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Obras de Terra e Contenções 1 - Obras de terra e contenções na engenharia. Parâmetros geotécnicos. Tensões no solo. Obras de terra. Contenções. Uma colaboração de: Profa. Dra. Rosele Lima Prof. Dr. Guillermo Ruperto Martín Cortés ENGENHARIA CIVIL Obras de terra e contenções na engenharia Definição de “Obras de Terra”, pelo Prof. Faiçal Massad: Uma Obra de Terra pode ser entendida como uma “estrutura” construída com solo ou blocos de rocha, isto é, na qual o solo e a rocha são os materiais de construção. 2 Obras de terra e contenções na engenharia Como visto em aula anterior, os temas a tratar são: ▪ Taludes – conceitos, tipos. ▪ Movimentos de massa – classificação, analises. ▪ Estabilidade de taludes – condições e fatores de segurança, analise matemática. ▪ Estabilização e reparo de taludes – sistemas de contenção e drenagem. ▪ Dimensionamento de estruturas de contenção – cálculos. ▪ Conceitos de empuxo do solo – tensões horizontais ▪ Mecânica dos solos – conceitos básicos, pesos de camadas, empuxos, etc. 3 Obras de terra e contenções na engenharia As obras de terra podem ser as barragens de terra e de enrocamento, compactação de aterros, aterros sobre solos moles e tratamento de fundações de barragem. 4 Obras de terra e contenções na engenharia 5 Obras de terra e contenções na engenharia 6 Obras de Terra e Contenções na Engenharia 7 Obras de terra e contenções na engenharia PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DAS BARRAGENS DE REJEITOS: Á MONTANTE À JUSANTE E DE LINHA CENTRAL DE ALTEAMENTO 8 Obras de terra e contenções na engenharia ❖Para poder projetar, desenvolver e construir as denominadas obras de terra, o Engenheiro Civil se baseia em: ❖Geotecnia : Ramo da ciência que lida com a interferência de obras de infraestrutura, de qualquer natureza, com a sua fundação, seja ela em solo ou rocha. A mesma engloba três ciências: ➢Geologia de Engenharia ➢Mecânica dos Solos ➢Mecânica das Rochas 9 Obras de terra e contenções na engenharia GEOLOGIA DE ENGENHARIA No campo das Geociências, a especialização que enfoca as relações biunívocas entre o homem e o meio físico geológico recebeu a denominação de Geologia de Engenharia. (Engineering Geology, Géologie de l’Ingénier, Ingeniería Geológica) (ABGE) Ao longo dos anos desde que esta área nasceu, os conceitos e as denominações veem se modificando. Inicialmente denominada Geologia Aplicada, passou a ser denominada Geologia de Engenharia e hoje é conhecida como Geologia de Engenharia e Ambiental (GEA). 10 Obras de terra e contenções na engenharia GEOLOGIA DE ENGENHARIA (Continuação) “GEA é a ciência dedicada à investigação, estudo e solução de problemas de Engenharia e do Meio Ambiente decorrentes da interação entre a geologia e outras ciências correlatas e os trabalhos e atividades humanas” (Estatutos da ABGE, 2013) 11 Obras de terra e contenções na engenharia Mecânica dos Solos A Mecânica dos Solos, estuda o comportamento dos solos ante o avanço das obras civis como quando tensões são aplicadas, caso das fundações, ou aliviadas, no caso de escavações, ou perante o escoamento de água nos vazios. 12 Obras de terra e contenções na engenharia Mecânica dos Solos (Continuação) Também poderíamos dizer que Mecânica dos Solos é uma disciplina da engenharia civil que procura prever o comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a solicitações provocadas, por exemplo, por obras de engenharia. Por isso a Mecânica dos Solos é a Ciência da Engenharia, na qual o engenheiro civil se baseia para desenvolver seus projetos. 13 Obras de terra e contenções na engenharia • No desenvolvimento da construção civil, alguns científicos contribuíram para estabelecer as bases do que hoje é conhecida como a Mecânica dos Solos. • Gautier (1660 – 1773) iniciou estudos do solo de encostas naturais (determinação do ângulos de repouso de grãos e a determinação inicial dos conceitos de muro de arrimo e das pressões laterais. 14 Obras de terra e contenções na engenharia Coulomb, em 1773, publicou o trabalho intitulado: • “Ensaio sobre a aplicação das regras dos máximos e mínimos a alguns problemas de estática relacionados com a Arquitetura”. 15 Obras de terra e contenções na engenharia Já no século XIX: • William John Macquorn Rankine (1820-1872) publicou seu Manual de Mecânica Aplicada (1858) contribuindo ao estudo da resistência dos materiais e a teoria estrutural. • Algumas adições podem ser encontradas em seu Manual de Engenharia Civil (1862). 16 Obras de terra e contenções na engenharia Na Dinâmica dos Fluidos e na Hidrologia, a lei de Darcy é uma equação que descreve o fluxo de um fluido através de um meio poroso. A lei foi formulada por Henry Darcy baseado nos resultados de ensaios realizados por ele sobre o fluxo de água através de leitos de areia e foi publicada em 1856. Constitui também a base científica da permeabilidade de fluidos utilizados em ciências da terra. 17 Obras de terra e contenções na engenharia • Karl Terzaghi, eng. civil experiente, é conhecido internacionalmente como o fundador da Mecânica dos Solos. • Em 1936, Terzaghi demonstrou que não se podiam aplicar aos solos leis teóricas de uso corrente em projetos que envolviam materiais mais bem definidos, como o concreto e o aço. 18 Obras de terra e contenções na engenharia • A Física e a Química do mundo dos coloides se integram na determinação das propriedades e comportamento dos solos junto com a Geologia o que determina o tratamento correto dos problemas relacionados com a determinação das características e propriedades das fundações. 19 Obras de terra e contenções na engenharia Os solos estão constituídos por conjuntos de partículas com fluidos: água (ou outro líquido) e ar ocupando os espaços intermediários denominados poros e fissuras ou fraturas. As partículas dos solos, de maneira geral, encontram-se livres para se deslocar entre si. As vezes, pequena cimentação pode ocorrer entre elas, mas em grau extremamente mais baixo ou fraco, do que nos cristais de uma rocha ou de um metal, ou nos agregados de um concreto. 20 Obras de terra e contenções na engenharia Mecânica das Rochas • “Mecânica de rochas é a ciência aplicada e teórica que estuda o comportamento mecânico das rochas e massas rochosas; é um braço da mecânica relacionado com as respostas das rochas e maciços rochosos aos campos de força do seu ambiente físico” US National Committee of Rock Mechanics (1974) 21 Obras de terra e contenções na engenharia Aplicações da mecânica das rochas Comportamento mecânico das rochas quando submetidos a esforços em ensaios (especialmente de compressão simples e triaxial) Mecanismos de deformação dos maciços rochosos Critérios de ruptura Estabilidade de aberturas subterrâneas e projetos de revestimento e reforço do maciço rochoso Mecanismos de movimento da crosta terrestre (tensões) Estabilidade de taludes rochosos Energia de fragmentação 22 Obras de terra e contenções na engenharia Alguns Exemplos dessas Aplicações Caracterização geomecânica (ensaios) Classificação geomecânica (maciço rochoso) Abertura de túneis Estabilidade de taludes Projeto de revestimento em túneis Suporte de teto em minas de carvão Armazenamento em cavernas Instrumentação para monitoramento de tensões e deformações em túneis e taludes 23 Obras de terra e contenções na engenharia Geomecânica: É o estudo do comportamento mecânico do solo e das rochas. Divide-se em duas disciplinasprincipais: a mecânica dos solos e mecânica das rochas. A primeira lida com o comportamento do solo desde uma escala pequena até à escala de um deslizamento de terra. A segunda lida com temas relacionados com a caracterização de massas rochosas e mecânica de massas rochosas, como a construção de túneis e perfuração de rocha. 24 Obras de terra e contenções na engenharia 25 Ensaios geomecânicos. Obras de terra e contenções na engenharia 26 Classificação Geomecânica Obras de terra e contenções na engenharia 27 Escavação de Túneis Obras de terra e contenções na engenharia 28 Suporte de teto em mineração Obras de terra e contenções na engenharia • Para o geólogo/geotécnico, engenheiro de fundação, muito mais importante do que a identificação da rocha como material componente da crosta, é o conhecimento das suas “propriedades tecnológicas” e do comportamento do maciço rochoso “in situ”, com suas “separações geológicas” que podem ser diaclases, falhas, superfícies de estratificação ou descontinuidades de maneira geral. 29 Obras de terra e contenções na engenharia • Maciço rochoso • O conceito de maciço rochoso confunde-se com o conceito de rocha: “rocha é o material sólido constituinte da crosta”. • Assim o maciço rochoso ou massa rochosa inclui também, além do tipo litológico, todas as suas descontinuidades, tais como sistemas de diáclases, plano de acamamento, xistosidade e falhas. 30 Obras de terra e contenções na engenharia • Material rochoso. • E o material constituinte dos blocos de rochas, delimitados pelas descontinuidades dos maciços rochosos. • Desprende-se daí, que o material rochoso inclui como propriedades físicas e mecânicas a densidade, porosidade, coesão, dureza, resistência mecânica, modulo de ruptura e forma de ruptura 31 Obras de terra e contenções na engenharia • Rocha intacta. Porção da massa rochosa livre de descontinuidades, sobre a qual se verificam as propriedades de resistência mecânica do material rochoso. • Não confundir com a definição de rocha sã que é o oposto de rocha alterada. 32 Obras de terra e contenções na Engenharia EMPUXO DO SOLO. Empuxo de terra, deve ser entendido como a ação produzida pelo maciço terroso sobre as obras com ele em contato. Conceito fundamental na análise e projeto de obras como muros de arrimo, obras de contenções, cortinas em estacas pranchas, cortinas atirantadas, escoramentos de escavações em geral, construções em subsolos, encontros de pontes, e outras situações similares. 33 Obras de terra e contenções na engenharia Talude Denomina-se de talude qualquer terreno inclinado que esteja limitando um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha. Os taludes podem ser naturais ou artificiais e também são conhecidos como barranco, morro e encosta. 34 Obras de terra e contenções na engenharia Taludes naturais são os formados pela natureza, seja pela ação geológica ou pela ação da intempérie (chuva, sol, vento, etc.). Sua estrutura está intimamente ligada ao histórico de tensões sofridas, erosão, tectonismo, intemperismo, etc. Taludes são considerados artificiais quando construídos pela ação humana. As Figuras 1 e 2 ilustram estes conceitos. E a Figura 3 apresenta as formas existentes de taludes. 35 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 1. Taludes naturais. Figura 2. Taludes artificiais. 36 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 3. Formas de taludes (Chorley, 1984). 37 Obras de terra e contenções na engenharia O talude consta de: crista (parte mais alta), pé (a mais baixa). A altura do talude (H) é a diferença de cota entre a crista e o pé. Figura 4. Denominação das partes de um talude e caminho da água no solo. 38 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 5. Esquema que apresenta as partes do talude 39 Obras de terra e contenções na engenharia NBR-11682 ESTABILIDADE DE TALUDES: PROCEDIMENTOS PRELIMINARES OBRIGATÓRIOS DE PROJETOS DE ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS E/OU OBRAS DE ENGENHARIA EM REGIÕES DE ENCOSTAS. Levantamento de informações disponíveis Dados relativos à topografia, geologia, camadas do solo (sondagem) e informações sobre ocupações, cursos de água, ocorrência de deslizamentos e demais características que possam auxiliar na elaboração do projeto. Assim como, consultas de mapas de riscos junto aos órgãos públicos e estudos disponíveis. 40 Obras de terra e contenções na engenharia NBR-11682 ESTABILIDADE DE TALUDES (Continuação) Verificação das restrições legais e ambientais e interferências com edificações presentes, inclusive presença de cabos ou dutos ou outros elementos enterrados. Vistoria da área por engenheiro geotécnico ou geólogo. Emissão de Laudo de Vistoria (Anexo A) com informações sobre o local, tipo de vegetação, drenagem, relevo, grau de risco, etc. Sendo obrigatório o registro fotográfico e indicações de pontos importantes em um croqui do local. 41 Obras de terra e contenções na engenharia NBR-11682 ESTABILIDADE DE TALUDES (Continuação) Avaliação da implantação de medidas emergenciais. O Laudo de Vistoria servirá de base para esta avaliação, sendo possível a execução de drenagem, escoramentos, remoção de sobrecarga, revestimento superficial com lona, evacuação, etc. 42 Obras de terra e contenções na engenharia Movimento de terra a) Terraplenagem Terraplenagem é o termo usado para um conjunto de operações que envolve escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de transformar um terreno em seu estado natural para uma nova conformação topográfica desejada. 43 Obras de terra e contenções na engenharia O movimento de terra deve ser precedido pela preparação do terreno. As etapas da preparação do terreno são as seguintes: Desmatamento – retirada da vegetação de grande porte. Destocamento – retirada dos tocos ou restos de árvores. (Figura 6) Limpeza – retirada da vegetação rasteira. Remoção da camada vegetal – camada com presença significativa de matéria orgânica, não serve para reaterro. Esta camada é uma camada que será descartada, por isto este volume de material não pode ser considerado no reaproveitamento do material de corte. 44 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 6. Destocamento com auxilio de máquina. 45 Obras de terra e contenções na engenharia O movimento de terra básico quando se trata de edificações, refere- se a operações de corte, aterro ou mista. Conforme ilustrado nas Figuras de 7 a 9. Em alguns casos são necessárias outras operações, tais como a troca de solo e a execução de valas e trincheiras (dimensão maior). 46 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 7. Corte. Onde há retirada de material. 47 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 8. Aterro. 48 Obras de terra e contenções na engenharia Aterro é a área que se enche, com material de boa qualidade. Pode-se usar material retirado do corte ou buscar em área de empréstimo. Utiliza-se para realizar o nivelamento do terreno ou elevar determinadas áreas conforme o projeto de implantação. 49 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 9. Seção Mista. 50 Obras de terra e contenções na engenharia Os aterros devem ser realizados acompanhados dos serviços de compactação. Para pequenas áreas a compactação é feita com auxílio de equipamentos. Exemplo na Figura 10. 51 Figura 10 - Sapo mecânico para compactação do solo. Obras de terra e contenções na engenharia Serviços que deverão preceder a escavação,caso haja necessidade de contenção de edificações vizinhas (com perfis metálicos ou paredes diafragmas): Sondagem do terreno – fornece informações sobre a camada do solo, nível de água. Cota de fundo da escavação – definição da cota final da escavação. Níveis da vizinhança – verificação de estruturas de contenção na vizinhança, para determinação da cota de partida para início dos taludes periféricos. Projeto do canteiro – compatibilização com os serviços de movimento de terra a serem realizados no canteiro. 52 Obras de terra e contenções na engenharia Tipos de movimentação do solo. Segundo a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE, 1998), a execução de cortes nos maciços pode condicionar movimentos de massa ou, mais especificamente, escorregamento de taludes, desde que as tensões cisalhantes ultrapassem a resistência ao cisalhamento dos materiais, ao longo de determinadas superfícies de ruptura. Os taludes provenientes da má execução de aterros podem também levar ao movimento de massas de solos. A Tabela 1 apresenta os principais tipos de movimentos de massa em encostas. 53 Obras de terra e contenções na engenharia 54 Obras de terra e contenções na engenharia Rastejo - é caracterizado por escorregamentos lentos onde a causa está relacionada a efeitos causados pela variação de temperatura e umidade. Pode ser observado na superfície, devido à inclinação de árvores, postes, fraturamento da superfície do solo e de pavimentos, além do estufamento de porções do solo (Figuras 11 e 12). Os rastejos são bons indicadores da ocorrência eminente de escorregamentos. 55 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 11. Movimento de massa por rastejo. 56 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 12. Solo em perfil e foto mostrando a inclinação das árvores, postes, etc. (Rastejo) 22/02/2019 57 Obras de terra e contenções na engenharia Escorregamentos Dentre os processos de movimentos de massa, os mais frequentes na região sudeste do Brasil e principalmente na Serra do Mar, são os escorregamentos. O termo escorregamento tem diversos sinônimos de uso mais generalizado na linguagem popular como deslizamento, queda de barreira, desbarrancamento, os quais equivalem ao “landslide” da língua inglesa. 58 Obras de terra e contenções na engenharia Escorregamentos são movimentos rápidos, de porções de terrenos (solos e rochas), com volumes definidos, deslocando-se sob ação da gravidade, para baixo e para fora do talude ou da vertente (Figura 13). 59 Figura 13. 1. Desenho esquemático de um escorregamento, com a indicação dos elementos que o constituem. Fonte: ABNT. 2. Corrida de lama, com a indicação dos elementos que o constituem. Fonte: Skinner & Porter (2003). Obras de terra e contenções na engenharia Em termos gerais, o escorregamento ocorre quando a relação entre a resistência ao cisalhamento do material e a tensão de cisalhamento na superfície potencial de movimentação decresce até atingir uma unidade, no momento do escorregamento (Guidicini & Nieble, 1984). Ou seja, no momento em que a força gravitacional vence o atrito interno das partículas, responsável pela estabilidade, a massa de solo movimenta-se encosta abaixo. Normalmente, a infiltração de água no maciço de solo provoca a diminuição ou perda total do atrito entre as partículas. Quando o solo atinge o estado de saturação com perda total do atrito entre as partículas, em processo conhecido como solifluxão, passa a se mobilizar encosta abaixo, formando os movimentos de escoamento do tipo corridas. 60 Obras de terra e contenções na engenharia Evolução de escorregamento para corrida: Uma das causas mais importantes que levam à perda de coesão e consequente ruptura de um material de encosta é a presença de água. E é fácil entender a razão disso. Quem já construiu um castelo de areia na praia sabe que, quando seca, a areia é instável e difícil de moldar. Quando umedecida, no entanto, a força de atração capilar entre os grãos e os poros cheios de água torna a areia passível de ser moldada. Se, no entanto, for acrescentado excesso de água, a areia fica saturada e perde a coesão. Torna- se fluida. 61 Obras de terra e contenções na engenharia Tipos de superfície de ruptura: De acordo com Guidicine e Nieble (1983) a ruptura de um talude pode ocorrer de muitas formas, sendo determinada, na maioria das vezes, pela presença de descontinuidades pré- existentes. A Figura 14 mostra a forma de ruptura em taludes rochosos segundo Hoek & Londe (1974). 62 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 14 Mostra a forma de ruptura em taludes rochosos 63 Obras de terra e contenções na engenharia 64 Obras de terra e contenções na engenharia 65 Obras de terra e contenções na engenharia 66 Obras de terra e contenções na engenharia Corridas Corridas são formas rápidas de escoamento de caráter essencialmente hidrodinâmico, ocasionadas pela perda de atrito interno das partículas de solo, em virtude da destruição de sua estrutura interna, na presença de excesso de água. Estes movimentos são gerados a partir de grande aporte de materiais como solo, rocha e árvores que, ao atingirem as drenagens, formam uma massa de elevada densidade e viscosidade. A massa deslocada pode atingir grandes distâncias com extrema rapidez, mesmo em áreas pouco inclinadas, com consequências destrutivas muito maiores que os escorregamentos (Figura 18). 67 Obras de terra e contenções na engenharia 68 Obras de terra e contenções na engenharia Quedas A queda de blocos é outro tipo de movimento gravitacional de massa comum nas escarpas da Serra do Mar. Define-se uma queda de blocos como uma ação de queda livre a partir de uma elevação, com ausência de superfície de movimentação. Nos penhascos ou taludes íngremes, blocos e/ou lascas dos maciços rochosos deslocados pelo intemperismo, caem pela ação da gravidade (Figura 19). A queda pode estar associada a outros movimentos como saltação, rolamento dos blocos e fragmentação no impacto com o substrato. As causas das quedas de blocos são diversas: variação térmica do maciço rochoso, perda de sustentação dos blocos por ação erosiva da água, alívio de tensões de origem tectônica, vibrações e outras. 69 Obras de terra e contenções na engenharia Figura 19. Queda de blocos rochosos em Santos, 1992 e 2009. Fonte: Acervo IG. 70 Obras de terra e contenções na engenharia Tabela 2 - Classificação dos movimentos de encosta segundo Varnes (1978). 71Mais utilizada internacionalmente. Obras de terra e contenções na engenharia Figura 20. Escala de velocidades de movimentos (Segundo Varnes, 1978) 72 Obras de terra e contenções na engenharia Tipos de movimento de terra, seguindo a classificação de Varnes: Rotacional Apresenta como característica mais comum, a geração de uma superfície curva com a concavidade voltada para cima, sendo que as fissuras expostas após movimentação são concêntricas em planta e côncavas na direção do movimento (Figura 21). 73 Obras de terra e contenções na engenharia Fig. 21 Escorregamentos rotacionais em diferentes tipos materiais. Adap. De Varnes, 1958 74 Obras de terra e contenções na engenharia Os escorregamentos rotacionais podem ser múltiplos conforme mostra a Figura 22 e, na realidade, ocorrem sob a forma tridimensional (Figura 23). 75 Fig. 22 Escorregamento rotacional múltiplo. Fig. 23 Escorregamento tridimensional Obras de terra e contenções na engenharia ➢Translacional Os escorregamentos translacionais se caracterizam pela presença de descontinuidadesou planos de fraqueza (Figura 24). São escorregamentos onde o material em movimento apresenta grande deformação, sendo que a massa se rompe por cisalhamento. 76 Obras de terra e contenções na engenharia Fig. 24 Alguns tipos de escorregamento translacionais, em detrito e em rocha. 01/03/2019 77
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