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SUPERESTRUTURA VIÁRIA PUC Minas – Unidade Barreiro Engenharia Civil Prof. Eng. Raphael Santos Distribuição de Pressões na via permanente O conjunto de elementos que constituem a via permanente possibilita a transferência das cargas provenientes da passagem dos veículos para a fundação. Cada um dos elementos absorve parte das tensões que nele chegam, transmitindo tensões menores para a camada seguinte. Distribuição de Pressões na via permanente Distribuição de Pressões na via permanente No exemplo dado, para a carga de 100 kN por roda, obtém-se tensões entre o trilho e a placa de apoio de aproximadamente 3,0 MPa. Na interface placa de apoio e dormente, como a área de contato é maior, as tensões serão menores com valores de aproximadamente 1,2 MPa. Entre os dormentes e o lastro, a tensão cai para 0,3 MPa. E, finalmente, na fundação chegam tensões da ordem de 0,05 MPa. Esforços Longitudinais Os esforços longitudinais são causados essencialmente por forças decorrentes da variação da temperatura, do caminhamento da via, da aceleração e da frenagem dos veículos. Esforços Longitudinais A magnitude desses esforços não influencia o desempenho da via a não ser em algumas pontes e obras de arte (ALIAS, 1984). Esforços Transversais Os trilhos são submetidos a esforços secundários de torção devido à excentricidade de aplicação de carga e à existência de uma folga entre o friso das rodas e o trilho (ALIAS,1984). Esforços Transversais Os esforços transversais resultantes de forças aplicadas no sentido longitudinal dos dormentes são, principalmente, causados por: Forças centrífugas não compensadas geradas pela existência de uma curva; Ação de ventos laterais; Forças de origem térmica; Contato entre friso e trilho em curvas; Componentes dinâmicos devido a irregularidades da via. Esforços Transversais Apesar de apresentarem menores intensidades que as forças verticais, as forças transversais são importantes, pois o lastro é menos rígido e menos resistente no sentido transversal (ALSHAER, 2005). Esforços Transversais Além disso, a razão entre os valores dos esforços transversal (T) e os esforços verticais (V), detalhado a seguir, é um fator importante para a análise da estabilidade do veículo quanto ao descarrilamento. Esforços Verticais As cargas verticais impostas à via pela passagem de veículos podem ser separadas em estáticas e dinâmicas. As cargas estáticas resultam, principalmente, do peso dos vagões, obtidos pela soma da tara do veículo e do material transportado. Esforços Verticais As cargas dinâmicas são causadas tanto por propriedades da via, como a presença de irregularidades geométricas ou variações de rigidez, quanto pelas características de rolagem no contato roda/trilho, como a existência de irregularidades nos trilhos, nas rodas e por descontinuidades nas junções de trilhos. DISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS DISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS As rodas impõem uma força vertical nos trilhos que faz com que as seções imediatamente abaixo da roda se desloquem para baixo, tracionando a parte inferior do trilho. No entanto, seções do trilho localizadas a certa distância do ponto de aplicação de carga tendem a se deslocar no sentido oposto, tracionando a parte superior do trilho. Manutenção ferroviária Manutenção ferroviária O direcionamento da manutenção ferroviária é fator determinante no aumento da produtividade do transporte ferroviário em geral. Manutenção ferroviária Através da realização das inspeções de via permanente é possível mapear os trechos críticos e direcionar as prioridades de manutenção, de modo a causar sempre o menor impacto à circulação dos trens. Manutenção ferroviária Com o aumento da previsibilidade dos serviços a serem realizados, o planejamento das manutenções é facilitado e o número de interferências na linha férrea diminui, o que favorece o planejamento das operações logísticas. Manutenção ferroviária Manutenção ferroviária Para a realização de manutenção é necessário determinar o quanto seus componentes estão gastos e qual o limite ideal para sua substituição ou reparo. Para isso é preciso verificar cada quilômetro das estradas de ferro a fim de identificar áreas que necessitam manutenção e/ou reparo. Manutenção ferroviária Devido a extensão do trechos e ao provável índice de falha gerado pela inspeção a olho humano, a inspeção de vias permanentes, nos dias atuais, é realizada em sua maioria através de carros controle, que desempenham essa função com muito mais agilidade, precisão e segurança. Manutenção ferroviária Manutenção ferroviária - Defeitos No plano horizontal: Diferenças na bitola Afrouxamento da fixação Deslocamento transversal das tangentes Deslocamento das curvas Arrastamento dos trilhos Deslocamento dos dormentes Manutenção ferroviária - Defeitos No plano vertical: Desnivelamentos na plataforma Desnivelamentos nos trilhos (Laqueados, arriados) Desnivelamentos nas juntas dos trilhos Defeito na superelevação Manutenção ferroviária - Defeitos Outros defeitos: Desgaste ou fratura das talas de junção Desgaste dos parafusos nas talas – Perda da rosca Desgaste ou fratura dos trilhos Defeito nos AMV (Aparelho de Mudança de Via) Colmatagem do lastro Manutenção ferroviária - Defeitos Outros defeitos: Afrouxamento dos parafusos das juntas Modificação na inclinação correta dos trilhos Alargamento dos furos do dormente Crescimento de mato na faixa da linha Apodrecimento dos dormentes Defeitos de drenagem Entupimento ou destruição das valetas de escoamento Manutenção ferroviária Conservação eventual: Reparação dos defeitos à medida que vão aparecendo. Conservação racional da via ou metódica: É aquele em que se obedece a uma programação dos serviços e a um controle rigoroso de produtividade e custo. Manutenção ferroviária Objetivos: Manter a linha em boas condições técnicas Manter o alinhamento e nivelamento Manter a plataforma estável e bem drenada Manter o lastro limpo Manter constante vigilância contra acidentes Manutenção ferroviária – Principais serviços 1) Limpeza da faixa: limpeza da vegetação na plataforma da via férrea. Pode ser manual, mecânica ou química. 2) Retificação da bitola: Modificação do traçado para reduzir o número de suas curvas ou aumentar seus raios de curvatura. Manutenção ferroviária – Principais serviços 3) Substituição dos dormentes: Retirada dos dormentes que não atendem as condições necessárias para a trafegabilidade. 4) Reforço da fixação: Material ou peça que se coloca em determinadas partes para aumentar a resistência da fixação. Manutenção ferroviária – Principais serviços 5) Nivelamento da linha: Colocação ou reposição da superfície de rolamento da via na devida posição em perfil. 6) Nivelamento das juntas: Colocação das juntas no mesmo plano da fila dos trilhos. Manutenção ferroviária – Principais serviços 7) Construção de valetas: Vala de pequena seção que coleta e escoa águas superficiais na plataforma. 8) Limpeza e recomposição do lastro: Remoção do lastro da via, eliminação das partículas causadoras da obstrução da drenagem (colmatação) com auxílio de equipamentos mecânicos e reposição de lastro na via. Manutenção ferroviária – Principais serviços 9) Substituição dos trilhos gastos ou defeituosos: Retirada dos trilhos que não atendem as condições necessárias para a trafegabilidade. 10) Reparação das cercas de vedação da faixa: Manutençãorealizada para garantir o bom estado da cerca, principalmente em áreas urbanas. Manutenção ferroviária – Principais serviços 11) Reparação dos AMV: Manutenção dos aparelhos de mudança de via, realizados em conjunto entre a equipe de via permanente e a equipe de sinalização. 12) Reparação, limpeza e pintura das obras de arte (bueiros, pontes, pontilhões) Manutenção ferroviária – Principais serviços 13) Limpeza das valas, valetas 14) Aperto e lubrificação das juntas 15) Inspeção da linha Dimensionamento de lastro ferroviário Dimensionamento de lastro ferroviário Material para o lastro: – Massa específica ≥ 2700 Kg/m³ – Abrasão Los Angeles ≤ 35% – Granulometria: Dimensões entre 2 e 6 cm – Resistência à ruptura: 700 kg/cm² – Substâncias nocivas: a quantidade de substâncias nocivas e torrões de argila não deve ultrapassar 1% Dimensionamento de lastro ferroviário Altura do Lastro (cálculo baseado nos estudos de Talbot): • Diagrama de distribuição de pressões no lastro • Bulbo de distribuição de pressões • As percentagens representam a pressão média na face inferior do dormente em contato com o lastro Dimensionamento de lastro ferroviário Dimensionamento de lastro ferroviário Altura do Lastro: – P0 = pressão média na face inferior do dormente (Kg/cm²) – Ph = pressão a uma profundidade qualquer (Kg/cm²) Dimensionamento de lastro ferroviário Dimensionamento de lastro ferroviário Altura do Lastro – Segundo Talbot • Ph = pressão a uma profundidade h (Kg/cm2) • Po = pressão média na face inferior do dormente (Kg/cm2) • h = altura do lastro (cm) h ≥ 25 cm Dimensionamento de lastro ferroviário Determinação de P0 • Pc = carga a ser considerada sobre o dormente • b = largura do dormente (cm) • c = faixa de socaria (cm) - varia de 70 a 80 cm para bitola métrica e de 80 a 90 cm, para bitola larga Dimensionamento de lastro ferroviário Pr - peso da roda mais pesada Cd - Coeficiente Dinâmico d - distância entre eixos da locomotiva a - distância entre centros dos dormentes V - velocidade em km/hcomo Cd - mínimo de 1,4 Dimensionamento de lastro ferroviário Ps - pressão de ruptura do sublastro cs - coeficiente de segurança que varia entre 5 e 6 Ph - pressão a uma profundidade h (Kg/cm²) Ṗ - tensão admissível no sublastro (Kg/cm²) Tensão admissível no sublastro Dimensionamento de lastro ferroviário Exemplo do cálculo da altura do lastro Dimensionar a altura do lastro sabendo-se os seguintes dados: Peso por eixo - 20 toneladas Dimensão dos dormentes - 2,00 x 0,20 x 0,16 Coeficiente dinâmico ou coeficiente de impacto - 1,4 Faixa de socaria - 70 cm Distância entre eixos da locomotiva - 2,20 m Taxa de dormentação (dormente/km) - 1750 und/km CBR do sublastro - 20% Dimensionamento de lastro ferroviário Solução 1) a = distância entre o centro dos dormente = 1000/1750 = 0,57 2) n = distância entre eixo / a n = 2,20 / 0,57 = 3,86 3) Pr - peso da roda mais pesada (20 x 1000 kg) / 2 = 10000 kg Pc = (10000/3,86) x 1,4 = 3627 kg Dica: 20 ton/eixo, cada eixo 2 rodas, cada ton = 1000kg Dimensionamento de lastro ferroviário Solução 4) b - largura do dormente c - faixa de socaria Po = 3627 kg / (20 cm x 70 cm) = 2,591 kg/cm² 5) ps = (70 x 20) / 100 = 14 kg/cm² Dimensionamento de lastro ferroviário Solução 6) Ph = 14 / 5,5 = 2,55 kg/cm² 7) Ph = (53,87 / h 1,25) . Po 2,55 = (53,87 / h1,25) . 2,591 h = 24,7 = 25 cm Dimensionamento de lastro ferroviário Outra Solução (pelo gráfico) Depois do passo 4, com os valores de Ph e Po pode-se calcular K% K% = (2,55 / 2,591) x 100 = 98,4% Entrando no gráfico vê-se que a altura é de aprox. 25 cm. Obs: é usual, na prática, adotar uma altura nunca inferior a 25 cm Dimensionamento de lastro ferroviário Metodologia para dimensionamento da camada de lastro 1. Definir os parâmetros básicos: – bitola; – espaçamento entre dormentes; – carga total máxima por veículo; – afastamento entre duas rodas consecutivas; – velocidade operacional; 2. Determinar a carga dinâmica (Cd); 3. Determinar a pressão sob a face inferior do dormente (Po); 4. Determinar pressão admissível (Ps) para do material do sublastro; 5. Determinar a altura da camada de lastro; 6. Fazer os cálculos para a camada de sublastro para verificar se a resistência de ruptura da plataforma suporta a carga. Exercício 1 Dimensionar a altura do lastro sabendo-se os seguintes dados: Peso por eixo - 10 toneladas Dimensão dos dormentes - 2,00 x 0,22 x 0,16 Coeficiente dinâmico ou coeficiente de impacto - 1,4 Faixa de socaria - 80 cm Distância entre eixos da locomotiva - 2,20 m Taxa de dormentação (dormente/km) - 1800 und/km CBR do sublastro - 20% Exercício 2 Dimensionar a altura do lastro sabendo-se os seguintes dados: Peso por eixo - 10 toneladas Dimensão dos dormentes - 2,00 x 0,20 x 0,16 Coeficiente dinâmico ou coeficiente de impacto - 1,6 Faixa de socaria - 80 cm Distância entre eixos da locomotiva - 2,20 m Taxa de dormentação (dormente/km) - 1800 und/km CBR do sublastro - 30% Exercício 3 Dimensionar a altura do lastro sabendo-se os seguintes dados: Peso por eixo - 20 toneladas Dimensão dos dormentes - 2,00 x 0,20 x 0,16 Coeficiente dinâmico ou coeficiente de impacto - 1,6 Faixa de socaria - 70 cm Distância entre eixos da locomotiva - 2,20 m Taxa de dormentação (dormente/km) - 1500 und/km CBR do sublastro - 20%
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