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ATOS ADMINISTRATIVOS

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11.1 ATOS ADMINISTRATIVOS:
Nem todo ato praticado pela administração é ato administrativo, pois atos da administração é gênero.
ATOS POLITICOS: Declaração de guerra, anistia, veto de lei, ou seja, exerce a função política de Estado, não se sujeito o controle jurisdicional em abstrato, somente o controle de efeitos concretos. Tais atos não se sujeitam a sumula vinculante, gozam de ampla discricionariedade.
ATOS PRIVADOS: Atos que adm pública abre mão das prerrogativas públicas em pé de igualdade com o privado, sem utilizar da supremacia do interesse público.
ATOS MATERIAIS (ou de fatos administrativos): São aqueles que executam atividade pública, EX: ato que expede demolição do prédio, a demolição em si e um ato material, não manifestação de vontade.
ATOS ADMINISTRATIVO: Conceito: São aqueles praticados no exercício da função administrativa, sob o regime de direito público, e manifestam vontade do Estado.
CLASSIFICAÇÃO:
VINCULADOS: que tem todos seus elementos objetivos estabelecidos na lei, não dando margem de escola.
DISCRICIONÁRIO: atua dentro da legalidade, mas a lei permite uma margem de escolha dentro dos limites estabelecidos na legislação, qual a que vai atender melhor o interesse público.
GERAIS: Descreve um situação fática e todos aqueles que se adequam devem obedecer o ato.
INDIVIDUAIS: Ato que individualiza quem será atingido pelo ato, ex: portaria de nomeação de 300 candidatos nomeando 1 por 1.
SIMPLES: Aquele que está perfeito e acabado, com uma manifestação de vontade; Ex: Portaria de nomeação do TRT.
COMPLEXOS: Ato que somente se aperfeiçoa com a soma de vontades independentes, Ex: Nomeação do PFN que depende de um ato do Ministério da Fazenda e da AGU. APROVAÇÂO: É um ato administrativo discricionário independente, Ex : Aposentadoria do servidor é um ato complexo, pois precisa do ato do órgão e aprovação do Tribunal de Contas. VER Súmula Vinculante 03.
COMPOSTOS: Vontade principal e uma segunda vontade acessório dependente meramente ratificador ato que depende de um visto de uma homologação. 
IMPERIO: Atua com prerrogativas de Estado que atua com superioridade
GESTÂO: Estado pratica em pé de igualdade com o privado sem se valer de imposição
EXPEDIENTE: Atos de mera execução da atividade.
NO QUE TANGE AO CONTEUDO-
Normativos: atos praticados pelo estado que estabelece normas gerais e abstrata dentro dos limites da lei. 
ESPECIE:
-REGULAMENTO (DECRETO): Presidente, governador e prefeito privativo do chefe do poder executivo. 
*Regulamento executivo: aquele que e expedido no fiel cumprimento da lei 
* Regulamento Autônomo: para substituir o texto da lei, art.84, inciso VI, somente nesse caso que admite regulamento autônomo.
* Avisos: atos das secretarias ou órgãos ministeriais do poder executivo. Auxiliares diretos do poder executivo.
* Instruções normativas: são atos expedidos por outras autoridades pública em geral.
*Deliberações e as resoluções: Atos dos órgãos colegiados, ex: agência reguladora.
ORDINATÓRIO: Praticados para ordenação interna da atividade pública, que decorre do poder hierárquico. Ex: Portaria: que é ato individual interno, portaria de vacância de posse. 
Circular: meio pelo qual se estabelece norma uniformes interna, norma geral.
Ordens de Serviço: por meio do qual se distribui atividade interna do órgão público, entre setores e agentes daquele órgão.
Memorando: ato de comunicação interno agente do mesmo órgão.
Oficio: ato de comunicação externo entre duas autoridades pública ou particular
NEGOCIAIS: Por meio dos quais o Estado concede ao particular algo que está sendo negociado-
Licença: Ato vinculado Sempre ato de polícia, ato por meio do qual se permiti que o particular exercer uma atividade material fiscalizada, ex. construir na sua casa. Cumprindo os requisitos ele terá a licença, pois tem os critérios objetos, assim enseja direito subjetivos ao beneficiário.
Autorização: Ato administrativo discricionário e precário, porque pode ser desfeito, sem gerar direito indenização. Autorização de uso: não depende de autorização do poder público, livre a utilização comum. Autorização especial: vc pode por ex. casar na praia, mas não pode impedir o uso comum do local (autorização de uso de bem público). Autorização de polícia, que é a manifestação do poder de polícia da administração pública ex. porte de armas.
Permissão: Discricionário e precário por meio do qual se permiti ao particular usar do bem público de modo especial privativa. Se tiver prazo ela deixa de ser precária. Depende de procedimento licitatório.
Admissão: Ato por meio do qual se permitir ao particular usufruir do serviço público, por ex. Estudar em uma escola pública.
ENUNCIATIVOS: Ato por meio dos quais as administrações públicas ou atestam fato ou emite uma opinião. Parecer e uma ato enunciativo (opina), tais pareceres podem ser obrigatórios que é aquele definido em lei Ex. O parecer da licitação. Já o parecer facultativo aquele que não exige parecer que mesmo assim será valido, porém administração pode exigir parecer.
Os pareceres que são expedidos em atos administrativo não é vinculativo. Somente excepcionalmente serão vinculantes desde que a lei estabeleça.
Também são atos enunciativos atestam fato, ex. Atestado, Certidão.
Certidão: espelha algo que já está registrado no órgão público.
Atestado: administração pública vai verificar uma situação de fato, para depois expedir o atestado.
Apostila, apostilamento, averbação: ato pelo qual a administração pública acrescenta alguma informação em um registro público.
Os atos enunciativos não estão sujeitos a revogação porque não manifestam vontade da administração pública
PUNITIVOS: Atos de aplicação de sanção penalidade, Desde que a penalidade seja proporcional a infração praticada, bem como obedecer o princípio do contraditório e ampla defesa.
2	ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ART. 2º DA LEI 4717/65
1. COMPETÊNCIA: Ato praticado por Agente público que esteja vinculado a lei, não havendo margem de escolha. 
Irrenunciável: não pode renunciar da competência prevista na lei,
Imprescritível: não é perdida pelo não exercício.
Improrrogável: não há prorrogação de competência.
DELEGAÇÃO de COMPETÊNCIA: Estender competência para outra pessoa de mesmo nível hierárquico ou hierarquia inferior. Não admite delegação genérica de competência, pois o ato de delegação é um ato especifico. A responsabilidade do ato e da pessoa que foi delegada. Delegação é uma clausula de reserva, a autoridade delegante se reserva na competência que foi temporariamente delegada, tendo competência o delegante e o delegado.
AVOCAÇÂO: Buscar para si a competência de outro agente, só se admite avocação de agente de nível hierárquico inferior. DE acordo com a lei não se pode avocar ou delegar competência para edição de atos normativos, decisão de recurso hierárquico e também de competência exclusiva definida em lei. Exceção art.84, parágrafo único da CF, inciso VI, podem ser delegados.
FORMA: é o meio pelo qual o ato administrativo é apresentado, principio da instrumentalidade das formas, sendo a forma um instrumento necessário para que alcance o interesse da coletividade, podendo ser SANADO, vicio de forma ataca apenas o instrumento , não ataca essência do ato administrativo. A forma é um elemento vinculado. Não havendo previsão legal no que tange a forma do ato, estaríamos diante de um elemento discricionário, porém a regra é elemento vinculado.
FINALIDADE: aquilo que a lei busca ao prever a prática do ato, devendo alcançar um determinado fim (interesse público) isso é a finalidade genérica. FINALIDADE ESPECIFICA: ex. ato de demissão com finalidade punitiva, não se pode remover o servidor para puni-lo. A finalidade e ato vinculado desde que seja a finalidade específica. 
COMPETENCIA, FORMA E FINALIDADE é ato vinculado sempre, com as ressalvas.
MOTIVO: Situação de fato e de direito que da ensejo a pratica do ato. MOTIVO Difere da MOTIVAÇÃO. Pois está é a exposição dos motivos, que justificaram a praticado ato administrativo. Art.37, II da CF cargos em comissão de livre nomeação e demissão não necessitando de motivação. Se a motivação for falsa ou viciada o ato também e viciado (teoria dos motivos determinantes) pois vinculam o ato. Exoneraçaõ de servidor de cargo efetivo, mas a motivo é falso, sendo o vicio no elemento motivo sendo um vício insanável. Exonera cargo efetivo não fez nenhuma motivação, ocorrendo o vicio de forma.
O direito brasileiro admite a motivação aliunde: quando no momento apresentação do ato, ele remete a motivação de um ato anterior, art.50 p. 1. Da CF.
OBJETO ou CONTEÚDO: disposição do ato e o efeito principal no mundo jurídico, demissão sendo o objeto a perda do cargo. Objeto dever ser licito, possível determinado ou determinável. 
AULA: 12.1
3.	ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO.
A) PRESUNÇÃO DE VERACIDADE (FÉ PÚBLICA), a ideia de que o ato corresponde a verdade dos fatos, presunção iuris tentum (presunção relativa), tal presunção inverte o ônus da prova, pois quem tem que provar é o particular que os atos da administração são irreais. Presunção de legitimidade: Os atos são editados em conformidade com ordenamento jurídico.
B) IMPERATIVIDADE- Impor unilateralmente uma obrigação, valendo se de meios indiretos de coerção, para fazer com que o sujeito seja obrigado a obedecer o ato. (atributo da coercibilidade ou exigibilidade). Quando você reboca o carro a administração está se valendo de meio direto de coercibilidade ( atributo da executoriedade ou autoexecutoriedade), poder de executar o ato imediatamente independentemente do poder judiciário e de particulares, afastando o controle judicial prévio. Porém a autoexecutoriedade decorre de lei ou decorrente de situações emergênciais. A autoexecutoriedade dispensa o contraditório prévio, sendo este a posteriori, ou seja, contraditório diferido ou postergado.
C)TIPICIDADE: são as prerrogativas dadas ao Estado na pratica de ato administrativo, ideia de que todo ato deve estar tipificado em lei.
O ATO PARA PRODUZIR EFEITOS NO MUNDO JURÍDICO É NECESSÁRIO 03 REQUISITOS:
Perfeição- existência, conclusão de todas as etapas de formação.
Validade- conformidade com ordenamento
Eficácia- aptidão do ato administrativo para produção de efeitos, podendo postergar os efeitos através do:
TERMO- CONDIÇÃO- quando dependentes de termo ou condição os atos são chamados de atos pendentes, já é valido e perfeito, mas ainda não está apto a produzir efeitos.
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Assim os atos podem ser extintos por diversas formas:
Cumprimento dos efeitos ou advento do termo final; ex. licença para construir, construiu acabou o ato está extinto. (extinção Natural).
Desaparecimento da pessoa ou da coisa sob o qual o ato recai. Ex. nomeou um servidor e ele morreu, o ato de nomeação então é extinto.
Renúncia abdicação pelo beneficiado, são atos ampliativos.
RETIRADA, SÃO HIPÓTESE QUE O ATO É RETIRADO POR OUTRO ATO:
05 hipóteses de retirada do ato administrativo.
ANULAÇÃO: decorre do vício de ilegalidade, só é possível de anular ato invalido. Anulação retroage com efeitos ex-tunc, não existe direito adquirido a manter um ato nulo, mesmo que de boa fé. A anulação pode ser feita pela própria administração em decorrência do principio da autotutela, conforme sumula 473 do STF, poder de rever seus próprios atos anulando os ou revogando por motivo de oportunidade ou conveniência. Independentemente a administração pode anular seus próprios atos de oficio. JUDICIAL, Neste caso deve ser provocado para anular atos administrativos, por meio de ações ordinárias ou medidas constitucionais. Ex. HD, MS ou Vias Ordinárias. Aqui tem uma ordem de preferência.
HD, Art.5º, inciso LXXII, todas as vezes que houver violação ao direito de informações acerca da pessoa do impetrante ou do de cujus. (obter informações, retificar ou acrescentar informações que consta no registro público acerca da pessoa dele). Para impetrar o habeas data ele deve demonstrar a recusa da administração, orem não é necessário o esgotamento na via administrativa. Tal recusa pode ser expressa ou tácita este sendo 10 dias para obter informações e 15 no caso de acrescentar e administração não fornece. O impetrante autor ou o réu (entidade público) e autoridade coatora, sendo réu a entidade pública representada pela autoridade pública. Lei 9.507, art.20.
MS, quando se busca um direito liquido e certo não amparado por habeas data ou habeas corpus. Art. 5º, LXIX, lei 12.016/2009, deve requerer a notificação da autoridade coatora e a ciência do réu (entidade pública) é indispensável. 
 Obs. 1. Depende de um direito liquido e certo, ou seja, que tenha prova pré constituída, não sendo possível dilação probatória.
Obs. 2. Não cabe MS se contra o ato que se busca anulação, se for possível recurso com efeito suspensivo, ou se houver situação de coisa julgada.
Obs. 3. Não cabe MS para receber indenização de valores anteriores à impetração do MS.
Obs. 4. Só pode se dar em até 120 dias contados do conhecimento da pratica do ato coator. Prazo decadencial. STF diz que se os 120 dias termina no sábado se prorroga para o próximo dia útil.
Obs. 5. Não cabe MS contra lei em tese, em sentido formal e material.
Obs. 6. Não cabe Tb contra ato de gestão comercial, doas dirigentes de uma empresa pública ou sociedade de economia mista atos empresariais regido sob o direito privado. Ler súmula 333 do STF. Por fim MS coletivo em defesa de seus associados, não sendo necessário de procuração dos associados, art. 21 da lei 12.016 estabelece que o MSC pode ser impetrado em defesa de parte dos associados. Não há condenação em honorários advocatícios de sucumbência, somente as custas. 
VIAS ORDINÁRIAS: Ação popular e LACP
AP lei 4717 qualquer cidadão tem legitimidade sendo necessária a juntada do título de eleitor, o autor está representando a sociedade, ato que viola direito da coletividade como um todo. Não há prerrogativa de foro. São réus, entidade pública e o particular beneficiado pelo ato. Competência do Juiz singular. AP não busca penalidade, ela busca anular o ato lesivo e o ressarcimento ao erário
LACP lei 7347- Busca anulação de ato lesivo ou interesse público e ressarcimento ao erário.
Legitimidade: Entidade da administração publica direita e indireta, MP, DP, Associações constituídas a mais de um ano. Atua como substituto processual. Sendo possível ser precedido de um TAC.
Mandado Injunção: em casos concretos suprir a omissão da lei, ausência de uma norma reguladora. EX. Greve do servidor que será exercido nos termos de lei especifica.
Reclamação constitucional: art.103 , A, P. 3º da CF, todas as vezes que uma decisão administrativa viola sumulas vinculantes ou violada a competência do STF. A lei 11.417, depende do esgotamento das instancias administrativas art.7º desta lei.
Não se pode anular o ato administrativo a qualquer tempo, de acordo com a lei 9784/99, em seu art.54, atos administrativo ampliativo que gere efeito beneficiário ao particular só podendo anular o ato no prazo decadencial de 05(cinco) anos. Antes da lei poderia ser anulado a qualquer tempo, se o ato foi praticado em 1994, so contara o prazo a partir de 1999.
Nem todo ato ciciado será anulado, pois se o vicio for sanável não será anulado. Vicio insanável será nulo.
Convalidação de atos administrativos que tenham vício sanável, presunção relativa, pois a autoridade competente pose sanar o vício, com efeitos ex tunc, e desde que essa convalidação não cause prejuízo para administração pública ou terceiros. Quais os vícios podem ser sanados? Vício de competência e de forma. 
REVOGAÇÃO: forma de retirada sobre ato administrativo válido, a ideia e de motivo de mérito, interesse público ou de oportunidade e conveniência. Não retroagem, efeitos Ex nunc. So podendo ser revogado pela própria administração súmula 473 do STF.
Não podem ser revogados atos vinculados, pois não há análise de mérito. Exceção a licença para construir que poderá ser revogado.
Não admiterevogação de atos consumados, pois já produziu todos os efeitos.
CASSAÇÃO: Hipótese de ilegalidade superveniente, licença para hotel, mas ele faz um bordel, assim o ato será cassado. Pois posteriormente ele mudou de hotel para bordel. Por culpa do beneficiário.
CADUCIDADE: Hipótese de ilegalidade superveniente, monta um circo na praça com autorização de uso, vindo após um plano diretor que tornou o ato que na origem era válido, assim a lei tornou invalido o ato, sem culpa do beneficiário.
CONTRAPOSIÇÃO OU (DERRUBADA): todas as vezes que for expedida um novo ato, que contrapõe o ato anterior fazendo com que o ato anterior deixe de produzir efeitos.

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