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AULA 11

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ 
CURSO DE DIREITO – UNIDADE CENTRO 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
CCJ0037 
 
AULA 11 – Procedimentos Especiais. 
 
11. 1. Procedimento Comum e Procedimentos Especiais. 
 
- Procedimento Comum: Procedimento padrão, paradigmático, estabelecido pelo CPC/15. 
 
- Procedimentos Especiais: Variantes do Procedimento Comum que tem como base, 
principalmente, as peculiaridades do direito material envolvido. 
 
Ex.: Consignação em Pagamento (art. 334, CC) – modalidade extintiva da obrigação que 
pressupõe, dentre outros fatores, a recusa do recebimento do pagamento (no sentido técnico 
de adimplemento da obrigação) pelo credor. 
 
Na perspectiva processual, é fundamental que esta recusa seja, de alguma forma, documentada 
ou oportunizada; sem a qual não há, na perspectiva do direito material, lugar para a 
consignação. 
 
Além do mais, é frequente que nesses procedimentos hajam cortes de cognição, em geral no 
plano horizontal, que acaba por viabilizar uma maior eficiência procedimental diante das 
peculiaridades do direito material. Ex.: As defesas do Réu, na consignação, são apenas as 
elencadas no art. 544 (não ter havido recusa ou mora no recebimento, ter sido justa a recusa, o 
depósito não ter sido efetuado no prazo ou local do pagamento ou não ter sido integral). 
 
Procedimentos Especiais Contenciosos: Estado atua para resolver um conflito. Ex.: Consignação 
em Pagamento. 
 
Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária: Estado atua como chancelador e/ou 
integrador da vontade das partes, como administrador dos interesses privados. Ex.: Divórcio 
Consensual. 
 
Crítica: Desjudicialização à Incentivo dos meios alternativos de resolução de conflitos, 
trespasse a outras entidades estatais ou paraestatais, etc. 
 
11. 2. Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa e Procedimentos Especiais de 
Jurisdição Voluntária: principais distinções. 
 
o Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa (Capítulos 1º ao 14º do Título III 
do Livro I da Parte Especial do CPC/15): 
 
ü A existência da ameaça ou violação de um ato ilícito é pressuposto fundamental de 
atuação da jurisdição contenciosa. 
 
ü É marcada pela existência de partes em polos antagônicos: de um lado o autor, 
pretendendo obter uma resposta judicial ao conflito de interesses; do outro, o réu, a 
pessoa que a pretensão da tutela jurisdicional é formulada. 
 
ü Na jurisdição contenciosa, existem partes, processo judicial e sentença traumática, em 
que favorece a uma das partes, em detrimento da outra, sempre existindo litigiosidade. 
 
ü Ela é substitutiva, no sentido de que substitui a vontade dos litigantes, e a sentença 
proferida pelo juiz é obrigatória para as partes. 
 
ü Na jurisdição contenciosa existe a imperatividade, em que para realizar adequadamente 
o resultado de dirimir o conflito e buscar a paz social, o magistrado, mediante o devido 
processo legal, imporá resultado independentemente da anuência dos litigantes. 
 
ü Na imutabilidade, a sentença prolatada pelo Estado –juiz se torna imutável, no sentido 
de não poder ser mais alvo de uma nova discussão por qualquer pessoa, inclusive o 
próprio magistrado. 
 
ü O magistrado só pode conferir as partes na sentença aquilo que foi pleiteado em juízo, 
sob pena de nulidade do julgado. 
 
Obs.: Apesar do extenso rol do CPC, o diploma não esgotou a matéria, visto que existem vários 
outros procedimentos especiais na legislação extravagante, como é o caso das Ações de Locação 
de Imóveis Urbanos (Lei nº 8.245/91), Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09), Ações 
Coletivas (APC, Lei nº 7.347/85 e CDC, Lei nº 8.078/90), etc. 
 
o Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária (Capítulo 15º do Título III do Livro I 
da Parte Especial do CPC/15): 
 
ü Busca-se a constituição de situações jurídicas novas. 
 
ü Não existe uma lide, ou seja, não há conflito de interesses entre duas pessoas, mas 
apenas um negócio jurídico, com a efetiva presença do juiz. 
 
ü Não existe uma sentença, mas um pronunciamento judicial de administração de 
interesse privado com relevante repercussão pública. 
 
ü Nessa jurisdição não é conveniente falar em partes, mas interessados, pois essa 
denominação deixa transparecer que as pessoas estão em posições antagônicas, o que 
não é verdade em se tratando de jurisdição voluntária. 
 
ü A doutrina também diz ser impróprio falar em ação, pois esta é definida como o direito 
que a parte possui de buscar o efetivo exercício da atividade jurisdicional. 
 
ü Nessa jurisdição, o magistrado não aplica a controvérsia existente entre duas partes, 
substituindo a vontade delas, há atos de vontade dos interessados, em que existem 
negócios jurídicos privados que serão administrados pelo Poder Judiciário. 
 
Por isso não há o que se falar em imutabilidade das decisões judiciais, pois as decisões em 
jurisdição voluntária só produzem coisa julgada formal e não material, fazendo com que se 
admita que a discussão da matéria no âmbito de um processo findo seja apreciada dentro de 
outra demanda judicial, que revisite os mesmos elementos da ação finda. 
 
ü Pode ocorrer uma controvérsia entre os interessados na jurisdição voluntária. 
 
Ex.: Num procedimento de interdição, por exemplo, pode o interditando discordar frontalmente 
do requerente e nessa discordância reside a controvérsia. Na jurisdição voluntária, o juiz age 
sempre no interesse do titular daquele interesse que a lei acha relevante socialmente, como, na 
hipótese figurada, é o interditando. 
 
ü Não existe o caráter substitutivo da jurisdição contenciosa, pois no caso da jurisdição 
voluntária, o magistrado não impõe uma sentença para os interessados, mas a 
intervenção do Estado-juiz é importante para dar legitimidade, validez e eficiência ao 
negócio jurídico. 
 
11. 3. Ação de Consignação em Pagamento (art. 539, CPC): 
 
“É o procedimento especial de jurisdição contenciosa que pretende a prestação de tutela 
jurisdicional consistente no reconhecimento judicial da extinção da obrigação pelo devedor em 
face de seu(s) credor(es) mediante o pagamento em consignação (art. 334, CC)” (Scarpinella 
Bueno) 
 
o Requisitos: 
 
O débito existente precisa ser líquido e certo, com o quantum apurado, o que não é impeditivo 
de que, posteriormente, o devedor ao perceber erro de cálculo o retifique. 
 
O pagamento também deve corresponder à totalidade da prestação devida, na forma do art. 
314 do CC, incluindo juros vencidos, quando estipulados ou legalmente devidos. 
 
Para consignar é necessário ainda que a dívida esteja vencida, mas para ter força de pagamento, 
o devedor não poderá estar em mora. 
 
A consignação também deve se dar no local convencionado para o pagamento (art. 337 do CC). 
 
O pagamento deverá ser dirigido a favor de quem tem obrigação de receber (credor) e pode 
conferir quitação capaz de exonerar o devedor da obrigação. 
 
Além disso, precisa ser promovido por pessoa capaz de pagar, seja o próprio devedor, 
representante legal do mesmo ou até terceiro interessado ou não na extinção do débito. 
 
Há duas formas para a consignação em pagamento, a Extrajudicial e a Judicial. 
 
o A Extrajudicial está prevista no CPC, no artigo 539, §§ 1º ao 4º, sendo também 
disciplinada pela Resolução n. 2.814/2001 do BACEN. Ela não é obrigatória. É uma opção 
do DEVEDOR. Vejamos: 
 
Art. 539 […] §1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em 
estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se 
o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a 
manifestação de recusa. 
 
§2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação 
de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposiçãodo credor a 
quantia depositada. 
 
§3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser 
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do 
depósito e da recusa. 
 
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o 
depositante. 
 
o Na forma Judicial: 
 
A COMPETÊNCIA será a do lugar do pagamento, salvo se houver foro de eleição e, quando 
proposta a ação, se o depósito não for realizado previamente. (art. 540, CPC) 
 
O devedor irá requerer a autorização para efetivá-lo. O depósito somente poderá ser realizado 
após o magistrado entender que é caso para Consignação em Pagamento. Caso contrário, 
julgará o pedido IMPROCEDENTE e ocorrerá a extinção sem resolução do mérito. 
 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar 
a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que 
o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. 
 
O VALOR DA CAUSA nas Ações de Consignação em Pagamento é o valor da prestação devida, o 
que equivale a dizer que será o valor principal acrescido dos juros. 
 
Para as obrigações de entregar coisa, será o valor da coisa devida e, para as prestações 
periódicas, ou seja, as prestações vencidas e vincendas, o valor da causa será a soma de 12 
prestações, nos termos do artigo 292, § 1º, do CPC. 
 
Procedimento: ver no quadro. 
 
11. 5. Ação de Exigir Contas (art. 550, CPC): 
 
A ação de exigir contas pressupõe a existência de um vínculo jurídico entre dois sujeitos de 
direito que, em virtude da natureza da relação, pode demandar um acerto entre as partes, com 
o fito de levar a termo final a obrigação que nasce quando o liame jurídico caminha para seu fim 
ou quando se vislumbra necessário. 
 
Obs.: o Código de Processo Civil, em consonância com sua almejada pretensão de exclusão de 
procedimentos especiais, pouco ou nunca utilizados na prática forense, excluiu do livro 
processual a ação de prestação de contas. Tal omissão, contudo, não significa sua extinção do 
mundo jurídico-processual. Demonstra apenas que tal ação não disporá de rito especial para 
processamento e julgamento, submetendo-se às normas gerais que conduzem o procedimento 
comum. 
 
- De quem se deve exigir contas: 
 
Aqueles que administram certos bens e interesses juridicamente relevantes, possuem tal 
responsabilidade de prestar contas da sua gestão e do destino dado aos recursos e bens que lhe 
foram postos aos cuidados. A prestação de contas pode ser voluntária ou mediante solicitação 
dos legítimos interessados. Legítimos interessados são os titulares de direitos reais ou pessoais 
cujo exercício ou representatividade cederam a um terceiro. 
 
São exemplos o sucessor provisório de ausente que não seja descendente, ascendente ou 
cônjuge. (art. 33 caput do CC), os mandatários quantos aos atos praticados em função do 
contrato de mandato (art. 668 do CC), o síndico de condomínio (art. 1348 do CC) ou empresa de 
administração de condomínios, o advogado para seu cliente no que se refere as quantias 
recebidas para patrocínio da causa ou levantadas durante o feito. 
 
- Causa de pedir: 
 
Não se trata de exigir algum crédito, mas sim de ter acesso à prestações de contas do 
administrador. 
 
Acaso após apresentação destes documentos se verifique divergência, inconsistência, erro, ou 
indício de fraude poderá ser pedido neste processo a devida restituição e reparação pelo dano 
sofrido (questão incidental). 
 
- Procedimento: ver no quadro. 
 
Questões objetivas: 
 
2) Na ação de consignação em pagamento o réu, em contestação, poderá alegar, exceto: (art. 
544, CPC) 
 
a) que foi justa a recusa. 
b) que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida. 
c) que o depósito não é integral. 
d) que o depósito apesar de efetuado dentro do prazo pactuado não foi no lugar onde deveria 
ocorrer o pagamento. 
 
3) Na ação interposta por aquele que pretende exigir a prestação de contas, conforme a 
disposição do CPC, se o réu não negar a obrigação de prestar contas, é incorreto afirmar que, 
em consequência: 
 
a) o Juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença. 
b) a sentença que julgar procedente a ação condenará o réu a prestar as contas no prazo de 
quarenta e oito (48) horas. 
c) as contas serão, desde logo, apresentadas pelo autor, em dez (15) dias, sendo julgadas 
segundo o prudente arbítrio do Juiz. (art. 550, §6º, CPC) 
d) a sentença que julgar procedente a ação, condenando o réu a prestar as contas, também, 
imporá a este a pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar, caso não cumpra 
a condenação no prazo fixado.

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