Florestan Fernandes

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13/08/2019
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Sociologia 
Crítica
Florestan Fernandes: As
contribuições da Sociologia
Brasileira.
Prof(a) Ms. Maria Gisele de Alencar
Unidade de Ensino: 2
Competências da Unidade: Compreender as condições que
conduziram o Brasil a desenvolver um tipo específico de
ordem social competitiva.
Resumo: O objetivo desta aula consiste em apresentar a
teoria social de Florestan Fernandes, a partir de aspectos
históricos, econômicos, sociais e políticos com quais
operacionalizou para desenvolver uma análise singular do
país.
Palavras-chave: Sociologia brasileira; Cientificidade; Ordem
social competitiva; burguesia nacional.
Título: Compreensão e Interpretação da Sociedade.
Teleaula nº: 1
Conceitos
Histórias e 
Contextos
A formação da Sociologia no Brasil
A sociologia no Brasil é dividida em quatro
períodos:
 1870-1930, a elaboração.
 De 1930 até 1945, o início da
institucionalização.
 A partir de 1945, o período da consolidação.
 Fins dos anos 1950 e início dos anos 1960.
período da consolidação.
Florestan Fernandes (1920-1995):
Florestan nasceu em 1920 em um cenário, cujo
pensamento social brasileiro encontra-se em um
período pré-científico, mas em vias de se tornar
cientifico.
É considerado um dos maiores intelectuais
brasileiros, responsável pela institucionalização da
Sociologia como ciência.
Preocupações
As obras de Florestan expressam suas principais
preocupações, entre elas, não menos importante,
a de fundar a tradição sociológica no Brasil e a
necessidade de interpretar e transformar o país.
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Conceitos
No âmbito da 
teoria sociológica
Princípios Teórico-metodológicos 
 Diálogo com as principais correntes de
pensamento sociológico.
 Procura um caminho metodológico autêntico.
 Rompe com a perspectiva das Ciências
Naturais.
 Distancia-se de um modelo filosófico.
 Questiona a neutralidade científica.
Proposição 
A Sociologia possui dois alvos teóricos.
1º) Descobrir as formas de explicar e interpretar os
fenômenos sociais em suas manifestações.
2º) Evidenciar as relações dinâmicas da ordem
social.
O cientista social não pode se furtar das reais
responsabilidades sociais
O pensamento e a crítica
Florestan Fernandes é o fundador da sociologia
crítica no Brasil. Toda a sua produção intelectual
está impregnada de um estilo de reflexão que
questiona a realidade social e o pensamento.
De acordo com Ianni (2008), é possível identificar 5
fontes que sintetizam o pensamento de Florestan:
1º) Diálogo com a Sociologia Clássica e Moderna.
2º) Diálogo com a corrente crítica do pensamento
pré-sociológico (até a década de 1930).
3º) Diálogo com o pensamento crítico da década
de 1940.
4º) Diálogo com os debates sobre as classes sociais
e os grupos que representam a maioria da
população brasileira.
Conceitos
Sociólogo como 
Crítico
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O Sociólogo
Pensar criticamente sobre as condições de
produção e as suas implicações, pois, o processo
do conhecimento deve ser entendido como teoria
e prática.
Para o cientista social é fundamental refletir sobre
as condições políticas, éticas e institucionais de sua
produção.
Fazer uma Sociologia da própria sociologia
O fazer sociológico e a questão racial.
 Florestan e Roger Bastides, financiados pela
UNESCO - Pesquisas sobre as Relações Raciais
no Brasil.
 O resultado desconstruiu a ideia de que havia
um convívio racial democrático no país.
 Não parte de premissas metrológicas
arbitrárias, e compreende o objeto de estudo
como sujeito histórico.
Florestan dialoga com membros da comunidade
negra, mulheres e intelectuais que pensavam
criticamente sua posição.
Comprometimento ético e político do pesquisador
em reflexão às possibilidades políticas daquilo que
ele está produzido.
O papel da ciência é desconstruir opiniões
formadas.
Questionando o papel do cientista social
Segundo Ianni, o papel do cientista social é romper
com a proposta de neutralidade que é inerente à
uma perspectiva liberal, cuja ciência torna-se
isenta do conjunto histórico da sociedade.
O cientista que age no bojo da neutralidade, nega
seu papel de cidadão e esse, se omite diante dos
dramas da vida humana.
Para Florestan, o intelectual brasileira deve estar à
serviço do povo brasileiro na produção de uma
consciência de si próprio:
Conhecer sua condição de dependente e super
explorado;
Desencadear uma revolução que conduza a nação
à uma ordem social democrática e um Estado
verdadeiramente democrático, que conduza a vida
humana à uma maior autonomia.
Resolução da SP
Considerando que a Sociologia deve descobrir
as formas de explicar e interpretar os
fenômenos sociais em suas manifestações,
assim como evidenciar as relações dinâmicas
da ordem social, explique qual o papel do
cientista social?
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Interação
Elabore um comentário, partindo dos elementos
teóricos problematizados até o momento, sobre
a seguinte fala do sociólogo Octavio Ianni.
“A neutralidade ética comparece, aqui, como
componente essencial desse processo de
acomodação intelectual e social, pelo qual o
sociólogo pode oscilar, na esfera prática do
‘reformismo esclarecido’ ao ‘conservadorismo
consequente’ (IANNI, 2008, p.32).
Conceitos
Interpretação do 
Brasil: ordem social 
competitiva. 
A Revolução Burguesa no Brasil
Na obra a Revolução Burguesa no Brasil (1975),
Florestan elabora o conceito de ordem social
competitiva. Com esse conceito procurou explicar
que o capitalismo no Brasil impede as mudanças
sociais, que podem conduzir o país a parâmetros
civilizacionais.
Esses parâmetros seriam a base para a
formação de um Estado Democrático
Formação do Brasil Moderno
Nos países de origem colonial, o capitalismo é
introduzido antes do estabelecimento de uma
ordem social competitiva.
A sociedade colonial molda a sociedade
independente, o que promove um modelo burguês
a partir das ‘cinzas dos senhores’.
A burguesia brasileira e o capitalismo dependente
No Brasil a burguesia não é formada como a antítese
dos antigos estamentos, e sim, a continuação dos
mesmos – Contrário ao modelo clássico. Partindo
desta premissa, Florestan discute a gênese da forma
de acumulação capitalista dependente e a
especificidade de sua realização.
O paradoxo – a revolução que não foi a revolução.
O capitalismo surgiu das ingerências internas e a
submissão ao Imperialismo.
Padrões de desenvolvimento
Econômico Social Cultural
São padrões que não, 
necessariamente refletem o 
desenvolvimento um do outro
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Conceitos
Capitalismo 
dependente e 
classes sociais
Quadros particulares
Para Florestan, é preciso que o cientista social
tenha o cuidado de observar como o capitalismo
se originou em países de economia desenvolvida e
aqueles em desenvolvimento.
Estão nas particularidades.
O colonialismo 
No Brasil, segundo Florestan existe uma condição
colonial permanente, instável e imutável.
Na ordem social capitalista, as relações de poder
não se dão apenas no âmbito jurídico forma, mas
mediado pelo capital
Se o colonialismo se desfaz, novas formas de
dependências se estabelecem assim como novas
formas de colonização.
A heteronomia
Heteronomia é a autonomia capitalista.
A condição brasileira de dependência não é dada
pela condição colonial em si, mas pelo próprio
engendramento do sistema capitalista que é
pautado nas desigualdades.
A autonomia que produz a expansão do sistema
capitalista é geradora de heteronomia, isso lhe é
um processo inerente.
A importância das classes
“A história é feita coletivamente pelos homens, e
sob o capitalismo através de conflitos de classe de
a alcance local, regional e internacional
(FERNANDES, 1968, p.35).
As relações de classe no Brasil – A burguesia
nacional não é revolucionaria,pois se subordinou à
burguesia nacional.
Conceitos
Sobreapropriação
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Exploração e expropriação
A partir do período imperialista, segundo
Florestan, a exploração sofrida pelos trabalhadores
dos países dependentes é maior do que a sofrida
pelos países autônomos.
Dominação
Nos países de capitalismo dependente a
exploração é muito maior, e para isso o processo
de dominação e repressão tendem a ser maior.
Florestan utiliza a perspectiva ideológica como um
agravante neste cenário, pois a ideologia é vista
como um instrumento para nutrir as falsas
consciências, fortalecer e manter as ideias das
classes dominantes.
O Estado e a expropriação
A expropriação da força de trabalho em países
periféricos opera no âmbito das organizações
econômica e empresarial e, fundamentalmente
conta com o Estado Nacional ao legislar para
facilitar a ação da burguesia.
A expropriação
Considerando os elementos apresentados,
entende-se que a ordem social competitiva que
explora e expropria o trabalhador brasileiro, se
desenvolve no bojo das relações de poder colonial
(ainda persistem), cuja burguesia nacional se
adapta aos interesses da burguesia internacional.
Esse quadro promove a conjugação entre a forma
dependente e o imperialismo.
Resolução da SP
Nos ensinamentos de Florestan Fernandes para
pensar as relações de trabalho no Brasil do século
XX, assim como no século XXI, percebe-se a
preocupação em compreender as características
do capitalismo dependente nacional. Deste modo,
quais seriam essas características? E como são
operacionalizadas?
Interação
O trabalho do Assistente Social, assim como
do Sociólogo, deve ser orientado pelo
compromisso com a realidade social e com a
classe trabalhadora. Partindo da teoria social
de Florestan, explique essa afirmativa.
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Recapitulando
O desenvolvimento da Sociologia no Brasil. 
A teoria social de Florestan Fernandes.
O papel do sociólogo.
As particularidades e singularidades do capitalismo 
no Brasil.
Capitalismo dependente e as classes.
Referências
SANCHES, Wilson; FERREIRA, Leonardo A. Silvano;
ALENCAR, Maria Gisele de. Sociologia Crítica. Londrina.
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2016.
GIDDENS, A. Sociologia. 4ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil:
ensaios de interpretações sociológicas. 5º ed. São Paulo:
Globo, 2006.