo descrito acima. 
5. Painel 
Este material é composto por : 
a) um painel contendo uma paisagem de um ambiente natural com os seguintes 
elementos: árvores de diferentes tamanhos, rio, folhagem e troncos forrando partes do solo e solo 
descoberto e 
b) imagens de animais (sapo, cobro, peixes, jabutis, onça, beija-flor, lobo...). Ele foi 
confeccionado a partir de gravuras coloridas extraídas e livros e impressas em papel gloss. O 
painel foi impresso em tamanho 0,90X1,00 e as figuras em tamanho aproximado de 15 por 15 
cm, em papel gloss e revestidas com papel contat. 
O objetivo desse material é apresentar , de forma lúdica, os diferentes habitats dos 
animais e indicar a importância desses habitats para a sobrevivência deles. Entende-se que este 
material pode ser utilizado após uma explicação sobre as “casas do animais”, com a distribuição 
de imagens recortas dos animais aos alunos e solicitação , pelos alunos, da colagem (com fita 
crepe) de seu animal em seu respectivo habitat representado no painel. 
 672 
6. Círculo da vida 
O material abrange: 
a) um círculo de madeira de aproximadamente 30 cm de diâmetro , com flechas 
pintadas com tinta para artesanato , que indicam a passagem da energia, de um ser vivo para 
outro, na natureza. 
b) miniaturas de plástico de plantas e animais (herbívoros, onívoros e carnívoros) . 
Ele l tem por objetivo favorecer a explicação, de forma dinâmica, dos diferentes 
hábitos alimentares dos animais, incluindo o homem, e a importância do ciclo de energia 
decorrente destesdiferentes hábitos alimentares. 
7. Pega-pega diferente 
O material é composto por modelo de orelhas feitas de e.v.a e coladas em tiaras 
representando os seguintes animais: lobo (4 pares), onça (4 pares) e coelho (7pares); modelo de 
chifres de veados feito de e.v.a e colados em tiaras (7 pares); modelo de mato feito de e.v.a e 
colado em tiaras (8 matos) e modelo de cenoura feito em e.v.a (8). Ele permite , através de 
uma brincadeira, mostrar como ocorre a dinâmica de cadeias alimentares na natureza. A 
brincadeira pode ser realizada por meio das seguintes etapas: 1 - explicação das cadeias 
alimentares que serão utilizadas no jogo: mato → veado → onça e 
cenoura → coelho → lobo , 2- _distribuição aleatória das representações dos animais e plantas 
para as crianças, 3- _ explicação da brincadeira, que consiste em um pega-pega diferente. As 
crianças que representarão o mato e a cenoura deverão ser pegas pelas que representarão veado 
e coelho, respectivamente, e, estas, pelos que representarão onça e lobo, respectivamente. 
Conforme as crianças forem sendo pegas, elas deverão sentar no chão, acabando o jogo quando 
restarem apenas onças e lobos em pés. O fechamento da brincadeira poderá ser feito através de 
perguntas às crianças que relacionem o jogo com cadeia alimentar 
8. Vídeo 
 Este material foi elaborado a partir de um documentário sobre organizações sociais 
de animais vertebrados na natureza e apresenta , entre outros animais, as águias que são animais 
que vivem sozinhos e os leões e as galinhas, que são animais que vivem em grupos organizados, 
com o objetivo de apresentar as formas de agrupamentos dos animais na natureza tentando 
relacionar estes agrupamentos com os realizados pelos homens. 
 673 
9. Painel Interativo – A sociedade das gaivotas. 
Este painel foi confeccionado em feltro e pintado com tinta para tecido, retratando o 
habitat das gaivotas (campo aberto, com alguns arbustos e capins). Foram confeccionadas , 
também, imagens de corvos e gaivotas de diversos tamanhos e posições imprimidas em sulfite, 
coladas em cartolinas, revestidas com papel contate e recortadas. 
O material aborda a organização de uma comunidade de gaivotas, com os rituais 
de corte e os mecanismos de defesas importantes para a proteção dos ovos, dos filhotes e do 
habitat, contra os predadores como os corvos, visando por meio desta apresentação , explicar 
outros agrupamentos animais e a importância destes agrupamentos para a sobrevivência destes 
animais. A explicação sobre a organização das gaivotas pode ser feita por meio de uma história 
que vai sendo contada conforme as gaivotas vão sendo coladas no painel. Esta história poderá 
conter: um “namoro” de duas gaivotas que ocorre da seguinte maneira: o macho abaixa a cabeça 
para a fêmea num sinal de submissão, macho e fêmea fica de costa um para o outro indicando paz 
entre eles, o macho regurgita para a fêmea se alimentar e , depois, constrói um ninho para abrigar 
o filhote do casal. _ um casal de gaivotas protegendo seu ninho; - gaivota expulsando corvos que 
se alimentavam de ovos e filhotes de gaivota Após a história contado por uma educadora, as 
crianças poderão colar as gaivotas no painel, construindo suas próprias histórias . 
10. Caixa de vidro 
Este material é composto por : 
a) caixa retangular de vidro, medindo 35cm comprimento, 20cm de largura e 15cm 
de altura; 
b) tubos confeccionados em massa bisquit e pintados com tinta acrílica marrom, 
representando tocas; 
c) figuras de marmotas recortadas e coladas em cartolina; 
d) porção de terra; 
Com a caixa montada, é possível visualizar animais trabalhando na construção de 
ninhos, brincando fora das tocas, vigiando e tomando conta e brincando com filhotes , 
descansando e também animais predadores e outros que convivem com as marmotas e perceber 
diferentes funções exercidas pelos membros de um grupo. 
 674 
11. Amostras de cupim 
Esse material foi constituído de representantes da sociedade dos cupins (rainha, 
soldados, operários, e louva-deus) colocados em vidro transparente e conservados em álcool a 
70%., visando apresentar os diferentes membros de uma sociedade e suas funções 
Os materiais elaborados foram utilizados em atividades desenvolvidas, uma vez por 
semana, com crianças do curso pré II, entre 4 e 5 anos, em uma pré-escola municipal de Botucatu, 
SP, o que possibilitou uma análise sobre a adequação e pertinência dos mesmos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Considera-se que a utilização dos materiais possibilita a visualização dos animais 
em seus ambientes naturais e sem comportamentos e características estereotipadas, fornecendo 
subsídios reais para que os alunos construam conhecimento, tendo em vista que em idade pré-
escolar, eles necessitam atuar ainda muito próximos às situações concretas e reais para pensar 
mais abstratamente (Assis, 1988) 
Os materiais possibilitam a apresentação de informações sobre as características 
físicas dos animais, seus comportamentos de caça, de cuidado da prole, de formação de grupo, 
entre outros, proporcionando um conhecimento real da vida dos animais e contribuindo para a 
desmistificação de idéias difundidas por faz-de-conta, desenhos animados e histórias em 
quadrinhos. 
Os materiais contemplam outras importantes dimensões da educação infantil : a 
lúdica e a coletiva . Entende-se que o desenvolvimento de atividades com a dimensão lúdica é 
fundamental para a aprendizagem na fase pré-escolar, pois conforme considerou Lima (1988), 
elas possibilitam o prazer, a cooperação, a imaginação, a criatividade e a auto-estima, tornando as 
aulas dinâmicas e proporcionando uma aprendizagem prazerosa, permitindo a assimilação de 
novos conhecimentos e contribuindo para o desenvolvimento das relações interpessoais, da 
imaginação, da memória e do raciocínio. A utilização de situações imaginárias é fundamental pois 
auxilia o desenvolvimento de pensamento abstrato, possibilitando que a criança passe a dirigir 
seu comportamento não somente pela percepção direta dos objetos ou pela situação que a afeta 
de imediato, mas também pelo significado dessa situação (Santos, 2002 e Oliveira, 2002). O 
trabalho em grupo também é importante, tanto do ponto de vista da socialização da criança, como 
de seu desenvolvimento intelectual (Macedo,1988) 
 675 
No entanto, entende-se que a utilização adequada dos materiais depende da 
identificação do conhecimento prévio das crianças em relação aos animais e aos temas 
abordados e deve, ainda, possibilitar que elas exponham os conhecimentos adquiridos de forma 
livre e criadora, o que é importante para o desenvolvimento do pensamento infantil (Rizzo, 1989). 
Considera-se , ainda, que a utilização dos materiais pressupõe a mediação do 
professor e o desempenho de sua função de incentivar os alunos, apresentando novos 
conteúdos, mediando as relações entre eles, propondo atividades lúdicas e coordenando ações. 
Entendemos que é por meio da constante comunicação entre crianças e adultos, 
que ocorre a assimilação da experiência de muitas gerações e a formação do pensamento 
(Oliveira, 1988) e que os materiais didáticos são ferramentas que podem favorecer essa 
comunicação . 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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