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Atos-Administrativos-Direito-Administrativo-Prof-Marcelo-Sobral-Do-Zero (1)

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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: ATOS ADMINISTRATIVOS 
| PROF. MARCELO SOBRAL 
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Disciplina: Direito Administrativo 
Professor: Marcelo Sobral 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: ATOS ADMINISTRATIVOS 
| PROF. MARCELO SOBRAL 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Ato administrativo x ato da administração 
Qualquer ato praticado pela Administração quando exerce sua função administrativa, sendo regido 
pelas regras de direito público ou pelas regras de direito privado, é considerado Ato da Administração. Esse 
ato alcança: 
1. Atos Privados da Administração: são aqueles praticados pela Administração sem gozar de sua 
supremacia em relação ao particular, ou seja, em condições de igualdade com este, de maneira que 
essa atuação é regida pelo regime de direito privado. Ex: locação de um bem imóvel. Nesse caso a 
Administração utiliza mesma lei de locações que um particular utilizaria caso fosse alugar o mesmo 
imóvel, não se valendo de suas prerrogativas. 
2. Atos Materiais: são aqueles que se traduzem na execução material da função administrativa. Ex: 
demolição de uma casa, apreensão de uma mercadoria. Nesta hipótese não há declaração de 
vontade, mas apenas a execução desta. Pode ser chamado também de fato administrativo! 
3. Atos Administrativos: consistem em manifestação de vontade da Administração por um regime de 
direito público. 
DI Pietro elenca uma quantidade maior de atos da administração. Vejamos: 
"1. os atos de direito privado, corno doação, permuta, compra e venda, locação; 
2 . os atos materiais da Administração, que não contêm manifestação de vontade, mas que envolvem 
apenas execução, como a demolição de uma casa, a apreensão de mercadoria, a realização de um 
serviço; 
3 . o s chamados atos de conhecimento, opinião, juízo o u valor, que também não expressam uma 
vontade e que, portanto, também não podem produzir efeitos jurídicos ; é o caso dos atestados, certidões, 
pareceres, votos; 
4 . os atos políticos, que estão sujeitos a regime jurídico-constitucional; 
5. os contratos ; 
6 . o s atos normativos da Administração, abrangendo decretos, portarias, resoluções, regimentos, de 
efeitos gerais e abstratos; 
7 . o s atos administrativos propriamente ditos ." 
 
Já caiu em concurso!!! 
- No que diz respeito à administração pública, julgue o item a seguir. 
Documento de entidade de direito privado cujo objetivo seja tornar pública decisão tomada pela entidade 
no exercício de delegação concedida por órgão da administração pública direta não caracteriza ato 
administrativo. 
- O fato administrativo é conceituado como a materialização da função administrativa. 
- A pavimentação de uma rua pela administração pública municipal representa um fato administrativo, 
atividade decorrente do exercício da função administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo. 
 
 
 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: ATOS ADMINISTRATIVOS 
| PROF. MARCELO SOBRAL 
3 
- Considere: 
I. Constituem exemplos de fatos administrativos a apreensão de mercadorias, a desapropriação de bens 
privados, a requisição de serviços ou bens privados, dentre outros. 
II . A expressão fato jurídico é sinônima de fato administrativo, pois ambos englobam também os fatos 
simples, ou seja, aqueles que não repercutem na esfera de direitos, mas estampam evento material ocorrido 
no seio da Administração. 
III . Fatos administrativos naturais são aqueles que se originam de fenômenos da natureza, cujos efeitos se 
refletem na órbita administrativa. 
No que concerne aos fatos administrativos, está correto o que se afirma em 
A) II e III , apenas. 
B) I, II e III . 
C) I e III , apenas. 
D) II , apenas. 
E) I, apenas. 
 
3.1 Requisitos ou Elementos. 
–- Inicialmente, o que significa convalidação? Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro: 
“Convalidação ou saneamento é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em 
um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. 
Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita pelo 
administrado, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi 
observada. Este pode emiti-la posteriormente, convalidando o ato”. 
–- Formas de convalidação. Segundo José dos Santos Carvalho Filho: 
“Há três formas de convalidação. A primeira é a ratificação. Na definição de MARCELO 
CAETANO, “é o acto administrativo pelo qual o órgão competente decide sanar um acto inválido 
anteriormente praticado, suprindo a ilegalidade que o vicia”. A autoridade que deve ratificar pode ser a 
mesma que praticou o ato anterior ou um superior hierárquico, mas o importante é que a lei lhe haja conferido 
essa competência específica. Exemplo: um ato com vício de forma pode ser posteriormente ratificado com a 
adoção da forma legal. O mesmo se dá em alguns casos de vício de competência. Segundo a maioria dos 
autores, a ratificação é apropriada para convalidar atos inquinados de vícios extrínsecos, como a competência 
e a forma, não se aplicando, contudo, ao motivo, ao objeto e à finalidade. 
A segunda é a reforma. Essa forma de aproveitamento admite que novo ato suprima a parte inválida 
do ato anterior, mantendo sua parte válida. Exemplo: ato anterior concedia licença e férias a um servidor; se 
se verifica depois que não tinha direito à licença, pratica-se novo ato retirando essa parte do ato anterior e 
se ratifica a parte relativa às férias. 
A última é a conversão, que se assemelha à reforma. Por meio dela a Administração, depois de retirar 
a parte inválida do ato anterior, processa a sua substituição por uma nova parte, de modo que o novo ato 
passa a conter a parte válida anterior e uma nova parte, nascida esta com o ato de aproveitamento. Exemplo: 
um ato promoveu A e B por merecimento e antiguidade, respectivamente; verificando após que não deveria 
ser B mas C o promovido por antiguidade, pratica novo ato mantendo a promoção de A (que não teve vício) 
e insere a de C, retirando a de B, por ser esta inválida”. 
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OBS: Di Pietro diz que “O objeto ou conteúdo ilegal não pode objeto de convalidação”. 
Entretanto, a autora ADMITE a REFORMA e a CONVERSÃO. Para ela, tais institutos não são formas de 
convalidação. Vejamos: 
"O objeto ou conteúdo ilegal não pode ser objeto de convalidação. Com relação a esse elemento do 
ato administrativo, é possível a conversão, que alguns dizem ser espécie do gênero convalidação e outros 
afirmam ser instituto diverso, posição que nos parece mais correta, porque a conversão implica a substituição 
de um ato por outro. Pode ser definida corno o ato administrativo pelo qual a Administração converte um ato 
inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original. O objetivo é aproveitar os 
efeitos já produzidos. 
Um exemplo seria o de urna concessão de uso feita sem licitação, quando a lei a exige; pode ser 
convertida em permissão precária, em que não há a mesma exigência; com isso, imprime-se validade ao uso 
do bem público, j á consentido. Não se confunde conversão com reforma, pois aquela atinge o ato ilegal e 
esta afeta o ato válido e se faz por razões de oportunidade e conveniência;a primeira retroage e a segunda 
produz efeitos para o futuro. Exemplo : um decreto que expropria parte de um imóvel é reformado para 
abranger o imóvel inteiro." 
--- A convalidação é obrigatória ou facultativa? Obrigatória, salvo quando se tratar de vício 
de competência em ato discricionário. Vejamos Celso Antônio Bandeira de Mello: 
“Acompanhamos, pois, na matéria, os ensinamentos constantes do aprofundado estudo 
monográfico efetuado por Weida Zancaner. Ciframo-nos, aqui, a sintetizar sua valiosa orientação, que assim 
se pode exprimir: 
I - sempre que a Administração esteja perante um ato suscetível de convalidação e que não 
haja sido impugnado pelo interessado, estará na obrigação de convalidá-lo, ressalvando-se, como visto, a 
hipótese de vício de competência em ato de conteúdo discricionário; 
II - sempre que esteja perante ato insuscetível de convalidação, terá a obrigação de invalidá-
lo, a menos, evidentemente, que a situação gerada pelo ato viciado já esteja estabilizada pelo Direito . Em tal 
caso, já não haverá situação jurídica inválida ante o sistema normativo e, portanto, simplesmente não se põe 
o problema. 
Esta estabilização ocorre em duas hipóteses: (HIPÓTESES DE MANUTENÇÃO DO ATO 
INVÁLIDO!) 
a) quando já se escoou o prazo, dito prescricional, para a Administração invalidar o ato; 
b) quando, embora não vencido tal prazo, o ato viciado se categoriza como ampliativo da 
esfera jurídica dos administrados (cf. n. 73) e dele decorrem sucessivas relações jurídicas que criaram, para 
sujeitos de boa-fé, situação que encontra amparo em norma protetora de interesses hierarquicamente 
superiores ou mais amplos que os residentes na norma violada, de tal sorte que a desconstituição do ato 
geraria agravos maiores aos interessados protegidos na ordem jurídica do que os resultantes do ato 
censurável ." (exemplo citado pelo autor: loteamento irregularmente licenciado cujo vício só viesse a ser 
descoberto depois de inúmeras famílias de baixa renda adquiririam os lotes e edificaram suas moradias. 
Importante ressaltar que Di Pietro acompanha o entendimento de Celso Antônio quanto à 
obrigatoriedade de convalidação, salvo na hipótese supracitada. Entretanto, a autora em tela, em outra parte 
de seu livro (p. 282 – 29ª edição – 2016) cria um “problema” para os concurseiros, tema que foi cobrado na 
prova do INSS – Técnico do Seguro Social – CESPE/UNB – 2016. Vejamos a questão: 
“Julgue o próximo item, a respeito dos atos administrativos. 
O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado 
discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado o vício de 
incompetência. GABARITO DEFINITIVO: CERTO”. 
 
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Vejamos o trecho respectivo agora do livro da Di Pietro: 
“Na esfera federal a Lei nº 9.784, de 29-1-99, que regula o processo administrativo no âmbito 
da Administração Pública Federal, estabelece, no artigo 53, que “a Administração deve anular seus próprios 
atos, quando eivados de vício de legalidade”; porém, no artigo 55, prevê a hipótese de ser mantido o ato 
ilegal, ao determinar que, “em decisão na qual se evidenciem não acarretam lesão ao interesse público nem 
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração”. Vale dizer que, ao invés de anular o ato, a Administração pode convalidá-lo; trata-se de 
decisão discricionária, somente possível quando os atos inválidos não acarretarem prejuízo a terceiros (nem 
ao erário); caso contrário, a anulação será obrigatória”. 
Neste sentido a seguinte prova do CESPE: 
(CESPE_INSS-Técnico do Seguro Social) Julgue o próximo item, a respeito dos atos 
administrativos. 
O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado 
discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado o vício de 
incompetência. GABARITO: CERTO. 
No mesmo livro, agora na página 291, a autora diz o seguinte: 
“Assiste razão à autora, pois tratando-se de ato vinculado praticado por autoridade 
incompetente, a autoridade competente não poderá deixar de convalidá-lo, se estiverem presentes os 
requisitos para a prática do ato; a convalidação é obrigatória, para dar validade aos efeitos já produzidos; 
se os requisitos legais não estiverem presentes, ela deverá necessariamente anular o ato. Se o ato praticado 
por autoridade incompetente é discricionário e, portanto, admite apreciação subjetiva quanto aos aspectos 
de mérito, não pode a autoridade competente ser obrigada a convalidá-lo, porque não é obrigada a aceitar 
a mesma avaliação subjetiva feita pela autoridade incompetente; nesse caso, ela poderá convalidar ou não, 
dependendo de sua própria apreciação discricionária”. 
E este entendimento já foi cobrado tanto pelo CESPE como pela FCC. Segue um exemplo: 
(CESPE_TRE-PI_2016) Um técnico judiciário do TRE/PI assinou e encaminhou para publicação 
uma portaria de concessão de licença para capacitação de um analista judiciário pertencente ao quadro de 
servidores do tribunal. O ato de concessão da licença é de competência não exclusiva do presidente do 
tribunal. 
 A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta. 
(E) Caso não seja verificada lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, o ato DEVERÁ ser convalidado. 
OPÇÃO CORRETA. 
3.1.1 Competência: elemento sempre vinculado, é o poder legal conferido ao agente público 
para o desempenho das atribuições do cargo. Di Pietro chama esse requisito de sujeito: para ela, além de 
competente, o agente público deve ser capaz (capacidade conforme estudada no Direito Civil). 
Características da competência: 
a. Irrenunciável. 
b. Intransferível: (obs: delegação e avocação, Lei 9.784/99). 
c. Imodificável (pois decorre da lei). 
d. Imprescritível (a ausência de exercício não a extingue). 
e. Improrrogável (o agente incompetente, se praticar o ato, não passa a ser competente). 
Critérios para distribuição de competência (Di Pietro): 
1. em razão da matéria, a competência se distribui entre os Ministérios (na esfera federal) e 
entre as Secretarias (nos âmbitos estadual e municipal); 
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2. em razão do território, distribui-se por zonas de atuação; 
3. em razão do grau hierárquico, as atribuições são conferidas segundo o maior ou menor 
grau de complexidade e responsabilidade; 
4. em razão do tempo, determinadas atribuições têm que ser exercidas em períodos 
determinados, como ocorre quando a lei fixa prazo para a prática de certos atos; também 
pode ocorrer a proibição de certos atos em períodos definidos pela lei, como de nomear ou 
exonerar servidores em período eleitoral; 
5. em razão do fracionamento, a competência pode ser distribuída por órgãos diversos, 
quando se trata de procedimento ou de atos complexos, com a participação de vários órgãos 
ou agentes. 
Delegação X Avocação. A primeira não depende de hierarquia e pode ser realizada por uma 
análise de conveniência. Ou seja, a regra é a possibilidade de delegação. A exceção é a impossibilidade, que 
só ocorre quando se tratar de competência exclusiva ou em razão da matéria. A segunda somente pode 
ocorrer quando houver hierarquia e em caráter excepcional. Vejamos. 
Lei 9.784/99 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da 
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou 
territorial. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Agente incompetente: é aquele que atua com excesso de poder – agente público excede os 
limites de sua competência. Gera anulação do ato. Na prática, só anula se o agente invadiu competência em 
razão da matéria ou competência exclusiva. Nos outros casos, admite-se convalidação. 
Usurpação de função X função de fato. No primeiro caso, não houve qualquer investidura 
daquele que, pretensamente, praticou um ato administrativo. A Doutrina considera o ato inexistente. No 
segundo caso houve uma investidura prévia, mas possui uma irregularidade (P.ex., servidor que continua 
trabalhando após completar 70 anos). Aqui, pela teoria da aparência, considera-se o ato válido. 
 
Já caiu em concurso!!! 
- A competência pública conferida para o exercício das atribuições dos agentes públicos é intransferível, mas 
renunciável a qualquer tempo. 
- O ato administrativo praticado por autoridade incompetente pode ser convalidado. 
- Pedro, após ter sido investido em cargo público de determinado órgão sem a necessária aprovação em 
concurso público, praticou inúmeros atos administrativos internos e externos. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que segue. 
Atos administrativos externos praticados por Pedro em atendimento a terceiros de boa-fé têm validade, 
devendo ser convalidados para evitar prejuízos. 
 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: ATOS ADMINISTRATIVOS 
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- Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular. 
- Situação hipotética: Antônio, servidor que ingressou no serviço público mediante um ato nulo, emitiu uma 
certidão negativa de tributos para João. Na semana seguinte, Antônio foi exonerado em função da nulidade 
do ato que o vinculou à administração. Assertiva: Nessa situação, a certidão emitida por Antônio continuará 
válida. 
3.1.2 Finalidade: elemento sempre vinculado, é a lei quem define a finalidade a ser 
perseguida. Pode vir expressa na lei ou decorrer implicitamente no ordenamento jurídico. Divisão: 
a) finalidade geral/sentido amplo: satisfação do interesse público. Sempre posterior ao ato. 
É o efeito mediato que se pretende com a prática de determinado ato – satisfação do interesse público. 
CUIDADO!! Esta finalidade é considerada discricionária, já que a lei, normalmente, utiliza noções vagas e 
imprecisas. Ex: autorização para reunião em praça pública concedida quando a autoridade entender que ela 
não ofenda a ordem pública! 
b) finalidade específica/sentido restrito: resultado direto e imediato a ser alcançado via 
determinado ato administrativo – Di Pietro diz que “(…) a finalidade do ato administrativo é sempre a que 
decorre explícita ou implicitamente da lei” (p. ex., a remoção de ofício de servidor para localidade com 
carência de pessoal, com a finalidade de puni-lo. Está presente a finalidade geral, mas não a específica, pois 
remoção não tem natureza de punição). Esta finalidade é sempre vinculada, pois para cada ato 
administrativo previsto na lei há uma finalidade específica que não pode ser contrariada. Ex: demissão só 
pode ser para punir o infrator. 
Desatendimento a qualquer tipo de finalidade: anulação. Na competência vimos que quando 
o agente extrapola os limites legais, incorre em excesso de poder. Aqui, quando a finalidade está viciada, 
temos hipótese de desvio de poder (ou de finalidade). Não cabe convalidação; o ato é nulo. 
Já caiu em concurso!!! 
- Caso uma autoridade da administração pública, como forma de punição, determine, de ofício, a remoção 
de um agente público com quem tenha tido desavenças anteriormente, o ato administrativo em questão 
revelará vício 
A) no motivo, sendo passível de convalidação. 
B) na competência, sendo passível de convalidação. 
C) na forma, sendo inviável a convalidação. 
D) na finalidade, sendo inviável a convalidação. 
E) na competência, sendo inviável a convalidação. 
- A finalidade que um ato administrativo deve alcançar é determinada pela lei, inexistindo, nesse aspecto, 
liberdade de opção para a autoridade administrativa. 
3.1.3 Forma: elemento sempre vinculado (Doutrina clássica – Di Pietro diz que esse elemento 
é “(…) em geral vinculado (...)”, configura-se na exteriorização do ato administrativo. O ato administrativo 
deve exteriorizar-se através de formas previamente definidas em lei. Vige no Direito Administrativo o 
princípio da solenidade das formas, enquanto do Direito Privado atua o princípio da liberdade das formas. 
Doutrina moderna vem dizendo que a forma pode ser elemento vinculado ou discricionário. Fundamento: 
art. 22, Lei 9.784/99. 
Lei 9.784/99 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
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PAPA CONCURSOS | DIREITO ADMINISTRATIVO “DO ZERO”: ATOS ADMINISTRATIVOS 
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8 
Di Pietro ensina que: "Encontram-se na doutrina duas concepções da forma como elemento 
do ato administrativo: 
1 . uma concepção restrita, que considera forma como a exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo 
qual a declaração se exterioriza; nesse sentido, fala-se que o ato pode ter a forma escrita ou verbal, de 
decreto, portaria, resolução etc . ; 
2 . uma concepção ampla, que inclui no conceito de forma, não s ó a exteriorização do ato, mas 
também todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da 
Administração, e até os requisitos concernentes à publicidade do ato. 
(...) 
Ocorre que tanto a inobservância da forma como a do procedimento produzem o mesmo resultado, 
ou seja, a ilicitude do ato. Por exemplo, se a lei exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será 
nulo; se a lei exige processo disciplinar para demissão de um funcionário, a falta ou o vício naquele 
procedimento invalida a demissão, ainda que esta estivesse correta, quando isoladamente considerada. 
Não há dúvida, pois, que a observância das formalidades constitui requisito de validade do ato 
administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito de forma." 
Para Di Pietro, inclusive o silêncio pode significar uma forma de manifestação de vontade 
da Administração Pública: “Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação da vontade, quando 
a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração 
significa concordância ou discordância”. 
Em caso de vício na forma, cabe convalidação? Em regra, sim. Salvo se a lei exigir a forma 
como elemento essencial à validade do ato. 
Para Di Pietro, a motivação integra a forma do ato (entendimento cobrado pelo CESPE em 
2016!). Neste sentido, o ato imotivado conteria um vício de forma, passível de anulação. 
Ainda, a mesma autora também diz que “(…) a observância das formalidades constitui 
requisito de validade do ato administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito 
de forma”. 
3.1.4 Motivo: elemento vinculado ou discricionário, é o pressuposto de fato e de direito que 
serve de fundamento ato administrativo. Pressuposto de direito: dispositivo legal em que se baseia o ato. 
Pressupostode fato: conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração 
a praticar o ato. 
Ex: licença paternidade – o motivo é o nascimento do filho. No exemplo anterior temos uma 
hipótese de motivo vinculado (subsunção do fato à norma). 
Outro exemplo: servidor estável pede licença sem remuneração. A Administração Pública vai 
analisar, dentre outros fatores, se há excesso ou carência de servidores, e as consequências causadas pela 
ausência daquele servidor. Aqui temos um exemplo de motivo discricionário, no qual haverá análise de 
oportunidade e conveniência na concessão da referida licença. 
Vício no motivo vinculado gera anulação do ato. E o motivo discricionário? Sofre limitação 
pelos princípios da razoabilidade e proporcionalidade (controle de legitimidade), mas nunca controle de 
mérito pelo Judiciário. 
3.1.5 Objeto: elemento vinculado ou discricionário, é o conteúdo material do ato. São os 
efeitos jurídicos produzidos pelo ato. Nos atos vinculados só há um objeto. P. ex., servidor que completa 70 
anos – objeto: aposentadoria. Não há margem de escolha. Se houver vício aqui, nulidade do ato. Já no ato 
discricionário há liberdade na escolha do objeto. P. ex., suspensão do servidor público por até 90 dias. Logo, 
a suspensão pode durar 1 dia, 10 dias, 49 dias... até 90 dias! Aqui mora o mérito administrativo, limitado 
pelos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 
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Destacar
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Máquina de escrever
ex:motivação
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Di Pietro diz que o objeto, "Como no direito privado, o objeto deve ser lícito (conforme à lei) 
, possível (realizável no mundo dos fatos e do direito), certo (definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao 
tempo e ao lugar) , e moral (em consonância com os padrões comuns de comportamento, aceitos como 
corretos, j ustos, éticos)". 
Vício no objeto – pode convalidar? 
Di Pietro ensina que, assim como no Direito Privado, “o objeto do ato administrativo pode 
ser natural ou acidental. Objeto natural é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa 
menção; ele decorre da própria natureza do ato, tal como definido na Lei. Objeto acidental é o efeito jurídico 
que o ato produz em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito que o pratica; ele traz 
alguma alteração no objeto natural; compreende o termo, o encargo e a condição”. 
Observações. 
a) Mérito administrativo: consiste na análise de oportunidade (momento) e conveniência 
(valoração dos resultados) para a prática ou não de determinado ato administrativo. A quem a lei conferiu 
esse poder? Ao administrador público. Por isso o Judiciário não pode revogar ato de outro poder. 
Importante ressaltar o controle realizado pelo Judiciário com base nos princípios da 
razoabilidade e proporcionalidade (controle de legitimidade) não é um controle de mérito. Quando o ato 
administrativo viola tais princípios, este ato é ilegítimo – está fora do mérito administrativo. A atuação 
irrazoável e desproporcional não está incluída na oportunidade e conveniência do administrador público. 
b) Macete para a prova com o escopo de diferenciar o momento de cada requisito: 1) motivo: 
passado. 2) objeto: presente. 3) finalidade: futuro. 
Entre objeto e finalidade: objeto – efeito imediato. Finalidade – efeito mediato. 
c) Motivação: deve ser prévia ou contemporânea à edição do ato administrativo. A FCC 
costuma colocar na prova que a “motivação pode ser posterior à edição do ato” – assertiva errada. É possível 
a chamada “motivação aliunde”, ou seja, a mera referência, no ato, à sua concordância com anteriores 
pareceres, informações, decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação do ato. 
Se a motivação for obrigatória, integra o elemento forma (Di Pietro). Sua inobservância gera 
nulidade do ato, não sendo passível de convalidação. 
d) Teoria dos motivos determinantes: a Administração Pública está sujeita ao controle judicial 
quanto à existência dos motivos e sua pertinência com o objeto do ato. É aplicável tanto para os atos 
vinculados como para os discricionários. Pegadinha clássica: determinado ato administrativo não trazia a 
necessidade de motivação (p. ex., exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão). Caso o ato seja 
motivado, cabe controle judicial quanto à existência dos motivos e sua relação com o objeto do ato 
administrativo. 
Outro exemplo trazido por Di Pietro: “Também é o caso da revogação de um ato de permissão 
de uso, sob alegação de que a mesma se tornou incompatível com a destinação do bem público objeto de 
permissão; se a Administração, a seguir, permitir o uso do mesmo bem a terceira pessoa, ficará demonstrado 
que o ato de revogação foi ilegal por vício quanto ao motivo” 
Já caiu em concurso!!! 
- Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de carência de servidores em outro 
setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade 
de exercício. Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 
- Caso não haja obrigação legal de motivação de determinado ato administrativo, a administração não se 
vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente. 
- Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o gestor público é obrigado a tomar a atitude descrita como 
impositiva na lei. 
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- No que se refere aos servidores públicos e aos atos administrativos, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Um servidor público efetivo em exercício de cargo em comissão foi exonerado ad nutum 
em razão de supostamente ter cometido crime de peculato. Posteriormente, a administração reconheceu a 
inexistência da prática do ilícito, mas manteve a exoneração do servidor, por se tratar de ato administrativo 
discricionário. Assertiva: Nessa situação, o ato de exoneração é válido, pois a teoria dos motivos 
determinantes não se aplica a situações que configurem crime. 
e) Lei 9.784/99, Art. 55: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela 
própria Administração” OBS: barreiras à convalidação – 1) Impugnação do interessado, expressa ou através 
de resistência quanto ao cumprimento dos efeitos; 2) decurso do tempo, com a ocorrência da prescrição. 
 
3.2 Atributos. São as características dos atos administrativos. 
3.2.1 Presunção de legitimidade. Presente em TODOS os atos do Poder Público (atos 
administrativos e atos da administração). Logo, o ônus da prova da existência de vício no ato administrativo 
é do particular. Presunção relativa (iuris tantum) de legalidade e legitimidade. 
Di Pietro fraciona esse atributo: 1) presunção de legitimidade – interpretação e aplicação da 
norma foi realizada corretamente (é a conformidade do ato com a lei) e 2) presunção de veracidade – os 
fatos alegados pela Administração são verdadeiros (p. ex., as certidões expedidas pela Administração 
possuem fé pública”. 
Ainda, conforme Di Pietro, três efeitos: 
1) Enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria Administração ou pelo Judiciário, ele 
produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido, devendo ser cumprido. Relativização desse efeito: dever 
de obediência do servidor público, salvo para atos manifestamente ilegais. 
2) Impossibilidade de apreciação da validade do ato pelo Judiciário ex officio. Ou seja, somente 
mediante provocação.3) Presunção de veracidade produz a inversão do ônus da prova. É errado afirmar que a presunção 
de legitimidade produz esse efeito, uma vez que, quando se trata de confronto entre o ato e a lei, não há 
matéria de fato a ser produzida. 
3.2.2 Imperatividade. É o atributo pelo qual a Administração Pública cria obrigações e impõe 
restrições a terceiros, independentemente de sua concordância. A imperatividade NÃO existe em todos os 
atos administrativos, mas apenas naqueles que impõem obrigações; quando se trata de ato que confere 
direitos solicitados pelo administrado (como na licença, autorização, permissão, admissão) ou de ato apenas 
enunciativo (certidão, atestado, parecer), esse atributo inexiste. 
Este atributo constitui manifestação do chamado PODER EXTROVERSO DO ESTADO! 
A imperatividade é uma das características que distingue o ato administrativo do ato de 
direito privado; este último não cria qualquer obrigação para terceiros sem a sua concordância. 
3.2.3 Autoexecutoriedade. O ato administrativo pode ser posto em execução pela própria 
Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário, mesmo que para isso precise 
implementar o uso da força. Este atributo também NÃO está presente em todos os atos administrativos. 
Sua principal manifestação é quando o Estado pratica suas atividades típicas, seja quando houver expressa 
previsão legal ou, ausente a previsão, em situações de urgência. Ex: apreensão de mercadorias que entraram 
irregularmente no país. 
Celso Antônio Bandeira de Mello faz uma subdivisão neste atributo: 1) exigibilidade: 
utilização de meios indiretos para que o particular atenda ao comando administrativo. Ex: imposição de multa 
porque não construiu a calçada. As medidas exigíveis SEMPRE vêm definidas em lei. 2) executoriedade: 
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Administração compele materialmente o particular à prática do ato. As medidas executórias podem ser 
utilizadas independente de previsão legal, para atender a situação emergente que ponha em risco a 
segurança, a saúde ou outro interesse da coletividade. 
Di Pietro, nesse tópico, faz uma observação importante: "Na primeira hipótese (exigibilidade), os 
meios de coerção vêm sempre definidos na lei; na segunda (executoriedade), podem ser utilizados, 
independentemente de previsão legal, para atender situação emergente que ponha em risco a segurança, a 
saúde ou outro interesse da coletividade. 
3.2.4 Tipicidade. É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras 
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a 
Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. 
Trata-se de decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a 
Administração praticar atos inominados; estes são possíveis para os particulares, como decorrência do 
princípio da autonomia da vontade. Esse atributo representa uma garantia para o administrado, pois impede 
que a Administração pratique atos dotados de imperatividade e executoriedade, vinculando unilateralmente 
o particular, sem que haja previsão legal; também fica afastada a possibilidade de ser praticado ato 
totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá 
ser exercida. 
A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos porque, com 
relação a eles, não há imposição de vontade da Administração, que depende sempre da aceitação do 
particular. 
 
Já caiu em concurso!!! 
- A imperatividade é o atributo pelo qual o ato administrativo é presumido verídico até que haja prova 
contrária à sua veracidade. 
- Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato administrativo. 
- A imperatividade do ato administrativo prevê que a administração pública, para executar suas decisões, 
não necessita submeter sua pretensão ao Poder Judiciário. 
- A execução, de ofício, pela administração pública de medidas que concretizem o objeto de um ato 
administrativo caracteriza o atributo da imperatividade. 
- No âmbito do direito administrativo, segundo a doutrina majoritária, a autoexecutoriedade dos atos 
administrativos é caracterizada pela possibilidade de a administração pública 
A) anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, sem necessidade de controle 
judicial. 
B) assegurar a veracidade dos fatos indicados em suas certidões, seus atestados e suas declarações, o que 
afasta o controle judicial. 
C) impor os atos administrativos a terceiros, independentemente de sua concordância, por meio de ato 
judicial. 
D) executar suas decisões por meios coercitivos próprios, sem a necessidade da interferência do Poder 
Judiciário. 
E) executar ato administrativo por meios coercitivos próprios, o que afasta o controle judicial posterior. 
- A administração pública pode produzir unilateralmente atos que vinculam os particulares. No entanto, tal 
vinculação não é absoluta, devendo o particular, para eximir-se de seus efeitos e anular o ato, comprovar, 
em juízo ou perante a própria administração, o defeito do ato administrativo contra o qual se insurge, por 
caber-lhe o ônus da prova. Essa descrição refere-se ao atributo do ato administrativo denominado 
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A) autoexecutoriedade. 
B) imperatividade. 
C) presunção de legalidade. 
D) exigibilidade. 
- Assinale a opção que indica o atributo conforme o qual o ato administrativo deve corresponder a uma figura 
definida previamente pela lei como apta a produzir determinados resultados. 
A) presunção de legitimidade 
B) autoexecutoriedade 
C) imperatividade 
D) coercibilidade 
E) tipicidade 
- A respeito dos atributos dos atos administrativos, assinale a opção correta. 
a) O ato administrativo configura instrumento de realização do interesse público, razão por que ele tem a 
coercibilidade como atributo absoluto. 
b) A imperatividade é atributo que dota de coercitividade todos os atos administrativos. 
c) A presunção de legitimidade do ato administrativo é atenuada pela possibilidade de o particular deixar de 
cumpri-lo quando houver alguma dúvida sobre sua legalidade. 
d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite exceções, como nas hipóteses de cobrança de multa e de 
desapropriação. 
e) O contraditório e a ampla defesa suprimem a autoexecutoriedade dos processos administrativos. 
 
3.3 Extinção. 
3.3.1 Anulação. Quando há vício por ilegalidade/ilegitimidade. Pode ser feita tanto pela 
própria Administração Pública (de ofício ou via provocação) ou pelo Judiciário (via provocação para todos os 
atos administrativos). OBS: possibilidade do Judiciário, de ofício, anular seus atos praticados em sua função 
atípica administrativa. 
Cabe anulação por análise de mérito administrativo (oportunidade e conveniência)? NÃO. 
Efeitos da anulação: ex tunc ou retroativos (retroagem à data do ato, salvo efeitos produzidos 
para terceiros de boa-fé). Ex: servidor que, em seu ato de posse, havia um vício insanável. Esse servidor emite 
uma certidão para um particular. Após, sua investidura é declarada inválida pela Administração. A certidão 
emitida não perde seu valor jurídico. 
Prazo geral de anulação: art. 54, Lei 9.784/99. 
Lei 9.784/99 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
Três fatoresque funcionam como limitadores ao dever de anular os atos ilegais cometidos 
pelos agentes públicos: 1) o princípio da segurança jurídica no aspecto objetivo (estabilidade das relações 
jurídicas) e subjetivo (proteção à confiança); 2) a boa-fé; 3) quando o prejuízo resultante da anulação for 
maior que manter o ato ilgeal. Somente com a análise do caso concreto, de acordo com os interesses que 
estão em jogo, pode-se pensar em deixar de anular um ato administrativo, de maneira a preservar situações 
jurídicas constituídas por pessoas de boa-fé. 
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Diferença entre nulidade absoluta e nulidade relativa, conforme DI Pietro: depende se o vício 
é sanável ou não (convalidável). Caso positivo, será nulidade relativa. Caso negativo, será nulidade absoluta. 
 
Já caiu em concurso!!! 
- O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração, caso em que a 
anulação terá efeitos retroativos. 
- De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988, ninguém 
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Acerca da aplicação dessa garantia constitucional, bem como do contraditório e da ampla defesa, julgue o 
item a seguir. 
Para anular ato administrativo que tenha impacto em direito individual, a administração tem de observar o 
devido processo legal. 
- As multas de trânsito, como expressão do exercício do poder de polícia, são dotadas de autoexecutoriedade. 
- O ato administrativo discricionário não é passível de controle judicial. 
- A administração pública deve anular seus próprios atos quando eivados de vício de legalidade, respeitados 
os direitos adquiridos. 
- Determinado ato administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato 
administrativo foi editado, tendo revogado esse ato revogatório. Nessa situação hipotética, o terceiro ato 
a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste. 
b) provocou a caducidade do primeiro ato, que não poderá produzir efeitos. 
c) renovará os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito. 
d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente. 
e) é nulo, pois o ato revogatório é irrevogável. 
- Um servidor público praticou um ato administrativo para cuja prática ele é incompetente. Tal ato não era 
de competência exclusiva. Nessa situação, o ato praticado será 
a) inexistente. 
b) irregular. 
c) válido. 
d) nulo. 
e) anulável. 
3.3.2 Revogação. Retirada do mundo jurídico de um ato válido, por critérios de conveniência 
e oportunidade. Fundamenta-se no poder discricionário. 
Efeitos da revogação: ex nunc ou prospectivos. A revogação é ato privativo da Administração 
que praticou o ato. 
Que atos não podem ser revogados? 
a) atos consumados, que já exauriram seus efeitos. Ex: concessão de licença para trato de 
interesses particulares. Se o servidor já gozou a licença, não é possível mais revogá-la. 
b) atos vinculados, pois aqui não há mérito administrativo. Exceção: revogação de licença 
para construir antes de iniciada a obra. 
c) atos que geraram direitos adquiridos. 
d) atos que integram um procedimento e que geraram preclusão administrativa. 
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Já caiu em concurso!!! 
- A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item. 
A anulação de ato administrativo fundamenta-se na ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona como 
uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. 
- No que se refere ao controle da administração pública, julgue o item seguinte. 
A administração pública pode revogar ato próprio discricionário, ainda que perfeitamente legal, 
simplesmente pelo fato de não mais o considerar conveniente ou oportuno. 
- A revogação de ato administrativo 
A) decorre de vício de legalidade. 
B) opera efeitos ex tunc. 
C) não repristina ato já revogado, salvo se houver disposição expressa em contrário. 
D) não pode ser objeto de revisão judicial. 
E) não demanda observância ao contraditório e à ampla defesa, caso gere efeitos favoráveis ao administrado. 
3.3.3 Cassação. Ato legal na concessão, mas ilegal na execução. Ex: particular obtém licença 
para construir e, na construção, desobedece, p. ex., o gabarito da área. 
OBS: as três hipóteses anteriores são chamadas de extinção volitiva. Vejamos outras formas. 
3.3.4 Extinção natural: mero cumprimento de seus efeitos. 
3.3.5 Extinção subjetiva: quando desaparece o beneficiário do ato. 
3.3.6 Extinção objetiva: quando desaparece o próprio objeto. 
3.3.7 Caducidade: quando a nova legislação é incompatível com determinado ato 
administrativo já praticado. 
3.3.8 Contraposição: quando o ato posterior tem efeitos opostos ao ato anterior. Ex: 
nomeação X exoneração. 
Já caiu em concurso!!! 
- O objeto da revogação deve ser 
A) um ato administrativo inválido. 
B) um ato administrativo vinculado. 
C) uma decisão administrativa viciada. 
D) um ato administrativo imperfeito. 
E) um ato administrativo eficaz. 
 
3.4 Discricionariedade e vinculação 
3.4.1 Distinção entre atuação vinculada e discricionária. 
Atuação vinculada: quando a lei estabelece a única solução possível diante de determinada 
situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a Administração deve limitar-se a constatar, sem 
qualquer margem de apreciação subjetiva. 
Atuação discricionária: quando a Administração, diante do caso concreto, tem a possibilidade 
de apreciá-lo segundo critérios de oportunidade e conveniência e escolher uma detre duas ou mais soluções, 
todas válidas para o direito. 
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3.4.2 Âmbito de aplicação da discricionariedade. Segundo Di Pietro: 
1 – quando a lei expressamente a confere à Administração, como ocorre no caso da norma 
que permite a remoção ex officio do funcionário, a critério da Administração, para atender à conveniência do 
serviço; 
2 – quando a lei é omissa, porque não lhe é possível prever todas as situações supervenientes 
ao momento de sua promulgação, hipótese em que a autoridade deverá decidir de acordo com princípios 
extraídos do ordenamento jurídico; 
3 – quando a lei prevê determinada competência, mas não estabelece a conduta a ser 
adotada, exemplos dessa hipótese encontram-se em matéria de poder de policia, em que é impossível à lei 
traçar todas as condutas possíveis diante de lesão ou ameaça de lesão à vida, à segurança pública, à saúde. 
3.4.3 Presença da discricionariedade nos elementos do ato administrativo. 
Normalmente presente no motivo e no objeto. 
Hipóteses de discricionariedade no motivo: 
1 – a lei não o definir, deixando-o ao inteiro critério da Administração, como no exemplo 
acima, em que não há qualquer motivo previsto na lei para justificar a prática do ato. 
2 – a lei definir o motivo utilizando noções vagas, imprecisas, empregando palavras que 
podem ter vários significados, os chamados conceitos jurídicos indeterminados: é o que ocorre quando a lei 
manda punir o servidor que praticar "falta grave", "procedimento irregular" ou "conduta escandalosa na 
repartição", sem definir em que consistem; ou quando a lei prevê o tombamento de bemque tenha valor 
artístico ou cultural, também sem estabelecer critérios objetivos que permitam o enquadramento do bem 
nesses conceitos. 
3.4.3 Limites da discricionariedade e controle pelo Poder Judiciário. 
Hoje temos uma ampliação do controle judicial da discricionariedade. Isso porque a ideia de 
legalidade não é analisada apenas em sentido restrito (respeito aos atos normativos – respeito à lei, por 
exemplo), mas sim uma legalidade em sentido amplo, abrangendo não apenas as normas, mas também os 
princípios e valores previstos implícita ou explicitamente na Constituição – fenômeno da 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS – princípios não devem ser aplicados apenas quando houver 
LACUNA na lei (exemplo: art. 8º, CLT), mas sim servem como FONTE PRIMÁRIA como qualquer outra norma! 
Ou seja, a lei e o princípio estão no mesmo patamar, ambos possuindo força normativa! 
Neste sentido, perceba: o parâmetro do Juiz ao controlar a discricionariedade na atuação de 
um agente público não está mais apenas na lei, mas na lei E NOS PRINCÍPIOS. Exemplo: de onde o STF tirou 
que é vedado o nepotismo até os parentes de 3º grau? Está escrito em alguma lei? Não! A Corte Suprema 
extraiu essa proibição dos princípios da impessoalidade e moralidade! 
Em conclusão: se o Judiciário agora analisa a discricionariedade tendo como limite a 
legalidade em sentido amplo (leis e princípios), enquanto antigamente analisava apenas com a legalidade em 
sentido restrito (lei) temos um AUMENTO do controle em tela. Entendeu? 
Outros limites citados pela Di Pietro: teoria do desvio de poder e teoria dos motivos 
determinantes. 
Muito cuidado: não confundir DISCRICIONARIEDADE com INTERPRETAÇÃO – tema já cobrado 
na FCC. Inicialmente, vejamos a Di Pietro: 
“Começa a surgir no direito brasileiro forte tendência no sentido de limitar-se ainda mais a 
discricionariedade administrativa, de modo a ampliar-se o controle judicial. Essa tendência verifica-se com 
relação às noções imprecisas que o legislador usa com frequência para designar o motivo e a finalidade do 
ato (interesse público, conveniência administrativa, moralidade, ordem pública etc.). Trata-se daquilo que os 
doutrinadores alemães chamam de “conceitos legais indeterminados” (cf. Martin Bullinger, 1987). 
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Alega-se que, quando a Administração emprega esse tipo de conceito, nem sempre existe 
discricionariedade; esta não existirá se houver elementos objetivos, extraídos da experiência, que permitam 
a sua delimitação, chegando-se a uma única solução válida diante do direito. Neste caso, haverá apenas 
interpretação do sentido da norma, inconfundível com a discricionariedade. 
Por exemplo, se a lei prevê o afastamento ex officio do funcionário incapacitado para o 
exercício de função pública, a autoridade tem que procurar o auxílio de peritos que esclareçam se 
determinada situação de fato caracteriza incapacidade; não poderá decidir segundo critérios subjetivos. Se, 
para delimitação do conceito, houver necessidade de apreciação subjetiva, segundo conceitos de valor, 
haverá discricionariedade”. 
Ainda sobre o tema, Hely Lopes Meirelles: 
“A discricionariedade só pode decorrer de atribuição da lei. Assim, a mera existência dos 
chamados conceitos indeterminados ou imprecisos, porque não tem conteúdos inequívocos, a nosso ver, não 
gera discricionariedade, mas necessidade de interpretação do conceito, a ser feita especialmente fundada 
nos princípios da finalidade e da razoabilidade. Assim, quando o texto legal usar conceitos indeterminados, a 
discricionariedade somente poder ser reconhecida se a lei também autorizá-la”. 
Opa! Mais cuidado ainda!!! Vejamos que há uma DIVERGÊNCIA entre Di Pietro (conceitos 
jurídicos indeterminados PODEM gerar discricionariedade se houver necessidade de apreciação subjetiva – 
análise de conceitos de valor) e Hely Lopes (conceitos jurídicos indeterminados NÃO GERAM 
discricionariedade, salvo quando houver autorização expressa em lei). 
 
3.5 Classificação. 
3.5.1 Quanto às prerrogativas com que atua a Administração: 
a) atos de império: são os praticados pela Administração com todas as prerrogativas 
e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular independentemente de 
autorização judicial, sendo regidos pelo Direito Público. 
b) atos de gestão: são os praticados pela Administração em situação de igualdade 
com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a gestão de seus 
serviços. Aqui se aplica do Direito Privado. 
3.5.2 Quanto à formação da vontade: 
a) atos simples: decorrem da declaração de vontade de um único órgão, singular ou 
colegiado. Ex: a nomeação pelo Presidente da República; a deliberação de um Conselho. 
b) atos complexos: resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles 
singulares ou colegiados, cuja vontade se FUNDE para formar um ato único. As vontades são homogêneas. 
Ex: o decreto que é assinado pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado; o importante 
é que há duas ou mais vontades para a formação de um ATO ÚNICO. 
c) atos compostos: resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade 
de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-
se vontades para praticar um ato só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório. 
Ex: A dispensa de licitação, em determinadas hipóteses, depende de homologação pela autoridade superior 
para produzir efeitos; a homologação é ato acessório, complementar do principal. 
3.5.3 Quanto aos destinatários: 
a) atos gerais: atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação; são 
os atos normativos praticados pela Administração, como regulamentos, portarias, resoluções, circulares, 
instruções, deliberações, regimentos. 
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b) atos individuais: são os que produzem efeitos jurídicos no caso concreto. Exemplo: 
nomeação, demissão, tombamento, servidão administrativa, licença, autorização. 
3.5.4 Quanto à exequibilidade: 
a) ato perfeito: aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque 
já completou todo o seu ciclo de formação. 
b) ato imperfeito: é o que não está apto a produzir efeitos jurídicos, porque não 
completou o seu ciclo de formação. Por exemplo, quando falta a publicação, a homologação, a aprovação, 
desde que exigidas por lei como requisitos para a exequibilidade do ato. 
c) ato pendente: é o que está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir 
efeitos. Distingue-se do ato imperfeito porque já completou o seu ciclo de formação e está apto a produzir 
efeitos; estes ficam suspensos até que ocorra a condição ou termo. 
d) ato consumado: é o que já exauriu os seus efeitos. Ele se torna definitivo, não 
podendo ser impugnado, quer na via administrativa, quer na via judicial; quando muito, pode gerar 
responsabilidade administrativa ou criminal quando se trata de ato ilícito, ou responsabilidade civil do 
Estado, independentemente da licitude ou não, desde que tenha causado dano a terceiros. 
3.5.5 Quanto aos efeitos: 
a) ato constitutivo: aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um 
direito ou uma situação do administrado. É o caso da permissão, autorização, dispensa, aplicação de 
penalidade, revogação. 
b) ato declaratório: aquele em que a Administração apenas reconhece um direito que 
já existia antes do ato. Como exemplo, podem ser citadas a admissão, licença,homologação, isenção, 
anulação. 
c) ato enunciativo: aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece 
determinada situação de fato ou de direito. São atos enunciativos as certidões, atestados, informações, 
pareceres, vistos. Encerram juízo, conhecimento ou opinião e não manifestação de vontade produtora de 
efeitos jurídicos. 
3.5.6 Atos vinculados e discricionários: 
a) atos vinculados: aqueles que a Administração pratica sem margem alguma de 
liberdade de decisão, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser 
obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situação objetiva definida em lei. 
b) atos discricionários: são aqueles que a Administração pode praticar com certa 
liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua 
oportunidade e sua conveniência administrativas. 
Já caiu em concurso!!! 
- Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação jurídica ou modifica ou extingue 
uma situação existente. 
- Na classificação dos atos administrativos, um critério comum é a formação da vontade, segundo o qual, o 
ato pode ser simples, complexo ou composto. O ato complexo se apresenta como a conjugação de vontade 
de dois ou mais órgãos, que se juntam para formar um único ato com um só conteúdo e finalidade. 
 
 
 
 
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3.6 Espécies - ver quadro de aula! 
Já caiu em concurso!!! 
- A autorização é ato administrativo vinculado para a administração pública. 
- A licença consiste em um ato administrativo unilateral e discricionário. 
- Regulamento e ordem de serviço são exemplos, respectivamente, de ato administrativo normativo e de ato 
administrativo ordinatório. 
- José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras 
para a participação de servidores em concurso de promoção. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto.

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