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Crise hidrica no Rio de Janeiro

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São Paulo 
2016 
 
 
ANTONIO M. DA CONCEIÇÃO RA: 3770748259 
DENNIS C.MASCARENHAS RA: 6451313715 
EDUARDO AP. DOS SANTOS RA: 5206955267 
FRANCILENE DOS S. SILVA RA: 1299182187 
JONATAS O. ROCHA RA: 4210770571 
LUIS A. BRUGNAGO RA: 4423895135 
MARIO FARIAS RA:5083687597 
ROGERIO C. AQUINO RA: 5631940092 
 
 
 
 
Crise hídrica no estado do Rio de Janeiro 
 
São Paulo 
2016 
ANTONIO M. DA CONCEIÇÃO RA: 3770748259 
DENNIS C.MASCARENHAS RA: 6451313715 
EDUARDO AP. DOS SANTOS RA: 5206955267 
FRANCILENE DOS S. SILVA RA: 1299182187 
JONATAS O. ROCHA RA: 4210770571 
LUIS A. BRUGNAGO RA: 4423895135 
MARIO FARIAS RA:5083687597 
ROGERIO C. AQUINO RA: 5631940092 
 
 
 
 
 Trabalho de complemento de nota do 
 8°semestre de Engenharia Civil Noturno, 
 solicitado pela Professora ___________ 
 
 
São Paulo 
2016 
Introdução 
 
O conteúdo a seguir trata de um assunto de extrema importância a Crise hídrica, 
especificamente no estado do Rio de Janeiro 
Crise hídrica uma expressão que vem sendo utilizada pela grande mídia para referir-se ao 
conjunto de acontecimentos que levou à escassez de água no país , não no território nacional 
por inteiro, mas sim em algumas localidades, especialmente na região Sudeste e ao risco de 
extensão desse problema para outras regiões. 
Embora a falta de água no Brasil tenha acontecido em outros períodos recentes e anteriores, 
com destaque para algumas áreas da região Nordeste, a crise hídrica que se instalou a partir do 
ano de 2014 é considerada a mais grave de todas em razão do grande número de pessoas 
atingidas. No caso, a cidade mais habitada e também a região mais populosa do país passaram 
a conviver com uma delicada situação de escassez nos seus principais reservatórios de 
abastecimento, levando a um inevitável racionamento de água. 
As causas são inúmeras e variadas. Todavia, vale destacar o grande consumo tanto por parte 
da população quanto pelas atividades econômicas, principalmente a indústria e a agricultura. 
Além disso, há um elevado desperdício de água, e isso não é somente pelos banhos 
demorados ou pelas torneiras mal fechadas, mas também pelas perdas nas tubulações em 
ambientes públicos e privados. Outras causas da crise da água também devem ser lembradas, 
tais como: 
- a degradação dos rios e reservas de água; 
- a remoção de boa parte da vegetação que tinha como função auxiliar a infiltração da água 
das chuvas nos solos, proteger os mananciais e cursos d'água e atuar na evaporação para 
garantir a continuação do ciclo da água; 
- a falta de chuvas, com índices de precipitação muito abaixo da média; 
- a má gestão dos recursos hídricos 
 
São Paulo 
2016 
O que causa a escassez hídrica? 
A ocorrência de escassez hídrica em condições não naturais em qualquer parte do mundo 
pode ser resultante de uma combinação de fatores relacionados com a ação humana. Os dados 
sobre a disponibilidade de água no mundo são de amplo conhecimento: embora o planeta 
tenha sua superfície composta por 70% de água, a maior parte desse montante (97% do total) 
é formada por oceanos e mares, sendo imprópria para consumo humano. Dos 3% restantes, 
69,8% encontram-se em geleiras, 29% em aquíferos (alguns sem fácil acesso), 0,9% em 
outras composições e apenas 0,3% em rios e lagos. 
Diante desses números e dos sucessivos efeitos da ação antrópica sobre o meio natural, a 
disponibilidade de água encontra-se cada vez mais reduzida em várias partes do mundo, o que 
faz com que áreas inteiras tenham de enfrentar a escassez total ou parcial desse recurso. Por 
esse motivo, a grande questão é: o que causa a escassez hídrica? A enumeração dos fatores 
pode indicar possíveis soluções a serem tomadas para combater esse problema. 
1. Consumo crescente 
O aumento no consumo de água no mundo vem contribuindo para a diminuição da 
disponibilidade dos recursos hídricos. Embora a água tenha uma capacidade de renovação 
cíclica, o aumento do consumo pode ser maior do que essa reposição natural, gerando a 
escassez. Esse quadro é característico de várias partes do mundo – incluindo algumas regiões 
do Brasil – e é denominado de estresse hídrico. 
As causas para a elevação do consumo de água são várias: crescimento populacional, 
desenvolvimento econômico e aumento da produção em economias periféricas ou emergentes, 
aumento das atividades produtivas, elevação do consumo de produtos que utilizam muita água 
na sua produção, entre outras. 
2. Poluição e degradação das reservas hídricas 
O ser humano, na maior parte de suas atividades, precisa da água doce para garantir sua 
subsistência. Mesmo assim, muitas atividades antrópicas contribuem para a diminuição dessa 
água, principalmente com a poluição de rios e mananciais, que se tornam inutilizáveis em um 
curto período de tempo. 
 
São Paulo 
2016 
Uma das maneiras mais frequentes em que isso acontece é a poluição gerada pela deposição 
de esgoto ou pela poluição excessiva das cidades. Em lugares onde o saneamento básico 
ambiental não é adequado, esse quadro torna-se ainda mais dramático. Um exemplo 
emblemático é a cidade de São Paulo, que passa por uma crise hídrica sem precedentes e, ao 
mesmo tempo, possui um grande e volumoso rio cortando o seu espaço urbano sem poder ser 
utilizado: o Tietê. 
Em áreas de aquíferos e reservas subterrâneas, a poluição do solo leva, muitas vezes, à 
intoxicação do lençol freático, afetando a obtenção de água mineral. Por isso, a conservação 
de algumas reservas hídricas depende também da manutenção dos solos e da sua não 
poluição, o que nos leva ao próximo tópico. 
3. Degradação dos recursos naturais 
Não é somente a degradação propriamente dita da água e suas reservas que afeta a 
disponibilidade hídrica. A natureza, afinal, funciona a partir de um equilíbrio, e a alteração 
deste provoca uma série de efeitos em cadeia. A poluição ou erosão dos solos, como já 
adiantamos acima, afeta as reservas subterrâneas e até mesmo as águas superficiais. 
Além disso, muitos rios sofrem com a erosão de suas margens, causada pela remoção de suas 
matas ciliares, responsáveis justamente por impedir o avanço do processo em questão, que 
gera uma maior deposição de sedimentos no leito dos rios, causando o assoreamento. Com o 
tempo, os rios afetados deixam de existir ou diminuem consideravelmente a vazão de suas 
águas. 
A destruição de florestas com as queimadas e o desmatamento também constituem um 
problema no bojo dessa questão. A vegetação possui a função de preservar nascentes de 
grandes rios e também fornecer, em alguns casos, umidade para a atmosfera, o que origina as 
chuvas. Com a diminuição da cobertura vegetal em todo o mundo, a água vai tornando-se 
gradativamente mais escassa. 
4. Mudanças climáticas 
As mudanças climáticas – embora não sejam consenso na comunidade científica – estão 
causando o aumento das temperaturas da Terra como resultado da poluição e da intensificação 
 
São Paulo 
2016 
do efeito estufa, o que caracteriza o aquecimento global. Com isso, embora o volume de 
água no planeta seja sempre o mesmo, o ciclo da água vem ocorrendo com uma frequência 
menor, causando secas severas e tornando a falta de água um problema crônico. 
Contudo, é sempre perigoso associar toda e qualquer seca ou crise hídrica às mudanças 
climáticas sem a realização de estudos e a existência de conhecimentos prévios específicos. 
Por isso, as pesquisas científicas são sempre importantes para nos fornecer informações 
precisasa fim de evitar conclusões precipitadas. Vale lembrar que as transformações 
climáticas são um tema polêmico mesmo entre os especialistas no assunto. 
5. Ausência de infraestruturas básicas 
A escassez hídrica chega a ser um problema mesmo em países ou localidades do mundo que 
apresentam certa disponibilidade de água. Isso acontece por questões econômicas, sobretudo 
em países periféricos, onde os problemas relativos à falta de recursos afetam os investimentos 
em sistemas de captação, armazenamento e distribuição da água para a população e atividades 
produtivas. 
É claro que esses fatores acima enumerados são aqueles que causam a falta de água em 
regiões onde antes não havia esse problema ou onde ele poderia ser facilmente resolvido, o 
que não inclui as áreas onde há a escassez física da água, como as zonas áridas e desérticas. 
Para combater a escassez hídrica, é preciso, pois, a identificação dos problemas com análise 
das soluções, que podem incluir a adoção de sistemas de abastecimentos alternativos, reúso da 
água, transposição de rios, dessalinização da água do mar e muitos outros. 
 
Causas e consequências da crise hídrica. De quem é a culpa? 
 
Não faz tanto tempo assim – mais precisamente no final de agosto do ano passado – o 
Fantástico levou ao ar uma reportagem que falava sobre as causas e consequências da crise 
hídrica que o Brasil enfrenta. Dizia a reportagem: 
 
São Paulo 
2016 
– Derrubadas e garimpos deixam uma cicatriz gigantesca na mata que pode parecer um 
problema exclusivo de árvores e bichos, distante da maioria das pessoas. Mas a ciência e as 
novas tecnologias comprovam que as consequências da devastação estão muito mais 
próximas de todos nós. 
Nascentes que já não vertem mais água. Represas com menos de 10% de sua capacidade 
original de armazenagem. Uma delas, por exemplo, perto de Mogi das Cruzes, no interior de 
São Paulo, deveria ter em um ponto uma profundidade de pelo menos cinco metros. Está 
agonizando. Mas o que a falta de água nesta região do país tem a ver com a Amazônia que 
fica a mais de 2 mil quilômetros de distância? Tudo, absolutamente tudo, segundo cientistas 
que estudam as funções da floresta e as variações climáticas na América do Sul. 
“Essas chuvas que ocorrem principalmente durante o verão, a umidade é oriunda da 
Amazônia. E essa chuva que fica vários dias é que recarrega os principais reservatórios da 
Região Sudeste.” explica Gilvan Sampaio, climatologista do Inpe. 
De acordo com o relatório sobre o futuro climático da Amazônia produzido por cientistas do 
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nos últimos 400 milhões de anos, a umidade 
que evapora dos oceanos é empurrada naturalmente pelos ventos para dentro dos continentes. 
Uma parte desse vapor vira chuva e cai principalmente sobre as grandes florestas na altura do 
Equador. O excesso de umidade segue empurrado pelos ventos, atravessa os continentes e 
acaba indo para o mar. Um ciclo que ao redor da Terra só tem uma exceção: a Amazônia. 
O que torna a Amazônia diferente de todas as grandes florestas equatoriais do planeta é a 
Cordilheira dos Andes. Um imenso paredão, de 7 mil metros, que impede que as nuvens se 
percam no Pacífico. Elas esbarram na Cordilheira e desviam para o Sul. 
Diariamente, cada árvore amazônica bombeia em média 500 litros de água. A Amazônia 
inteira é responsável por levar 20 bilhões de toneladas de água por dia do solo até a atmosfera, 
3 bilhões de toneladas a mais do que a vazão diária do Amazonas, o maior rio do mundo. 
Esse imenso fluxo de água pelos ares é chamado de “rios voadores”. O Fantástico chamou a 
atenção para a importância desses rios já em 2007. Imagens feitas de um avião do projeto 
“rios voadores” revelam nuvens densas, carregadas de água, cruzando todo o Brasil. 
 
São Paulo 
2016 
Testes feitos em laboratório comprovaram: mais da metade da água das chuvas nas regiões 
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e também na Bolívia, no Paraguai, na Argentina, no 
Uruguai e até no extremo sul do Chile vem da Amazônia. 
Para os cientistas, uma prova irrefutável do papel dos Andes e da Floresta Amazônica no 
ecossistema do cone-sul é a inexistência de um deserto nessa região. Basta olhar o globo para 
constatar que na mesma latitude em volta do planeta tudo é deserto. Menos na América do 
Sul. 
Os pesquisadores não têm dúvida: sem a Amazônia, os estados de Minas Gerais, São Paulo, 
Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul fatalmente seriam desertos também. 
Dito o que a reportagem mostrou, fica a pergunta: onde estão os nossos governantes – 
presidenta Dilma e demais governadores de estados que, parecem, não estão nem aí para o 
problema que se agrava dia a dia e que certamente levará a um outro problema de tamanha 
gravidade, ou seja, a crise energética? Não se pode pensar mais em construir hidrelétricas se 
já começamos a enfrentar o problema da falta de água em grandes reservatórios. É hora de se 
fazer uma grande fiscalização – e não a de faz de conta – quanto a devastação da floresta 
amazônica, bem como se investir em usinas termoelétricas e eólicas, sem deixar de lado, da 
mesma forma, a energia solar, abundante e barata em nosso país. 
De quem é a culpa se a situação chegou ao ponto que chegou? De Vossas Excelências, 
presidentes (as) e governadores (as). O resto é conversa pra boi dormi 
 
A história do abastecimento de água do Estado do Rio de Janeiro 
 
A história do abastecimento de água do Estado do Rio de Janeiro remonta o início de sua 
ocupação e das lutas entre portugueses e franceses alojados na Ilha de Villegagnion, que 
utilizavam a melhor fonte de suprimento de água, que era o Rio Carioca. Em 1565, na cidade 
implantada por Estácio de Sá, entre a Urca e o Pão de Açúcar, havia apenas o que, na época, 
era chamada de “lagoa de água ruim”. Um poço então foi aberto e, com o tempo, não mais 
conseguia abastecer aos que ali chegavam de Portugal e precisavam morar. Os índios 
 
São Paulo 
2016 
Tamoios então cederam as águas do Rio Carioca. Em 1607, os padres franciscanos ao virem 
para o Brasil, conseguiram do Conselho da Câmara que lhes fossem doados terrenos do 
Morro de Santo Antônio até a beira da Lagoa de Santo Antônio, aí se estabelecendo. Como o 
local era ermo, o Conselho da Câmara aforou a Antônio Felipe Fernandes pelo prazo de 35 
anos, para estabelecimento de um curtume, cujos couros seriam lavados nas abundantes águas 
do local. O mau cheiro do curtume espalhou-se pelas redondezas, incomodando aos padres, 
cujas reclamações insistentes obrigaram a Câmara a melhorar o esgotamento regular da 
Lagoa, alargando a vala que a sangrava, em 1641. Esta pode ser considerada uma das 
primeiras obras de saneamento da cidade. Em 1617, já moravam na cidade 4.000 pessoas e 
Vaz Pinto criou uma taxa para quem bebesse vinho, que custearia as obras de ampliação dos 
sistemas de águas. Em 1723 foi construído o Aqueduto do Carioca, que captava água no Alto 
de Santa Tereza, passando pelo atual caminhamento da rua Almirante Alexandrino e 
chegando ao local hoje conhecido como Arcos da Lapa, onde havia um chafariz em que os 
escravos recolhiam a água e levavam para a casa de seus senhores. 
Desta época encontram-se relatos de que o Sr. Antônio Rabelo Pereira, capitão da Fortaleza 
de São Francisco do Rio de Janeiro, alegando prejuízos causados pela “passagem da água do 
Carioca por sua chácara”, pedia que fosse a ele concedida uma porção daquelas águas e a seus 
três vizinhos. 
A situação desse chafariz era muito crítica em função do seu traçado defeituoso e de muitas 
imperfeições em sua construção, o que ocasionava constante falta d’água na cidade. Por outro 
lado, as águas que escorriam pelas torneirasdo chafariz, deixadas abertas, empoçavam e 
exigiam que lhes fosse dado escoamento, uma vez que eles despejavam as suas sobras na 
Lagoa de Santo Antônio, “alagando a cidade, arruinando as casas e provocando moléstias 
malignas”. As constantes brigas nas filas da água, obrigaram a colocação de uma sentinela 
para o chafariz. Das providências adotadas, nasceram a rua da Vala, hoje rua Uruguaiana, rua 
da Guarda Velha, hoje 13 de maio e a rua do Aljube, hoje rua do Acre, no fim da qual, mais 
ou menos onde fica a atual Praça Mauá, o chafariz desaguava na Baía da Guanabara. 
O local era distante e perigoso e aqueles senhores que não dispunham 
de escravos em número suficiente para essa empreitada, tinham que dar um jeito, surgindo daí 
o comércio das águas. Eram exercido por escravos e índios aguadeiros, os quais, percorriam 
os caminhos, levando à cabeça as vasilhas cheias de água para vender e anunciando a sua 
 
São Paulo 
2016 
mercadoria com pregão característico, na língua tupi: “Hi! Hi!” que perdurou até que foram 
substituídos por escravos africanos, havendo quem dissesse ser este o “primeiro serviço de 
abastecimento domiciliar de água que existiu no Rio de Janeiro”. 
No início do Aqueduto, em Santa Tereza, Gomes Freire construiu o reservatório do Carioca, 
próximo ao que chamou de “Mãe D’Água”, bica pública utilizada nos dias de hoje por 
excursionistas. Os cariocas, que tiveram como primeira fonte de suprimento, construída por 
civilizados, o poço do “Cara de Cão”, também se serviam desse recurso para saciar a sede. 
Alguns poços tornaram-se famosos, como o do Porteiro, na base do antigo Morro do Castelo 
em frente à rua da Ajuda, o poço da Misericórdia, na outra vertente daquele morro, e o 
Pocinho da Glória, no início da rua do Catete. 
As cisternas, para recolher as águas das chuvas, foram outro recurso e uma das mais antigas, 
datando do século XVII, encontra-se no Convento de Santo Antonio. 
Exploradas as nascentes do Corcovado, foram sendo conhecidos mananciais vizinhos na 
cidade, na direção do Rio Comprido, Andaraí e Tijuca, Gávea e Botafogo. 
A população clamava por mais água e no final do século XVIII, a deficiência do serviço teve 
até implicações políticas, sabendo-se que o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o 
Tiradentes, se propôs a abastecer a cidade com águas dos mananciais da Tijuca. Em 1833, 
uma companhia com capitais brasileiros e ingleses se candidatou a fazer chegar água 
encanada às residências, mas não foi bem sucedida. 
Não foram somente os senhores de escravos que fizeram, no Rio, o comércio da água. Em 
1840, Sebastião da Costa Aguiar aperfeiçoou o primitivo comércio, criando uma frota de 
carroças com duas rodas puxadas por um burrico. As carroças levavam aos consumidores “a 
boa água do vintém”, proveniente da chácara daquele nome, situada no final da rua Aguiar, no 
Largo da Segunda Feira. À medida que o Rio crescia, foram sendo aproveitados os 
mananciais explorados. A distribuição domiciliar ainda era privilégio de poucas residências 
particulares, além das repartições públicas e templos religiosos. 
Os principais mananciais explorados no século XIX e princípio do século XX formaram os 
sistemas de Santa Tereza (Carioca Lagoinha e Paineiras); o da Tijuca (Maracanã, São João, 
Trapicheiro, Andaraí, Gávea Pequena, Cascatinha); o da Gávea (Chácara da Bica, Piaçava, 
 
São Paulo 
2016 
Cabeça, Macacos); o de Jacarepaguá (Rio Grande, Covanca, Três Rios, Camorim); o de 
Campo Grande (Mendanha, Cabuçu, Quininha, 
Batalha) e o de Guaratiba (Taxas e Andorinhas). 
Posteriormente foram construídos os reservatórios da Caixa Velha da Tijuca (1850); o da 
Quinta da Boa Vista (1867); o da Ladeira do Ascurra (1868), no Morro do Inglês e o do 
Morro do Pinto (1874). 
Em 1876, o Governo Imperial, com o engenheiro Antônio Gabrielli, iniciou a construção da 
rede de abastecimento de água em domicílio e, assim, foi possível a “abolição do antigo barril 
carregado na cabeça e das incômodas e imundas bicas das esquinas”. Já se cogitava a medição 
da água fornecida. 
Inicialmente, algumas dezenas de mananciais locais foram aproveitados, mas no atual quadro 
do abastecimento, significam menos que 1% do consumo de água do Rio de Janeiro e da 
Baixada Fluminense. Alguns desses mananciais atendem a uns poucos moradores que se 
localizam próximos ao ponto de captação. 
Pelo Regulamento 39, de 15 de janeiro de 1840, a concessão da água que era feita por 
requerimento ao Ministério do Império, não podia exceder a duas penas e o suprimento 
poderia ser suspenso no caso de estiagem. Por este regulamento, a concessão que antes era 
gratuita, passa a ser cobrada em forma de taxa, no valor de 100$0 por pena como “donativo 
gratuito”. 
A regulamentação da cobrança adveio do Decreto 8775, de 25 de novembro de 1882, com a 
instalação da pena d’água, instrumento regulado pelas dimensões de um orifício praticado no 
diafragma do registro de graduação conforme as pressões normais de trabalho dos respectivos 
encanamentos, para um fornecimento de 1200 litros de água em 24 horas. A pena d’água já 
estava previsto em um relatório de 1862, da "Inspetoria Geral de Obras Públicas da Corte". 
Em 1898, foi iniciada a instalação de hidrômetros, autorizado pela Lei 489, de 15 de 
dezembro de 1897 e o Decreto 2794, de 13 de janeiro de 1898: “dá a regulamentação para a 
arrecadação de taxas de consumo de água na Capital Federal”. Relativamente à arrecadação 
faz-se a cobrança das taxas de pena nos meses de agosto de cada ano, e as de hidrômetro, por 
semestre, em agosto do mesmo ano e fevereiro do ano seguinte. 
 
São Paulo 
2016 
A cidade do Rio de Janeiro continuou em franca expansão e o aumento populacional 
demonstrou a necessidade de água para sua sobrevivência. O clamor popular levou Sua 
Majestade Imperial a determinar que se buscasse água em uma fonte abundante que, por si só, 
fosse capaz de satisfazer a todas as necessidades, empreendendo-se, para esse fim, uma 
grande obra, que ateste a gerações futuras a solicitude do presente Reinado. Daí surge o 
sistema determinado de “Sistema Acari ou de Linhas Pretas”, que foi utilizar-se das águas das 
serras de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, que são as captações de São Pedro (1877), Rio 
D’Ouro (1880), Tinguá (1893), Xerém (1907) e Mantiqueira (1908), cortando toda a Baixada 
Fluminense e trazendo esta água para a Metrópole. As captações de regimes torrenciais e até o 
ano de 1940, representavam 80% do volume de água disponível. 
Do outro lado da Baía da Guanabara, no ano de 1892, teve início a captação de águas para 
Niterói, oriundas da Serra de Friburgo, vindo diretamente para o Reservatório de Correção, 
em Niterói. Outro manancial de serra também utilizado para Niterói, nessa mesma época, foi 
o da Barragem de Paraíso, em Teresópolis. 
No início do século XX, devido às grandes estiagens, a administração de serviço público de 
sistema de abastecimento de água do Rio de Janeiro resolveu abandonar os estudos de reforço 
de suprimento de pequeno porte, voltando-se para soluções de grande porte e apresentou dois 
projetos: um o sistema Ribeirão das Lajes e a captação de águas dos rios Santana e Paraíba do 
Sul. O primeiro foi executado, mas o segundo, teve que ser alterado uma vez que se chocava 
com o da concessionária do serviço de energia elétrica, que produzia energia através da 
transposição da Serra do Mar, das águas do rio Paraíba do Sul, captando em Santa Cecília. 
O rio Guandu foi o caminho utilizado pela LIGHT para o escoamento das águas do rio 
Paraíba do Sul quando foi edificado o complexo Paraíba-Vigário para geração de energia do 
Rio de Janeiro. 
Isto foi possível com a transposição das águas dorio Paraíba do Sul para a bacia do rio 
Ribeirão das Lajes, feita com uma instalação complexa, constituída das usinas elevatórias de 
Santa Cecília e Vigário, bem como, dos reservatórios de Santa Cecília, Santana e Vigário. 
A energia elétrica desses subsistemas é gerada primeiramente nas Usinas de Fontes e Nilo 
Peçanha. A seguir, as águas, já no talvegue do Ribeirão das Lajes, formam o reservatório de 
Ponte Coberta, gerando novamente energia na Usina de Pereira Passos. 
 
São Paulo 
2016 
Somente após o ano de 1940, a cidade do Rio de Janeiro deixou de ter o seu sistema de 
abastecimento de águas sujeito a regimes sazonais de vazão, que se dividem nas chamadas 
“grandes adutoras” e “pequenas adutoras”. Estes mananciais de pequeno porte dentro dos 
limites do atual município do Rio de Janeiro, que são hoje cerca de 40 sistemas de captação 
superficial de água de boa qualidade, necessitam somente de desinfecção e são utilizados para 
atender áreas urbanas em cotas elevadas, próximas das captações, devido às dificuldades em 
atendê-los pelos sistemas principais. 
Isto só foi possível com a construção, em 1940, da 1ª Adutora de Ribeirão das Lajes e, em 
1949, da 2ª Adutora da “Usina de Fontes Velhas” da LIGHT, o que oferecia uma 
indispensável garantia de abastecimento perene e ininterrupto. Este sistema proporcionou, a 
partir de 1949, uma vazão de 5100 litros por segundo a mais para o Rio de Janeiro. 
Durante o mandato do prefeito Hildebrando de Góes, o engenheiro José Franco Henriques, 
Diretor do Departamento de Águas, sugeriu a construção de uma terceira adutora de grande 
diâmetro, com capacidade para 225 milhões de litros por dia, a Guandu-Leblon, utilizando as 
águas do rio Guandu, já previstas pelo engenheiro Henrique de Novaes. No início da década 
de 50, o contínuo crescimento das demandas de água da cidade do Rio de Janeiro, levou à 
captação das águas do rio Guandu, já acrescido de águas dos rios Paraíba, Piraí, Ribeirão das 
Lajes, Poços e Santana. Em 1951, iniciou-se um planejamento para suprir as necessidades de 
água até 1970 e o manancial escolhido foi o rio Guandu, com uma capacidade de 1,2 milhões 
de litros por dia. O projeto inicial acabou se estendendo e, ao invés de terminar no 
Reservatório do Engenho Novo, a adutora foi prolongada até a Zona Sul, no Reservatório dos 
Macacos, onde entrou em operação no ano de 1958. Nesta época, havia o ideal de abastecer 
7,5 milhões de pessoas no ano 2000 e, por este motivo, em 1966 foi inaugurada a segunda 
adutora do Guandu, a Adutora Veiga Britto, com a entrada em operação da Elevatória do 
Lameirão, considerada a maior estação subterrânea do mundo. Em Niterói, no ano de 1954, 
entrou em carga o sistema de captação do Canal de Imunana com tratamento na ETA (estação 
de tratamento de água) do Laranjal para uma vazão de mais de 500 litros por segundo. O 
Canal de Imunana veicula as vazões de contribuição dos rios Guapiaçu e Macacu, 
conduzindo-as à calha natural do rio Guapimirim. As características físicas, químicas e 
bacteriológicas da água desse manancial, com base nos resultados de análises e exames 
efetuados, demonstraram a necessidade de tratamento completo para a sua potabilização. A 
ETE (estação de tratamento de esgotos) da Penha foi acionada em julho de 1960 com 
 
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capacidade para processar 1686 litros de esgotos por segundo e atender aproximadamente 
1.000.000 de habitantes. Em 1957, foi criada a superintendência de Urbanização e 
Saneamento (SURSAN) e, em 1961, ocorreu um caos no abastecimento da cidade a partir de 
uma ocorrência na Elevatória de Alto Recalque da Antiga Adutora do Guandu. Neste mesmo 
ano, o Departamento de Águas foi incorporado a SURSAN e a administração pública teve de 
recorrer a um empréstimo externo para realizar obras, através de um contrato de, 
aproximadamente, 90 milhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – 
BID. Várias obras de construção de reservatórios foram feitas com este recurso e criou-se a 
Companhia Estadual de Águas da Guanabara (CEDAG). O Governo do Estado concedeu a 
CEDAG, a partir de 1966, o direito de cobrar as contas de água. A CEDAG remodelou seus 
reservatórios, substituiu tubulações, montou seu cadastro próprio de consumidores, equipou-
se com computadores da mais alta tecnologia para aquele momento e iniciou a implantação da 
telemetria em seu controle do sistema adutor. Até o ano de 1975, a CEDAE conseguiu superar 
seus problemas, ocupando o lugar da Empresa de Saneamento do Brasil mais avançada. Veio 
a fusão dos Estados e das três empresas, que faziam saneamento na área do novo Estado do 
Rio de Janeiro. A partir daí houve uma liberação de 1,9 bilhões de cruzeiros destinados a 
obras de água e esgotos em todo o Estado. Situação após a fusão: 
 DUQUE DE CAXIAS – Recebeu uma nova rede de águas e elevou a quantidade de água 
ofertada de 100 para 350 litros por segundo; 
 NILÓPOLIS – Passou a ser abastecido pelo Sistema de Lajes, liberando água para o 
município de São João de Meriti que antes o abastecia; 
NITERÓI E SÃO GONÇALO – Ganharam aumento de oferta pelo sistema Imunana e 
organização da malha distribuidora; 
MIGUEL PEREIRA – Teve construída sua Estação de Tratamento; 
MUNICÍPIOS DO INTERIOR (Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, Miracema, Santo 
Antônio de Pádua, Duas Barras, Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Macaé, Piraí, 
Teresópolis) – Tiveram suas redes de abastecimento modernizadas; 
REGIÃO DOS LAGOS – O trabalho começou do zero. A água da região era adquirida da 
Álcalis, que vendia um volume de água para a SANERJ, que por sua vez tentava distribuir 
para Cabo Frio e Araruama. 
 
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Com a criação da CEDAE, foram construídas a Estação de Tratamento da Lagoa de 
Juturnaíba, as adutoras, troncos e redes de distribuição com novas ligações. Outro fato 
importantíssimo na fusão foi a recuperação da rede de esgotos existente. Ao contrário do 
serviço de água, marcados por grandes obras necessárias ao abastecimento da população que 
fazia parte do novo Estado foram recuperadas as Estações de Tratamento de Esgotos da Penha 
e de Niterói (em Icaraí). Esta já estava com suas obras conclusas, mas estagnadas. A ESAG 
tinha acabado de colocar em operação o Emissário de Ipanema. No ano de 1982 foi efetuado 
um projeto piloto de saneamento da Baixada Fluminense, Zona Oeste do Rio de Janeiro e São 
Gonçalo. No ano de 1985, ficou pronto o Plano Diretor de Abastecimento de Água da 
Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, com alcance até o ano de 2010. Em 30 
de junho de 1997, o Jornal do Comércio publicou um caderno denominado “CEDAE – 
EMPRESA NOTÁVEL” – DOCUMENTO ESPECIAL -, documentando as performances da 
CEDAE, enaltecendo o seu corpo técnico, premiando, em Sessão Solene do Salão Elysée do 
Hotel Meridien, a CEDAE como NOTÁVEL do ano de 1997. 
 
Abastecimento de água do Rio de janeiro 
 
A crise hídrica que atinge o Rio é causada pela falta de chuva dos reservatórios que abastecem 
o estado Uma peça-chave para entender o abastecimento não só do Rio, mas de todo o 
Sudeste é a Bacia do Paraíba do Sul, que abastece 77 municípios, sendo 66 no Rio – 57 e mais 
9 da Região Metropolitana – e 11 em São Paulo. O sistema leva água diretamente para 11,2 
milhões de pessoas. 
O Rio Paraíba do Sul resulta da confluência dos rios Paraibuna e Paraitinga, que nascem no 
Estado de São Paulo, a 1.800 metros de altitude, na Serra da Bocaina. O curso da água 
percorre 1.150km, passando por Minas Gerais e Rio de Janeiro, até desaguar no Oceano 
Atlântico em São João da Barra (RJ). Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, 
diluição de esgotos, irrigação e geração de energiahidrelétrica. 
Principais mananciais de abastecimento do estado do Rio, em seu leito estão quatro 
importantes reservatórios e hidrelétricas: Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil (o único 
em território fluminense, em Itatiaia). 
 
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As águas de Funil também abastecem o reservatório de Santa Cecília, em Piraí (RJ), que 
integrado a outros reservatórios de Ribeirão das Lajes, vai abastecer o Sistema Guandu. 
As reservas do Paraibuna, principal reservatório do Rio Paraíba do Sul, ficaram abaixo do 
nível das hidrelétricas e, segundo a ANA, o reservatório passou a operar o volume morto – 
que não tem capacidade para gerar energia. 
Mas ainda há volume suficiente para ser transposto para a bacia hidrográfica do Rio Guandu, 
que abastece de água mais de nove milhões de consumidores da Região Metropolitana do Rio. 
 
 
Abastecimento de água do Rio de janeiro: Rio Guandu 
 
Rio Guandu é um rio brasileiro do estado do Rio de Janeiro, possui grande importância para este 
estado, já que suas águas concorrem para que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ, 
também conhecida como Grande Rio obtenha água potável, após tratamento na ETA Guandu. O 
mesmo é resultado da junção do Rio Santana e Ribeirão das Lajes, na divisa entre os municípios 
de Japeri e Paracambi. 
O rio Guandu, de pequeno porte em condições naturais, se tornou bastante caudaloso após a 
transposição das águas do rio Paraíba do Sul, sendo primeiramente usada para a produção de 
energia elétrica pela empresa Light serviços de eletricidade e para uso industrial, hoje, é 
voltado principalmente para o abastecimento de água da RMRJ. Sua água abastece cerca de 
oitenta por cento da população do Rio de Janeiro. 
Suas nascentes localizam-se na serra do Mar em diversos municípios. Alguns riachos se unem 
na represa de Ribeirão das Lajes, um dos formadores do rio Guandu, que é importante para a 
regulação da vazão. Há na cidade de Barra do Piraí a Usina Elevatória de Santa Cecília que 
transpõe as águas do rio Paraíba do Sul em direção ao rio Piraí levando-as então para o 
Complexo de Lajes por meio da Usina Elevatória do Vigário já localizada no centro da cidade 
homônima ao rio. Entre Paracambi em Japeri, o Ribeirão das Lajes recebe as águas do Rio 
Santana passando finalmente a denominar-se Rio Guandu. 
Depois disso, recebe ainda as águas dos poluídos rios de Queimados, como o Abel e os 
Poços/Queimados, e os córregos de Seropédica. No município de Nova Iguaçu, localiza-se 
a estação de tratamento de água - ETA do Guandu, considerada a maior do mundo com uma 
 
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vazão de até 47 m³/s. Depois da estação de tratamento, recebe as águas do rio Guandu-Mirim 
e é dividido em vários canais na altura do bairro carioca de Santa Cruz, sendo o principal 
deles o canal de São Francisco, que serve à importante zona industrial deste bairro, em que se 
encontram a COSIGUA(Companhia Siderúrgica da Guanabara) e a termelétrica de Santa 
Cruz, terminando por desaguar na baía de Sepetiba. Atualmente a maior parcela das águas do 
Guandu vem de outro importante manancial: o rio Paraíba do Sul. Na usina hidrelétrica da 
Light, a jusante de Santa Cecília, é feita a transposição da água, quando o Paraíba do Sul cede 
mais de sessenta por cento de suas águas para o rio Guandu através das canalizações forçadas 
das usinas. O Sistema Light foi construído em 1952 podendo acrescentar até 180 metros 
cúbicos de água que irá aumentar o caudal do Rio Guandu. Essa transposição juntamente com 
as águas do rio Ribeirão das Lajes abastece toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro - 
RMRJ, conforme o Plano Diretor de Abastecimento de Água (PDA - RMRJ), coordenado em 
1982 pelo engenheiro hidráulico Jorge Paes Rios, elaborado pela Empresa ENGEVIX para 
a CEDAE. 
 
A seca na região sudeste do Brasil 
 
A seca na Região Sudeste é o evento de chuvas irregulares e pouco expressivas registrado na 
região brasileira supracitada, iniciando no estado de São Paulo em outubro de 2013 e que se 
estendeu aos demais estados do Sudeste ao longo de 2014 e 2015, mantendo-se em várias 
áreas dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo também em 2016. O principal fator 
responsável pela diminuição das precipitações é a constante atuação da alta subtropical do 
Atlântico sul (ASAS),bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias sobre o 
Sudeste brasileiro e consequentemente inibe a formação da zona de convergência do Atlântico 
sul (ZCAS), canal de umidade organizado em associação à umidade oriunda da Amazônia 
encarregado da ocorrência de chuvas regulares em quase todo o Centro-Sul do país. Em 
decorrência da seca prolongada, associada a fatores ligados à infraestrutura, à ocupação 
desordenada dos mananciais e à falta de planejamento, iniciou-se em fevereiro de 2014 
uma crise hídrica em todo o Sudeste. 
Fortes veranicos foram observados após dezembro de 2013 na porção sul do Sudeste e em 
parte da Região Sul, em pleno auge do período chuvoso, mais tarde estendendo-se também 
 
São Paulo 
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para Minas Gerais e Espírito Santo, áreas em recuperação das enchentes no final de 2013. As 
chuvas ficaram muito abaixo da média climatológica na maior parte dessas regiões após 
outubro de 2013 e cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram calor 
recorde em fevereiro de 2014. Tal fenômeno ocorreu em decorrência da atuação de uma 
extensa massa de ar seco e quente que permaneceu estacionada sobre boa parte do território 
brasileiro nas primeiras semanas de 2014, a chamada alta subtropical do Atlântico sul 
(ASAS), bem como ocorreria em outras ocasiões nos meses seguintes. A alta pressão formava 
um bloqueio atmosférico que impedia o avanço de frentes frias, que eram bloqueadas sobre 
a Argentina e o Uruguai. 
Com a ausência de precipitação, associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa, 
começaram a ser registrados prejuízos na agricultura e no abastecimento de água, além de 
uma redução no nível de reservatórios de usinas hidrelétricas. Na segunda quinzena de 
fevereiro de 2014, as chuvas retornaram ainda irregulares, chegando a superar a média na 
maior parte do país em março, mas não foram suficientes para recuperar o nível de 
reservatórios de água de hidrelétricas em cidades que enfrentavam racionamento de água. O 
quadro de estiagem se manteve nos meses seguintes na Região Sudeste, devido à estação seca 
normal, enquanto que no Sul as chuvas se tornaram regulares em geral no mês de junho. A 
ocorrência de queimadas também foi agravada no decorrer de 2014, com um aumento de 70% 
entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período em 2013, segundo o Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais ,Entre os dias 11 e 20 de outubro, várias cidades do Brasil, em especial 
nos estados da região Sudeste e Centro-Oeste, tiveram recordes de calor, com temperaturas 
máximas absolutas acima dos 40 ºC, além de secura extrema, com valores de umidade relativa 
abaixo dos 15%. No dia 17 de outubro de 2014, a cidade de São Paulo registrou a maior 
temperatura de sua história, com marca de 37,8 °C, na estação meteorológica do Mirante de 
Santana, zona norte da capital, segundo o INMET. A partir do dia 20 do mesmo mês, foram 
registradas precipitações volumosas em áreas localizadas, em especial entre o leste e nordeste 
de Minas Gerais e o Espírito Santo, no entanto chuvas mais expressivas e bem distribuídas 
começaram a ser registradas no início de novembro, quando centenas de municípios mineiros, 
paulistas e fluminenses enfrentavam situação de emergência. Ainda assim, as precipitações 
continuaram irregulares emtodo o Sudeste brasileiro em 2015. 
 
Crise hídrica no Rio de janeiro 
 
São Paulo 
2016 
 
O governo do Rio de Janeiro, em outubro de 2015 lançou um pacto para tentar diminuir os riscos 
da falta d´água. O estado nunca teve uma crise tão grave no setor. O reservatório do Paraibuna, no 
interior de São Paulo, esteve com 1,09% do volume útil. A estrutura, de 19 metros de altura, do 
reservatório da bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece dez milhões de pessoas no estado do Rio 
de Janeiro, que ficava totalmente submersa, pode ser vista totalmente. O nível dos quatro 
reservatórios desse sistema esteve em apenas 5,73%. 
O Rio de Janeiro viveu a pior crise de abastecimento da sua história. Isso fez com cada pequeno 
filete de água tenha uma grande importância no abastecimento da cidade. Na época, o 
racionamento foi descartado pelo governo do estado. Mas se não chovesse o suficiente nos 
próximos meses, tudo poderia acontecer. 
 “Nós estamos com uma situação ruim, porque os nossos reservatórios estão muito baixos. O mais 
provável é que a gente termine esse período de estiagem com os reservatórios zerados”, disse o 
professor do COPPE / UFRJ, Paulo Canedo. 
 
Em outubro de 2015, completava dois meses que não chovia no norte fluminense. Na antiga lagoa, 
que tinha três metros de profundidade, o barco atolou na secura. 
No sul do Rio, Angra dos Reis decretou situação de emergência e proibiu lavar carro, calçada e 
telhado. Os bairros recebiam água em dias diferentes. No Caxambu, Região Serrana, as plantas 
secaram, as folhas queimaram e o solo rachou. 
Na Região Metropolitana do Rio, os municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí estão sofreram 
com a falta d'água. Entre 40 e 50 caminhões abasteciam todos os dias em duas bicas da CEDAE, a 
Companhia de Águas e Esgotos do Rio. 
Só o Sul está com níveis confortáveis. O Sudeste, Centro Oeste, e região Norte, estiveram abaixo 
de 30%. E no Nordeste, a média era de pouco mais de 10%. 
“Se chover a média, nós teremos um 2016 atento. Com grandes possibilidades de nos livrarmos do 
problema. Empurraremos o problema para 2018”, afirmou o professor Paulo Canedo. 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
Os conteúdos a seguir, mostram algumas reportagens pulicadas no site G1.globo.com, 
em outubro de 2015: 
 
Crise hídrica muda paisagens e hábitos em várias regiões do RJ 
 
“RJTV acompanhou a rotina de moradores que sofrem com falta d’água. Governo discute 
construção de barragem para aumentar captação de água. Faltando cerca de dois meses para o 
início do verão a paisagem seca domina vários municípios do Rio de Janeiro, conforme mostrou o 
RJTV nesta quinta-feira (22). Moradores de Xérem, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, 
enfrentam dificuldades com uma das represas que está sem água. Em Seropédica, também na 
Baixada, um rio desapareceu da paisagem. 
No norte do estado, o município de Cardoso Moreira, também está com as lagoas secas. Moradores 
estão desolados com a falta de água para tomar banho e até mesmo para fazer comida. Alguns 
declararam que tiveram que mudar de emprego. Segundo especialistas, esta é a mais grave crise da 
história. A seca começa a transformar a vida dos moradores. Eles não conseguem nem mesmo 
encontrar água nos poços artesianos. É preciso ser criativo para conseguir ter água. Segundo o 
professor Edvar Britto, é preciso trazer água de uma fonte da Cedae na cidade para sobreviver. O 
feirante Wagner dos Santos diz que teve que mudar de profissão já que não consegue plantar como 
fazia antes. O problema também está trazendo os animais selvagens para perto das residências. 
E a situação não é diferente nos municípios da Região Metropolitana do Rio. O problema da falta 
de água é grave em São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e na Ilha de Paquetá, que são abastecidos pelo 
sistema Imunana-Laranjal, que vem operando com déficit. O sistema formado pelos rios Guapiaçu 
e Macuco, produz 6 mil e 200 litros de água por segundo, mas a demanda é muito maior, 10 mil e 
900 litros por segundo. 
Moradores reclamam por ter que improvisar para conseguir encher a caixa d'água. Muitos 
precisam comprar água para abastecer os reservatórios. O principal problema é que os carros-pipa 
subiram de R$ 100 para R$ 250. De acordo com especialistas, a solução seria a construção de uma 
barragem para aumentar a produção do sistema Imunana-Laranjal.Com a construção, que ficaria 
entre os municípios de Guapimirim e Cachoeira de Macacu, a produção aumentaria em até cinco 
mil litros de água por segundo, o que poderia aliviar a situação dos dois milhões de moradores que 
dependem do sistema. 
 
São Paulo 
2016 
Segundo o Secretário Estadual do Ambiente, André Correa, o recurso para a construção da 
barragem já está disponível, mas eles enfrentam problemas com a desapropriação do terreno a ser 
inundado. Por isso, a obra ainda não foi iniciada. Ele diz que os estudos de impacto ambiental estão 
sendo finalizados até o final de novembro. 
"Estas pessoas elas vivem num terreno, num assentamento do Incra, que nem que eu queira 
indenizá-las eu não posso nem pagá-las, porque a terra não é delas. O recurso a gente tem, hoje o 
que eu preciso resolver é este imbróglio jurídico de como eu não ser injusto com estas 80 pessoas. 
Minha discussão hoje está com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o Incra pra 
resolver esta questão", afirmou 
No interior do estado e na Baixada Fluminense a falta de chuva está deixando as represas secas. 
Em Xérem, é possível caminhar na área onde havia água. De acordo com funcionários da Cedae 
que trabalham na região, o nível caiu 18 metros em um ano. 
No município de Cardoso Moreira, o rio Muriaé já atingiu o menor nível da história: 20 
centímetros. Quem trabalha com a pesca lamenta a seca das lagoas. Alguns abandonaram a área 
rural por causa da falta d'água. 
Em Angra dos Reis, a prefeitura proibiu a lavagem de carros e calçadas para evitar o desperdício. 
Quem desobedecer poderá pagar uma multa que vai de R$ 200 a R$ 3 mil. Também foi 
implantado na cidade um sistema de rodízio nos bairros para recebimento de água em dias 
diferentes. Também falta água em Petrópolis, na Região Serrana, onde as plantas secaram e o solo 
está rachado.”. 
 
Desperdício piora crise hídrica no RJ: 30% da água não chega a consumidor 
 
Maior parte é causada por 'gatos' e hidrômetros quebrados ou adulterados. Especialista prevê 
colapso após 2035 devido à falta de água no estado. Em meio à crise hídrica, os reservatórios de 
água do Rio de Janeiro seguem abaixo do nível normal. Algumas cidades estão fazendo rodízio no 
abastecimento e a produção de indústrias já começa a ser afetada, como mostrou o RJTV nesta 
sexta-feira (23). Neste contexto, combater o desperdício de água é um dos maiores desafios. De 
acordo com a Cedae, companhia responsável pelo abastecimento de 64 municípios fluminenses, a 
cada dez litros de água captados, três se perdem no trajeto até o consumidor (30%). 
A empresa diz que a maior parte das perdas é causada por ligações clandestinas e hidrômetros 
quebrados ou adulterados. Outra parte por vazamentos e questões operacionais. 
 
São Paulo 
2016 
Um aparelho usado pela Companhia de Águas de Niterói para detectar vazamentos na tubulação. 
Com o auxílio dele, em 15 anos a empresa conseguiu reduzir a taxa de perda de 40% para 17%. 
No Brasil, a taxa de desperdício de água está em 37% por cento. A meta para 2033 é reduzir para 
31%. 
Em Guapimirim, na Baixada Fluminense, o abastecimento de água tem sido feito em esquema de 
rodízio. Parte da população recebe água de 13h à meia-noite. Outra parte, no período restante.Em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, o nível do canal de São Francisco caiu a ponto de 
prejudicar a produção industrial na região. Falta água para resfriar as máquinas. 
Para evitar um colapso por causa da falta d’água, técnicos dão três sugestões: desenvolver uma 
tecnologia para tirar o sal da água do mar, reutilização da água das estações de tratamento de 
esgoto e investimento em saneamento básico, para que os rios fiquem limpos. 
“Se essas ações não forem colocadas em pratica em 2035, a demanda de água pela população e 
pelo setor industrial vai ser superior à oferta. Então, nós teremos um colapso no sistema de 
abastecimento de agua potável para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, afirmou Jorge 
Peron, especialista em meio-ambiente da Federação das Indústrias do Rio

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