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Livro Atletismo Teoria e Prática

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A autora deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as  informações e os
procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pela
autora até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares
governamentais  e  o  constante  fluxo  de  novas  informações  sobre  terapêutica medicamentosa  e  reações  adversas  a  fármacos,  recomendamos
enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro
estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora.
A autora  e  a  editora  se  empenharam para  citar  adequadamente  e  dar  o devido  crédito  a  todos os detentores de direitos  autorais  de qualquer
material utilizado neste livro, dispondo­se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles
tenha sido omitida.
Direitos exclusivos para a língua portuguesa 
Copyright © 2017 by 
EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. 
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional 
Travessa do Ouvidor, 11 
Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040­040 
Tels.: (21) 3543­0770/(11) 5080­0770 | Fax: (21) 3543­0896 
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Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer
meios  (eletrônico, mecânico,  gravação,  fotocópia,  distribuição  pela  Internet  ou  outros),  sem  permissão,  por  escrito,  da  editora GUANABARA
KOOGAN LTDA.
Capa: Editorial Saúde 
Produção digital: Geethik
Ficha catalográfica
M388a 
2. ed.
Matthiesen, Sara Quenzer
Atletismo: teoria e prática / Sara Quenzer Matthiesen. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
  il.
ISBN: 978­85­277­3105­8
1. Treinamento (Atletismo). 2. Esportes – Treinamento. 3. Aptidão física. 4. Educação física – Manuais, guias, etc. I. Título.
CDD: 796.077 
CDU: 796.015.3
 
 
 
A todos os meus alunos da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro, e aos integrantes do Grupo de Estudos
Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo (GEPPA), pela possibilidade de compartilhar esse amplo e belo universo do
Atletismo.
Dizem  que  o  homem  é  movido  por  esperança,  entusiasmo  e  confiança  de  que  o  futuro  será  sempre  melhor  do  que  o
presente. Entretanto, mesmo pensando no futuro, cremos que o presente, ancorado nas certezas do passado, também deve
ser bem vivido. Nós, professoras do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Rio
Claro, junto a outros compromissados colegas, compartilhamos a esperança de que a Educação Física seja reconhecida por
auxiliar na formação do cidadão, em diferentes aspectos de sua humanidade.
Há tempos muito tem sido alardeado que a Educação Física “não é mais aquela”. Em linhas gerais, podemos afirmar
com  alguma  segurança  que,  atualmente,  a  Educação  Física  apresenta  as  mesmas  questões  de  muitas  outras  áreas  do
conhecimento;  é  permeada  por  crises  paradigmáticas;  realiza  diversos  eventos  científicos  e  acadêmicos  para  discutir  os
seus próprios problemas; apresenta novas publicações; tem programas de pós­graduação – se não muitos, o sufi ciente para
formar um número significativo de mestres e doutores; além de apresentar áreas de estudo demarcadas, com congressos e
associações próprias.
É  justamente neste  período de  intensas mobilizações  e  debates  que  surge,  em 1984,  o  curso de Educação Física da
UNESP/Rio  Claro,  composto  por  um  grupo  de  professores  jovens  e  entusiasmados,  que  ajudaram  a  construir  um  dos
melhores  cursos  de  graduação  do  país  e,  atualmente,  assumem  o  encargo  de  publicar  obras  destinadas  a  docentes  e
discentes da área.
Esta série, intitulada Educação Física no Ensino Superior, é composta por diversas obras, cada uma contemplando o
conteúdo  ministrado  nas  diferentes  disciplinas  que  compõem  o  currículo  dos  cursos  de  Licenciatura  e  Bacharelado  de
nossa Instituição. Procuramos,  também, levantar possibilidades de utilização dos livros nos diversos cursos de Educação
Física espalhados pelo Brasil, acreditando que o conhecimento possa ser difundido de acordo com a realidade contextual de
cada curso.
É  importante  ressaltar  que  uma  série  como  esta  permite  ampliar  e  aprofundar  as  discussões  na  área  da  Educação
Física, em todas as suas dimensões. Assim, nossos livros, ainda que tenham em comum o fato de serem escritos, na sua
maioria,  por  docentes  do  Departamento  de  Educação  Física  da  UNESP,  apresentam  peculiaridades  relativas  à  área  que
abordam, bem como às diferentes formações dos docentes convidados. O leitor mais atento poderá, então, vislumbrar tanto
aspectos comuns, como diferenciados entre os livros da série.
Entendemos que, após um longo período de crise, a Educação Física é capaz de galgar o caminho científico, seja do
lado  social,  afetivo,  biológico  ou  cultural.  Nada  mais  justo,  então,  do  que  registrar,  no  presente  momento,  estes
conhecimentos em forma de livro, uma das mais interessantes, revolucionárias e jamais ultrapassadas invenções sociais.
Nós, editoras da série, confiantes no compromisso dos autores de cada um dos livros que a compõem, apresentamos,
com grande prazer e certa ousadia, a série Educação Física no Ensino Superior, compartilhando com Jorge Luis Borges1
(2002)  a  compreensão  de  que  “…um  livro  não  deve  revelar  as  coisas;  um  livro  deve,  simplesmente,  ajudar­nos  a
descobrilas.” (p. 15).
Seremos eternamente gratas ao Sr. Ramilson Almeida, agente  literário, pela forma atenciosa com que  tratou a série,
pela esperança e confiança em nós depositadas, bem como à Editora Guanabara Koogan por acreditar neste projeto.
Irene Conceição Andrade Rangel 
Suraya Cristina Darido
Alguns  anos  se  passaram  desde  a  1a  edição  de  Atletismo  |  Teoria  e  Prática  e,  com  eles,  novos  recordes  foram
incrivelmente superados. Por isso, em especial, decidi publicar uma nova edição, de modo que o leitor pudesse se inteirar,
de  forma  imediata,  das  alterações  que  ocorreram  no  universo  do  atletismo,  mesmo  tendo  que  estar  sempre  atento  à
necessidade de atualização dos dados aqui expostos.
Nesse  período,  também  ocorreram  perdas.  Perdemos Nelson  Prudêncio  em  2012,  que  apresentou  a  1a  edição  desta
obra, além de nos deixar memórias incríveis de sua atuação esportiva.
Entretanto,  esse  período  também  foi  extremamente  produtivo,  dando  origem  a  novos  trabalhos  e  reflexões,
sistematizados  em  textos  que  poderão  ser  consultados  pelo  leitor  por meio  das  referências  bibliográficas,  ao  final  deste
livro,  como Matthiesen  (2014a) e Matthiesen  (2014b), que complementam esta obra com sugestões de ações amplas em
torno do atletismo e dimensões dos conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal.
Àqueles que me propiciaram a possibilidade de ampliar horizontes, meus agradecimentos:
Aos  membros  do  Grupo  de  Estudos  Pedagógicos  e  Pesquisa  em  Atletismo  (GEPPA),  cujos  trabalhos  passam  a
incorporar  esta  2a  edição,  como  é  o  caso  de  Guy  Ginciene  e  Juliana  Cardoso  Daniel,  agradeço  pela  possibilidade  de
sistematização das ideias em tão curto prazo.
Aos  membros  do  GEPPA  que  ao  longo  de  todos  esses  anos  têm  se  dedicado  a  pesquisar,  ensinar  e  difundir  o
atletismo, meus agradecimentos por tornar todas essas ações possíveis.
Ao leitor, sugirouma consulta ao nosso site http://geppa2.wix.com/geppa, para que possa conhecer um pouco mais do
nosso trabalho no universo do atletismo.
Sara Quenzer Matthiesen
Quando recebi o convite da Professora Sara Quenzer Matthiesen para fazer a apresentação de seu livro Atletismo | Teoria e
Prática, aceitei de imediato, afinal tratava­se de uma obra sobre o atletismo. Somente quando me sentei para escrever estas
palavras foi que me dei conta da imprudência de assumir tal responsabilidade.
É útil evitar que palavras com conotação emocional confundam os raciocínios. No entanto, é imprescindível dizer que
a  autora  descreve  o  atletismo  como  “algo”  que  defende  e  no  qual  acredita,  oferecendo  sugestões  criativas  de  material
alternativo para a sua prática, incluindo informações atualizadas, dignificando nomes de atletas brasileiros, fazendo de seu
livro uma verdadeira enciclopédia.
A publicação está focada no planejamento didático­pedagógico de aulas de Educação Física cujo conteúdo refere­se às
provas do atletismo em suas ações fundamentais relacionadas à iniciação e às técnicas básicas. O objetivo da publicação é
apresentar uma série de conteúdos que possam servir de ajuda e orientação para as atividades que, acertadamente,  foram
denominadas  “atletismo  se  aprende  na  escola”;  que,  dessa  forma,  veio  preencher  uma  lacuna  na  literatura  existente  em
nosso meio.
Sendo assim, creio que este livro será útil e prático a todos aqueles que convivem no meio apaixonante e prazeroso do
atletismo.
Nelson Prudêncio (in memorian) 
Ex­docente da Universidade de São Carlos
O atletismo, apesar de ser considerado um dos conteúdos clássicos da Educação Física, ainda é pouco difundido no Brasil.
Infelizmente, não há grandes dificuldades para a constatação dessa  triste  realidade. Você quer ver? Pense em sua própria
trajetória  escolar  e  identifique  se  o  atletismo  esteve  presente  em  suas  aulas  de  Educação  Física  durante  os  ensinos
fundamental e médio. Melhor dizendo, durante suas aulas de Educação Física na escola, você aprendeu atletismo? Até seu
ingresso  no  ensino  superior,  qual  foi  o  seu  contato  com  o  atletismo?  Conheceu,  teórica  e  praticamente,  as  diferentes
possibilidades de corridas, saltos, arremessos e lançamentos?
Não  se  assuste  se  a  resposta  foi  “não”;  afinal,  essa  realidade,  infelizmente,  vem  se  repetindo  quando  a  mesma
pergunta é feita a universitários, em especial a graduandos do Curso de Educação Física da UNESP­Rio Claro. Para se ter
uma ideia, dos 56 alunos matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002 (27 do curso de Bacharelado e
29 do curso de Licenciatura em Educação Física), apenas 15 (27%) tiveram contato com o atletismo no período escolar que
antecedeu a Universidade, enquanto os 41 restantes (73%) não tiveram contato com essa modalidade esportiva no mesmo
período.1
Ainda  que  uma  leitura  da  pesquisa  original  deva  ser  feita,2  gostaríamos  de  ressaltar  que,  de  maneira  geral,  a
deficiência do ensino do atletismo no período escolar que antecede a Universidade revela que os alunos chegam ao ensino
superior  munidos  de  um  conhecimento  restrito  acerca  dessa  modalidade  esportiva,  restando­lhes  apenas  um  exíguo
conhecimento  televisivo, quase  sempre centrado em algumas poucas provas. Espero que,  com você,  esse processo  tenha
sido diferente!
Somado  à  discrepância  existente  entre  os  que  tiveram ou não  contato  com o  atletismo no período  escolar,  notou­se
que, mesmo entre aqueles, a maioria esteve em contato com corridas, sobretudo as de velocidade, ou saltos em distância e
em altura, em detrimento de tantas outras provas que compõem o atletismo. Observou­se, também, que a maior parte dos
alunos que tiveram contato com o atletismo estudou em escola particular, conquanto as condições de estrutura física e de
materiais  não  devam  ser  consideradas  como  um  impedimento  para  o  ensino  dessa  modalidade  esportiva,  passível  de
inúmeras adaptações.
Esse  é  um  exemplo  simples  que  retrata  a  deficiência  em  relação  ao  ensino  do  atletismo  no  ambiente  escolar,
repercutindo em um desconhecimento dessa modalidade esportiva ao se ingressar no ensino superior. Não sem propósito,
vale  a  pena  proceder  a  outros  aprofundamentos  e  novas  investigações  capazes  de  revelar  as  causas  substanciais  para
justificar, irrefutavelmente, as possibilidades de ensino do atletismo na escola.
Nesse  sentido,  observamos,  de  maneira  geral,  que  o  conhecimento  do  atletismo  não  é  apenas  restrito  no  campo
teórico, mas, sobretudo, no campo prático, que envolve a realização de movimentos propriamente ditos. Assim, do pouco
que se conhece dele, muito se confunde com a história particular de crianças – pobres, na maioria das vezes – que fazem da
marcha, das corridas, dos saltos, dos arremessos e dos lançamentos um meio para a sua sobrevivência e inserção social.
Além disso, o que se conhece do atletismo mistura­se muito com a história dos Jogos Olímpicos, afinal sempre fez
parte  de  sua  programação,  ainda  que  algumas  provas  tenham  sido  incorporadas mais  recentemente. Assim,  não  é  difícil
constatarmos que quase tudo o que se conhece sobre o atletismo está calcado em recordes, índices, marcas e competições –
sobretudo  internacionais  –,  que  deslumbram  e  emocionam  os  observadores mais  atentos  e  que  acompanham  as  breves,
escassas e esporádicas reportagens e informações veiculadas pela mídia brasileira.
É nesse  sentido  que,  no Brasil,  em  época  de  Jogos Olímpicos  –  portanto,  de  4  em 4  anos  –,  o  atletismo,  de mero
desconhecido da população, passa a divulgar nomes, provas, esforços físicos, conquistas e recordes, contando com o apoio
dos meios de comunicação de massa, sobretudo da  televisão, até mesmo em horários de grande audiência. É nesse curto
espaço de  tempo olímpico que grande parte da população brasileira entra em contato com as provas, os movimentos e as
glórias  do  atletismo,  capazes de  comover  todos  aqueles  que  acompanham o desempenho dos  atletas,  transformados pela
mídia em verdadeiros heróis. Todavia, será apenas esse o conhecimento a ser veiculado pelo atletismo?
Atletismo  |  Teoria  e  Prática,  agora  em  sua  2a  edição,  o  auxiliará  a  ver  que  não.  Pelo  contrário,  há  muito  a  ser
conhecido, há muito a ser ensinado. Enfim, há muito a se fazer pelo atletismo!
_____________
1O mais curioso é que este quadro praticamente não apresentou alterações ao  longo dos anos,  fato constatado sempre ao se  iniciar o semestre da
disciplina – agora denominada “Atletismo I” –, em especial, ao se discutir com os alunos sobre suas experiências anteriores no universo do atletismo.
2Sobre o  assunto ver: Matthiesen, S. Q. & Calvo, A. P. O  atletismo como conteúdo da Educação Física  escolar:  pesquisa  com universitários  da
UNESP­Rio Claro matriculados  na  disciplina  Fundamentos  do Atletismo.  In: CD­Rom do VII Congresso Estadual  Paulista  sobre  Formação  de
Educadores: teorias e práticas, imagens e projetos. Águas de Lindoia, 2003, p. 1396­1400.
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O Atletismo em Discussão | Campo Teórico
Partir do que se conhece
Atletismo | O que é isso?
Provas oficiais de atletismo (categoria: adulto) para efeito de recorde mundial
Um pouco da história
A pista de atletismo
Propostas para pesquisa complementar
Dimensões Educacionais do Atletismo | Aplicação em Diferentes Programas de Atividades Físicas
Atletismo | Onde praticar e para quê?
Atletismo se aprende na escola
Atletismo | Meio ou fim?
Propostas para pesquisa | Atividade complementar
O Atletismo em Discussão | Campo Prático
Sugestões para a elaboração das pistas
Marcha Atlética
Um pouco da história
Técnica básica de movimento
Algumas regras básicas
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
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Corridas
Introdução
Educativos de corrida
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
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Corridas rasas de velocidade
Um pouco da história
Algumas regras básicas
Técnica básica de movimento
Técnica básica de movimento da saída baixa
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
Propostas para pesquisa complementar
Corridas de meio­fundo e fundo
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Um pouco da história
Técnica básica de movimento
Algumas regras básicas
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
Propostas para pesquisa complementar
Corridas de revezamento
Um pouco da história
Técnica básica de movimento
Algumas regras básicas dos revezamentos
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
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Corridas com barreiras
Um pouco da história
Técnica básica de movimento
Algumas regras básicas
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
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Corridas com obstáculos (steeplechase)
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Saltos
Introdução
Salto em distância
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Salto triplo
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Salto em altura
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Salto com vara
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Lançamentos e Arremessos
Lançamento do dardo
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Lançamento do disco
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Lançamento do martelo
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Orientações e sugestões didático­pedagógicas
Propostas para pesquisa complementar
Arremesso do peso
Um pouco da história
Técnica básica de movimento
Algumas regras básicas
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
Propostas para pesquisa complementar
Provas Combinadas
Um pouco da história
Algumas regras básicas
Técnica básica de movimento
Orientações e sugestões didático­pedagógicas
Propostas para pesquisa complementar
Diferentes Possibilidades de Competições e Eventos
Propostas para pesquisa complementar
Atividades de Finalização e/ou de Sala de Aula
Propostas para pesquisa complementar
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Sugestões para Leitura
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Partіr do que se conhece
Este é o pressuposto básico para o ensino do atletismo em qualquer  idade! E vejam que estamos nos  referindo a  todo e
qualquer conhecimento inicial que o aluno, independentemente da faixa etária, possa ter. Ou seja, o conhecimento advindo
das poucas reportagens e competições veiculadas pela mídia escrita e/ou  televisiva; o conhecimento que porventura  tenha
sido  transmitido  em  aulas  regulares  de Educação Física;  a  experiência  registrada  durante  a  participação  em  competições
escolares etc. Portanto, para o início de um bom trabalho, sugere­se que o professor faça um levantamento daquilo que já é
conhecido pelos alunos, tendo em vista suas vivências anteriores.
Ao início do curso, por exemplo, o professor poderá utilizar estratégias que o orientem em relação ao conhecimento
prévio  dos  alunos  acerca  dessa modalidade  esportiva,  ao mesmo  tempo  que  tais  atividades  poderão  funcionar  como  um
“quebra­gelo”, passível de aplicação em sua primeira aula, favorecendo a interação entre aluno–professor e aluno–aluno.
ATIVIDADE | QUEBRA-GELO “ENTRE O SIM E O NÃO”
▶ Dinâmica. Os alunos deverão sentar­se, quando a resposta à pergunta do professor for “sim”, e ficar em pé, quando
a resposta à pergunta for “não”.
▶ Conteúdo. Consiste no seguinte:
O recordista dos 200 m rasos é Asafa Powell.
R: Não; é Usain Bolt, com 19´19.1 Os alunos deverão ficar em pé.
O lançamento do martelo é uma prova oficial do atletismo somente masculino.
R: Não; é uma prova masculina e feminina. Os alunos deverão ficar em pé.
O recorde dos 100 m rasos feminino é 10”49.
R: Sim; o recorde pertence a Florence Griffith­Joyner.1 Os alunos deverão sentar­se.
Oficialmente, a marcha atlética é somente praticada por homens.
R: Não; a marcha atlética é uma prova masculina e feminina. Os alunos deverão ficar em pé.
O salto triplo é uma prova masculina e feminina.
R: Sim. Os alunos deverão sentar­se.
Nelson Prudêncio, atleta brasileiro, foi recordista mundial do salto em distância.
R: Não; foi recordista do salto triplo, saltando 17,27 m nos Jogos Olímpicos do México, em 1968. Os alunos deverão
ficar em pé.
▶  Observação.  Realizada  na  primeira  aula  do  curso,  essa  atividade  pode  ser  o  ponto  inicial  para  uma  discussão
aprofundada  sobre  as  limitações  existentes  em  relação  ao  conhecimento  do  atletismo.  Ou  seja,  o  quanto  os  alunos
conhecem, teórica e praticamente, do atletismo quando ingressam na universidade.
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ATIVIDADE | QUEBRA-GELO “ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA”
▶ Dinâmica. Ao formarem duplas, os alunos deverão escolher como parceiro(a) um(a) colega com quem menos tenha
contato. Ao sinal do professor, cada aluno, separadamente, terá 1 minuto para relatar sobre o que conhece do atletismo. (p.
ex., se já praticou alguma prova; se já participou de alguma competição; se já treinou atletismo; se teve atletismo na escola;
se já leu algo sobre atletismo; se já assistiu a alguma competição etc.) Depois, cada aluno terá 30 segundos para relatar ao
grupo aquilo que seu parceiro conhece de atletismo.
▶  Observação.  Com  base  nessa  atividade,  tanto  o  professor  como  os  alunos  terão  uma  ideia  inicial  daquilo  que  o
grupo conhece de atletismo no momento inicial do curso.
ATIVIDADE | QUEBRA-GELO “ENTRE A IMAGEM E A REALIDADE”
▶  Dinâmica.  Os  alunos  deverão  formar  duas  equipes  e,  por  meio  da  análise  de  diferentes  imagens  (fotografias)
relacionadas com o atletismo mostradas pelo professor, terão 20 segundos para escrever as respostas correspondentes, que
serão corrigidas e pontuadas, uma a uma, na sequência.
▶  Conteúdo.  O  grau  de  complexidade  das  perguntas  poderá  ser  acentuado  de  acordo  com  o  grau  de  conhecimento
demonstrado pelos alunos. Sugestões:
Quem é este atleta?
Qual é a sua nacionalidade?
Qual é a prova que ele está fazendo?
Qual é o recorde mundial desta prova?
▶   Observação.  Cada  resposta  correta  deverá  ser  pontuada,  e  as  respostas  erradas  deverão  ser  corrigidas  pelo
professor.
ATIVIDADE | PARA EFEITO DE RECORDE MUNDIAL
▶ Dinâmica. Sentados em um grande círculo, os alunos receberão folhas com títulos relacionados com as modalidades
do atletismo, nas quais deverão registrar as provas oficiais que conhecem dentro de cada modalidade. Na primeira rodada,
os  alunos  escreverão  apenas  uma  prova  que  conhecem  dentro  de  cada  modalidade  do  atletismo.  Caso  não  conheçam
nenhuma, deverão aguardar o  tempo de 10  segundos  (o  tempo deverá  ser  cronometrado pelo professor)  e passar  a  folha
para o companheiro da direita. Na segunda rodada, os alunos lerão todas as provas que foram escritas pelos companheiros
e acrescentarão, caso existam, outras ainda não contempladas, mas oficiais na modalidade. Na  terceira  rodada, os alunos
serão divididos em seis grupos: corridas rasas e revezamentos; corridas com barreiras e com obstáculos; marcha atlética;
saltos;  arremessos;  lançamentos.  Eles  riscarão,  após  uma  pequena  discussão,  as  provas  que  não  considerarem  oficiais,
escrevendo­as individualmente em uma folha de papel. Na quartarodada, os grupos serão numerados de 1 a 6 e formarão
novos  grupos,  e  cada  um  deverá  ter  como  componente  um  representante  dos  grupos  1,  2,  3,  4,  5  e  6. Haverá  troca  de
informações sobre as provas oficiais dentro de cada modalidade, e o grupo elaborará uma lista única com todas as provas
oficiais  consideradas  para  efeito  de  recorde mundial.  Por  fim,  o  professor,  começando  pelas  provas  de  corridas  rasas  e
revezamentos, elaborará uma lista, na lousa, com as provas oficiais do atletismo a partir da contribuição de cada grupo.
▶ Observação. Com base nessa atividade, os alunos se familiarizarão com as provas oficiais existentes no campo do
atletismo, o que será fundamental para o desenvolvimento do curso.
ATIVIDADE | 100 ANOS DE GLÓRIA OLÍMPICA
▶  Dinâmica. Os alunos assistirão ao vídeo 100 Anos de Glória Olímpica  como ponto de partida para a discussão do
atletismo como elemento cultural. Para que melhor apreciem os relatos e imagens do atletismo presentes nesse importante
documentário, sugere­se que os alunos assistam à projeção tendo em mente os seguintes pontos:
Detalhes técnicos e materiais referentes às provas de atletismo.
Principais diferenças identificadas em relação ao atletismo atualmente.
•
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•
O atletismo é uma atividade natural ou construída?
Qual a relação existente entre a história do atletismo, a história dos Jogos Olímpicos e a história de cada modalidade no
campo do atletismo?
O atletismo como algo utilitário ou como atividade esportiva.
O papel do atletismo na formação do homem: na Grécia Antiga e na sociedade atual.
Aspectos que interferiram no desenvolvimento do atletismo: guerras, boicotes, doping etc.
▶  Observação. Com base  nessa  atividade,  os  alunos  terão  como  referência  a  ideia  de  que  o  atletismo  é  um esporte
construído  pelos  homens,  estando,  portanto,  em  constante  desenvolvimento,  sofrendo modificações  em  termos  técnicos,
táticos,  físicos,  normativos  etc.  Ou  seja,  não  é  um  esporte  composto  por  regras  estanques  e  rígidas,  mas  sofre
modificações já que se constitui em elemento próprio da cultura em geral, assim como da cultura esportiva em particular
(Publifolha).
Atletіsmo | O que é іsso?
Nem sempre definir  é um exercício muito  fácil, mas é  interessante que o  façamos desde  já de  forma a contribuir para a
organização dos conhecimentos.
Você já pensou o que significa atletismo? Será que as crianças, seus futuros alunos, sabem o que é isso?
É  nesse  sentido  que  sugerimos  a  realização  de  um  exercício  em  grupo  que  propiciará  a  exposição  de  diferentes
opiniões, a partir das quais forneceremos informações mais detalhadas a respeito da etimologia da palavra atletismo.
ATIVIDADE | JOGO DAS DEFINIÇÕES
▶ Dinâmica. Divida a turma em pequenos grupos e peça aos alunos que escrevam, com base na exposição individual de
ideias,  uma  definição  de  atletismo  em  uma  folha  de  papel.  Feito  isso,  e  antecedendo  a  discussão  das  definições  dos
diferentes grupos, solicite que cada grupo relacione as provas que consideram oficiais no campo do atletismo. Com base
nas definições dos alunos, monte um quadro com as principais ideias que surgiram em relação ao atletismo, explorando os
pontos em comum e as diferenças presentes em cada uma das definições para que, em seguida, possam ser  introduzidas
informações mais específicas.
Prosseguindo...  É  preciso  registrar  que  a  palavra  atletismo  vem  do  grego  ethos,  que  significa  “combate”,  sendo
nítidos  os  registros  históricos  de  atividades,  como  a  corrida,  o  salto  em  distância,  o  lançamento  do  disco  e  do  dardo,
desenvolvidas pelos gregos na Grécia antiga, ainda que com movimentos técnicos e normas específicas bastante diferentes
dos atuais.
Há,  entretanto,  os  que  o  consideram como  toda  e  qualquer  atividade  que  envolve  as  habilidades motoras  de  correr,
marchar,  saltar,  lançar e arremessar, mas devemos  ter certos cuidados com essa colocação. Primeiro, porque nem tudo o
que  envolve  essas  habilidades motoras  é,  necessária  e  exclusivamente,  algo  que  possa  ser  considerado  como  atletismo,
pois  há  caracterizações  normativas  e  técnicas  de movimentos  que  não  podem  ser  descartadas  quando  o  assunto  é  esse.
Assim, a habilidade motora correr deve ser considerada como atletismo quando: estiver situada no âmbito das provas de
velocidade,  de  meio­fundo  e  de  fundo,  oficiais  nessa  modalidade  esportiva;  especificar  o  tipo  de  saída  e  a  técnica  de
corrida que será utilizada na  realização dos movimentos etc. Portanto, o “correr” do atletismo não é um correr qualquer,
assim como o saltar, o arremessar e o lançar não podem ser considerados de uma forma descontextualizada, fora do campo
normativo e técnico que envolve o atletismo propriamente dito.
E veja: isso é mais importante do que parece! Essa definição é de suma importância para que se garanta o espaço do
atletismo no âmbito da cultura corporal. Ou seja, tal definição é necessária para que o atletismo garanta seu próprio espaço
e não seja confundido com preparação física de outras modalidades esportivas ou tomado como equivalente das atividades
de sobrevivência próprias dos homens na Antiguidade, que corriam atrás de suas presas, saltavam rios e troncos, atiravam
lanças  objetivando  a  caça, mas  que  não  estavam,  sem  sombra  de  dúvidas,  praticando  o  atletismo,  ainda  que  estivessem
presentes em suas atividades e habilidades motoras que hoje identificamos como próprias desse esporte.
Mas, pensando um pouco em termos da história do atletismo brasileiro, verificamos que essa é uma das modalidades
esportivas em que o Brasil conquistou um maior número de medalhas em termos de Jogos Olímpicos e Pan­Americanos.
Não sem razão, vários nomes do atletismo brasileiro subiram ao pódio nessas competições. Só para citar alguns exemplos,
pensemos na participação brasileira  durante os  Jogos Olímpicos. Com base nisso,  devemos  citar  os nomes de Adhemar
bruno
Realce
bruno
Realce
bruno
Realce
Ferreira da Silva, Nélson Prudêncio e João Carlos de Oliveira, no salto triplo; Joaquim Cruz, nos 800 m rasos; Vanderlei
Cordeiro  de  Lima,  na  maratona;  Maurren  Higa  Maggi  no  salto  em  distância  e  dos  velocistas  participantes  de  provas
individuais e/ou dos revezamentos, como Robson Caetano da Silva, Arnaldo de Oliveira, André Domingos da Silva, Edson
Luciano Ribeiro, Vicente Lenilson de Lima e Claudinei Quirino da Silva.
Bem,  mas  se  esses  são  alguns  dos  grandes  nomes  do  atletismo,  vejamos  como  a  Confederação  Brasileira  de
Atletismo  (CBAt),  que  segue  as  orientações  da  Associação  Internacional  das  Federações  de  Atletismo  (IAAF
[International  Association  of  Athletics  Federations])  define  essa  modalidade  esportiva:  “Provas  atléticas  de  pista  e  de
campo,  corridas  de  rua,  marcha  atlética,  corrida  através  do  campo  (cross  country)  e  corridas  em  montanha  e  trilhas”
(Confederação Brasileira de Atletismo, 2016, p. 3).
Mas, quais seriam as suas provas oficiais? Responderemos a essa questão pautando­nos na relação atual (2016)2 das
provas de atletismo existentes para efeito de recordes mundiais. Portanto, atenção: cada competição tem um programa de
provas  específico,  como  é  o  caso  dos  Jogos  Olímpicos,  cuja  programação  veremos mais  adiante.  Logo,  para  efeito  de
recorde mundial, as provas  relacionadas a seguir são consideradas nas categorias masculina e  feminina, e, quando forem
apenas de uma das categorias, serão assinaladas.
Provas ofіcіaіs de atletіsmo (categorіa: adulto) para efeіto de recorde mundіal3
As provas oficiais de atletismo, categoria adulto, para efeito de recorde mundial estão descritas nas Tabelas 1.1 a 1.5.
Além  dessas,  merecem  destaque  as  “corridas  de  rua”,  as  corridas  de  “cross­country”  e  “corridas  em  montanha  e
trilhas”, cujas características e distâncias serão mencionadas mais adiante.
Todavia,de competição para competição a programação modifica­se. Para  termos uma  ideia, vejamos na Tabela  1.6
quais as provas do atletismo que integram a programação dos Jogos Olímpicos atualmente (2016).4
Tabela 1.1 Marcha atlética.
Feminino Masculino
10.000 m 20.000 m e 20 km
20.000 m e 20 km* 30.000 m
50.000 m e 50 km 50.000 m e 50 km
*Km – provas de rua.
Tabela 1.2 Corridas rasas.
Velocidade Meio-fundo Fundo
100 m 800 m 3.000 m
5.000 m
1000 m 10.000 m, 10 km e 15 km
200 m 20.000 m e 20 km
1500 m 25.000 m e 25 km
30.000 m e 30 km
400 m 1 milha (1.605 m) 1 h
Meia maratona e maratona
2.000 m 100 km 
Revezamento em rua 
Revezamento Medley de longa distância
(1.200 m – 400 m – 800 m – 1.600 m – 4 ×
1.500 m)
Tabela 1.3 Corridas com obstáculos e barreiras.
Obstáculos Barreiras
Feminino Masculino
3.000 m 100 m 110 m
400 m 400 m
Tabela 1.4 Corridas de revezamento.
4 × 100 m 4 × 200 m 4 × 400 m 4 × 800 m 4 × 1.500 m
Tabela 1.5 Saltos, arremessos, lançamentos e provas combinadas.
Saltos Arremessos Lançamentos Provas combinadas
Salto em distância
Arremesso do peso
Lançamento do dardo
Heptatlo (F)*
Salto triplo
Lançamento do disco
Salto em altura Decatlo**
Salto com vara Lançamento do martelo
*F: feminino.
**De acordo com a IAAF, embora não integre a programação da maior parte das competições oficiais de atletismo, é possível
verificar a participação das mulheres na prova do decatlo feminino, inclusive com definição de recorde, conforme pode ser
constatado em: http://www.iaaf.org/records/by­category/world­records. Acesso em: 16 mai. 2016.
Tabela 1.6 Programa oficial das provas de atletismo em Jogos Olímpicos.
Marcha atlética
20 km (F e M) 50 km (M)
Corridas rasas
Velocidade Meio-fundo Fundo
100 m 800 m 5.000 m
200 m 10.000 m
400 m 1.500 m Maratona
Corridas com
Obstáculos Barreiras
3.000 m 100 m (F) 
110 m (M) 
400 m
Corridas de revezamento
4 × 100 m 4 × 400 m
•
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Saltos
Salto em distância Salto triplo Salto em altura Salto com vara
Arremesso
Arremesso do peso
Lançamentos
Lançamento do dardo Lançamento do disco Lançamento do martelo
Provas combinadas
Heptatlo (F) Decatlo (M)
M: masculino; F: feminino.
Um pouco da história
Das muitas datas e acontecimentos que envolvem o atletismo, destacaríamos como um conhecimento  introdutório os que
aparecem a seguir:
1910:  registro  das  primeiras  competições  de  atletismo  no  Brasil,  época  em  que  esse  esporte  estava  sob  a
responsabilidade da Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
1912: criação da International Amateur Athletic Federation (IAAF [Federação Internacional de Atletismo Amador]).
1914: filiação da CBD à IAAF.
1924: primeira participação oficial do atletismo brasileiro masculino em Olimpíadas – Jogos Olímpicos de Paris.
1929: realização do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, primeira competição de caráter nacional, cuja última
edição ocorreu em 1985.
1945:  realização  da  1a  Edição  do  Troféu  Brasil  de  Atletismo,  que,  atualmente,  corresponde  à  principal  competição
nacional  do  calendário  da CBAt  e  que,  desde  1986,  consagra  os  atletas  vencedores  como  “Campeões Brasileiros  de
Atletismo”.
1977: criação da CBAt, no Rio de Janeiro, em 02/12/1977, com exercício a partir de 01/01/1979, fazendo com que o
atletismo  se  separasse  da  CBD.  Transferida  para Manaus  em  1994,  a  CBAt  conta  com  27  federações  filiadas  (26
estaduais e uma do Distrito Federal).
2001: alteração do significado da sigla IAAF. De International Amateur Athletic Federation (Federação Internacional de
Atletismo  Amador),  passou  a  ser  definida  como  International  Association  of  Athletics  Federations  (Associação
Internacional das Federações de Atletismo).
Por fim, gostaríamos de salientar que, até 2016, quatro atletas brasileiros haviam estabelecido oito recordes mundiais,
ainda que todos já tenham sido superados: cinco recordes de Adhemar Ferreira da Silva; um recorde de Nelson Prudêncio e
um recorde de João Carlos de Oliveira, todos no salto triplo; na maratona, um recorde mundial com Ronaldo da Costa.
A pista de atletismo
Por  regra  e  definição,  a  pista  de  atletismo  deverá  ter  400 m medidos  em  sua  borda  interna.  Em  sua maioria,  as  pistas
dispõem de oito raias, ainda que haja pistas oficiais apenas com seis raias. A reta dos 100 m rasos, entretanto, poderá ter
nove raias, a exemplo da pista de atletismo utilizada nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000.
Dividida em setores diferentes, a pista de atletismo dispõe de espaço para a realização de provas de pista e provas de
campo. Dos vários modelos e disposições existentes, a Figura 1.1 ilustra os diferentes setores.
•
•
Figura 1.1 Setores da pista de atletismo. (Modificada de http://www.cbat.org.br/pistas/pista_oficial_cbat.pdf.)
Propostas para pesquіsa complementar
Individualmente ou em duplas, os alunos deverão pesquisar a origem e desenvolvimento histórico de cada uma das provas
do atletismo de modo a concentrarem maiores informações a respeito. Por exemplo:
Quando surgiu a saída baixa?
Qual foi o atleta que a utilizou pela primeira vez em uma competição oficial?
Individualmente ou em duplas, os alunos deverão coletar imagens em revistas e/ou livros sobre cada uma das provas
do atletismo de modo a comporem um banco de imagens útil ao desenvolvimento de várias atividades durante o curso. O
mesmo poderá ser feito utilizando­se imagens e/ou vídeos sobre o atletismo, disponibilizados na internet.
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1Informação atualizada até o momento da publicação deste livro. O professor deverá atualizar a informação quando o recorde for superado.
2A partir de 2016, observar se houve alteração em relação a esse particular.
3Fonte: http://www.iaaf.org/records/by­category/world­records. Acesso em: 18 mai. 2016. As provas não assinaladas são masculinas e femininas.
4A partir de 2016, observar se houve alguma alteração.
Atletіsmo | Onde pratіcar e para quê?
Não é preciso frisar o quanto o entusiasmo pela prática de atividades físicas tem sido crescente nos últimos tempos. Quer
por motivos voltados à promoção da saúde e do bem­estar, quer em prol de adequações à silhueta da moda, as pessoas têm
se dedicado à prática de atividades físicas das mais diversas.
Assim,  com  o  propósito  de  uma  prática  permanente,  incorporada  quase  que  como  um  hábito  diário  na  vida  do
indivíduo,  o  atletismo  poderia  integrar  diferentes  programas  de  atividade  física  quer  em  escolas,  quer  em  clubes,  para
citarmos  dois  locais  onde  poderia  ser  plenamente  desenvolvido.  Mas,  atenção:  não  estamos  nos  referindo  aqui  àquela
corrida esporádica ao final da tarde ou ao final de semana realizada por um público cada vez mais crescente. Falamos do
atletismo em si, enquanto modalidade esportiva composta por determinadas regras e movimentos específicos. Enfim, um
elemento cultural e, portanto, construído historicamente e que deve ser de acesso público.
Sem  querermos  restringir  as  possibilidades,  mas  esforçando­nos  para  realçar  a  importância  de  determinados
compromissos, verificamos que, na escola – e aqui falamos do ensino fundamental, do ensino médio e do ensino superior
–,  um  dos  principais  objetivos  é  a  transmissão  do  conhecimento  construído  historicamente,  enquanto,  nos  clubes,  os
objetivos  estariam  concentrados,  sobretudo,  na  participação  em  competições  esportivas,  quer  por meio  da  iniciação  nas
escolinhas de atletismo, quer em competições promovidas por diferentes entidades e federações. Ainda assim, o objetivo
norteador de ambos é – e deveria ser sempre – a educação, tendo em vista as relações humanas envolvidas.
Ora,  mas  qual  será  o  conteúdo  do  atletismo?  Poderíamos  dizer  que  desde  atividades  que  envolvam  as  habilidades
motoras  básicas,  como  correr,  marchar,  saltar,  arremessar  e  lançar,  até  as  provas  oficiais  propriamente  ditas,  cujos
desenvolvimentos  requerem  um  aprimoramento  das  capacidadesfísicas  básicas,  como:  velocidade,  resistência,  força,
agilidade etc., que compõem a Figura 2.1.
Figura  2.1  Fluxograma  das  características  do  atletismo.  *Sobre  o  assunto  ver:
www.cbat.org.br/atletismo/Norma12_cat_FaixasEtarias_oficiais.pdf. (Acesso em 06 set. 2016.)
Atletіsmo se aprende na escola1
Atletіsmo se aprende na escola1
A  afirmação  de  que  “atletismo  se  aprende  na  escola”  é,  no  mínimo,  provocante  quando  olhamos  a  realidade  atual  da
Educação  Física  nas  escolas  brasileiras.  Assim,  para  que  a  discussão  acerca  desse  particular  tenha  melhores  frutos,
façamos um exercício para evidenciar como isso se reflete na realidade escolar dos próprios alunos.
ATIVIDADE | EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
▶ Dinâmica. Divida a  turma em pequenos grupos e peça aos alunos que discutam, com base na vivência em aulas de
Educação Física que antecederam ao ingresso na Universidade, qual o contato que tiveram com o atletismo. Feito  isso, e
antecedendo  a  discussão  com um grupo maior,  solicite  que  enumerem  algumas  justificativas  que,  em uma  visão  inicial,
talvez revelem a não inclusão do atletismo como parte do conteúdo das aulas de Educação Física (p. ex., falta de material;
espaço  inadequado  etc.). Com base nas  colocações  dos  alunos, monte  um quadro  com as  principais  ideias  que  surgiram
como justificativas para o não ensino do atletismo no âmbito escolar. A partir delas, e com base no texto a seguir,  inicie
uma discussão sobre as dificuldades e possibilidades que envolvem o ensino do atletismo no âmbito escolar, analisando a
fragilidade das justificativas, as quais podem, a nosso ver, ser perfeitamente contornadas.
Atletismo se aprende na escola. Infelizmente – e é com muito pesar que dizemos isso –, essa afirmação é passível de
dúvidas,  já que, para o dissabor dos amantes desse esporte, entre as bolas que rolam soltas e repetições infinitas de uma
mesmice em termos de atividades, o atletismo está longe de ser visualizado nas quadras esportivas – quando elas existem
–, entre outros espaços destinados à realização das aulas de Educação Física nas escolas.
Diante desse quadro,  que,  de  tão gritante,  pode  ser  empiricamente  comprovado,  a  frase  colocada  inicialmente  como
uma afirmação impõe­se, em um segundo momento, de forma interrogativa: “Mas, atletismo se aprende na escola?”
A  dúbia  pontuação  provocada  por  essa  breve  frase  instiga­nos  à  realização  de  uma  dupla  análise,  tomando  como
referência a frase: “Atletismo se aprende na escola” como uma afirmação que, didaticamente, será considerada a princípio
como falsa – já que é possível adiantar que o “atletismo não se aprende na escola” – e verdadeira, valendo­nos de todos os
esforços para demonstrarmos que isso é possível.
Pois,  então,  convido você  a  fazer  um exercício de  reflexão. Pensando na Educação Física que você mesmo  teve no
curso  primário,  no  ginásio  e  no  colegial  (hoje,  ensino  fundamental  e  médio),  responda  rápido:  você  teve  atletismo  na
escola?
Ainda que os anos de Educação Física escolar  se distanciem 10, 20 ou mais anos de muitos de nós, nota­se, nesse
simples exercício de reflexão, que há quase um consenso que nos leva a ressaltar que a afirmação “Atletismo se aprende na
escola” é falsa.
Faço­lhe um segundo convite. Selecione algumas razões para justificar este fato bastante comum entre nós. Ou seja:
Por que você não teve atletismo na escola?
– Eu não tive atletismo na escola porque não havia uma pista para tal, diriam uns.
– Eu não tive atletismo na escola porque não havia material e implementos oficiais para a sua aprendizagem, diriam
outros.
– Eu não tive atletismo na escola porque meu professor não gostava de correr, enfatizaria um terceiro.
Se essas são suposições que poderão ser confirmadas e complementadas por você, outras, certamente, seriam ouvidas
se  voltássemos  no  tempo  e  perguntássemos  aos  nossos  professores  de  Educação  Física  do  saudoso  período  de  nossa
infância e adolescência:
– Por que você, como meu professor de Educação Física, não me ensinou esse esporte tão belo que é o atletismo?
Talvez ele simplesmente nos dissesse, sem hesitar:
– Ora, porque eu não o achava tão belo assim!
Tentando  analisar  cada  uma  das  justificativas  possíveis  para  amparar  o  não  ensino  do  atletismo  por  parte  dos
professores  de Educação Física  no  âmbito  escolar,  comecemos por  esta  que,  em última  instância,  refere­se  ao gosto, ao
desejo de ensinar o atletismo, o qual,  infelizmente, não é algo implícito à prática profissional de  todos aqueles formados
em Educação Física.
Vejam: o fato de estar ou não implícito à atividade do profissional de Educação Física já  incorre em falta grave. Ou
seja, não se trata de uma livre escolha do profissional dessa área que se julga no direito de ensinar apenas o que gosta ou o
que deseja, mas tem um compromisso com a transmissão do saber, com a transmissão da cultura.
•
•
No caso do professor de Educação Física, deve haver um compromisso com a  transmissão,  em especial, da cultura
corporal,  que  inclui,  entre  tantas  outras  coisas,  o  atletismo,  negligenciado  na maioria  das  vezes.  Portanto,  o gosto pelo
atletismo ou o desejo  de  ensiná­lo,  que  poderia  aparecer  como  justificativa  de  alguns,  não  se  justifica  se  pensarmos  no
compromisso, que assumimos como professores, com a transmissão do saber. Pelo contrário, sem delegar­lhe toda a culpa,
já  que  o  problema,  como  veremos,  é  bem mais  amplo,  fomos  privados,  em  nossos  anos  escolares,  do  contato  com  um
componente cultural, no caso o atletismo. Exagerando, mais uma vez:  imagine se o professor de Matemática não  tivesse
nos ensinado a somar; ou o professor de Português, as mazelas de nossa língua?
É possível dizermos que o atletismo é um capítulo quase sempre arrancado do livro de Educação Física, onde também
e igualmente deveriam estar presentes o voleibol, o futebol, o handebol, a ginástica, a capoeira, o basquetebol, entre tantos
outros conteúdos.
A situação é tão alarmante que, como vimos, é comum identificarmos um grande número de universitários tendo seu
primeiro contato com o atletismo no ensino superior. Isso não deveria ser algo incrível? Sim, deveria. Mas, infelizmente,
isso não  é um caso  isolado. E para  exagerar bem:  é na Universidade que  ele  aprenderá que o martelo  é um  implemento
totalmente diferente da ferramenta em si e que o disco não toca.
Mas  há  outro  problema  que  talvez  se  apresente  como  uma  segunda  justificativa  para  o  não  ensino  do  atletismo:  a
formação  do  profissional  de  Educação  Física.  Ou  seja,  corre­se  o  risco  de  que  nem  na  graduação  –  isto  é,  no  ensino
superior – ele o aprenda de fato, ou porque não seja obrigatório cursar a disciplina de Atletismo durante esse período de
formação profissional, ou porque há sérias deficiências no ensino dessa disciplina no âmbito da Universidade.
Aqui, seriam várias as infelizes consequências. Destaquemos algumas delas:
A possibilidade real de se formar em Educação Física sem ter tido nenhum contato com o atletismo, resultando em um
profissional  que  poderá,  quando  inserido  no  mercado  de  trabalho,  trabalhar  com  um  conteúdo  cuja  formação  foi
deficiente.
Ou, mesmo quando  esse  contato  com o  atletismo ocorreu  no  âmbito  universitário,  isso muitas  vezes  se  explica  pela
priorização de determinados conteúdos em detrimento de outros:  ensinam­se, por  exemplo,  as  corridas, os  saltos, os
arremessos, e deixam­se de lado os lançamentos e a marcha atlética.
Para,  além  disso,  a  forma  como  o  atletismo  é  ensinado  no  ensino  superior  é  também  fundamental  para  os
desdobramentos posteriores da prática profissional no âmbito escolar.
Ainda que mutante nos últimos  tempos, pode­se observar a égide de um ensino  tecnicista, que  se esquece de que o
atletismo,  na  escola,  tem  particularidades  próprias  e  que,  diante  do  tipofísico  dos  alunos  das  escolas,  sobretudo  da
periferia, e da carência de movimentos – e, portanto, de coordenação – de crianças que são cada vez mais aprisionadas à
paralisação própria dos videogames, acaba­se provocando um distanciamento sem limites entre os movimentos específicos
do atletismo e aquilo que as crianças conseguem fazer.
Mais do que isso, mas ainda pautados por uma visão muito técnica do ensino do atletismo, alguns se justificam:
– Eu não tenho colchões, então não tenho como ensinar o salto em altura!
– Eu não tenho martelo, disco nem dardo; como vou ensinar os lançamentos na escola?
Como  registro  de  uma  terceira  justificativa  para  o  não  ensino  do  atletismo  no  campo  escolar,  isto  é,  essa  falta  de
material adequado, surge uma quarta justificativa explícita em afirmações do tipo:
– Veja  só, a minha escola não  tem pista de atletismo. Tenho apenas uma quadra pequena e um campinho de  terra
batida, na melhor das hipóteses!
Pergunto a você: é certo que o espaço físico e o material oficial são determinantes para o ensino do atletismo? Sim e
não; tudo depende. Depende de tantas coisas. Depende, por exemplo – e, talvez, principalmente – do objetivo que se tem.
Depende, antes de tudo, da clareza do profissional em relação ao seu papel como transmissor da cultura no âmbito escolar.
Agora,  cabe  aqui  um  parêntese,  ou  melhor,  uma  delimitação  na  discussão  das  amplas  possibilidades  de
desenvolvimento  do  atletismo  no  âmbito  escolar.  Você  se  lembra  da  primeira  pergunta  que  lhe  foi  feita?  Isso  mesmo:
aquela que lhe questionava se havia ou não tido atletismo em aulas regulares de Educação Física em seus anos escolares.
Note bem: atletismo em aulas regulares de Educação Física. Esse é o ponto de destaque; essa é a nossa preocupação
no momento, ainda que as turmas de treinamento, as competições esportivas possam entusiasmá­lo.
Em se tratando de atletismo, tudo nos entusiasma. Mas a delimitação ocorre porque não há como deixar de frisar que
é nas aulas regulares de Educação Física que tudo começa. Começa o contato com o conhecimento, com a cultura corporal,
com  os movimentos  básicos,  com  os movimentos  específicos  do  atletismo,  responsáveis  pelo  gosto  e  pelo desejo,  que
poderão  já  estar  presentes  nas  próprias  aulas  de  Educação  Física,  mas,  certamente,  é  a  partir  delas  que  deveriam
transbordar os  interesses  infantis,  combatendo uma  sexta  e última  justificativa,  entre  tantas outras possíveis,  para o não
ensino do atletismo. Ou seja:
– Não ensino atletismo porque as crianças não se interessam... o que elas querem mesmo é  futebol! Não há dúvida
nenhuma,  pois,  afinal,  este  é  o  país  do  futebol,  não  é?  E  o  atletismo,  o  que  é  o  atletismo  para  uma  criança  em  idade
escolar? Simplesmente, não é! Pois ela nunca fez... e, exagerando, nunca viu.
Não é papel da escola difundir os conhecimentos? Não é o atletismo um componente cultural? Então, não é na escola
que a criança deveria conhecê­lo, ao menos inicialmente? Teoricamente, tudo parece tão óbvio, mas, na prática, observamos
que a coisa não é bem assim.
Bom, mas passemos da fragilidade dos argumentos que  justificam o não  ensino do atletismo,  fazendo da afirmação
“atletismo  se  aprende  na  escola”  algo  não  apenas  falso,  mas  quase  impossível,  a  uma  perspectiva  mais  otimista  –  e
certamente  real – de  torná­la verdadeira, ainda que  isso demande um esforço enorme de  todos, em especial de  todos nós
que gostamos de atletismo.
O ponto de partida é bastante  simples e assenta­se em frases de efeito ditas com grande entusiasmo no discurso de
qualquer profissional da área que, mesmo não trabalhando com isso, faz questão de dizer: que o atletismo é um esporte de
base para qualquer outro; que os movimentos do atletismo (correr, saltar,  lançar) são  inerentes ao acervo motor humano;
que o atletismo é um dos esportes mais antigos etc. etc. etc.
Quem  nunca  ouviu  tais  prerrogativas,  que  tornam  ainda  mais  incoerente  a  negligência  de  seu  ensino  em  aulas  de
Educação Física?
Ora, obviamente, nem tudo é um mar de rosas... As dificuldades certamente existem! É o aluno que não quer correr
se não tiver uma bola nos pés; é a escola que tem um espaço muito pequeno para as aulas de Educação Física, sobretudo
quando são 30, 40 ou mais alunos de uma só vez; é o material específico que não existe na escola; é a diretora que quer
isso e não aquilo; é o próprio conhecimento insuficiente acerca do atletismo que inibe muitos profissionais.
Apesar dessa lista restrita que acena para inúmeras outras possibilidades, é preciso dizer que o atletismo pode e deve
ser aprendido na escola, certo? E novamente: sim, não, tudo depende! Depende da disposição do profissional de encontrar
um local propício para o seu ensino, caso aquele de que dispõe não seja suficiente; depende da adequação do conteúdo às
suas  reais  possibilidades  de  ensino;  depende  se  terá  disposição  para  adequar  o  material  que  será  utilizado,  inclusive
confeccionando materiais alternativos que garantam um contato inicial com cada uma das provas; depende de haver ou não
clareza acerca dos objetivos e comprometimentos que envolvem o universo escolar, dentre os quais está a transmissão de
um saber que poderá ocorrer teórica ou praticamente e que poderia ser seriado de forma que, a cada ano escolar, houvesse
um conteúdo específico a ser ensinado, um nível determinado de aprofundamento em cada série escolar. Ninguém aprende
logaritmo  na  2a  série,  não  é  mesmo?  Se  na Matemática  é  assim,  por  que  a  Educação  Física,  em  particular  no  que  diz
respeito ao ensino do atletismo no âmbito escolar, não poderia ter uma organização como essa?
Para  além  da  posição  do  atletismo  como  um  conteúdo  clássico  da  Educação  Física,  diríamos,  em  uma  linguagem
comum, que ensinar atletismo é: simples, bom e barato. Portanto, se nós – que gostamos de atletismo – reconhecemos o
valor  que  lhe  é  inerente  e  suas possibilidades  reais  de  ensino,  devemos nos  articular  para  contribuir  para  a  sua difusão,
sobretudo no campo escolar.
O esforço,  entretanto,  é  conjunto. Por  isso estamos discutindo o assunto aqui,  para que  todos  reflitam e  colaborem
para a difusão dessa bela modalidade esportiva, contribuindo para que as defesas em torno das argumentações que fazem
da  nossa  certeza  de  que  “o  atletismo  se  aprende  na  escola”  algo  falso  e  distante  de  sua  própria  realidade  escolar  sejam
flexibilizadas.
Atletіsmo | Meіo ou fіm?
Responder a esta questão talvez seja mais difícil do que pareça. Alguém poderia responder que o atletismo deveria ser um
fim a ser almejado pelo profissional de Educação Física, enquanto outro responderia, sem hesitar, que ele é um meio pelo
qual  se  educa.  Na  verdade,  tudo  depende.  Diríamos,  portanto,  que  nem  tanto  um,  nem  tanto  outro,  já  que,  para  um
profissional de Educação Física, o atletismo deveria ser considerado um meio para educar a criança, ao mesmo tempo que
tem como objetivo – e, portanto, fim – a transmissão de um saber construído historicamente.
De  qualquer modo,  não  será  sem  esforços  que  todo  aquele  interessado  na  difusão  do  atletismo  se  deparará  com  a
difícil  tarefa de desmistificar, por meio de sua prática educativa, a  imagem transmitida pela mídia, que, aliás, poderá ser,
inicialmente, a única que muitos alunos têm ao ingressarem na graduação em Educação Física.
Simulacro de esporte para poucos e bem­dotados campeões, o atletismo pode ser considerado, a princípio, algo muito
distante  de nós. Assim,  ao  ingressar  em um curso de Educação Física  apenas  com uma  referência  televisiva de grandes
nomes,  marcas  e  movimentos  complexos  desse  esporte,  um  aluno  do  curso  de  Educação  Física  poderá  ter  a  falsa
impressão de que essa realidade está muito distante da sua.
Ainda que essa  seja a mais comum, existem outras possibilidadesde conhecimento dessa modalidade esportiva que
merecem ser revistas e conhecidas. Ou seja, para além dessa perspectiva competitiva e restrita a grandes eventos mundiais,
é preciso que se explore o lado educacional do atletismo, e ninguém melhor do que o profissional de Educação Física para
fazer isso, não é mesmo?
Se são vários os caminhos possíveis para o êxito nessa tarefa, o trabalho com crianças, a partir dos 7 anos, é um bom
começo para o ensino desse esporte, que envolve habilidades motoras por elas utilizadas cotidianamente.
Mas, de onde deverá partir o professor? Tendo em vista a negligência que envolve o ensino do atletismo no campo
escolar, quase sempre – e independentemente da idade – os alunos praticamente o desconhecem. Assim, tenham eles entre
7  e  9  anos,  10  e  12  anos  ou  13  e  15  anos,  o  percurso  traçado  para  o  ensino  dessa modalidade  esportiva  aos  alunos  no
âmbito escolar poderá ser inicialmente o mesmo, tendo em vista que o objetivo do trabalho deve ser introduzi­los em um
universo que ainda lhes é desconhecido: o universo do atletismo. Certamente, um bom caminho seria promover o ensino
do atletismo pautando­se, inicialmente, pela realização de jogos pré­desportivos envolvendo as habilidades motoras básicas
de marchar, correr, saltar, lançar e arremessar – principais nesse campo –, as quais procuraram traduzir, em uma linguagem
corporal, o significado do atletismo sem, contudo, perder a dimensão de sua especificidade técnica e normativa, que faz do
atletismo a modalidade esportiva que é.
Não  será  difícil  notar  os  resultados  inestimáveis  obtidos  por meio  dessa  iniciativa;  afinal,  tais  habilidades motoras
parecem próprias do mundo infantil, além de serem fortes aliadas no desenvolvimento dessa modalidade esportiva.
E  como  isso  poderia  ser  feito?  Pois  bem,  visando  a  introdução  das  crianças  nesse  universo  de  movimentos,  os
professores deveriam buscar, por meio de atividades recreativas que mesclam um conhecimento geral sobre as habilidades
motoras  e  um  conhecimento  específico  acerca  das  provas  oficiais,  aproximar  as  crianças  do  universo  do  atletismo,
levando­as  a  vivenciá­lo  por meio  do  próprio  corpo.  Ilustrando  esse  particular,  diríamos  que,  nas  corridas,  o  professor
poderia,  por  exemplo,  explorar  os  jogos de pega­pega,  as  estafetas  e  os  trabalhos  em grupo;  nos  saltos,  poderia  utilizar
atividades recreativas capazes de projetar o corpo ora horizontal, ora verticalmente; nos arremessos e lançamentos, poderia
desenvolver  jogos  pré­desportivos  que  envolvessem  materiais  com  texturas  e  formatos  diferenciados,  deixando  para
explorar as técnicas de movimentos específicos a partir dos 13, 15 anos (Matthiesen, 2005).
Assim, ao dedicar­se ao ensino do atletismo visando, mais do que qualquer outra coisa, despertar nas crianças o gosto
pelos movimentos  dessa modalidade  esportiva,  o  professor,  além  da  iniciação  e  aprendizagem  dos movimentos  básicos
dessa modalidade esportiva por meio de jogos pré­desportivos que exploram as habilidades motoras entre os 7 e 13 anos,
poderia criar uma base de conhecimentos capaz de sustentar um aprofundamento técnico mais específico a partir de então.
É por essa  razão que,  sem nos determos nas particularidades de cada  faixa etária, mas pensando em uma dimensão
ampla  de  ensino  do  atletismo,  partiremos  de  uma  introdução  a  essa  modalidade  esportiva  –  a  qual  poderá  ocorrer  a
qualquer momento – até o oferecimento de atividades mais específicas, sobretudo de ordem técnica – as quais poderão ser
implementadas a partir desse contato inicial com cada uma das modalidades do atletismo.
A  preocupação  básica  deste  texto  será,  portanto,  uma  introdução  geral  ao  ensino  do  atletismo  para  universitários,
tendo como pressuposto seu futuro  trabalho profissional. Nesse sentido, o  texto  terá uma dupla função,  isto é, procurará
traçar um percurso norteador de atividades que podem ser desenvolvidas tanto com universitários, futuros profissionais da
Educação Física, como com crianças em idade escolar.
Todavia, cabe um alerta: não faça destas sugestões meras receitas de êxito rápido, mas procure compreendê­las como
ideias  capazes  de  orientar  a  elaboração  e  prescrição  de  seus  próprios  exercícios  e  atividades  condizentes  com  o  espaço,
turma  e  objetivos  de  sua  própria  realidade  de  trabalho.  Assim,  tendo  em  vista  que  o  objetivo  deste  texto  é  motivar  o
profissional  de  Educação  Física  a  trabalhar  com  todas  as  provas  do  atletismo,  procuraremos  registrar  algumas  ideias  e
sugestões  para  orientá­lo  sem,  contudo,  fazer  disso  uma  camisa  de  força  capaz  de  aprisionar  suas  ideias  e  capacidade
criativa.
Propostas para pesquisa | Atividade complementar
ATIVIDADE
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Divididos em grupos, os alunos deverão refletir sobre os seguintes pontos, a partir da realidade de suas próprias aulas de
Educação Física no ensino fundamental e médio. Sugestão de temas para a discussão:
Você teve atletismo na escola?
Caso a resposta seja negativa, por que isso ocorreu?
Caso a resposta seja positiva, como isso ocorreu?
A característica da escola (pública ou particular) é determinante na  implementação de um programa de atletismo? Por
quê?
▶  Dinâmica.  Após  a  discussão,  cada  dupla  deverá  relatar,  por  escrito,  os  principais  pontos  discutidos.  Troca  de
experiências:  contato  entre  as duas duplas, de modo que os quatro  integrantes do grupo discorram sobre  as dificuldades
encontradas  para  o  ensino  do  atletismo,  seja  em  escolas  públicas  ou  particulares.  Formação  de  um  grande  grupo  para
discussão  das  dimensões  educacionais  do  atletismo  em  escolas  públicas  e  privadas  e  das  dificuldades  inerentes  à
implementação de um programa de atletismo dentro da escola.
ATIVIDADE
Com base nas discussões promovidas neste capítulo, o aluno deverá realizar um relatório a partir das seguintes sugestões:
Quais  os  elementos  que  você  considera  imprescindíveis  para  o  trabalho  com  o  atletismo  na  escola?  E  caso  essas
condições não existam?
Pense na escola em que você estudou e trace um plano inicial de trabalho com o atletismo em aulas de Educação Física.
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1Este texto corresponde à parte da exposição de Sara Quenzer Matthiesen durante sua participação na mesaredonda: “Atletismo se aprende na escola”,
realizada no dia 02/10/2003 durante o evento “Conversas com quem gosta de Atletismo II” na UNESP­Rio Claro.
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Após uma introdução teórica, que poderá ocorrer a partir de um primeiro levantamento acerca do que os alunos conhecem
do  atletismo,  o  próximo  passo  será  levá­los  até  a  pista. No  local,  o  professor,  além  de  procurar  observar  o  que  eles  já
conhecem,  poderá,  em  um  primeiro  momento,  organizar  uma  atividade  que  os  familiarize  com  o  espaço  em  que  irão
trabalhar durante todo o curso.
Adaptada ao espaço físico da pista de atletismo e ao conhecimento específico dessa modalidade esportiva, a “caça ao
tesouro” é uma atividade que poderá provocar ótimos resultados.
ATIVIDADE 1 | CAÇA AO TESOURO
▶  Dinâmica.  Oito  ou  mais  pistas  (charadas)  serão  colocadas  em  diferentes  pontos  da  pista  para  que  os  alunos  de
equipes diferentes, ao  tentarem decifrá­las, consigam descobrir onde está o “tesouro”. Este, por sua vez, deverá ser algo
que esteja diretamente relacionado com o atletismo, como, por exemplo: a fotografia de um atleta; uma tabela dos recordes
mundiais etc. Divididos em duas equipes, os alunos receberão a primeira pista (diferentes entre si) das mãos do professor.
Considerando que a primeira pista levará à segunda, e assim sucessivamente, a última pista levará diretamente ao tesouro.
A ideia é que os alunos corram juntos, de mãos dadas, pelo espaço, em busca da próxima pista e, consequentemente, do
tesouro. A última pista deverá ser comum paraas duas equipes (Matthiesen, 2005).
Sugestões para a elaboração das pistas
Equipe 1:
Pista 1: são várias as saídas, mas a chegada é sempre a mesma.
R: Linha de chegada – colocar a pista 2 nesse local.
Pista 2: arremesso, só de...
R: Peso – colocar a pista 3.
Pista 3: eu não toco música, mas estou no setor do...
R: Disco – colocar a pista 4.
Pista 4: se você for correr a prova de 200 m rasos, a saída é aqui.
R: Saída dos 200 m rasos – colocar a pista 5.
Pista 5: tesoura é o nome de um de meus estilos.
R: Salto em altura – colocar a pista 6.
Pista 6: não uso pregos, mas aqui se utiliza o martelo.
R: Setor do lançamento do martelo – colocar a pista 7.
Pista 7: daqui, até o final da reta, os atletas correm 110 m com barreiras.
R: Saída dos 110 m com barreiras – colocar a pista 8.
Pista 8: Nelson Prudêncio foi um grande atleta brasileiro nessa prova.
R: Salto triplo – colocar a pista 9.
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Pista 9: estou tão distante quanto a areia do deserto.
R: Salto em distância – colocar o tesouro.
Equipe 2:
Pista 1: em 1994, Sergey Bubka superou o recorde mundial dessa prova saltando 6,14 m.
R: Salto com vara – colocar a pista 2.
Pista 2: eu não toco música, mas estou no setor do...
R: Disco – colocar a pista 3.
Pista 3: Adhemar Ferreira da Silva foi recordista mundial nessa prova.
R: Salto triplo – colocar a pista 4.
Pista 4: se você for correr a prova de 1.500 m, a saída é aqui.
R: Saída dos 1.500 m rasos – colocar a pista 5.
Pista 5: o implemento utilizado aqui parece uma flecha, mas não é.
R: Lançamento do dardo – colocar a pista 6.
Pista 6: daqui até o final da reta, os atletas correm 100 m rasos.
R: Saída dos 100 m rasos – colocar a pista 7.
Pista 7: não são para dormir, mas os colchões são utilizados aqui.
R: Salto em altura – colocar a pista 8.
Pista 8: daqui para a frente, o atleta terá 10 barreiras para transpor.
R: Saída dos 110 m com barreiras – colocar a pista 9.
Pista 9: estou tão distante quanto a areia do deserto.
R: Salto em distância – colocar o tesouro.
Um pouco da hіstórіa
Atualmente desenvolvida por homens e mulheres, a marcha atlética, inicialmente realizada apenas pelo sexo masculino, foi
introduzida  nos  Jogos Olímpicos  de  Londres,  em  1908,  nas  distâncias  de  3.500 m  e  10 milhas.  Contudo,  não  é  difícil
evidenciar as inúmeras mudanças que ocorreram em termos da programação nessas competições.
Nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, por exemplo, apenas a prova de 10 milhas foi realizada, enquanto, em
1920,  na Antuérpia,  foram  incluídas  duas  outras  provas:  3  e  20  km,  ainda  que,  em 1924,  em Paris,  tenha  sido mantida
apenas a prova de 10 km. Tantas foram as irregularidades que, nos Jogos Olímpicos seguintes, em Amsterdã, em 1928, a
marcha atlética foi eliminada da programação olímpica, sendo reintroduzida apenas em 1932 por meio da prova masculina
de 50 km. Mais tarde, em 1948, foram introduzidas as provas de 10 e 20 km, e, em 1952, as provas masculinas passaram
a ser de 20 e 50 km.
No feminino, a marcha atlética passou a integrar a programação do Campeonato Mundial da IAAF apenas em 1991,
por meio da prova de 10 km. Esta, por sua vez, passou a integrar a programação olímpica a partir dos Jogos Olímpicos de
Barcelona,  em 1992. Em 1999,  as mulheres  passaram  a  disputar  a  prova  de  20  km de marcha  atlética,  a  qual  ainda  faz
parte  das  provas  oficiais  do  atletismo  feminino,  inclusive  olímpicas  (Tabelas  4.1  a  4.3),  sendo  que,  a  partir  de  31  de
dezembro de 2015, as provas de 50.000 m e 50 km passaram a ser consideradas para efeito de recorde mundial.
Tabela 4.1 Provas oficiais para efeito de recorde mundial.
Masculino Feminino
Pista
20.000 m 10.000 m
30.000 m 20.000 m
50.000 m 50.000 m
Rua
20 km 20 km
30 km 50 km
50 km
Tabela 4.2 Provas de marcha atlética.
Categoria Idade Prova Sexo
Sub-14 12 e 13 anos 2.000 m Ambos
Sub-16 14 e 15 anos 5.000 m Masculino
3.000 m Feminino
Sub-18 16 e 17 anos 10.000 m Masculino
5.000 m Feminino
Sub-20 16 a 19 anos 10.000 m Ambos
Sub-23 16 a 22 anos 20.000 m Ambos
Adultos Acima de 16 anos 20.000 m Ambos
50.000 m Masculino
Tabela 4.3 Recordes mundiais e olímpicos da marcha atlética.
Ano de referência: 2016 Prova: 10.000 m – pista
Recorde mundial Feminino 41’56”23 – Nadezhda Ryashkina – 24/07/1990
  Prova: 20.000 m – pista
Recorde mundial Masculino 1:17’25”6 – Bernardo Segura – 07/05/1994
Feminino 1:26’52”3 – Olimpíada Ivanova – 06/09/2001
  Prova: 20 km – rua
Recorde mundial Masculino 1:16’36” – Yusuke Suzuki – 15/03/2015
Feminino 1:24’38” – Hong Liu – 06/06/2015
Recorde olímpico Masculino 1:18’46” – Ding Chen – Londres – 04/08/2012
Feminino 1:25’02” – Elena Lashmanova – Londres – 11/08/2012
  Prova: 30.000 m – pista
Recorde mundial Masculino 2:01’44”1 – Maurizio Damilano – 03/10/1992
  Prova: 50.000 m – pista
Recorde mundial Masculino 3:35’27”2 – Yohann Dinniz – 12/03/2011
  Prova: 50 km – rua
Recorde mundial Masculino 3:32’33” – Yohann Diniz – 15/08/2014
Recorde olímpico Masculino 3:36’53” – Jared Tallent – Londres – 11/08/2012
Alterações de recordes
Recordes Prova/sexo Tempo – Atleta – Local – Data do recorde
Mundiais    
   
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Olímpicos    
   
   
Técnіca básіca de movіmento
“A marcha atlética é uma progressão de passos, executados de tal modo que o atleta mantenha um contato contínuo com o
solo, não podendo ocorrer (a olho nu) a perda do contato com o mesmo. A perna que avança deve estar reta (ou seja, não
flexionada  no  joelho)  desde  o  momento  do  primeiro  contato  com  o  solo,  até  a  posição  ereta  vertical”  (Confederação
Brasileira de Atletismo, 2016, p. 105).
Com base na Figura 4.1 é possível observarmos alguns detalhes técnicos em relação aos seguintes pontos:
Membros superiores: os braços devem estar flexionados a 90°, movimentados no sentido anteroposterior e de acordo
com  o  ritmo  e  amplitude  da  passada,  que  impulsiona  o  marchador  para  frente.  Assim,  quanto  mais  veloz  for  o
deslocamento do marchador, mais veloz será a movimentação dos membros superiores.
Tronco:  ligeiramente  inclinado  à  frente,  o  tronco  deverá  acompanhar,  de maneira  oposta,  os movimentos  do  quadril,
sem que haja uma rotação exagerada.
Membros  inferiores:  são duas as  fases de apoio observadas na marcha atlética:  a denominada  fase de apoio  simples,
caracterizada pelo contato do calcanhar no solo, pela “estabilização”, quando toda a planta do pé está apoiada no solo, e
pela  “impulsão”,  realizada  a  partir  da  ponta  do  pé,  descrevendo,  de maneira  geral,  o movimento  de  rolamento  do pé
sobre  o  solo;  e  a  denominada  fase  de  duplo  apoio,  caracterizada  pelo  contato  da  ponta  do  pé  posterior  no  solo,
finalizando a impulsão, enquanto o pé dianteiro realiza o contato pelo calcanhar, iniciando o “ataque”. Observa­se que
ambos os pés  tocam o solo, de  forma que o movimento oscilatório provocado pela perna,  isto é, o momento em que
esta “ataca” o solo, deve ser realizado bem próximo dele, de modo que não provoque a “flutuação” (ou “fase aérea”),
inerente à corrida, e passível de desqualificação na marcha atlética.
A  fim  de  evitar  movimentos  desnecessários,  orienta­se  que  o  pé  dianteiro  alinhe­se  ao  pé  de  apoio.  A  Tabela  4.4
mostra as correções de alguns erros comuns na marcha atlética.
Figura 4.1 Detalhe da marcha atlética. (Modificada de Barros & Dezem, 1978, p. 90.)
Tabela 4.4 Correção dos erros mais comuns na marcha atlética.
Erros Correções
Perda de contato com o solo ou “�utuação”, provocando a fase aérea proibida
na marcha atlética
Realizar o movimento de forma mais lenta, dando ênfase aos movimentos do
quadril, em boa sincronia com os ombros, para garantir que isso não aconteça
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Insu�ciente movimentação de membros superiores Segurar um bastão em cada uma das mãos e exagerar o movimento dos
braços, aumentando a amplitude e frequência da passada
Flexão do(s) membro(s) inferior(es) ou “desbloqueio” Realizaro movimento de forma lenta, com passadas curtas, no plano e em
leve aclive, de modo que o marchador possa sentir a total extensão das 
articulações dos joelhos
Movimento do quadril para os lados Andar sobre uma linha reta, com um colega monitorando o movimento do
quadril com dois bastões colocados na lateral da pelve do marchador
Excessiva projeção do tronco Marchar segurando um bastão atrás do corpo com os braços posicionados a
90o
Algumas regras básіcas
Por regra, obrigatoriamente:
A progressão de passos deve provocar uma manutenção contínua do contato com o solo, ou seja, o pé que avança deve
tocar o solo antes que o pé posterior deixe o terreno.
A perna que avança deverá estar estendida, de modo que não haja flexão do joelho, do primeiro contato com o solo até
a posição ereta vertical.
A saída ocorre nos mesmos moldes das provas de longa distância, ou seja: saída alta e sob a voz de comando: “às suas
marcas” e tiro de largada.
O competidor pode ser advertido por cada árbitro uma única vez; quando, na opinião de três árbitros, o movimento não
se encaixar na definição da marcha, o atleta será desqualificado.
Espaço para anotações referentes às alterações nas regras a partir de 2016:
Orіentações e sugestões dіdátіco-pedagógіcas
Ainda  que  os  livros  de  atletismo  deem  pouca  atenção  à  aprendizagem  da marcha  atlética  e  os  professores  de  Educação
Física  pareçam  ignorá­la  como  um  movimento  passível  de  ser  realizado  durante  as  suas  aulas,  não  é  difícil  elaborar
exercícios voltados à sua aprendizagem.
Sem maiores dificuldades, o professor poderá partir de atividades que envolvam o andar, o andar mais rápido, até a
inserção de especificidades  técnicas que  levem seu aluno ao desenvolvimento da marcha propriamente dita. Mais do que
isso,  é  fundamental  que  o  aluno  identifique,  na  realização  do  movimento,  as  diferenças  entre  andar,  marchar  e  correr
(lentamente e em velocidade), observando os diferentes tipos de apoio e ritmos provenientes de cada situação.
Ainda que oficialmente seja uma prova de fundo, sugere­se, na aprendizagem, que se inicie com atividades curtas, que
explorem o andar  rápido até que  se  atinja os movimentos específicos da marcha atlética. Nesse  sentido, nada melhor do
que as habilidades motoras básicas de andar, marchar e correr, sequenciadas dessa forma, para se observar:
A diferença de ritmo na realização do deslocamento.
A intensidade do movimento.
A frequência e a amplitude da passada.
A existência ou não da fase aérea durante o deslocamento.
Além disso, é preciso estar atento às especificidades da marcha atlética, cujos movimentos são envoltos por regras e
técnicas antes descritas, além de outras particularidades que devem ser destacadas.
ATIVIDADE | DO ANDAR AO MARCHAR
▶  Dinâmica.  Alunos  dispostos  na  quadra  individualmente,  andar  observando  o  apoio  dos  pés  no  solo.  Andar  mais
rápido  e  observar  as  alterações  provocadas  no  próprio  corpo  tendo  em  vista  o  aumento  do  ritmo,  discutindo­as  com  o
professor, que questionará pausadamente: – Qual é a posição dos pés (pernas, quadril,  tronco, braços e cabeça) quando
andamos (marchamos, corremos) lentamente (ou rapidamente)? (Figura 4.2).
Figura 4.2 Atividade “do andar ao marchar”.
ATIVIDADE | SEGUINDO O RITMO
▶  Dinâmica. Alunos dispostos na quadra  individualmente deverão andar seguindo as palmas consecutivas  (toques no
pandeiro ou apitos) realizadas pelo professor (Figura 4.3).
Figura 4.3 Atividade “seguindo o ritmo”.
ATIVIDADE | NA PASSARELA
▶   Dinâmica.  Alunos  dispostos  em  colunas,  formando  quatro  equipes.  Ao  sinal  do  professor,  deverão  iniciar  o
deslocamento da marcha atlética sobre uma linha reta (traçada com giz ou corda) no solo. Vence a equipe cujos integrantes
chegarem primeiro  ao  lado oposto,  sem que  tenham  realizado,  em nenhum momento,  a  “fase  aérea”  (Matthiesen, 2005).
(Figura 4.4).
Figura 4.4 Atividade “na passarela”.
ATIVIDADE | MARCHANDO EM DUPLAS
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▶ Dinâmica. Alunos dispostos em duplas; um deles será o número 1, enquanto o outro será o número 2. Realizando o
movimento da marcha atlética lentamente, lado a lado, um deles deverá fugir ao sinal do professor, que dirá “1” ou “2”. O
número  dito  pelo  professor  fugirá  realizando  o movimento  da marcha  atlética  o mais  rápido  possível  para  que  não  seja
pego  pelo  outro,  que  também  marchará.  Após  pequena  pausa  para  a  recuperação,  reiniciar  a  atividade  em  ritmo  lento
(Figura 4.5).
Figura 4.5 Atividade “marchando em duplas”.
ATIVIDADE | PEGA-PEGA MARCHANDO
▶ Dinâmica. Alunos dispostos no centro da quadra de basquetebol. Ao sinal, deverão deslocar­se por meio da marcha
atlética até uma das extremidades da quadra sem serem pegos pelo pegador, que poderá realizar a corrida. Haverá troca do
pegador quando o objetivo do exercício for atingido (Figura 4.6).
Figura 4.6 Atividade “pega­pega marchando”.
Propostas para pesquіsa complementar
Quem são os atuais recordistas brasileiros da marcha atlética (masculina e feminina)?
Quais as principais capacidades físicas necessárias para o desenvolvimento de marchadores?
Leitura das regras oficiais completas da marcha atlética.
Localização de vídeos na internet de competições de marcha atlética.
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Іntrodução
Neste capítulo, serão vários os tipos de corridas a serem destacados, pois, afinal, há várias formas e ritmos de realizá­las
dentro do atletismo. Há, também, diferentes tipos de classificação das corridas. Podemos, por exemplo, dividi­las:
De acordo com a forma:
Corridas rasas de velocidade.
Corridas de revezamento.
Corridas com barreiras.
Corridas com obstáculos (steeplechase).
De acordo com o tempo de desenvolvimento e solicitação energética:
Corridas de velocidade.
Corridas de meio­fundo.
Corridas de fundo.
Antes, porém, de nos determos nas especificidades de cada uma dessas divisões, faremos referência aos movimentos
básicos  e  orientadores  no  desenvolvimento  das  corridas  de maneira  geral.  Ou  seja,  nos  referiremos  aos  “educativos  de
corrida” ou aos “exercícios coordenativos”, como preferem alguns.
Educatіvos de corrіda
São  vários  os  exercícios  que  podem  ser  utilizados  na  aprendizagem  e  aprimoramento  da  técnica  da  corrida,  ainda  que
possam também ser utilizados por atletas da marcha atlética, dos saltos, dos arremessos e lançamentos. Na verdade, esses
exercícios, cuja nomenclatura é, em geral, oriunda da língua inglesa ou alemã, são utilizados em diferentes momentos do
trabalho  ou  de  uma  sessão  de  treinamento.  Podem,  por  exemplo,  ser  utilizados  no  aquecimento,  como  uma  forma  de  o
atleta se preparar para o treinamento em si, ou podem ser utilizados como exercícios específicos dentro da parte técnica do
treinamento propriamente dito.
Dentre os educativos de corrida ou exercícios coordenativos, destacamos os seguintes:
Dribbling: deslocamento bem curto com base em um molejo apoiando­se os pés alternadamente ora na ponta, ora na
planta,  com  ligeira  flexão  dos  joelhos.  Os  membros  superiores  seguirão  o  movimento  da  corrida,  priorizando­se  a
frequência na execução.
Skipping: deslocamento com base na elevação alternada dos joelhos até a altura do quadril, mantendo o tronco ereto e
os membros superiores no sentido anteroposterior, de acordo com o movimento da corrida, priorizando­se a frequência
e a coordenação dos movimentos (Figura 5.1).
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Figura 5.1 Skipping.
Anfersen: deslocamento com base na flexão alternada dos membros inferiores de modo que os calcanhares toquem os
glúteos, mantendo  o  tronco  ligeiramente  inclinado  para  frente  e  os membros  superiores  de  acordo  com  a  técnica  da
corrida, priorizando­se a frequência e a coordenação dos movimentos (Figura 5.2).
Figura 5.2 Anfersen.
Variação  1:  dribbling  +  skipping.  A  cada  três  movimentos  de  dribbling,  elevar  um  dos  joelhos  de  acordo  com  o
movimento do skipping.
Variação

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