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PROJETO DE ESTRADAS Fernanda Dresch Revisão técnica Shanna Trichês Lucchesi Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS) Professora do curso de Engenharia Civil (FSG) Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147 D773p Dresch, Fernanda. Projeto de estradas / Fernanda Dresch ; [revisão técnica : Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. 204 p. : il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-303-1 1. Engenharia civil. 2. Estradas. I. Título. CDU 625.7 NOTA As Normas ABNT são protegidas pelos direitos autorais por força da legislação nacional e dos acordos, convenções e tratados em vigor, não podendo ser reproduzidas no todo ou em parte sem a autorização prévia da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. As Normas ABNT citadas nesta obra foram reproduzidas mediante autorização especial da ABNT. Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Estabelecer a definição de solo e sua importância na engenharia. � Explicar a origem e formação dos solos. � Analisar as técnicas de aplicação da mecânica dos solos em estradas. Introdução O solo é um dos elementos que faz parte da formação do ambiente e o conhecimento de suas características e propriedades são fundamentais para a utilização adequada de solos em estradas. O engenheiro deve ser capaz de identificar o solo ideal para a aplicação escolhida e ter conheci- mento da relação do solo com a obra ou outro sistema a ser construído, a fim de prever as consequências positivas e negativas dessa interação. Neste capítulo você aprenderá o conceito de solo, sua origem e forma- ção. Além disso, você irá compreender a importância desse componente na engenharia e quais as técnicas de aplicação da mecânica dos solos são utilizadas na geotécnica de estradas. Mecânica dos solos e a engenharia Todas as obras de engenharia civil são assentadas em um terreno que tem como estrutura o solo e, de forma inevitável, o comportamento desse deve ser considerado. A observação e análise do comportamento das obras, ao dar atenção às peculiaridades dos solos e entender seus mecanismos de compor- tamentos constituem o estudo da mecânica dos solos, estudado amplamente na engenharia geotécnica (PINTO, 2006). O solo, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), é definido como um manto superficial formado por rocha desagregada, ou seja, desunida, misturado com matéria orgânica em decomposição, que contém ainda água, ar e organismos vivos (EMBRAPA, [200-?]). O solo apresenta propriedades como cor, textura, estrutura, porosidade, dentre outras. Fazem parte da sua composição os elementos minerais (45%), como sílica, óxido de alumínio e ferro, o ar (25%), a água (25%) e matéria orgânica (5%), porém essas características podem variar em função da localização e sazonalidade (CAETANO, 2016). Para Machado, S. e Machado, M. ([1997]), os solos são definidos como “material solto, natural da crosta terrestre onde habitamos, utilizado como material de construção e de fundação das obras do homem”. Ou ainda, chama- -se de solo a rocha já decomposta ao ponto granular e passível de ser escavada apenas com o auxílio de pás, picaretas e/ou escavadeiras, sendo um conceito mais voltado para a engenharia civil. De todas as obras de engenharia, as relacionadas à geotecnia, quando exe- cutadas inadequadamente são responsáveis por grandes impactos e prejuízos, sejam eles econômicos ou ambientais. Um exemplo que aconteceu no Brasil foi o deslizamento de encostas, que devido ao clima chuvoso e ao crescimento desordenado das metrópoles causaram enormes prejuízos. Exemplifica-se, aqui a importância de um profissional com conhecimentos geotécnicos, para evitar a ocorrência de desastres como esse (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). O solo recebe todas as cargas que são transmitidas pelas obras de engenha- ria. Em algumas obras, o solo é utilizado como o próprio material de construção, como no caso dos aterros rodoviários, assim como o concreto e o aço que são usados na construção de edifícios e pontes. Inclusive as embarcações quando são construídas transmitem ao solo as cargas do seu peso (PINTO, 2006). Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas14 Praticamente todas as obras de engenharia transmitem cargas, de alguma forma, sobre o solo. O estudo do comportamento do solo frente ao seu uso é, portanto, de fundamental importância. A Figura 1 apresenta os quatro campos de aplicação da mecânica dos solos segundo Machado, S. e Machado, M. ([1997]). Figura 1. Campos de aplicação da mecânica dos solos voltados à engenharia Fonte: Adaptada de Machado, S. e Machado, M. ([1997], p. 06). Campo de aplicação Fundações Obras subterrâneas e estruturas de contenção Projeto de pavimentos Escavações, aterros e barragens Os campos de aplicação da mecânica dos solos apresentados na Figura 1 são separados de acordo com o elemento a ser construído e dividem-se, conforme Machado, S. e Machado, M. ([1997]), em: � Fundações: é parte pela qual as cargas da estrutura são descarregadas no solo. O tipo de estrutura a ser utilizado e suas características podem ser decididos conhecendo-se somente os princípios e aplicação da mecânica dos solos. 15Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas � Obras subterrâneas e estruturas de contenção: estruturas de drena- gem, dutos, túneis e obras de contenção são exemplos de sistemas que necessitam do conhecimento da interação solo-estrutura para serem projetados. � Projeto de pavimentos: os pavimentos podem ser flexíveis ou rígi- dos. Os efeitos de contração e expansão do solo por conta da umidade são problemas no projeto de pavimentos flexíveis, por exemplo. Os pavimentos flexíveis dependem do solo para transmissão das cargas geradas pelo tráfego. � Escavações, aterros e barragens: para sua execução são necessários conhecimento da estabilidade dos taludes, do comportamento do solo, da quantidade de água e sua influência, dentre outros. Leia mais sobre a aplicação da mecânica dos solos em engenharia na obra A importância da mecânica dos solos nos serviços de engenharia (SILVA, 2014). Origem e formação dos solos Todo solo tem origem na desintegração e decomposição das rochas pela ação de agentes intempéricos ou antrópicos. Os agentes intempéricos são processos físicos, químicos e biológicos, um exemplo de agente intempérico é a chuva. Já os agentes antrópicos são as ações causadas por nós, seres humanos, como uma escavação (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). O processo de intemperismo é dividido em três grupos: intemperismo físico, químico e biológico. Ressalta-se, porém, que na natureza esses processos tendem a acontecer ao mesmo tempo, de forma que um tipo de intemperismo auxilia o outro no processo de transformação da rocha em solo. Os processos de intemperismo físico reduzem o tamanho das partículas, aumentando sua área superficial e facilitando o trabalho do intemperismo químico. Os processos químicos e biológicos podem causar a completa altera- ção física da rocha e modificar suas propriedades químicas. O intemperismo físico é o processo de decomposição da rocha sem a alteração química dos Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas16 seus componentes. O intemperismo químico é o processo de decomposição da rocha sem a alteração química dos seus componentes, onde praticamente todo processo desse tipo depende da presença de água. No intemperismo biológico a decomposição da rocha acontece pelos esforços mecânicos produzidos por vegetais através das raízes, por animais através de escavações de roedores, da atividade das minhocas ou pela ação do próprio homem ou de ambos (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). Você pode conferir os principais agentes do intemperismo físico, químico e biológico na Figura 2. Figura 2.Agentes intempéricos do solo Fonte: Adaptada de Machado, S. e Machado, M. ([1997]). • Variações de temperatura • Repuxo coloidal • Ciclos gelo/degelo • Alívio de pressões • Hidrólise • Hidratação • Carbonatação • Vegetação no processo erosivo da rocha • Ciclo do meio ambiente entre o solo e planta e entre animais Intemperismo físico Intemperismo químico Intemperismo biológico Toledo, Oliveira e Melfi (2009) definem o solo como materiais que se originaram das rochas, por desagregação e decomposição (intemperismo), depois por reorganização e, conforme o caso, também por erosão, transporte e sedimentação. Os processos de desagregação e decomposição das rochas por intemperismo ocorrem na superfície dos continentes, na interação entre litosfera-atmosfera-hidrosfera-biosfera, transformando as rochas duras em materiais móveis. Esses mesmos materiais, quando depositados em zonas topográficas mais baixas e soterrados por mais sedimentos sobrepostos, em depósitos sedimentares, consolidam-se pela pressão e por processos de re- cristalização, tornando-se novamente rochas duras (sedimentares). Estas, seguindo o ciclo natural das rochas, acabarão passando por metamorfismo ou por fusão parcial ou total, formando novas rochas. 17Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas A crosta terrestre é composta de vários e diferentes tipos de elementos que se interligam e formam minerais. Esses minerais podem estar agregados como rochas ou como solo (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). Uma rocha, por mais endurecida que seja, pode se transformar em um material mais solto devido ao intemperismo, servindo de abrigo para pequenos animais e plantas. Já alguns minerais da rocha menos resistente ao intemperismo são transformados em argilas, onde a água pode infiltrar e deslocar materiais da parte superficial para uma mais profunda. É sob a ação de um conjunto de fenômenos biológicos, físicos e químicos que um solo começa a se formar (LEPSCH, 2010). As partículas resultantes do processo de intemperismo dependerão funda- mentalmente da composição da rocha matriz e do clima da região. O solo é o produto da decomposição das rochas e, por isso, apresenta um maior índice de vazios do que a rocha mãe, os quais são ocupados por fluidos da natureza, como o ar, a água ou outro. Devido ao seu pequeno índice de vazios e as fortes ligações existentes entre os minerais, as rochas são coesas, enquanto que os solos são granulares. Os grãos do solo estão misturados com a maté- ria orgânica. Desta forma, podemos dizer que para a engenharia, solo é um material granular composto de rocha decomposta, água, ar (ou outro fluido) e eventualmente matéria orgânica, que pode ser escavado sem o auxílio de explosivos (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). De acordo com Caetano (2016), a formação do solo é resultante da ação combinada de cinco fatores: clima (pluviosidade, umidade, temperatura, etc.), natureza dos organismos (vegetação, microrganismos decompositores, animais), material de origem (rocha local), relevo (morros, planícies) e idade. Conforme observado, as propriedades do solo, mais arenoso ou mais argiloso, por exemplo, variam em função de muitos processos ambientais e químicos. Os mapas geológicos, assim como ensaios de reconhecimento, do local de análise podem auxiliar na identificação do tipo de solo existente na obra que será reali- zada. O conhecimento do local onde vai ser executada a obra é importantíssimo quando se tem como objetivo uma construção segura e adequada. Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas18 Na prática O solo pode ser classificado de diferentes formas: pela origem, pela presença ou ausência de matéria orgânica, pela estrutura, por sua evolução, etc. (MACHADO, S.; MACHADO, M., [1997]). Veja em realidade aumentada a formação do solo com a ação do tempo. 1. Acesse a página https://goo.gl/QfbWDC e baixe o aplicativo Sagah Projeto de estradas. 2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a seguir: Fonte: eranicle/Shutterstock.com. Se preferir, baixe o aplicativo por meio do código ao lado ou https://goo.gl/QfbWDC 19Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas Segundo Das (2007), a estrutura do solo é definida como o arranjo geo- métrico de partículas, umas em relação às outras, e essa estrutura pode ser afetada por muitos fatores, entre eles: forma, composição mineralógica das partículas, tamanho, natureza e composição da água do solo. Um solo pode ser dividido em duas classes: � Solos coesivos: subdivida em duas categorias principais, alveolares e com grãos isolados, essa classe é caracterizada por apresentar elevado intervalo de índice de vazios. Nessa classe, carregamentos abruptos e/ ou carga elevada, levam a estrutura à ruptura, resultando em recalques expressivos. � Solos não coesivos: os grãos são muitos finos, na maioria dos casos imperceptíveis a olho nu. As argilas com esse tipo de estrutura apre- sentam um alto índice de vazios e pouco peso. Leia mais sobre as técnicas aplicadas aos solos e voltadas a estradas na obra Curso básico de mecânica dos solos (PINTO, 2006) Técnicas aplicadas em estradas As estruturas das estradas são sistemas de camadas sobre uma fundação chamada subleito. O comportamento desse depende da espessura de cada uma das camadas que o compõe, de sua rigidez, bem como da interação entre as diferentes camadas da estrutura do pavimento. Os materiais dessas camadas, ou seja, da base, sub-base e reforço do subleito, são empregados conforme os métodos de seleção e de caracterização. A seleção é a etapa na qual se analisa os materiais disponíveis e suas características naturais para serem empregados nos pavimentos, uma vez que essas características interferem nas propriedades geotécnicas e no estado compactado do solo (BERNUCCI et al., 2008). Segundo Ricardo e Catalani (1990), o processo empregado para romper a compacidade do solo em seu estado natural, desagregando-o e tornando possível o seu manuseio, é chamado de escavação. Os materiais existentes na crosta terrestre que são escavados, transportados e compactados durante a Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas20 execução de uma obra apresentam os mais diversos aspectos, quer quanto a sua natureza, consistência, constituição ou processo de formação. O principal critério que intervém na classificação dos solos escavados é a maior ou menor dificuldade que oferecem ao desmonte, seja ele manual ou mecanizado. Em princípio esses materiais podem ser classificados em três categorias (RI- CARDO; CATALANI, 1990): � 1ª Categoria: são aqueles facilmente escavados com equipamentos normais, ainda que se apresentem bastante rijos, em razão do baixo teor de umidade, pois quando úmidos podem perder a resistência oferecida ao desmonte. � 2ª Categoria: são os mais resistentes ao desmonte e não admitem o uso dos equipamentos comuns, somente após o emprego de algum trata- mento prévio. Esse tratamento prévio é o desmonte inicial, obtido com o emprego de escarificadores acionados hidraulicamente e montados na parte posterior de tratores de esteiras pesados, que rasgam a superfície compacta, através de várias passadas, propiciando a posterior utilização de equipamentos comuns. � 3ª Categoria: a rocha viva é a melhor caracterizada, porque só a ela pertencem os materiais que apenas admitem o desmonte pelo emprego contínuo e exclusivo de explosivos de média e alta potência, e apresentam dureza igual ou superior a do granito. Para a seleção e caracterização dos materiais são empregadas diversas técnicas, como a distribuição granulométrica, resistência, forma dos grãos, compactação, permeabilidade, etc. As técnicas, conforme ilustra a Figura 4, podem ser utilizadas para determinação de propriedades físicas, como a gra- nulometria, tamanho e forma das partículas, e também para determinação de estados e limites de consistência,em que se incluem o limite de plasticidade e liquidez, além de outras técnicas como a compacidade de solos, que é técnica que visa reduzir o volume de vazios de um solo para aumentar sua resistência e torná-lo mais estável (ALMEIDA, [2004]; CAETANO, 2016). Segundo Pinto (2002), o solo apresenta um volume total constituído de três fases: partículas sólidas, água e ar, e para a determinação do comportamento desse solo, é necessário entender a relação que existe entre essas três fases. Em um solo a quantidade de água e ar são elementos variáveis, uma vez que as partículas de solo permanecem as mesmas, alterando apenas seu estado. Dessa forma, se sabe que o estado em que o solo se encontra é condição fundamental para apontar seu 21Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas comportamento e alguns índices, que são importantes no estudo das propriedades do solo e foram criados para relacionar os volumes e pesos das três fases: � Umidade (w): a umidade de um solo pode ser definida como sendo a razão entre o peso da água contida em um determinado volume de solo úmido e o peso seco. � Porosidade (ƞ): razão entre o volume de vazios e o volume total da amostra de solo. Sempre é expressa em porcentagem. � Índice de vazios (e): relação entre o volume de vazios e o volume das partículas sólidas. Não pode ser determinado diretamente, é necessário ser calculado através de outros índices. � Grau de Saturação (S): relação entre o volume de água e o volume de vazios. Um valor igual a 0%, representa um solo seco, enquanto que 100% um solo saturado. � Peso específico natural ou peso específico (γn): razão entre o peso total do solo e seu volume total. Para casos de compactação, usa-se o termo peso específico úmido. � Peso específico aparente seco (γd): relação entre o peso dos sólidos e o volume total. Este valor corresponde ao peso específico que o solo teria, caso viesse a ficar seco. Depende do peso específico natural e da umidade. � Peso específico aparente saturado (γsat): peso específico do solo caso esse tornasse-se saturado sem variação de volume. Pouca aplicação prática. � Peso específico aparente submerso (γsub): usado para determinação de tensões efetivas, representa o peso específico efetivo do solo quando submerso. A partir de estudos realizados pelo Engenheiro Atterberg, o estado e o limite de consistência foram estabelecidos, para caracterizar as mudanças de comportamento do solo entre os seus estados. Posteriormente, Casagrande adaptou os procedimentos propostos por Atterberg a fim de descrever a consis- tência de solos com grãos finos e teor de umidade variável (DAS, 2007). Com isso, foi possível obter quatro estados básicos do solo, com base em seu teor de umidade: sólido, semissólido, plástico e líquido através do (PINTO, 2006): � Limite de Liquidez (LL): é definido como o teor de umidade no ponto e transição do estado plástico para o estado líquido, sua determinação é feita pelo aparelho de Casagrande que consiste em um prato de latão Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas22 em forma de concha, sobre um suporte de ebonite. Por meio de um excêntrico, imprime-se ao prato repetidamente, quedas de altura de 1 cm e intensidade constante. � Limite de Plasticidade (LP): é determinado pelo cálculo da porcenta- gem de umidade para a qual o solo começa se fraturar quando se tenta moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro e de 10 cm de comprimento. É realizado manualmente por repetidos rolamentos da massa de solo sobre a placa de vidro despolido. � Índice de Plasticidade (IP): é o valor correspondente entre a diferença do limite de liquidez e o limite de plasticidade (IP = LL – LP). Para Caputo (1988), a zona em que o terreno se encontra no estado plástico, máximo para as argilas e nulo para areias, fornece um critério para se avaliar o caráter argiloso de um solo. Portanto, quanto maior o IP, mais plástico será o solo. Figura 3. Diferentes técnicas aplicadas ao solo Fonte: Adaptada de Caetano (2016) e Almeida ([2004]). Propriedades físicas • Granulometria • Tamanho das partículas • Forma das partículas • Teor de umidade • Densidade das partículas • Porosidade Estados e limites de consistência • Limite de plasticidade • Limite de liquidez • Limite e grau de contração Outros • Compacidade relativa • Grau de compactação • Permeabilidade Na Figura 3 são apresentadas as principais técnicas na aplicação da mecâ- nica dos solos em estradas. O engenheiro deve lembrar-se da importância do conhecimento dessas técnicas quando o objetivo é projetar estradas. Leia mais sobre o passo a passo da execução das técnicas na obra Caracterização física e classificação dos solos (ALMEIDA, [2004]). 23Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas ALMEIDA, G. C. P. Caracterização física e classificação dos solos. [2004]. Disponível em: <http://ufrrj.br/institutos/it/deng/rosane/downloads/material%20de%20apoio/ APOSTILA_SOLOS.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2017. BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: Petrobras, 2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/pavimentacao/ files/2011/08/Pavimenta%C3%A7%C3%A3o-Asf%C3%A1ltica-cap2.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2017. CAETANO, M. O. Minerais, rochas e solos. Material de aula da Unisinos, curso de Enge- nharia Ambiental, disciplina de gestão de recursos naturais e passivos ambientais. 2016. CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1988. DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Classificação de solos. [200-?]. Disponível em: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos>. Acesso em: 29 nov. 2017. LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. MACHADO, S. L.; MACHADO, M. de F. C. Mecânica dos solos I: conceitos introdutórios. [1997]. Disponível em: <http://www.ct.ufpb.br/~celso/solos/material/teoria1>. Acesso em: 18 nov. 2017. PINTO, C. de S. Curso básico de mecânica dos solos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. PINTO, C. de S. Curso básico de mecânica dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. RICARDO, H. S.; CATALANI, G. Manual prático de escavações: terraplenagem e escavações de rocha. 2. ed. São Paulo: Pini, 1990. SILVA, M. M. A. da. A importância da mecânica dos solos nos serviços de engenharia. Trabalho da disciplina de Mecânica dos solos, do curso de Engenharia Civil, Univer- sidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. 2014. TOLEDO, M. C. de; OLIVEIRA, S. M. B.; MELFI, A. J. Da rocha ao solo: intemperismo e pedogênese. In: TEIXEIRA, W. et al. (Org.). Decifrando a terra. 2. ed. São Paulo: Nacional, 2009. p. 210-239. Leitura recomendada ANDRADE, M. H. F. Introdução à pavimentação. Material de aula da UFPR. [201-?]. Dis- ponível em: <http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/MOdulo%201%20-%20 Introducao.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2017. Conceitos básicos de mecânica dos solos aplicados à geotecnia de estradas24 Conteúdo:
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