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FORÇAS DE INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR: ASPECTOS GERIAS DA AÇÃO DOS FÁRMACOS TECNOLOGIA QUÍMICO FARMACÊUTICA POLARIDADE •A polaridade de uma molécula é resultado das suas ligações químicas (se estas são polares ou não) e de suaestrutura. •As ligações químicas entre dois átomos podem ser polares ou apolares. •A polaridade de uma ligação é maior ou menor, dependendo da eletronegatividade dos átomos envolvidos. Gases nobres não possuem eletronegatividade Elemento menos eletronegativo Elemento mais eletronegativo FORÇASINTERMOLECULARES •As forças intermoleculares, como o próprio nome já diz, são aquelas existentes entre moléculas e formação dos diferentes compostos, elas são responsáveis por mantê-las unidas na se classificam em: - Forças dipolo-dipolo, - Força dipolo-induzido e - Ligações de hidrogênio. CLASSIFICAÇÃO •Forças Dipolo-Dipolo •São aquelas presentes em compostos polares. CLASSIFICAÇÃO •ForçasDipolo-Dipolo •Repare que nas moléculas (HCl) existem pólos δ + de ácido e δ-, são clorídrico eles os responsáveis por essa molécula serpolar. •Os compostos polares a seguir são exemplos onde ocorre interaçãodipolo-dipolo: HCCl3, HBr, H2S, CO, SO2. CLASSIFICAÇÃO •Forças Dipolo-Induzido ou Forças de London • Interação causada pelo acúmulo de elétrons em determinada região da molécula. Neste caso a força é induzida para um determinado pólo (δ + ou δ-). CLASSIFICAÇÃO •Forças Dipolo-Induzido •As moléculas apolares possuem interação dipolo- induzido •A distribuição de elétrons na eletrosfera dessas moléculas é uniforme, porém, em algum momento ocorre um acúmulo de cargas nos pólos (δ + e δ-) localizados nasextremidades. •É neste instante que as forças dipolo-induzido agem movendo as moléculas vizinhas a também entrarem em desequilíbrio. CLASSIFICAÇÃO •Forças Dipolo-Induzido •Exemplos de compostos apolares que interagem através de forçasdipolo-induzido: F2, C2H6, CO2, CH4, H2. CLASSIFICAÇÃO •Ligações de Hidrogênio • Interação mais intensa que ocorre entre moléculas contendo átomos de hidrogênio ligados a átomos de nitrogênio, flúore oxigênio. •Estes átomos são muito eletronegativos, por isso a interação fica mais forte e deixa os pólos δ + e δ- mais acentuados. CLASSIFICAÇÃO •Ligações de Hidrogênio •O melhor exemplo deste tipo de ligação é a que ocorre na molécula de água: átomos de H se unem fortemente a outros átomos de H para formar pontes de hidrogênio, é desta forma que as moléculas de água se unem umas asoutras. CLASSIFICAÇÃO •Ligações de Hidrogênio seguir como as forças se posicionam em relação à •Acompanhe a intermoleculares intensidade: CLASSIFICAÇÃO PONTES DE HIDROGÊNIO FORÇAS VAN DERWALLS DIPOLO– DIPOLO DIPOLO - INDUZIDO FORÇAS DE LONDON VAMOSLEMBRAR? •Osconceitos que serão estudados são: - Ionização e Dissociação de Arrhenius - Conceito Moderno de Ácidos e Bases - pKa e Ionização da água - Coeficiente de Solubilidade (cs) e Coeficiente de Partição (p) CONSTANTE DE IONIZAÇÃO DOS ÁCIDOS •Quanto maior for o Ka, maior é o número de moléculas ionizadas e mais forte será oácido. HA H+ + A- CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO DE BASES •Quanto maior for o Kb, maior é o número de moléculas dissociadas e mais forte será abase. PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA •O cientista Friedrich Kohlrausch (1840-1910) foi o primeiro a propor que a água pura conduz eletricidade, ainda que em pequenaescala. • Isso ocorre porque a água se comporta de modo anfótero; isto é, em determinadas ocasiões ela age como ácido, doando prótons (H+); e em outras se comporta como base, recebendo prótons. PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA • Isso significa que a água realiza a sua própria ionização, conforme a equação química representada a seguir: CONCEITOS DEpH •Quando [H+]=[OH-], a concentração de cada uma destas espécies é 1,0×10-7M, a 25ºC. Nestas condições diz-se que a solução se encontra em pH neutro. •O pH é definido como o inverso do logaritmo da concentração de H+: pKa 32 EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSENBACH Bases fracas Ácidos fracos pKa da droga = pH em que 50% da droga encontra-se no estado ionizado e 50% em estado não ionizado Exemplificando 33 Aspirina Ácido fraco pka = 3,5 pKa = pH + log [ NI ] [ I ] 3,5 = 1,5 + log [ NI ] [ I ] log [ NI ] = 3,5 - 1,5 [ I ] log [ NI ] = 2 [ I ] [ NI ] = 102 = 100 [ I ] 1 Considerar: pH do estômago 1,5 a 3,0 pH do intestino 6,5 pH 1,5 Adaptado do livro Farmacologia Rang Dale 6ª Ed Exemplificando 34 pKa = pH + log [ NI ] [ I ] 3,5 = 6,5 + log [ NI ] [ I ] log [ NI ] = 3,5 - 6,5 [ I ] log [ NI ] = - 3 [ I ] [ NI ] = 10-3 = 0,001 [ I ] 1 Considerar: pH do estômago 1,5 a 3,0 pH do intestino 6,5 pH 1,5 Adaptado do livro Farmacologia Rang Dale 6ª Ed Aspirina Ácido fraco pka = 3,5 COEFICIENTE DEPARTIÇÃO •Lipossolubilidade (Log P) é conceituada como o coeficiente de partição de uma substância entre uma fase orgânica e uma fase aquosa, • Isto é, a razão entre a concentração de fármaco que tende a ficar na fase orgânica e a concentração de fármaco que tende a permanecer na fase aquosa num modelo de dois compartimentos. •Este modelo mimetiza o que ocorre no organismo, dando a informação sobre o perfil de afinidade do fármaco ao óleo (octanol) ou a água. COEFICIENTE DEPARTIÇÃO •Lipossolubilidade é a razão entre a concentração de fármaco na fase orgânica e concentração de fármaco na fase aquosa (lipossolubilidade = Corg/Caqua). •Portanto quanto maior a lipossolubilidade maior a afinidade do fármaco pela fase orgânica (oleosa), •Maior a facilidade do fármaco atravessar as membranas plasmáticas COEFICIENTE DEPARTIÇÃO •Hansch e colaboradores demonstraram as correlações existentes entre atividade biológica e parâmetros físico-químicos (p. ex., lipofilicidade) e também demonstraram que propriedade adit iva e possui Log P é uma um considerável caráter constitutivo. •Por analogia à equação de Hammett, ut ilizando derivados benzênicos substituídos, eles definiram a constante hidrofóbica do substituinte, πx: πx = Log (Px/PH) πX é o parâmetro que reflete a contribuição hidrofóbica do grupo substituinte, X; PX o coeficiente de partição do composto X-substituído e PH o coeficiente de partição do composto não substituído. COEFICIENTE DEPARTIÇÃO •O coeficiente de partição (Log Px) de um derivado funcionalizado com um substituinte X, pode ser calculado empregando-se a equação a baixo, acrescentando o valor de contribuição da constante hidrofóbica do substituinte X tabelada ao logaritmo do coeficiente de partição do derivado não substituído (LogPH). Log Px = Log PH +πx Tavares, L.C. QSAR: a abordagem de Hansch. Química Nova. vol.27 no.4 São Paulo July/Aug. 2004 Disponível em : http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422004000400018 FASE FARMACODINÂMICA: INTERAÇÕES ENTRE MICRO E BIOMACROMOLÉCULAS INTRODUÇÃO •As interações de um fármaco com o seu sítio de ação no ocorrem durante asistema biológico fase farmacodinâmica determinadas pela resultante entre e são forças intermoleculares atrat ivas e repulsivas, isto é, interações hidrofóbicas, eletrostáticas eestáticas INTRODUÇÃO •Considerando os possíveis modos de interação entre o fármaco e a biofase, necessários para se promover uma determinada resposta biológica, pode-se classificá-los, de maneira genérica, em dois grandesgrupos: • fármacos estruturalmente inespecíficos e específicos. INTRODUÇÃO •Fármacos Estruturalmente Inespecíficos •São aqueles exclusivamente que dependem única e de suas propriedades físico- químicas (por exemplo, coeficiente de partição e pKa) para promoverem o efeito farmacológico evidenciado. •Como esta classe em geral apresenta baixa potência, seus efeitos são dependentes do uso de doses elevadas ou da acumulação da substância no tecido alvo. INTRODUÇÃO •Fármacos Estruturalmente Inespecíficos desflurano isoflurano INTRODUÇÃO •Fármacos Estruturalmente Inespecíficos •Em alguns casos, a alteração das propriedades físico-químicas estruturais de em função um fármaco de modificações pode alterar seu mecanismo de interação com abiofase. INTRODUÇÃO •Fármacos Estruturalmente Inespecíficos tiopental FÁRMACOS ESTRUTURALMENTE ESPECÍFICOS INTRODUÇÃO •Exercem seletiva seu efeito com biológico pela interação uma determinada biomacromolécula-alvo que, na maior parte dos casos, são enzimas, receptores metabotrópicos (acoplados à proteína G), receptores ionotrópicos (acoplados a canais iônicos), receptores ligados a quinases, receptores nucleares e, ainda, ácidos nucleicos. RECONHECIMENTOMOLECULAR •O reconhecimento molecular do fármaco rearranjo espacial (micromolécula) pela biomacromolécula é dosdependente do grupamentos funcionais e das propriedades estruturais da micromolécula, que devem ser complementares ao sítio de ligação localizado na biomacromolécula, ou seja, o sítio-receptor. MODELOCHAVE-FECHADURA •Neste modelo proposto pelo químico alemão Emil Fischer para explicar a especificidade da interação enzima-substrato, pode-se considerar a biomacromolécula como a fechadura, o sítio receptor como a fenda da fechadura, isto é, região da biomacromolécula que interagirá diretamente com a micromolécula (fármaco), e as chaves como ligantes do sítio receptor. MODELOCHAVE-FECHADURA MODELOCHAVE-FECHADURA •Nos três casos é possível distinguir 2 etapas relevantes desde a interação da micromolécula ligante com a biomacromolécula, que contém a subunidade receptora, até o desenvolvimento da resposta biológica resultante: a) Interação Ligante-Receptor b) Promoção da Resposta Biológica MODELOCHAVE-FECHADURA a) Interação Ligante-Receptor: Afinidade – capacidade da micromolécula em se complexar com o sítio complementarde ligação. b) Promoção da Resposta Biológica: Atividade Intrínseca – capacidade do complexo ligante- receptor de desencadear uma determinada resposta biológica. MODELOCHAVE-FECHADURA INTERAÇÕES ENVOLVIDAS NO RECONHECIMENTO MOLECULAR LIGANTE SÍTIO- RECEPTOR INTRODUÇÃO •Do ponto de vista qualitativo, o grau de afinidade e a especificidade da ligação micromolécula-sítio receptor são determinados por interações intermoleculares, as quais compreendem as forças eletrostáticas, tais como as ligações de hidrogênio, dipolo-dipolo, íon-dipolo, ligações covalentes ; e interações hidrofóbicas. FORÇASELETROSTÁTICAS •As forças de atração eletrostáticas são aquelas resultantes da interação entre dipolos e/ou íons de cargas opostas, cuja magnitude depende diretamente da constante dielétrica do meio e da distância entre ascargas. FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS Adicionalmente , as forças de atração Eletrostáticas, podem incluir dois tipos de interações: a)Íon-dipolo: Força resultante da interação de um íon e uma espécie neutra polarizável, com carga oposta àquela do íon. b) dipolo-dipolo: interação entre dois grupamentos, com polarizações de cargasopostas. FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASELETROSTÁTICAS FORÇASDISPERSÃO •Essas forças atrativas, conhecidas como forças de dispersão de London, tipo de interação de van der Waals, caracterizam-se pela aproximação de moléculas apolares apresentando dipolos induzidos. •Normalmente essas interações de fraca energia ocorrem em função da polarização transiente de ligações carbono-hidrogênio ou carbono-carbono. FORÇASDISPERSÃO FORÇASDISPERSÃO •Apesar de envolverem fracas energias de interação, as forças de dispersão são de extrema importância para o processo de reconhecimento molecular do fármaco pelo sítio receptor,uma vez que, normalmente, interações múltiplas se caracterizam por que, somadas, acarretam contribuições energéticas significativas. FORÇASDISPERSÃO INTERAÇÕESHIDROFÓBICAS •Como as forças de dispersão, as interações hidrofóbicas são individualmente fracas e ocorrem em função da interação entre cadeias ou subunidades apolares. •Normalmente, as cadeias ou subunidades hidrofóbicas , presentes tanto no sítio receptor como no ligante, se encontram organizadamente solvatadas por camadas de moléculas deágua. INTERAÇÕESHIDROFÓBICAS LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO (LIGAÇÃO-H) São as mais importantes interações não covalentes existentes nos sistemas biológicos, sendo responsáveis pela manutenção das conformações bioativas de macromoléculas nobres, essenciais à vida: proteínas eDNA. LIGAÇÃOCOVALENTE •As interações moleculares envolvendo a formação de ligações covalentes são de elevada energia. •São dificilmente rompidas em processos não enzimáticos, os complexos fármacos-receptores envolvendo ligações covalentes são desfeitos, culminando em inibição raramente enzimática irreversível ou inativação do sítioreceptor. LIGAÇÃOCOVALENTE LIGAÇÃOCOVALENTE •Cabe ressaltar que, a despeito das ligações covalentes serem aquelas de mais alta energia, seu uso no planejamento de fármacos de ação dinâmica, isto é, que modulam alvos moleculares próprios do organismo humano, não é a mais adequada em função da potencial toxicidade oriunda da reatividade dos grupos eletrofílicos da estrutura do bionucleófilos fármaco com diferentes orgânicos e também da irreversibilidade decorrente da interação com o biorreceptor-alvo.
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