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1 Apostila Psicopatologia II Professor Rafael Leal Alves História dos Sistemas de Classificação em Psicopatologia ......................................... 2 Critérios Diagnósticos dos Transtornos Mentais segundo o DSM-5........................... 9 Transtornos do Neurodesenvolvimento..................................................................... 9 Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos.......................................17 Transtorno Bipolar e Relacionados.............................................................................20 Transtornos Depressivos.............................................................................. ...............23 Transtornos de Ansiedade...........................................................................................25 Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados.....................................................29 Transtornos Relacionados a Trauma e Estressores......................................................31 Transtornos Dissociativos.............................................................................................33 Transtornos dos Sintomas Somáticos e Relacionados..................................................34 Transtornos Alimentares..............................................................................................36 Transtornos da Eliminação...........................................................................................38 Transtornos do Sono-Vigília.........................................................................................39 Disfunções Sexuais........................................................................................................44 Disforia de Gênero........................................................................................................47 Transtornos Disruptivos, do Controle dos Impulsos e da Conduta..............................48 Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos.................................51 Transtornos Neurocognitivos........................................................................................58 Transtornos da Personalidade.......................................................................................61 2 História dos Sistemas de Classificação em Psicopatologia Psicopatologia = “psico” (alma) + “patos”(doença) + “logia” (estudo). Base/ciência da Psiquiatria. 2 principais enfoques psicopatológicos: Descritivo (enfoque na descrição dos sintomas, curso, classificação etc; geralmente utiliza a fenomenologia para abordagem de forma aprimorada) e explicativo (enfoque na teorização/explicação causal para o transtorno mental [psicanalítica, humanista, comportamental etc.]). Philippe Pinel (1801): Loucos até então presos em asilos muitas vezes juntos com criminosos, eram considerados como pessoas que em que os instintos prevaleciam sobre a razão. Pinel cria a concepção de doença mental e “liberta os loucos” para poder estudá-los e inicia a classificação de doenças. Baseado no princípio fenomenológico e descritivo da psicopatologia. Surgimento/aplicação da Psicopatologia Descritiva/Fenomenológica, embasada em autores anteriores. *Paralelamente ao enfoque descritivo, surge o enfoque psicanalítico (S. Freud) ao final do séc. XIX: entende os mecanismos psicodinâmicos do indivíduo como causadores dos transtornos mentais (este tipo de abordagem inicia-se na Europa, mas toma importância nos EUA e por isso passa a ser utilizada para criação dos 1os manuais diagnósticos. Emil Kraepelin (1910): Intensifica o estudo das doenças mentais e sua classificação de acordo com a o espectro sintomatológico, provável etiologia, curso, prognóstico. Retoma os princípios dos estudos de Pinel. Enfoca na perspectiva descritiva da psicopatologia, como ainda mais intensidade que anteriormente. Forças Militares dos EUA (1945): Necessidade da criação de um sistema classificatório mais eficiente, tendendo à uma maior precisão, confiabilidade diagnóstica devido às necessidades pós-guerra. Cria seu próprio sistema classificatório para transtornos mentais. CID-6: Inclui transtornos da mente e do comportamento pela 1ª vez, observando a necessidade de um instrumento mundial de maior precisão, confiabilidade, facilitador da comunicação profissional. DSM-I (1952) e DSM-II (1968): 1os instrumentos de classificação diagnóstica criados pela APA. Baseado nos princípios psicanalíticos. DSM-III (1980): APA cria força tarefa com intuito de modificar o embasamento do manual dos princípios psicanalíticos para princípios descritivos (neokraepeliniano). Há grande aumento do número de diagnósticos possíveis. Foi necessário voltar às concepções de Emil Kraepelin de descrição e tendência à classificação etiológica devido ao aumento populacional, que exige por maior demanda, com confiabilidade, precisão, de fácil manipulação estatística e prezando por uma linguagem comum mundial de fácil acesso. 3 No entanto a volta ao sistema descritivo apresenta suas vantagens e desvantagens (Tabela 1). Fonte: D’Abreu, 2012 DSM-IV (1994), DSM-IV-TR (2000), DSM-V (2013): não só mantêm a perspectiva descritiva como a intensifica, criando maior número de diagnósticos e, através dos dados estatísticos/científicos orienta a classificação de acordo em possibilidades etiológicas. CID-10 (1992) foi elaborada com características mais próximas ao DSM-IV (Tabela 2). 4 Tabela 2 Fonte: Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde/UNASUS. https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15783/mod_resource/content/2/un01/top02p 01.html. As mais recentes edições do DSM (DSM IV-TR e DSM-V), estão listadas na Tabela 3. 5 Tabela 3 Diferenças entre o DSM-IV e o DSM-V. Fonte: Araújo & Neto. “A nova classificação Americana para os Transtornos Mentais - o DSM-5”. 2014. 6 CID-11: a partir desse sistema de classificação elaborado paralelamente ao DSM-V, passa a haver um compartilhamento de estudos entre as forças tarefas de ambos os sistemas, para que haja maior harmonização, facilitando aspectos funcionais a nível mundial desses sistemas (Tabela 4) Tabela 4. Fonte: Site da World Health Organization/Organização Mundial de Saúde. https://icd.who.int/browse11/l-m/en 7 Críticas aos Sistemas Classificatórios Contemporâneos pela Psicanálise: viés da superficialidade diagnóstica, devido à priorização da avaliação e descrição dos sintomas em detrimento dos aspectos pessoais do indivíduo. Crítica ao DSM-V: período de luto não considerado? Inclusão de todos os transtornos de características autistas em Transtorno do Espectro Autista. TDAH: mudança de sintomas iniciados até os 7 anos para até os 12 anos de idade. Criação do Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor. Classificação Internacional de Doenças e Outros Agravos à Saúde (CID-World Health Organization) Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos da Mente e do Comportamento (DSM- American Psychiatric Association) A história dos sistemas de classificação em psiquiatria se encontra bem explicada em Araújo & Neto, 2013. Transtornos Mentais: “Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionaisou outras atividades importantes. Uma resposta esperada ou aprovada culturalmente a um estressor ou perda comum, como a morte de um ente querido, não constitui transtorno mental. Desvios sociais de comportamento (p. ex., de natureza política, religiosa ou sexual) e conflitos que são basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade não são transtornos mentais a menos que o desvio ou conflito seja o resultado de uma disfunção no indivíduo, conforme descrito” (APA,2013). “Os critérios diagnósticos são oferecidos como diretrizes para a realização de diagnósticos, e seu uso deve se basear no julgamento clínico” (APA, 2013). -Todos os transtornos mentais devem causar sofrimento significativo na vida do indivíduo ou de outros, como prejuízos social, familiar, acadêmico, profissional entre outros. -Transtornos mentais são definidos em relação a normas e valores culturais, sociais e familiares. A cultura proporciona estruturas de interpretação que moldam a experiência e a expressão de sintomas, sinais e comportamentos que são os critérios para o diagnóstico. -A anamnese completa, ou no mínimo direcionada, para a condição quando não for possível completá-la, é de extrema importância para o diagnóstico, assim como a súmula psicopatológica (avaliação das características físicas e sintomatologia evidente) do paciente à entrevista. Devem ser levadas em conta: sexo (transtornos depressivos e ansiosos são significativamente mais prevalentes em mulheres. Transtornos de Conduta, TDAH subtipo hiperativo mais prevalentes em homens, por exemplo); herdabilidade (parentes de pacientes com Tr. Bipolar, TDAH, TEA têm muito alta chance de apresentar o mesmo diagnóstico, os outros transtornos como os depressivos, também, mas menor possibilidade). -Em relação aos fatores psicossociais-familiares-ocupacionais como preditores dos transtornos, em alguns a importância é maior (tr. de conduta, p. ex.), que em outros (Transtorno Bipolar, p.ex.). 8 -Em relação ao prognóstico/curso alguns apresentam melhor, como o Transtorno de Estresse agudo, transtorno de ansiedade de separação, mas já outros não (como, p.ex o Transtorno Bipolar e a Esquizofrenia, que raramente apresenta remissão completa e as recidivas são frequentes, mesmo em terapia adequada) -Muitas vezes o curso do diagnóstico é que vai esclarecer melhor mais provável diagnóstico, mas as hipóteses são necessárias desde o início como uma forma de agilizar o tratamento. -Alguns transtornos que devem investigados antes de outros (p.ex. transtorno bipolar antes de Transtorno depressivo maior, Transtorno do Espectro Autista/Deficiência Intelectual antes de Transtornos da Linguagem, Transtorno Esquizoafetivo antes de Transtorno Depressivo Maior etc.) geralmente por representar um quadro de maior importância clínica e prognóstica, ou apresentar aspectos/sintomatologia sobreposta e além). -Os especificadores são detalhes característicos dos transtornos que assumem grande significância para a abordagem e visão prognóstica do transtorno mental. É recomendável a colocação dos especificadores do diagnóstico (como, Transtorno de Pânico [atual remitido]) principalmente para indicar em que episódio/estágio o transtorno se apresenta atualmente (remitido, atual) e sua gravidade (como: leve, moderado, grave, profundo para a Deficiência Intelectual). Também pode ser especificado o subtipo, como por exemplo se o transtorno de ansiedade social é subtipo situações sociais (exposição social intensa, sendo alvo mais fácil de críticas) ou não. -Muitas Síndromes Psicóticas (geralmente separadas por capítulos no DSM-V), podem ser causadas por Outras Condições Médicas (leia-se “de origem não-psicopatológica”, mas sim por geralmente doenças orgânicas cerebrais, endócrinas, traumatismos cranianos, cirurgias, infecções etc.), casos em que se o transtorno mental é melhor explicado pela “outra condição”, deve ser apropriadamente relatada, como “Transtorno ... por Outra Condição Médica”; assim como se o Transtorno Mental for melhor explicado por Uso de Substância (geralmente psicotrópica), seria “Transtorno ... por Uso de Substância” -“Outro Transtorno Especificado” é apresentado como diagnóstico para quadros clínicos que não preenchem critérios para os transtornos anteriores da seção específica do DSM-5 apesar de consistir numa síndrome semelhante (como, “Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos”) e que os motivos para os critérios não poderem ser especificados podem ser relatados (p.ex: ”outro transtorno depressivo especificado, que não preenche critérios de sintomas para transtornos anteriores). E “Outro Transtorno Não-Especificado”, quando não se pode especificar o motivo. -A organização do DSM-5 é baseada no Desenvolvimento e Ciclo Vital humano. Iniciando com Transtornos do Neurodesenvolvimento, de inicio na infância (como Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista[TEA], Transtornos da Comunicação); passando pelos transtornos que geralmente se iniciam na puberdade e início da idade adulta (como Transtorno Bipolar, Transtornos Depressivos e Transtornos de Ansiedade) e os que se iniciam por costume na vida adulta (como os Transtornos Neurocognitivos). O número de transtornos mentais e comportamentais é grande, por isso neste documento, de modo a facilitar a compreensão no curso de psicologia (didática), citaremos a maioria, no entanto abordaremos mais profundamente apenas os transtornos mentais de maior relevância aos aspectos clínicos. 9 Todos esses dados estão explanados em APA-DSM-V, 2013 Critérios Diagnósticos dos Transtornos Mentais Todos os Critérios a seguir foram extraídos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (American Psychiatric Association, 2013) para uma maior fidedignidade/confiabilidade com fins didáticos em relação ao diagnóstico dos transtornos mentais. Transtornos do Neurodesenvolvimento: Transtornos de início na infância, geralmente por comprometimento no desenvolvimento neuropsíquico. De início na infância e, quando em menor grau detectável apenas em fase mais tardia da vida (inclusive na fase adulta). É frequente a comorbidade (p.ex: TEA com deficiência Intelectual). O comprometimento pode ser específico, como transtornos da aprendizagem, motor, comunicação social, quanto ter um contexto mais geral, como a deficiência intelectual e o transtorno do espectro autista. Antes de descrevermos os aspectos centrais dos transtornos do neurodesenvolvimento, é de significante importância se saber sobre os aspectos do desenvolvimento infantil. Desenvolvimento Infantil Entre 1 e 2 meses: predomínio do tônus flexor, assimetria postural e preensão reflexa, reflexo de moro. Reflexo de Moro (segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços. Deve ser sempre simétrico (é incompleto a partir do 3º mês e não deve existir a partir do 6º mês); percepção melhor de um rosto, medida com 10 base na distância entre o bebê e o seio materno. Entre 2 e 4 meses: sorriso social; bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros; inicia-se a ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar). Entre 4 a 6 meses: o bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro; preensão voluntária das mãos; adquire noção de profundidade. Entre 6 e 9 meses: inicia-se a noção de “permanência do objeto”; o bebê senta-se sem apoio; arrasta-se, engatinha; apresenta reações a pessoas estranhas. Entre 9 meses e 1 ano: o bebê engatinha ou anda com apoio; fica em pé sem apoio. Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê anda sozinho; possui a acuidade visual de um adulto Entre 1ano e 6 meses a 2 anos: o bebê corre ou sobe degraus baixos. Entre 2 e 3 anos: ocorre um grande aumento do vocabulário geral, já contruindo e se comunicando através de frases com contexto compreensível, o bebê diz seu próprio nome e nomeia objetos como seus; o bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de conta (atividade que deve ser estimulada, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional, ajudando a criança a lidar com ansiedades e conflitos e a elaborar regras sociais). os pais devem começar aos poucos a retirar as fraldas do bebê e a ensiná-lo a usar o penico. Entre 3 e 4 anos: a criança veste-se com auxílio. Entre 4 e 5 anos: a criança conta ou inventa pequenas histórias; o comportamento da criança é predominantemente egocêntrico; porém, com o passar do tempo, outras crianças começam a se tornar importantes. A partir dos 6 anos: a criança passa a pensar com lógica, embora esta seja predominantemente concreta. Sua memória e a sua habilidade com a linguagem aumentam. Seus ganhos cognitivos melhoram sua capacidade de tirar proveito da educação formal. A autoimagem se desenvolve, afetando sua autoestima. Os amigos assumem importância fundamental. A criança começa a compreender a constância de gênero. A segregação entre os gêneros é muito frequente nesta idade (meninos “não se misturam” com meninas e vice-versa). A partir dos 7 anos: a criança começa a desenvolver o julgamento global de autovalor, integrando sua autopercepção, “fechando” algumas ideias sobre quem ela é e como deve ser etc. A influência dos pares (amigos, colegas da mesma idade) adquire grande importância nesta etapa da vida, enquanto a influência dos pais diminui. Até o final 2º ano escolar fundamental (7- 8 anos) é esperado que já se escreva e leia com clareza, considerando-se o ensino adequado (não-privação) e um mínimo de estimulação desses aspectos pelos cuidadores até então. A partir dos 10 anos: ocorrem mudanças relacionadas à puberdade e há um estirão de crescimento (primeiro nas meninas, em torno dos 11 anos, depois nos meninos, em torno dos 13 anos). Fonte: Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf (Extraído de COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI et al., apud DUNCAN et al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000[com adaptações]). 11 Transtornos do Neurodesenvolvimento: Deficiências Intelectuais: -Deficiência Intelectual -Atraso Global do Neurodesenvolvimento (abaixo de 5 anos de idade, quando há dificuldades na avaliação intelectual) -Deficiência Intelectual Não-Especificada Transtornos da Comunicação: -Transtorno da Linguagem -Transtorno da Fala -Transtorno da Fluência da Fala com Início na Infância (Gagueira) -Transtorno da Comunicação Social (Pragmática) -Transtorno da Comunicação Não-Especificado Transtorno do Espectro Autista -Transtorno do Espectro Autista Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade -Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Transtorno Específico da Aprendizagem -Transtorno Específico da Aprendizagem Transtornos Motores -Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação -Transtorno do Movimento Estereotipado -Transtornos de Tiques:-Transtorno de Tourette -Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistentes -Transtorno de Tiques Transitório -Outro Transtorno de Tique Especificado -Transtorno de Tique Não-Especificado Deficiência Intelectual Critérios Diagnósticos Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) é um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. Os três critérios a seguir devem ser preenchidos: Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento, abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados; Déficits em funções adaptativas que resultam em déficits de independência pessoal e responsabilidade social; Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento. Especificar a gravidade atual: Leve Moderada Grave Profunda Caracterização dos Níveis de Deficiência Intelectual: Leve: -conceitual: de não-obvia a dificuldades leves com matemática, dinheiro, tempo etc. -social: conversação, comunicação, linguagem mais concreta (risco de ser manipulado) -prático: cuidados pessoais normais, necessitando de apoio para tarefas mais complexas 12 Moderado: -conceitual: linguagem e habilidades acadêmicas desenvolvem-se muito lentamente -social: julgamento social e capacidade de tomar decisão são limitados -prático: lembretes e aprendizagem frequente para cuidados pessoais. Necessidade de apoio no manejo das expectativas sociais e nas responsabilidades Grave: -conceitual: pouca compreensão de escrita, leitura, números, tempo e dinheiro. -social: linguagem bastante limitada de vocabulário e gramática. Com foco no “aqui e agora” -prático: necessita de apoio para todas as atividades cotidianas como refeições, asseio corporal e eliminação. Profundo: -conceitual: geralmente com prejuízos motores e sensoriais. Assimbolismo/concretismo muito evidente. -social: ampla expressão não verbal e não simbólica dos próprios desejos e emoções. Dificuldade intensa de lidar com pessoas desconhecidas e novos ambientes. -prático: depende de outros para todos os aspectos Transtorno da Linguagem: Critérios Diagnósticos Dificuldades persistentes na aquisição e no uso da linguagem em suas diversas modalidades (i.e., falada, escrita, linguagem de sinais ou outra) devido a déficits na compreensão ou na produção, inclusive: Vocabulário reduzido; Estrutura limitada de frases (capacidade de unir palavras e terminações de palavras de modo a formar frases, com base nas regras gramaticais e morfológicas); Prejuízos no discurso (capacidade de usar vocabulário e unir frases para explicar ou descrever um tópico ou uma série de eventos, ou ter uma conversa); abaixo do esperado, início dos sintomas ocorre precocemente no período do desenvolvimento. Não- atribuíveis a deficiência auditiva ou outro prejuízo sensorial, a disfunção motora ou a outra condição médica ou neurológica, deficiência intelectual ou por atraso global do desenvolvimento. Transtorno da Fala: Critérios Diagnósticos Dificuldade persistente para produção da fala que interfere na inteligibilidade da fala ou impede a comunicação verbal de mensagens; A perturbação causa limitações na comunicação eficaz, que interferem na participação social, no sucesso acadêmico ou no desempenho profissional, individualmente ou em qualquer combinação; O início dos sintomas ocorre precocemente no período do desenvolvimento; Não-atribuíveis a condições congênitas ou adquiridas, como paralisia cerebral, fenda palatina, surdez ou perda auditiva, lesão cerebral traumática ou outras condições médicas ou neurológicas. Transtorno da Fluência da Fala com Início na Infância (Gagueira): Critérios Diagnósticos 13 Perturbações na fluência normal e no padrão temporal da fala inapropriadas para a idade e para as habilidades linguísticas do indivíduo persistentes ecaracterizadas por ocorrências frequentes e marcantes de um (ou mais) entre os seguintes: Repetições de som e sílabas; Prolongamentos sonoros das consoantes e das vogais; Palavras interrompidas (p. ex., pausas em uma palavra); Bloqueio audível ou silencioso (pausas preenchidas ou não preenchidas na fala); Circunlocuções (substituições de palavras para evitar palavras problemáticas); Palavras produzidas com excesso de tensão física; Repetições de palavras monossilábicas (p. ex., “Eu- eu-eu-eu vejo”); A perturbação causa ansiedade em relação à fala ou limitações na comunicação efetiva, na participação social ou no desempenho acadêmico ou profissional, individualmente ou em qualquer combinação. Ocorre precocemente no período do desenvolvimento. Não-atribuível a um déficit motor da fala ou sensorial, a disfluência associada a lesão neurológica, a outra condição médica ou outro transtorno mental. Transtorno da Comunicação Social (Pragmática) Critérios Diagnósticos Dificuldades persistentes no uso social da comunicação verbal e não verbal como manifestado por todos os elementos a seguir: Déficits no uso da comunicação com fins sociais, como em saudações e compartilhamento; de informações, de forma adequada ao contexto social; Prejuízo da capacidade de adaptar a comunicação para se adequar ao contexto ou às necessidades; do ouvinte, tal como falar de forma diferente em uma sala de aula do que em uma pracinha, falar de forma diferente a uma criança do que a um adulto e evitar o uso de linguagem excessivamente formal; Dificuldades de seguir regras para conversar e contar histórias, tais como aguardar a vez, reconstituir o que foi dito quando não entendido e saber como usar sinais verbais e não verbais para regular a interação; Dificuldades para compreender o que não é dito de forma explícita (p. ex., fazer inferências) e sentidos não literais ou ambíguos da linguagem (p. ex., expressões idiomáticas, humor, metáforas, múltiplos significados que dependem do contexto para interpretação). Resultam em limitações funcionais na comunicação efetiva, na participação social, os sintomas iniciam precocemente no período inicial do desenvolvimento (embora os déficits possam não se tornar plenamente manifestos até que as demandas de comunicação social excedam as capacidades limitadas), não-atribuiveis a condição medica, neurológica, baixas capacidades, transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, atraso global do desenvolvimento ou outro transtorno mental. Transtorno do Espectro Autista Critérios Diagnósticos Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia: Déficits na reciprocidade socioemocional (abordagem social anormal a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais); Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social (comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal); Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos (dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos, 14 dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares). + Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia: Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas); Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente); Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos); Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento se puderem ser detectáveis, e, para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtorno do espectro autista e deficiência intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do esperado para o nível geral do desenvolvimento ou ao grau de deficiência intelectual. Especificar se: Com ou sem comprometimento intelectual concomitante Especificar a gravidade atual: A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação social e em padrões de comportamento restritos e repetitivos Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Critérios Diagnósticos Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado por (1) e/ou (2): 1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses: não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades; tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente; não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho; tem dificuldade para organizar tarefas e atividades; evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado; perde coisas necessárias para tarefas ou atividades; é facilmente distraído por estímulos externos; é esquecido em relação a atividades cotidianas. 2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira; levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado; corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado; é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”; fala demais; deixa escapar uma 15 resposta antes que a pergunta tenha sido concluída; e tem dificuldade para esperar a sua vez; interrompe ou se intromete Esses sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções (para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), podem ser 5 sintomas); vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade; presentes em dois ou mais ambientes e não ocorrem durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e nem são mais bem explicados por outro transtorno mental. Determinar o subtipo: Apresentação combinada Apresentação predominantemente desatenta Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva (últimos 6 meses) Especificar a gravidade atual: Leve Moderada Grave Transtorno Específico da Aprendizagem Critérios Diagnósticos Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas, conforme indicado pela presença de ao menos umdos sintomas a seguir que tenha persistido por pelo menos 6 meses, apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades: Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta, Dificuldade para compreender o sentido do que é lido, Dificuldades para ortografar, Dificuldades com a expressão escrita, Dificuldades para dominar o senso numérico, Dificuldades no raciocínio As habilidades acadêmicas afetadas estão abaixo do esperado para a idade cronológica, inicio geralmente durante os anos escolares, não explicadas por deficiência intelectual, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos e adversidades psicossociais ou proficiência da língua. Especificar se: Com prejuízo na leitura: Com prejuízo na expressão escrita: Com prejuízo na matemática: Especificar a gravidade atual: Leve Moderada Grave Transtornos Motores: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação Critérios Diagnósticos A aquisição e a execução de habilidades motoras coordenadas estão substancialmente abaixo do esperado considerando-se a idade cronológica do indivíduo e a oportunidade de aprender e 16 usar a habilidade. As dificuldades manifestam-se por falta de jeito (p. ex., derrubar ou bater em objetos), bem como por lentidão e imprecisão no desempenho de habilidades motoras (p. ex., apanhar um objeto, usar tesouras ou facas, escrever à mão, andar de bicicleta ou praticar esportes); O déficit nas habilidades motoras em desacordo com a idade cronológica (p. ex., autocuidado e automanutenção); O início dos sintomas ocorre precocemente no período do desenvolvimento; Não-atribuível a deficiência intelectual, deficiência visual, alguma condição neurológica que afete os movimentos (p. ex., paralisia cerebral, distrofia muscular, doença degenerativa). Transtorno do Movimento Estereotipado Critérios Diagnósticos Comportamento motor repetitivo, aparentemente direcionado e sem propósito (p. ex., apertar as mãos ou abanar, balançar o corpo, bater a cabeça, morder-se, golpear o próprio corpo). Início precoce no período do desenvolvimento, não atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a condição neurológica, outro transtorno do neurodesenvolvimento ou mental (p. ex., tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo], transtorno obsessivo-compulsivo). Especificar se: Com comportamento autolesivo Sem comportamento autolesivo Especificar a gravidade atual: Leve: Os sintomas são facilmente suprimidos por estímulo sensorial ou distração. Moderada: Os sintomas exigem medidas protetivas ou modificação comportamental explícita. Grave: Monitoração contínua e medidas de proteção são necessárias para prevenir lesão grave. Transtornos de Tique Critérios Diagnósticos OBS: tique é um movimento motor ou vocalização repentino, rápido, recorrente e não ritmado. Transtorno de Tourette Múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais estiveram presentes em algum momento durante o quadro, embora não necessariamente ao mesmo tempo; por 1 ano ou mais; de início ocorre antes dos 18 anos de idade; Não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica (p. ex., doença de Huntington, encefalite pós-viral). Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente (Crônico) Tiques motores ou vocais únicos ou múltiplos estão presentes durante o quadro, embora não ambos; por mais de um ano; início antes dos 18 anos de idade; Não-atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica; jamais foram preenchidos critérios para transtorno de Tourette. Especificar se: Apenas com tiques motores Apenas com tiques vocais Transtorno de Tique Transitório 17 Tiques motores e/ou vocais, únicos ou múltiplos. Os tiques estiveram presentes por pelo menos um ano desde o início do primeiro tique. O início ocorre antes dos 18 anos de idade. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica; jamais foram preenchidos critérios para transtorno de Tourette ou transtorno de tique motor ou vocal persistente (crônico). Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos Têm a característica principal de apresentarem uma ou mais das anormalidades: Delírio (crenças fixas não-passiveis de modificação com temas mais comuns de perseguição, perda de controle da mente[roubo, publicação do pensamento etc.], ruína/niilista, erotomaníacos, de grandeza, ciúme; bizarros [claramente fora do contexto de realidade] ou não); Alucinação (percepção auditiva, visual, olfativa, gustativa ou tátil; vívida e clara, de objeto não-real), Desorganização grosseira de pensamento (déficits intensos nas associações entre as ideias) ou comportamento (incluindo puerilidade, catatonia[diminuição de resposta às solicitações do ambiente]) ou Sintomas negativos (principalmente pobreza de pensamento, discurso e afetividade). Deve-se avaliar condições primordiais como o tempo dos sintomas (como em transtornos Psicótico Breve, Esquizofreniforme e Esquizofrenia que resumidamente seriam diferenciados apenas pelo tempo) ou características sintomatológicas específicas diferenciadas dos transtornos psicóticos (como Transtorno Esquizoafetivo, quando há além da síndrome psicótica síndrome afetiva [mania ou depressão] com pelo menos 2 semanas de sintomas na ausência de sintomas psicóticos). Transtorno de Personalidade Esquizotípica é incluído por ser considerado parte do espectro esquizofrênico, mas será detalhado em “Transtornos da Personalidade”. Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos: -Transtorno da Personalidade Esquizotípica -Transtorno Delirante -Transtorno Psicótico Breve -Transtorno Esquizofreniforme -Esquizofrenia -Transtorno Esquizoafetivo 18 -Transtorno Psicótico Induzido por Substância/Medicamento -Outro Transtorno Psicótico Especificado -Outro transtorno Psicótico Não-Especificado Transtorno Delirante Critérios Diagnósticos Presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais. Critério para esquizofrenia jamais foi atendido. Alucinações, quando presentes, não são proeminentes e têm relação com o tema do delírio; Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em comparação com a duração dos períodos delirantes; Não-atribuível a substância, outra condição médica, outro transtorno mental Determinar o suptipo: Tipo erotomaníaco: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é o de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo. Tipo grandioso: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento (embora não reconhecido), insight ou ter feito uma descoberta importante. Tipo ciumento: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio do indivíduo é o de que o cônjuge ou parceiro é infiel. Tipo persecutório: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve a crença de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, perseguido, envenenado ou drogado, difamado maliciosamente, assediado ou obstruído na busca de objetivos de longo prazo. Tipo somático: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções ou sensações corporais. Tipo misto: Esse subtipo aplica-se quando não há um tema delirante predominante. Tipo não especificado: Especificar se: Com conteúdo bizarro: Os delírios são considerados bizarros se são claramente implausíveis, incompreensíveis e não originados de experiências comuns da vida (p. ex., a crença de um indivíduo de que um estranho retirou seus órgãos internos, substituindo-os pelos de outro sem deixar feridas ou cicatrizes). Especificarse: Primeiro episódio ou Episódios Múltiplos Transtorno Psicótico Breve Critérios Diagnósticos Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir, pelo período entre 1 dia e 1 mês de sintomas, sendo pelo menos 1 entre os 3 primeiros: Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 19 Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica, transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com características psicóticas, por outro transtorno psicótico como esquizofrenia ou catatonia. Especificar se: Com estressor(es) evidente(s) Sem estressor(es) evidente(s) Com início no pós-parto Transtorno Esquizofreniforme Critérios Diagnósticos Dois (ou mais) frequentes durante 1 mês, sendo pelo menos 1 deles entre os 3 primeiros: Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico; Sintomas negativos. Os sintomas não ultrapassam o período de 6 meses Não-atribuível a substância/medicamento ou a outra condição médica, transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar (episódios evidentes de transtorno de humor por pelo menos 2 semanas na ausência de sintomas psicóticos ou também durante o curso da síndrome psicótica). Especificar se: Com características de bom prognóstico: perplexidade, início recente, ausência de embotamento Sem características de bom prognóstico Especificar se: Com catatonia Esquizofrenia Critérios Diagnósticos Dois (ou mais) frequentes durante 1 mês, sendo pelo menos 1 deles entre os 3 primeiros: Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico; Sintomas negativos. Os sintomas geralmente ultrapassam o período de 6 meses (pra este período não precisa preencher o critério, podem ser apenas alguns sintomas). Não-atribuível a substância/medicamento ou a outra condição médica, transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar (episódios evidentes de transtorno de humor por pelo menos 2 semanas na ausência de sintomas psicóticos ou também durante o curso da síndrome psicótica). OBS: Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Especificar se: Com características de bom prognóstico: perplexidade, início recente, ausência de embotamento Sem características de bom prognóstico Especificar se: Primeiro Episódio 20 Episódios Múltiplos Especificar se: Com catatonia Transtorno Esquizoafetivo Critérios Diagnósticos Um período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior ou maníaco concomitante com o Critério A da esquizofrenia; Delírios ou alucinações por duas semanas ou mais na ausência de episódio depressivo maior ou maníaco durante a duração da doença ao longo da vida. Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor estão presentes na maior parte da duração total das fases ativa e residual da doença. Não-atribuível a uso de substâncias ou a outra condição médica. Determinar o subtipo: Tipo bipolar: Esse subtipo aplica-se se um episódio maníaco fizer parte da apresentação. Podem também ocorrer episódios depressivos maiores. Tipo depressivo: Esse subtipo aplica-se se somente episódios depressivos maiores fizerem parte da apresentação. Especificar se: Com catatonia Transtorno Psicótico Induzido por Substância/Medicamento Critérios Diagnósticos Presença de: Delírios ou Alucinações. Com início durante ou logo após intoxicação por uma substância ou abstinência ou após exposição a um medicamento (que seja capaz de produzir os sintomas psicóticos). Não persistindo mês após a exposição. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium. Transtorno Bipolar e Relacionados: São colocados entre as categorias “Transtornos Psicóticos” e “Transtornos Depressivos”, por se considerar assumir uma posição psicopatológica entre eles, mas considerados transtornos do humor, assim como os Transtornos Depressivos. Antes chamado de Psicose Maníaco- Depressiva, o Transtorno Bipolar tem com uma das características, não incomuns, a apresentação de delírios de grandeza e alucinações. Apesar do nome “bipolar” a característica essencial para o diagnóstico do transtorno é a presença de Episódio Maníaco (Tr. Bipolar tipo I) ou Hipomaníaco (Tr. Bipolar tipo II), com histórico ou não de episódios depressivos, ou apenas apresentarem sintomas hipomaníacos e depressivos, se crônicos (Tr. Ciclotímico). 21 Transtorno Bipolar e Relacionados: -Transtorno Bipolar tipo I -Transtorno Bipolar tipo II -Transtorno Ciclotímico -Transtorno Bipolar e Relacionados induzido por Substância/Medicamento -Outro Transtorno Bipolar e Relacionados Especificado/Não-Especificado Critérios para os episódios Maníaco e Hipomaníaco: Episódio Maníaco Um período distinto (episódio) de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária), com 3 ou 4 (se humor somente irritável) dos sintomas a seguir: Autoestima inflada ou grandiosidade; Redução da necessidade de sono; loquacidade ou pressão para continuar falando; Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados; Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes) Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos); Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos); A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional, observável por outros geralmente, ou necessitar de hospitalização (se não realizada, no mínimo deveria ser cogitada/pensada) a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas, e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância, medicamento ou a outra condição médica. Episódio Hipomaníaco A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias, mais outros 3 ou 4 sintomas (s irritável) similares ao episódio maníaco. A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas. O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. OBS: Existindo características psicóticas por definição, o episódio é maníaco. Não-atribuível a substância/medicamentos.. Transtorno Bipolar Tipo I 22 Devem ser atendidos os critérios para pelo menos um episódio maníaco. A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) maior(es) Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outrotranstorno psicótico com outras especificações ou não especificado. Transtorno Bipolar Tipo II Devem ser atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico com outras especificações ou não especificado. Especificadores Episódio Atual: Maníaco Hipomaníaco Depressivo Misto (depressivo e maníaco ou hipomaníaco) Outros: Com características psicóticas (tr Bipolar tipo I) Sem características psicóticas Com catatonia Transtorno Ciclotímico Critérios Diagnósticos Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior; não houveram 2 meses ou mais de períodos assintomáticos consecutivos. Critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos. Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno espectro da esquizofrenia e outro transtorno fisiológico não especificado, uso de substâncias/medicamento ou outra condição médica Especificar se: Com sintomas ansiosos 23 Transtornos Depressivos: Humor triste, vazio e irritável, perda de interesse, sintomas somáticos e cognitivos frequentes e muitas vezes crônicos são as características essenciais de todos os transtornos deste capítulo. Tendo como diferenciais principais entre eles, o tempo, a circunstância e fator causal presumido. Para evitar diagnósticos errôneos que haviam sido feitos para crianças que tinha irritabilidade e raiva frequente e crônica como transtorno bipolar que na verdade se apresentavam dentro do espectro depressivo, mais apropriadamente, foi criado o diagnóstico de “transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor. O Transtorno Depressivo Maior constitui a condição principal dos Transtornos Depressivos e para esse diagnóstico é necessário apenas um único episódio depressivo, enquanto para um Transtorno Depressivo Persistente exige a presença desses episódios (recorrentes ou contínuos) - ou sintomas depressivos mesmo que não preencham critérios de um episódio depressivo - por 2 anos ou mais (1 ano em crianças). Transtornos Depressivos: -Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor -Transtorno Depressivo Maior -Transtorno Depressivo Persistente (distimia) -Transtorno Disfórico Pré-Menstrual -Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento -Transtorno Depressivo por Outra Condição Médica -Outro Transtorno Depressivo Especificado/Não-Especificado Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor Critérios Diagnósticos Explosões de raiva recorrentes e graves manifestadas pela linguagem (p. ex., violência verbal) e/ou pelo comportamento (p. ex., agressão física a pessoas ou propriedade) que são consideravelmente desproporcionais em intensidade ou duração à situação ou provocação, inconsistentes com o nível de desenvolvimento, três ou mais vezes por semana. O humor entre as explosões de raiva é persistentemente irritável ou zangado na maior parte do dia, quase todos os dias, e é observável por outras pessoas (p. ex., pais, professores, pares). Sintomas devem presentes em pelo menos 2 ambientes. Início antes dos 10 anos e 1º diagnóstico entre 6 e 18 anos de idade. 12 meses ou mais sem período de ausência de quadro clínico completo de três ou mais meses consecutivos. OBS: Este diagnóstico não pode coexistir com transtorno de oposição desafiante, transtorno explosivo intermitente ou transtorno bipolar. OBS2: Os sintomas não são consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica ou neurológica. 24 Transtorno Depressivo Maior (episódio depressivo) Critérios Diagnósticos Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer: Humor deprimido (sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outros na maior parte do dia (em adolescente e crianças pode ser humor irritável); Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades; Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta ou redução ou aumento do apetite; Insônia ou hipersonia; Agitação ou retardo psicomotor; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva; Capacidade diminuída para se concentrar/pensar; Pensamentos recorrentes de morte (não “medo de morrer”). Todos esses sintomas presentes na maior parte do tempo, quase todos os dias. Não-atribuível a substâncias/medicamentos ou a outra condição médica, transtorno Esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado e nunca deve ter ocorrido um episódio maníaco ou hipomaníaco. OBS: Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda (luto), a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) Critérios Diagnósticos OBS: Se refere ao transtorno depressivo maior crônico e do transtorno distímico do DSM-IV. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos (em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável, com duração mínima de um ano), e mais 2 dos sintomas a seguir neste curso: Apetite diminuído ou alimentação em excesso; Insônia ou hipersonia; Baixa energia ou fadiga; Baixa autoestima; Déficit de concentração; Sentimentos de desesperança. Sem períodos de mais de 2 meses de ausência de sintomas no curso. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco ou transtorno ciclotímico. Não-atribuível a uso de substância/medicamentos, outra condição mpedica, transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. Especificar se: Episódio atual: remitido leve moderado grave Especificar se: 25 com características psicóticas Transtorno Disfórico Pré-menstrual Critérios Diagnósticos Na maioria dos ciclos menstruais (pelo menos 2 ciclos), pelo menos cinco sintomas devem estar presentes na semana final antes do início da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois do início da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual, com pelo menos 5 dos seguintes sintomas (pelo menos 1 incluso entre os 4 primeiros): Labilidade afetiva acentuada; Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais; Humor deprimido acentuado/desesperança/culpa; Ansiedade acentuada/tensão; Interesse diminuído pelas atividades habituais; dificuldade em se concentrar; fadiga fácilou falta de energia acentuada; Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; Hipersonia ou insônia; Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle; Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso; A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, como transtorno depressivo maior, transtorno de pânico, transtorno depressivo persistente (distimia) ou um transtorno da personalidade (embora possa ser concomitante a qualquer um desses transtornos). Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância ou de outra condição médica. Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento Critérios Diagnósticos Uma perturbação proeminente e persistente do humor que predomina no quadro clínico, caracterizada por humor depressivo ou diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades; durante ou logo após intoxicação ou abstinência de substância ou após exposição a medicamento (capaz de produzir estes sintomas) e não devem ter precedido ou ocorrerem após 1 mês de uso da substância/medicamento. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium. Transtornos de Ansiedade: São transtornos que apresentam em comum, quadros clínicos com sintomas centrais de Ansiedade (antecipação de uma situação a uma ameaça futura) extrema, medo (reação 26 autonômica e comportamental devido a um “objeto” específico presente [objetos, situações etc.), extremo ou distúrbios do comportamento específicos comportamentais. Preparação, cautela e esquiva são comportamentos comumente associados à esses sentimentos e emoções. Os Ataques de Pânico são respostas determinadas ao medo (de objeto presente ou mesmo na ausência) e não estão presentes apenas nos transtornos de ansiedade (podem fazer parte de um Transtorno Depressivo Maior, por exemplo). Os quadros clínicos de ansiedade podem se apresentarem na forma constante (como na maior parte do curso do Transtorno de Ansiedade Generalizada) ou em crises (ataques de pânico e fobias). Sintomas de Ansiedade muitas vezes fazem parte de vários transtornos mentais, como no Transtorno do Espectro Autista, na Esquizofrenia, no Transtorno Depressivo Maior etc. Ansiedade e Medo podem ser normais e vitais para o ser humano, por isso deve ser exagerada e causar prejuízo significativo para que seja inclusa nos Transtornos de Ansiedade. Estes foram organizados conforme a idade de início/estágio do desenvolvimento e do ciclo vital em que se iniciam, iniciando com Transtorno de Ansiedade de Separação (geralmente de início na Infância). Transtornos de Ansiedade: -Transtorno de Ansiedade de Separação -Mutismo Seletivo -Fobias Específicas -Transtorno de Ansiedade Social -Transtorno de Pânico -Agorafobia -Transtorno de Ansiedade Generalizada -Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento -Transtorno de Ansiedade por Outra Condição Médica -Outros Transtornos de Ansiedade (Especificados e Não-Especificados) Transtorno de Ansiedade de Separação Critérios Diagnósticos Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem apego, evidenciados por três (ou mais) dos seguintes aspectos, durante pelo menos 4 semanas: Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento; Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo tais figuras de apego. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação; Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, em virtude do medo da separação; Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sem essas figuras importantes; Relutância ou recusa persistente em dormir sem estar próximo a uma figura importante de apego; Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação; Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex., cefaleias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras importantes de apego ocorre ou é prevista. 27 Não-atribuível a outro transtorno mental, como a recusa em sair de casa devido à resistência excessiva à mudança no transtorno do espectro autista; delírios ou alucinações envolvendo a separação em transtornos psicóticos; recusa em sair sem um acompanhante confiável na agorafobia; preocupações com doença ou outros danos afetando pessoas significativas no transtorno de ansiedade generalizada; ou preocupações envolvendo ter uma doença no transtorno de ansiedade de doença. Mutismo Seletivo Critérios Diagnósticos Fracasso persistente, por pelo menos 1 mês, para falar em situações sociais específicas nas quais existe a expectativa para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras situações, interferindo na realização educacional ou profissional ou na comunicação social, não sendo devido a um desconhecimento ou desconforto com o idioma exigido pela situação social. Não-atribuível a um transtorno da comunicação (p. ex., transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico. Fobia Específica Critérios Diagnósticos Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação, que provoca uma resposta imediata (sintomas de medo ou ansiedade), é ativamente evitado (esquiva) ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento, é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural; persistente, geralmente com duração mínima de seis meses. Não atribuível a outro transtorno mental que justifique esse medo, como Transtorno de Estresse Pós-Traumático (objetos relacionados ao trauma envolvido podem desencadear sintomas de ansiedade e medo), ou Agorafobia. Especificar se: Animal Ambiente Natural (tempestade, fogo, água etc.) Sangue-injeção-ferimentos Situacional (aviões, elevadores, lugares fechados etc.) Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) Critérios Diagnósticos Medo ou ansiedade acentuados, mais de seis meses, acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade (em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, 28 comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais). Há esquiva social e o medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social. Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica ou outro transtorno mental, como transtorno de pânico ou transtorno dismórfico corporal. Especificar se: Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar em público Transtorno de Pânico Critérios Diagnósticos Ataques de pânico recorrentes e inesperados (pelo menos 1 ataque seguido por 1 mês de preocupação persistente acerca de ter novos ataques, com mudanças do comportamento, como esquiva de situações que possam desencadear). Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Palpitações/taquicardia; Sudorese; Tremores ou abalos;Sensações de falta de ar/sufocamento; Sensações de asfixia; Dor ou desconforto torácico; Náusea ou desconforto abdominal; Sensação de tontura/desmaio; Calafrios ou ondas de calor; Parestesias (formigamento); Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo); Medo de perder o controle ou “enlouquecer”; Medo de morrer. Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares), outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação). Agorafobia Critérios Diagnósticos Medo ou ansiedade, persistentes (geralmente mais de 6 meses), com ativa evitação, desproporcional ao perigo real (socioculturalmente), marcantes, acerca de situações em que possa ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores envolvendo pelo menos 2 das seguintes: Uso de transporte público; permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes); Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas); Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; Sair de casa sozinho. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. Não-atribuível a outro transtorno mental – por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção 29 de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação). Transtorno de Ansiedade Generalizada Critérios Diagnósticos Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional), de difícil controle; associadas com pelo menos três dos seguintes seis sintomas (apenas um item é exigido para crianças); Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele; Fatigabilidade; Dificuldade em se concentrar; Irritabilidade; Tensão muscular; Perturbação do sono; Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo), outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo- compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados Este grupo de transtornos se caracteriza pela presença de obsessões (pensamentos intrusivos e indesejados persistentes) e/ou compulsões (comportamentos ou atos mentais repetitivos geralmente em resposta à uma obsessão/preocupação ou de acordo com regras que devem ser aplicadas de maneira rígida). Há tentativa de reduzir os comportamentos compulsivos, mas geralmente sem sucesso. Pode haver predomínio dos atos compulsivos (p.ex. nos transtornos de tricotilomania, TOC predominante compulsivo), obsessivo (ciúme patológico) ou associado (TOC combinado). Existe correlação destes com os transtornos de ansiedade, pelas características de excessiva preocupação/obsessão. Algumas preocupações e rituais são típicas do desenvolvimento; neste caso têm que ser persistentes, excessivas e prejudiciais para se encaixar nos critérios deste grupo. 30 Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados: -Transtorno Obsessivo-Compulsivo -Transtorno Dismórfico Corporal -Transtorno da Acumulação -Tricotilomania (Transtorno de arrancar os cabelos) -Transtorno de Escoriação (skin-picking) -Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados Induzido por Substância/Medicamento -Outro Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados (Especificado e Não-especificado [p.ex ciúme obsessivo]) Transtorno Obsessivo-compulsivo Critérios Diagnósticos Presença de obsessões, compulsões ou ambas: Obsessões: Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes experimentados como intrusivos e que, causam acentuada ansiedade ou sofrimento, há tentativa de ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação. As compulsões: Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex. contar ou repetir palavras) em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras rigidamente aplicadas, que visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temidas em conexão com a realidade e claramente excessivos. As obsessões ou compulsões não são específicos de outros transtornos como TAG, Tr dismórfico corporal, Transtorno dos Movimentos Estereotipados, Transtorno do Espectro Autista etc.) Especificar se: Com insight bom ou razoável Com insight pobre Com insight ausente/crenças delirantes Transtorno Dismórfico Corporal Preocupação excessiva com defeitos ou falhas percebidas no corpo/aparência física não observáveis ou leves para os outros, com comportamentos ou atos mentais em resposta à aparência, não mais bem explicada por gordura ou peso corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem critérios para um transtorno alimentar como anorexia. Especificar se: insight bom, pobre ou ausente Transtorno da Acumulação Necessidade de guardar itens, independente de seu valor real, com sofrimento persistente associado à descartá-los. Resulta em acumulação dos itens que congestionam ou obstruem áreas em uso, e quando não obstruem, é porque outros intervêm. Não-atribuível a outras 31 síndromes, TOC, Transtorno Depressivo Maior, Transtornos psicóticos, transtorno Neurocognitivo Maior, TEA (interesses restritos). Especificar se: insight bom, pobre ou ausente. Tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) Arrancar o cabelo de forma recorrente, com consequente perda de cabelo, com tentativas repetidas de reduzir ou cessar esse comportamento. Não Atribuível a condições dermatológicas (p.ex alergia) ou outro transtorno mental (transtorno dismórfico corporal. tentativa de melhorar um “defeito”). Prevalência: 1 a 2%. Curso: início na adolescência com curso crônico, com recidivas e remissões, se não tratado. Transtorno de Escoriação (skin-picking) Beliscar a pele de forma recorrente, com consequentes lesões, apesar de tentativas repetidas de reduzir ou cessar o comportamento (compulsão). Não-atribuível a alucinações táteis, tentativas de melhorar um “defeito” corporal (intoxicação por cocaína, TOC, Transtorno dismofrico corporal) ou doenças dermatológicas(p.ex: escabiose). Prevalência: 1,4% Curso: Início na Adolescência (por condição dermatológica inicial). Curso crônico com remissões e recidivas se não tratado. Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores: São transtornos em que a exposição a um evento traumático ou estressante é fator crucial para diagnóstico, incluso nos critérios diagnósticos. O quadro clínico é bastante variável, podendo apresentar sintomas de ansiedade, anedônicos ou disfóricos (raiva, agressividade). A negligência social é exigência diagnóstica dos dois primeiros transtornos. -Transtorno de Apego Reativo -Transtorno de Interação Social Desinibida -Transtorno de Estresse Pós-Traumático -Transtorno de Estresse Agudo -Transtornos da Adaptação 32 Transtorno de Apego Reativo Evidência concisa entre 9 meses e 5 anos de idade, de história de cuidado insuficiente ((negligência, privação social, mudanças repetidas de cuidadores, criação em instituições onde a atenção é gravemente reduzida à criança). Padrão persistente de comportamento inibido e afetivamente retraído com o cuidador (raramente busca conforto ou responde a medidas de conforto quando aflita), com perturbação social e emocional (responsividade social e afetiva rebaixada a outras pessoas), podendo apresentar episódios de irritabilidade, tristeza ou temor mesmo com pessoas de confiança. Não-atribuível a transtorno do espectro autista. Especificar se: Persistente (mais de 12 meses) Prevalência: < 10% das crianças gravemente negligenciadas. Curso: Sem mudanças recuperação em ambientes estruturados com cuidado persiste por muitos anos. Transtorno da Interação Social Desinibida Evidência concisa entre 9 meses e 5 anos de idade, de história de cuidado insuficiente ((negligência, privação social, mudanças repetidas de cuidadores, criação em instituições onde a atenção é gravemente reduzida à criança). Abordagem e Interação com adultos desconhecidos (déficit de discrição, comportamento excessivamente familiar, diminuição de retorno ao cuidador quando em ambientes estranhos, vontade de sair com um adulto estranho sem o mínimo de hesitação) Especificar se: Persistente (mais de 12 meses) Prevalência: 20% das crianças negligenciadas Curso: Curso moderadamente estável com o tempo, principalmente se situação persistir. Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) 1 mês ou mais pós vivência direta, testemunho, exposição repetida a detalhes sobre traumas (ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual) ou saber de evento traumático que tenha ocorrido com pessoa íntima, com um ou mais dos sintomas: lembranças intrusivas angustiantes e recorrentes; sonhos angustiantes com o evento; reações dissociativas (sente ou age como se o evento estivesse ocorrendo novamente); Sofrimento psicológico intenso ante a exposição interna ou externa de ambientes que lembrem o evento; reações fisiológicas atreladas à essas sensações. Além disso evita ambientes, pensamento, sentimentos que lembrem o evento (esquiva) persistentemente. Apresenta crenças ou expectativas negativas, Incapacidade de recordar algum aspecto do evento traumático, emoções negativas persistentes ou incapacidade de ter emoções, culpa pelo evento (alterações cognitivas e humor) e alterações de reatividade ao evento (hipervigilância, irritabilidade, raiva, perturbação do sono, resposta de sobressalto relacionadas ao evento). Se ocorre antes dos 6 anos de idade, a criança deverá ter vivenciado eventos traumáticos ou testemunhado ou saber que evento traumático ocorreu com cuidadores principalmente. Especificar se: expressão tardia ou não; sintomas dissociativos ou não. Prevalência: 0,5-1% Curso: Pode iniciar em qualquer idade (depende da ocorrência do evento traumático). Metade dos adultos têm remissão completa em três meses. Transtorno de Estresse Agudo Assim como no TEPT, o indivíduo precisa ter vivenciado, testemunhado saber que ocorreu com pessoa íntima ou ser exposto de forma repetida a evento traumático (lesão corporal, violência 33 sexual, ameaça de morte; além de apresentar 9 ou mais sintomas entre dissociativos(despersonalização/desrealização), humor negativo(apatia etc), evitação (esquiva em relação ao evento), intrusão )sonhos, lembranças angustiantes), excitação(perturbação do sono, hipervigilancia, irritabilidade, raiva etc.); mas ocorre de três dias a um mês após o trauma. Prevalência: 20% dos indivíduos expostos a eventos traumáticos. Curso: Metade dos indivíduos que apresentam TEPT, tiveram um Transtorno de Estresse Agudo. Transtornos de Adaptação Sintomas emocionais ou comportamentais ocorrendo até 3 meses após o início de um ou mais estressores, mas que não satisfaz critérios para outros transtornos mentais (transtorno depressivo maior, transtornos de ansiedade etc.). Não representa um luto normal. Especificar se: com ansiedade, depressão, perturbação da conduta ou misto. Prevalência: 5-20% dos pacientes no ambulatório de saúde mental. Curso: Não dura mais que 6 meses depois que evento estressante cessa. Transtornos Dissociativos Caracterizados por perturbação/descontinuidade da integração entre consciência com percepção, memória, pensamento, identidade, emoção, representação corporal e comportamento. Podendo ocorrer fragmentação da consciência, despersonalização, desrealização, amnésia e geralmente por consequência de trauma. Outros transtornos mentais, como o TEPT e o Transtorno de Pânico podem ter sintomas dissociativos, mas neste grupo os sintomas dissociativos são o aspecto central. -Transtorno Dissociativo de Identidade -Amnésia Dissociativa -Transtorno de Despersonalização/Desrealização Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) Ruptura da Identidade com intensa descontinuidade no senso de si mesmo e do domínio sobre as próprias ações, com alterações no afeto, comportamento, consciência, percepção, lacunas de eventos cotidianos, não-atribuível a uma prática religiosa ou cultura amplamente aceita, efeitos de substâncias ou outra condição médica (p.ex: convulsões). Prevalência: 1,5% (pequena comunidade dos EUA) Curso: Pode iniciar em qualquer faixa etária e tem curso heterogêneo. Amnésia Dissociativa Incapacidade de eventos da própria vida importantes (eventos que duraram de segundos à décadas), desencadeado por trauma (na maioria das vezes seletivo para o evento traumático ou de toda a vida e identidade; não-atribuível a TEPT, TDI, induzidos por substância ou outra condição médica (TCE, convulsões etc.) 34 Especificar se: com fuga dissociativa Prevalência: 1,8% (pequena comunidade dos EUA) Curso: início em qualquer idade, os sintomas dissociativos tendem a reduzir com o avanço da idade, ou podem dar lugar a sintomas relacionados ao TEPT e outros. Transtorno de Despersonalização/Desrealização Experiências persistentes de despersonalização (irrealidade, distanciamento ou sensação de ser observador de si mesmo[anestesia emocional ou física, senso distorcido do tempo, vê a si mesmo como irreal ou ausente]) ou desrealização (irrealidade, distanciamento do ambiente[ambiente onírico, nebuloso, distorcido, irreal]), teste da realidade intacto, Não atribuível a uso de substância, outra condição médica, outros transtornos mentais como TEPT, Transtorno de Pânico, Transtorno Depressivo Maior, outro Transtorno Dissociativo. Prevalência: 2% (EUA) Curso: Início por volta dos 16 anos. Curso heterogêneo (crônico ou durar pouco tempo). Transtornos dos Sintomas Somáticos e Transtornos Relacionados Apresenta como principal característica a proeminência de sintomas somáticos (e sua interpretação), e devido a isso são pacientes mais encontrados em ambulatórios
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