Buscar

APOSTILA 02 MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Prévia do material em texto

Curso de Administração 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS 
8º PERÍODO 
 
 
 
 
“Não podemos mudar os ventos, mas, podemos 
ajustar as velas" 
Ditado Chinês 
 
 
 
Assunto: 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Apostila: 
02 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
Esta APOSTILA é uma síntese de ideias de vários livros citados na bibliografia, para uso 
restrito e exclusivo em sala de aulas. A sua utilização é apenas para estimular o aluno a 
adquirir os exemplares dos autores mencionados. 
 
Aluna (o): 
 
 
 
 
 
 
 
Mário
Highlight
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
1. MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1.1. Administração Pública Patrimonialista 
 
O modelo patrimonialista foi introduzido no Brasil pela própria administração portuguesa quando 
ainda éramos uma colônia. Como Portugal era uma monarquia, todo o Estado era patrimônio da 
família real. 
Quando Dom João VI 
chegou aqui, em 1808, vindo 
fugido dos exércitos de 
Napoleão, trouxe grande 
parte da máquina 
administrativa portuguesa 
consigo. Desta forma, 
herdamos o modo de 
administrar português e adaptamos à nossa realidade durante o império. 
 
Neste sistema, existe uma confusão natural entre os bens públicos e particulares, pois o Rei (ou 
chefe político) não diferencia seu patrimônio particular do estatal. No patrimonialismo, segundo Weber, 
o senhor tem um relacionamento de “troca” com seus súditos, pois depende da boa vontade deles para 
manter sua capacidade de prestar serviços e manter seu poder político. 
Em troca desta boa vontade, o senhor passa a “dever” também uma atenção especial a seus 
súditos, como proteção a perigos externos e auxílio em momentos difíceis. Este “dever” não está escrito 
em nenhuma ordem ou lei, mas deriva dos costumes, da tradição. 
Portanto, a base de sua dominação é a tradição! 
O governante trata dos assuntos do Estado como se 
fosse uma extensão de sua vida pessoal. Seus súditos 
seriam sua “família”. 
Desta forma, no patrimonialismo existe uma 
dificuldade deste senhor de diferenciar “esfera pública” 
da “esfera estatal”. 
 
O personagem mais exemplar na história 
brasileira deste período é o “coronel”, oligarca do interior, que dominava (e em certos aspectos ainda 
domina) o cenário da política regional através da utilização do poder econômico e da “troca de favores” 
entre seus partidários. 
Neste modelo, a posse em cargos públicos acontecia por livre nomeação do soberano. Desta 
forma, estes cargos eram direcionados a amigos e parentes. Assim, não existiam carreiras organizadas e 
profissionalizadas no estado. Portanto, uma característica forte deste modelo é o nepotismo e a 
corrupção. 
Os bens públicos são utilizados para fins pessoais e os cargos públicos são usados como “moeda 
de troca” de favores ao soberano (vemos isso atualmente quando agentes públicos utilizam carros 
oficiais para viajar a turismo, quando funcionários fazem a chamada “contratação cruzada” – João 
contrata o filho de José, e, em troca deste favor, José contrata o filho de João, por exemplo). 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
Como o soberano está acima das regras, a racionalidade é subjetiva, ou seja, depende da opinião, 
da discricionariedade (e das arbitrariedades) do senhor no momento, inclusive nas decisões da Justiça. 
Se você é amigo do Rei pode “quebrar” algumas regrinhas! Já se não for conhecido de ninguém 
importante, terá que se comportar exemplarmente! Lembra do ditado: “Para os amigos tudo, para os 
inimigos a Lei”? Ele descreve bem uma prática do patrimonialismo, não é verdade? 
No modelo patrimonialista, o patrimônio público é "capturado" por grupos de interesse da 
sociedade (que podem ser empresários, sindicatos, burocratas, etc.). 
Ou seja, este patrimônio deixa de servir à coletividade para passar a servir aos interesses do grupo 
dominante. Desta forma, esse modelo é conhecido por sua tendência à corrupção e ao nepotismo. 
Veja abaixo no gráfico as principais características do modelo patrimonialista: 
 
 
Ao longo dos anos o Brasil tem passado por algumas reformas administrativas. No entanto, cabe 
destacar que a década de 1930 ficou marcada pela pioneira reforma burocrática, ocorrida no governo 
de Getúlio Vargas. 
 
Antes da década de 1930 o Estado brasileiro assemelhava-se a um mercado de troca de votos por 
cargos públicos. Era uma combinação de clientelismo e patrimonialismo, explica Paludo (2013). Além 
disso, Rezende (2004) afirma que até este período a Administração Pública estava muito distante de ser 
considerada uma burocracia profissionalizada. 
 
Este modelo predominou no Brasil até 1930. Aqui, o aparelho do Estado funciona como uma 
extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os 
cargos são considerados prebendas ou sinecuras. A res pública não é diferenciada das res principis 
(confusão entre o patrimônio público e o privado). A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse 
tipo de administração. 
 
De acordo com Bresser-Pereira, 
 
“A característica que definia o governo das sociedades pré-capitalistas era a 
privatização do Estado, ou a Inter permeabilidade dos patrimônios público e 
privado. ―Patrimonialismo‖ significa a incapacidade ou a relutância de o 
príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A 
administração do Estado pré-capitalista era uma administração 
patrimonialista.” 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
 
 
 
 
Paludo faz um resumo das características da administração patrimonialista da seguinte maneira: 
 
 confusão entre a propriedade privada e a propriedade pública; 
 impermeabilidade à participação social-privada; 
 endeusamento do soberano; 
 corrupção e nepotismo; 
 caráter discricionário e arbitrário das decisões; 
 ausência de carreiras administrativas; 
 desorganização do Estado e da Administração; 
 cargos denominados prebendas ou sinecuras; 
 descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais; 
 poder oriundo da tradição/hereditariedade. 
 
Contudo, no momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e 
a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Nesta nova fase histórica, a administração 
patrimonialista torna-se inaceitável. 
 
1.2. Administração Pública Burocrática 
1.2.1. A Teoria da Burocracia de Max Weber 
 
A Teoria da Burocracia na Administração foi 
idealizada pelo um sociólogo alemão Max Weber (1864-
1920). Diferentemente de Taylor e Ford, autores da 
Abordagem da Clássica da Administração, Weber não fez 
recomendações para a administração das organizações. 
Seus estudos, na verdade, são usados como base para o 
entendimento da natureza das organizações e das 
diferenças entre elas. 
Nesse contexto, qualquer sociedade, organização ou 
grupo de pessoas que se baseie em leis racionais é uma 
burocracia. As organizações burocráticas, ou formais, 
apresentam como características a formalidade, a 
impessoalidade e o profissionalismo. Assim, é importante entender que a burocracia é uma forma de 
organização que utiliza regras racionais para a condução de suas atividades. Esse destaque é primordial, 
pois o termo é tratado sinônimo de ineficiência, lentidão e excesso de formalidades que, na verdade, se 
referem às disfunções da burocracia, que serão abordadas adiante.Portanto, para melhor entendermos essa Teoria, precisamos compreender os três tipos de 
sociedade e depois os tipos de autoridade. Weber distingue três tipos de sociedade: 
 
 sociedade tradicional: predominam características patriarcais e patrimonialistas, como a 
família, o clã, a sociedade medieval etc.; 
 sociedade carismática: predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas, como 
nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.; e 
IMPORTANTE – principal característica do modelo patrimonialista: confusão entre 
os patrimônios público e privado. 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 sociedade legal, racional ou burocrática: predominam normas impessoais e racionalidade na 
escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos 
etc. 
 
Da mesma forma, Weber descreveu três tipos puros de dominação (ou autoridade) e obediência. 
Autoridade é diferente de poder. Este se refere ao potencial de exercer influência sobre as pessoas, ou 
seja, é a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra 
qualquer forma de resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade4. Melhor dizendo, 
o poder envolve a capacidade que uma pessoa tem de impor a sua vontade diante de outra pessoa, 
independentemente de seu consentimento. 
Por outro lado, a autoridade se refere ao poder com legitimidade, que é a capacidade de 
justificar o seu exercício. A autoridade legítima é aquela que é aceita pelo subordinado e, quando 
proporciona o poder, conduz a dominação. Assim, a dominação significa que as ordens, ou exercício da 
vontade, do dominador influenciam a conduta dos dominados, constituindo, por si mesma, uma norma 
de conduta que deve ser seguida pelos subordinados. Nesse contexto, vejamos as contribuições de 
Chiavenato: 
 
“A dominação é uma relação de poder na qual o governante (ou 
dominador) – ou a pessoa que impõe seu arbítrio sobre as demais – 
acredita ter o direito de exercer o poder, e os governados (dominados) 
consideram sua obrigação obedecer-lhe às ordens. As crenças que 
legitimam o exercício do poder existem tanto na mente do líder como na 
dos subordinados e determinam a relativa estabilidade da dominação”. ‖ 
 
Podemos concluir, portanto, que a dominação trata do exercício de poder, aceito como válido 
pelos dominados como se fosse uma norma de conduta ou obediência. Assim, da mesma maneira como 
fez com os tipos de sociedade, Weber descreveu três tipos puros de autoridade ou dominação legítima, 
vejamos: 
 
1.2.1.1. Dominação carismática 
 
É marcada pela identificação das pessoas com o carisma do líder, pela crença na santidade, 
heroísmo ou exemplaridade de uma pessoa e nas ordenações por ela criadas ou reveladas. Devoção e 
arrebatamento ao líder são características dessa dominação. O poder carismático é instável e pode 
adquirir características revolucionárias com bastante facilidade, não tendo base racional. O poder não 
pode ser herdado nem delegado, pois é inerente à pessoa que exerce a dominação. 
Pessoas como Hitler e Fidel desempenharam a autoridade carismática no início de suas ascensões. A 
autoridade carismática, à medida que se organiza, tende a se tornar tradicional. 
 
1.2.1.2. Dominação tradicional 
 
É o tipo de dominação que ocorre porque as ―coisas sempre foram assim‖. Para tanto, na 
autoridade tradicional, a obediência é devida à pessoa indicada pela tradição, dentro do círculo de 
costumes, sendo típica da sociedade patriarcal. Esse tipo de dominação é característica da sociedade 
medieval, dos clãs, da família, etc. 
 
1.2.1.3. Dominação racional 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
Repousa sobre a crença na legalidade de ordenações instituídas racionalmente e dos direitos de 
mando das pessoas a quem essas pessoas responsabilizam pelo exercício da autoridade. Dessa forma, a 
autoridade é a contrapartida da responsabilidade. A obediência decorre de ordenações impessoais e 
objetivas, legalmente instituídas. Este tipo de autoridade está fundamentada nas leis, que estabelecem 
direitos e deveres para os integrantes da sociedade ou organização. Conclui-se, portanto, que uma 
sociedade, organização ou grupo que depende de leis racionais tem estrutura do tipo legal-racional ou 
burocrático, ou seja, é uma burocracia. 
A tabela abaixo resume as características dos três tipos puros de dominação legítima descritos por 
Max Weber: 
 
BASE DA 
AUTORIDADE 
CARACTERÍSTICAS 
 
CARISMA 
A obediência deve-se “devoção” dos seguidores 
pelo líder. A autoridade está na própria pessoa do 
líder, que demonstra, ou os seguidores acreditam 
que ele tem, qualidades que o tornam admirado. 
Exemplo: liderança política. 
 
TRADIÇÃO 
A obediência deve-se ao respeito dos seguidores 
às orientações que passam de geração a geração. 
Os seguidores obedecem porque o líder (a figura 
da autoridade) aparenta der o direito de comando 
segundo os usos e costumes. 
Exemplo: autoridade na família 
 
ORGANIZAÇÃO E 
NORMAS 
(RACIONAL) 
A obediência dos seguidores deve-se à crença no 
direito de dar ordens que a figura da autoridade 
tem. Esse direito é estabelecido por meio de 
normas aceitas pelos seguidores e tem limites. A 
figura da autoridade somente pode agir dentro 
dos limites de seu cargo ou bureau. Todas as 
organizações formais dependem dessa base de 
autoridade. 
Exemplo: todas as organizações burocráticas. 
 
1.2.2. Modelo Burocrático de Administração Pública 
 
A Administração Pública Burocrática surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado 
liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Nesse sentido, 
constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento (poder racional-legal): 
 
 a profissionalização e a ideia de carreira – pessoas capacitadas e especializadas passam a 
desenvolver as primeiras carreiras burocráticas na Administração Pública, recebendo 
salários no lugar de favores; 
 a hierarquia funcional – fruto da organização da máquina pública, como forma de 
permitir a existência de um sistema de autoridade; 
 a impessoalidade e o mérito – o acesso aos cargos públicos deve ocorrer mediante 
concurso público e a promoção deve basear-se em uma sistema de mérito; e 
 o formalismo – manifestando-se, por exemplo, com o uso de normas para regular as 
atividades públicas. 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
O poder racional-legal, conforme destaca o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado 
(PDRAE) ao falar do modelo weberiano, apresenta os princípios da profissionalização dos servidores 
públicos, existência de carreiras; sistema hierárquico instituído; impessoalidade e mérito para o ingresso 
e promoção nos cargos públicos; e o formalismo (regras, leis). 
Resumidamente, como vimos acima, podemos descrever como características das organizações 
burocráticas a formalidade (existência de normas racionais); impessoalidade (escolha das pessoas é 
baseada em critérios técnicos e não políticos); existência de administradores profissionais (ao invés de 
lugar da nobreza, os cargos públicos passam a ser exercidos por pessoas capacitadas, profissionalizadas 
e que recebem salários em troca de seus serviços). Vejamos com mais detalhes cada uma dessas 
características das burocracia: 
 
 Formalidade: as burocracias são essencialmente sistemasde normas. A figura da 
autoridade é definida pela lei, que tem como objetivo a racionalidade da 
coerência entre meios e fins. 
 Impessoalidade: nas burocracias, os seguidores obedecem à lei. As figuras da 
autoridade são obedecidas porque representam a lei. 
 Profissionalismo: as burocracias são formadas por funcionários. Como fruto de 
sua participação, os funcionários obtêm os meios para sua subsistência. As 
burocracias operam como sistemas de subsistência para os funcionários. 
 
 
 
Partindo para o enfoque da Administração Pública Burocrática, podemos afirmar que ela surgiu 
no Brasil com o Governo Vargas (1930), em uma reforma impulsionada pela criação do Departamento 
Administrativo do Serviço Público (1936/38) e pelo Estado Novo (1937-1945). 
O modelo parte da desconfiança sobre os gestores públicos e, para evitar a corrupção e o 
nepotismo, utiliza rígidos controles de processos e procedimentos realizados a priori, ou seja, busca-se 
controlar a realização do processo (as fases foram cumpridas? as folhas estão carimbadas? o gestor 
assinou o documento?) antes da realização de seu objeto (construção de uma escola). 
 
1.2.3. Disfunções da burocracia 
 
Para Weber, o modelo burocrático é o tipo ideal para as organizações, pois substituiu práticas 
irracionais por aspectos científicos e lógicos. Porém, quando escutamos o termo burocracia, logo vem 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
em mente o excesso de papel, demora e formalidades desnecessárias. Esses ―defeitos‖, na verdade, 
não fazem parte dos princípios da burocracia weberiana. 
Nesse contexto, ao lado dos efeitos desejados da burocracia (previsibilidade e padronização do 
desempenho), Merton10 descreveu os efeitos indesejados, também conhecidos como disfunções da 
burocracia: 
 
I. internalização das regras e apego aos regulamentos: as regras deixam de ser os meios e passam 
a se tornar os fins ou o objetivo final das ações das pessoas. Os funcionários tornam-se 
especialistas pelo conhecimento dos regulamentos, independentemente do conhecimento das 
tarefas que executam. Assim, as regras e os regulamentos tomam o espaço das tarefas 
e dos objetivos da organização; 
II. excesso de formalismo e de papelório: a necessidade de documentar e formalizar todas as 
comunicações conduzem ao excesso de formalismo e papelório. Essa, provavelmente, é a 
disfunção mais gritante da burocracia; 
III. resistências às mudanças: a rotinização, padronização e previsibilidade fazem com que as 
pessoas se acostumem com a forma de fazer as coisas. Seguir as normas é uma atividade que se 
torna simples, passando segurança e tranquilidade para as pessoas. Assim, as possibilidades de 
mudança são interpretadas como algo desconhecido e, portanto, indesejável; 
IV. despersonalização do relacionamento: decorre de impessoalidade, que enfatiza os cargos e não 
as pessoas. Assim, os funcionários deixam de se relacionar com pessoas e passam a se relacionar 
com os cargos que exercem. É comum tratar os outros pelo seu cargo e até mesmo por 
números de registro, prejudicando relacionamentos personalizados; 
V. categorização como base do processo decisório: por ser pautada em hierarquia, o indivíduo que 
deverá responder por qualquer assunto – mesmo que não o domine – é o superior hierárquico 
mais elevado. Quanto a categorização, é entendida como uma classificação superficial de 
questões, afim de lidar com soluções prévias e de maior facilidade, sem procurar 
novas ―saídas‖ para um problema preexistente; 
VI. superconformidade às rotinas e aos procedimentos: a garantia de que os funcionários 
executarão suas atividades conforme se espera provém da utilização de rotinas e formulários. 
Porém, a execução fica tão ―mecanizada‖ que as regras passam a ser ―sagradas‖ para o 
funcionário, inibindo sua criatividade e iniciativa, e restringindo seu desempenho e 
compreensão da organização como um todo; 
VII. exibição de sinais de autoridade: por trabalhar com o sistema hierárquico, faz-se necessário 
mostrar claramente quem são os ―chefes‖ e para tal, são utilizados símbolos para a definição 
de cargos como os uniformes, placas de identificação e até mesmo tipos de mobiliário; 
VIII. dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público: devido ao exagero de regras e 
normas a que o funcionário é apresentado, seu serviço fica voltado para o interior da 
organização e dificulta o atendimento ao pessoal externo que é atendido de modo padronizado 
– e por muitas vezes, lento – e com descaso para situações pontuais. Dessa forma, o público que 
busca ―um atendimento mais personalizado‖ cobra por atitudes e o funcionário que segue as 
regras ―a risca‖ acaba por interpretar essa cobrança como uma ameaça e uma afronta ao seu 
trabalho. 
 
Apesar das diversas disfunções, não se pode negar que a administração burocrática foi uma 
evolução do patrimonialismo. Para Bresser-Pereira: 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
“Foi um grande progresso o surgimento, no século XIX, de uma 
administração pública burocrática em substituição às formas 
patrimonialistas de administrar o Estado. Weber (1992), o principal 
analista desse processo, destacou com muita ênfase a superioridade 
racional-legal sobre o poder patrimonialista. Apesar disso, quando, no 
século XX, o Estado ampliou seu papel social e econômico, a estratégia 
básica adotada pela administração pública burocrática – o controle 
hierárquico e formalista dos procedimentos – provou ser inadequada. 
Essa estratégia podia talvez evitar a corrupção e o nepotismo, mas era 
lenta, cara, ineficiente”. ‖ 
 
Esse quadro se intensificou ao longo dos anos 70, implicando em uma visão generalizada sobre a 
necessidade de substituir o modelo burocrático por uma forma mais flexível, eficiente e produtiva. 
Nesse cenário, surge um novo debate, a administração pública gerencial. 
 
A REFORMA BUROCRÁTICA DA DÉCADA DE 1930 
 
Na era Vargas, a partir da década de 1930, o Brasil passou 
a enfrentar um forte momento de industrialização e de 
intervenção do Estado no setor produtivo. Alguns pontos 
principais desta época que merecem destaque são: 
 
 tentativa de implantar estruturas gerenciais e de 
coordenação; 
 processo de racionalização; 
 surgimento das primeiras carreiras burocráticas; 
 tentativa de adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público; 
 a reforma burocrática foi uma consequência da emergência de um capitalismo 
moderno; 
 mudanças na forma de gestão dos recursos humanos e orçamentários; 
 implantação de mecanismos de controle na burocracia para romper com o 
clientelismo e com o patrimonialismo. 
 
Vale ressaltar que muitas das medidas adotadas na época acabaram levando em consideração as 
feridas geradas pela crise internacional de 1929. Desta forma, diz-se que a partir de 1930 emergiu 
um Estado Novo, também denominado de Estado Administrativo. 
 
A CRIAÇÃO DO DASP 
 
Neste contexto houve a criação do DASP - Departamento Administrativo do Serviço Público, que 
havia sido previsto na Constituição de 1937 e foi criado pelo Decreto Lei 579/38. O DASP, além de 
fornecer elementos para melhoria da máquina pública, deveria fornecer assessoria técnica ao 
Presidente da república e elaborar a proposta orçamentária. 
 
Conforme Paludo (2013), os principais objetivos do DASP foram: 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva centralizar e reorganizar a administração pública; 
 definir política para a gestão de pessoal; 
 racionalizar métodos, procedimentos e processos administrativos em geral; 
 combater práticas patrimonialistas de gestão, de forma geral; 
 modernizar a administração pública. 
 
Como é típico de uma burocracia, as medidas de Vargas neste período concentraram-se nos 
meios, nas atividades de administração em geral e na estrutura, mas não nos fins. 
Os principais pontos positivos obtidos com a criação do DASP foram: 
 difusão das ideias e práticas modernizantes sobre a administração e gestão pública, 
vindas principalmente dos EUA, da Inglaterra e da França; 
 forte institucionalização de programas de formação e profissionalização de servidores 
públicos; 
 criação de unidades administrativas descentralizadas (autarquias); 
 
Os pontos negativos mais importantes, conforme Rezende (2004), foram: 
 natureza excessivamente centralizadora do DASP; 
 amplo escopo e natureza dos objetivos da reforma; 
 ênfase centrada nos controles burocráticos; 
 
A reforma administrativa do Estado Novo foi o primeiro esforço sistemático de superação o 
patrimonialismo. Este esforço agiu no sentido da burocratização do Estado, por meio da inserção de 
aspectos como a centralização, a impessoalidade, a hierarquia, o sistema de mérito e a separação entre 
o público e o privado (Paludo, 2013). 
Ainda, Paludo (2013) explica que o Coronelismo patrimonialista dava lugar ao clientelismo e ao 
fisiologismo: 
 clientelismo: tipo de política em que uma pessoa (patrão) dá proteção à outra (o 
cliente) em troca de apoio, estabelecendo uma certa submissão pessoal que 
independe de relações de parentesco e não possui conotação jurídica; 
 fisiologismo: busca de ganhos ou vantagens pessoais, esquecendo de ter como foco o 
interesse público 
 Neste sentido, apesar da criação do DASP e da nova política de reformas, o 
relacionamento entre política e administração não havia mudado. 
 
PERÍODO DE 1946 ATÉ 1964 
 
Ao final do período Vargas, os problemas de desempenho do Estado suscitavam a necessidade de 
novas reformas. No entanto, conforme afirma Rezende (2004), nenhum grande programa foi 
implementado no período que vai desde a criação da constituição democrática de 1946 até o golpe 
militar de 1964. Contudo, cabe ressaltar algumas alterações ocorridas neste período. 
 
Houve a implementação do Plano de Metas no governo de Kubitschek (1956-1961). Este plano tinha 
como objetivo continuar a política de industrialização e de substituição das importações. Durante o 
plano ocorreu uma expansão da burocracia por meio da criação de novas unidades administrativas 
descentralizadas. 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
Após este período, em 1963, um novo grupo de políticas baseado na ideia de "administração para 
o desenvolvimento" foi introduzido. Este grupo de políticas foi caracterizado pela expansão do Estado e 
pela descentralização de funções. Neste período os servidores públicos passaram a ser regidos pela CLT 
(Consolidação de Leis Trabalhistas), que havia sido criada na era Vargas. 
 
DECRETO LEI 200 DE 1967 
 
Após o governo Vargas, a ausência do autoritarismo acabou 
impactando em perdas de atribuições do DASP, enquanto práticas 
clientelistas acabaram por ganhar mais espaço. Quando Vargas retornou ao 
governo em 1952 acabou por ter mais limitações devido à Constituição de 
1946. 
Já após 1964, com os militares novamente no poder, o foco foi o 
centralismo político e a ampliação de ações intervencionistas do Estado, 
mediante a expansão da Administração Indireta com o Decreto Lei 200/1967. 
Tal decreto apontou para dois problemas chave a serem solucionados: 
 
 a centralização excessiva da Administração nos órgãos de cúpula e 
 a ausência de coordenação nas ações do governo. 
 
Características e alterações importantes geradas pelo decreto, conforme Paludo (2013) e 
Rezende (2004): 
 
 Instituição dos princípiosdo planejamento, coordenação, descentralização, delegação de 
competência e controle; 
 Acerca da estrutura da administração pública: 
 Administração Indireta: expandiu as Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, 
fundações públicas e autarquias (leia mais sobre Administração Indireta) 
 Administração Direta: foi reorganizada em 16 ministérios, a saber: Justiça, Fazenda, 
Planejamento, Educação e Cultura, Saúde, Interior, Relações Exteriores, Agricultura, Indústria 
e Comércio, Minas e Energia, Transportes, Trabalho e Previdência Social, Comunicação, 
Exército, Marinha e Aeronáutica. 
 Quanto aos procedimentos administrativos internos, estabeleceu regras para a aquisição 
direta de bens e serviços, ou mediante contratação; 
 Quanto aos recursos humanos, expandiu o sistema de mérito e estabeleceu diretrizes para 
elaboração de plano de classificação de cargos; 
 Acabou por ocasionar a proliferação descontrolada de empresas estatais e outras 
organizações descentralizadas; 
 Muitas empresas e organizações foram criadas, mas não eram submetidas a controle em 
termos de desempenho; 
 Resultado: complexidade do sistema, alta fragmentação e problemas de controle. 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
Com a crise do regime militar e crise econômica mundial na década de 1970, a reforma do DL 
200/1967, tal como ocorreu com o DASP, não chegou a ser consolidada, ou seja, não foi implementada 
completamente. 
O Decreto Lei 200/1967 constitui um marco na busca de superar a rigidez da burocracia. Além 
disso, pode ser considerado como um primeiro contato da Administração Pública brasileira com o 
gerencialismo (PDRAE). 
 
Programa Nacional De Desburocratização (PrND) 
No final da década de 1970 ocorreu a criação do Ministério Extraordinário de Desburocratização. Esta 
foi a primeira tentativa oficial de direcionar as atividades da Administração Pública para o atendimento 
das demandas dos cidadãos. 
 
Entre as atuações do programa estavam: 
 
 simplificação de procedimentos; 
 eliminação de informações desnecessárias; 
 desestatização, por meio de privatizações; 
 ideia de transferir para a iniciativa privada as atividades e serviços não essenciais; 
 governo atuando por meio de fomento e apoio, mantendo as atividades de controle. 
 
O principal objetivo do PrND era frear o excessivo crescimento da Administração Indireta, de forma mais 
específica e de acordo com o PDRAE, os objetivos do PrND eram: 
 
 revitalização e agilização das organizações do Estado, 
 descentralização da autoridade, 
 melhoria e simplificação dos processos administrativos e 
 promoção da eficiência. 
 
RETROCESSO DE 1988 
A caminhada rumo a uma administração gerencial foram paralisadas na transição democrática de 
1985. O PDRAE explica que neste momento, apesar da vitória democrática, houve um retrocesso 
burocrático, no sentido de ter ocorrido uma volta a um certo patrimonialismo. 
Um dos principais resultados deste período foi a ocupação de diversos cargos públicos da 
administração indireta para os políticos dos partidos vitoriosos. 
O PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado) afirma que a Constituição de 1988 
acabou por levar a um retrocesso burocrático sem precedentes, provocando um engessamento do 
aparelho do Estado ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas 
estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do 
Estado.Conforme o PDRAE: 
Afinal, geraram-se dois resultados: 
 
 de um lado, o abandono do caminho rumo a uma administração pública gerencial e 
a reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 de outro lado, dada a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de 
privilégios, que não se coadunam com a própria administração pública burocrática. 
Como exemplos temos a: 
 
 estabilidade rígida para todos os servidores civis, diretamente relacionada à generalização 
do regime estatutário na administração direta e nas fundações e autarquias, 
 a aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a 
contribuição do servidor (PDRAE, p. 21). 
 
Os mecanismos de controle da CF/88 favorecem o controle social, mas o modelo burocrático expresso 
na CF/88 dificulta a transparência administrativa (Paludo, 2013). 
 
1.3. Administração Pública Gerencial (A Nova Gestão Pública) 
 
Os anos 70 foram marcados por intensas crises na economia mundial que colocaram em xeque a 
capacidade dos governos de intervir na economia para manter o pleno emprego e impulsionar a 
economia internacional. Além do aspecto econômico, somam-se outros três fatores que intensificaram 
a crise do Estado pósmoderno: 
 
 crise fiscal – após décadas de crescimento, a maioria dos governos não tinham mais como 
financiar seus déficits e os contribuintes (tax payers) estavam insatisfeitos com o aumento de 
cobranças sem correspondente fornecimento de serviços; 
 “ingovernabilidade” – por um lado os Estados estavam sobrecarregados de atividades sem 
recursos para financiá-las e, por outro lado, os grupos de pressão beneficiários desses serviços 
não queriam perder as suas conquistas ‘; 
 globalização e inovações tecnológicas – o aumento do poder das grandes multinacionais e o 
enfraquecimento dos governos ensejaram uma significativa redução do poder dos Estados 
nacionais de ditar políticas macroeconômicas. 
 
Como consequência, os governos perderam recursos e aumentaram seus déficits. A reforma do 
Estado passou a ser indispensável, com prioridade para a redução de gastos e aumento da eficiência. 
Assim, o antigo modelo weberiano, considerado lento e excessivamente apegado às normas, torna-se 
inadequado para este novo momento. 
Nesse contexto, os governos Thatcher (Grã-Bretanha) e Reagan (EUA), nos anos 80, foram os 
pioneiros de um movimento que podemos chamar de Nova Gestão Pública (NPM – new public 
management), que se espalhou por todo o mundo, como forma de combater a ineficiência da máquina 
pública. 
Fernando Abrucio apresenta um quadro que resume três visões que se sucederam no tempo 
como resposta ao modelo burocrático presente na Grã- Bretanha entre os anos 80 e 90. Para fins de 
concurso, entenda os modelos como as três expressões do gerencialismo ou da Nova Gestão Pública. 
 
 
 
 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
 
 
A primeira linha descreve a visão ou perspectiva, a segunda linha demonstra os principais 
objetivos, já a última linha apresenta a relação com a sociedade ou com o ―público-alvo‖ de cada 
modelo. O autor destaca que a separação ocorreu apenas para facilitar a comparação. Contudo, há um 
razoável intercâmbio entre as teorias, particularmente com as duas últimas. Vejamos em rápidas linhas 
a descrição de cada uma dessas perspectivas da Nova Gestão Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Pública 
 
 
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Organizador: Prof. Adm. Mário Jorge da Silva 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano Diretor da Reforma do 
Aparelho do Estado. Brasília: Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado, 1995. 
 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Do Estado patrimonial ao gerencial. São Paulo: Cia das Letras, 
2001. 
 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; SPINK, Peter Kevin. Reforma do Estado e administração pública 
gerencial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. 
 
MARTINS, Humberto Falcão. Burocracia e a revolução gerencial – a persistência da dicotomia entre 
política e administração. Brasília: Revista do Serviço Público, 1997 (Ano 48, nº 1, p. 42-78). 
 
MATIAS-PEREIRA, José. Reforma do Estado, Transparência e Democracia no Brasil. Málaga: Revista 
acadêmica de economia, 2004. 
 
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Fundamentos de Administração. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
MAXIMINIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à Administração. Atlas, 2000. 
 
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à 
Competitividade em Economia Globalizada. São Paulo: Atlas, 1997. 
 
NASCIMENTO, Edson R. Gestão Pública. Saraiva: S. Paulo, 2011. 
 
PALUDO, Augustinho. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

Continue navegando