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Apostila Psicopatologia II av2

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1 
 
Apostila Psicopatologia II 
Professor Rafael Leal Alves 
 
História dos Sistemas de Classificação em Psicopatologia ......................................... 2 
Critérios Diagnósticos dos Transtornos Mentais segundo o DSM-5........................... 9 
Transtornos do Neurodesenvolvimento..................................................................... 9 
Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos.......................................17 
Transtorno Bipolar e Relacionados.............................................................................20 
Transtornos Depressivos.............................................................................. ...............23 
Transtornos de Ansiedade...........................................................................................25 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados.....................................................29 
Transtornos Relacionados a Trauma e Estressores......................................................31 
Transtornos Dissociativos.............................................................................................33 
Transtornos dos Sintomas Somáticos e Relacionados..................................................34 
Transtornos Alimentares..............................................................................................36 
Transtornos da Eliminação...........................................................................................38 
Transtornos do Sono-Vigília.........................................................................................39 
Disfunções Sexuais........................................................................................................44 
Disforia de Gênero........................................................................................................47 
Transtornos Disruptivos, do Controle dos Impulsos e da Conduta..............................48 
Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos.................................51 
Transtornos Neurocognitivos........................................................................................58 
Transtornos da Personalidade.......................................................................................61 
 
 
 
 
 
2 
 
História dos Sistemas de Classificação em Psicopatologia 
 
Psicopatologia = “psico” (alma) + “patos”(doença) + “logia” (estudo). Base/ciência da Psiquiatria. 
2 principais enfoques psicopatológicos: Descritivo (enfoque na descrição dos sintomas, curso, 
classificação etc; geralmente utiliza a fenomenologia para abordagem de forma aprimorada) e 
explicativo (enfoque na teorização/explicação causal para o transtorno mental [psicanalítica, 
humanista, comportamental etc.]). 
Philippe Pinel (1801): Loucos até então presos em asilos muitas vezes juntos com criminosos, 
eram considerados como pessoas que em que os instintos prevaleciam sobre a razão. Pinel cria 
a concepção de doença mental e “liberta os loucos” para poder estudá-los e inicia a classificação 
de doenças. Baseado no princípio fenomenológico e descritivo da psicopatologia. 
Surgimento/aplicação da Psicopatologia Descritiva/Fenomenológica, embasada em autores 
anteriores. 
*Paralelamente ao enfoque descritivo, surge o enfoque psicanalítico (S. Freud) ao final do séc. 
XIX: entende os mecanismos psicodinâmicos do indivíduo como causadores dos transtornos 
mentais (este tipo de abordagem inicia-se na Europa, mas toma importância nos EUA e por isso 
passa a ser utilizada para criação dos 1os manuais diagnósticos. 
Emil Kraepelin (1910): Intensifica o estudo das doenças mentais e sua classificação de acordo 
com a o espectro sintomatológico, provável etiologia, curso, prognóstico. Retoma os princípios 
dos estudos de Pinel. Enfoca na perspectiva descritiva da psicopatologia, como ainda mais 
intensidade que anteriormente. 
Forças Militares dos EUA (1945): Necessidade da criação de um sistema classificatório mais 
eficiente, tendendo à uma maior precisão, confiabilidade diagnóstica devido às necessidades 
pós-guerra. Cria seu próprio sistema classificatório para transtornos mentais. 
CID-6: Inclui transtornos da mente e do comportamento pela 1ª vez, observando a necessidade 
de um instrumento mundial de maior precisão, confiabilidade, facilitador da comunicação 
profissional. 
DSM-I (1952) e DSM-II (1968): 1os instrumentos de classificação diagnóstica criados pela APA. 
Baseado nos princípios psicanalíticos. 
DSM-III (1980): APA cria força tarefa com intuito de modificar o embasamento do manual dos 
princípios psicanalíticos para princípios descritivos (neokraepeliniano). Há grande aumento do 
número de diagnósticos possíveis. Foi necessário voltar às concepções de Emil Kraepelin de 
descrição e tendência à classificação etiológica devido ao aumento populacional, que exige por 
maior demanda, com confiabilidade, precisão, de fácil manipulação estatística e prezando por 
uma linguagem comum mundial de fácil acesso. 
 
3 
 
No entanto a volta ao sistema descritivo apresenta suas vantagens e desvantagens (Tabela 1).
 
Fonte: D’Abreu, 2012 
 
DSM-IV (1994), DSM-IV-TR (2000), DSM-V (2013): não só mantêm a perspectiva descritiva como 
a intensifica, criando maior número de diagnósticos e, através dos dados estatísticos/científicos 
orienta a classificação de acordo em possibilidades etiológicas. 
CID-10 (1992) foi elaborada com características mais próximas ao DSM-IV (Tabela 2). 
 
 
 
4 
 
Tabela 2 
 
Fonte: Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde/UNASUS. 
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15783/mod_resource/content/2/un01/top02p
01.html. 
 
 
As mais recentes edições do DSM (DSM IV-TR e DSM-V), estão listadas na Tabela 3. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Tabela 3 
 
Diferenças entre o DSM-IV e o DSM-V. Fonte: Araújo & Neto. “A nova classificação Americana 
para os Transtornos Mentais - o DSM-5”. 2014. 
 
6 
 
CID-11: a partir desse sistema de classificação elaborado paralelamente ao DSM-V, passa a haver 
um compartilhamento de estudos entre as forças tarefas de ambos os sistemas, para que haja 
maior harmonização, facilitando aspectos funcionais a nível mundial desses sistemas (Tabela 4) 
 
Tabela 4. 
 
Fonte: Site da World Health Organization/Organização Mundial de Saúde. 
https://icd.who.int/browse11/l-m/en 
 
7 
 
Críticas aos Sistemas Classificatórios Contemporâneos pela Psicanálise: viés da superficialidade 
diagnóstica, devido à priorização da avaliação e descrição dos sintomas em detrimento dos 
aspectos pessoais do indivíduo. 
Crítica ao DSM-V: período de luto não considerado? Inclusão de todos os transtornos de 
características autistas em Transtorno do Espectro Autista. TDAH: mudança de sintomas 
iniciados até os 7 anos para até os 12 anos de idade. Criação do Transtorno Disruptivo da 
Desregulação do Humor. 
Classificação Internacional de Doenças e Outros Agravos à Saúde (CID-World Health 
Organization) 
Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos da Mente e do Comportamento (DSM-
American Psychiatric Association) 
A história dos sistemas de classificação em psiquiatria se encontra bem explicada em Araújo & 
Neto, 2013. 
Transtornos Mentais: 
“Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa 
na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo 
que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento 
subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente 
associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades 
sociais, profissionaisou outras atividades importantes. Uma resposta esperada ou 
aprovada culturalmente a um estressor ou perda comum, como a morte de um ente 
querido, não constitui transtorno mental. Desvios sociais de comportamento (p. ex., 
de natureza política, religiosa ou sexual) e conflitos que são basicamente referentes ao 
indivíduo e à sociedade não são transtornos mentais a menos que o desvio ou conflito 
seja o resultado de uma disfunção no indivíduo, conforme descrito” (APA,2013). 
 “Os critérios diagnósticos são oferecidos como diretrizes para a realização de diagnósticos, e 
seu uso deve se basear no julgamento clínico” (APA, 2013). 
-Todos os transtornos mentais devem causar sofrimento significativo na vida do indivíduo ou de 
outros, como prejuízos social, familiar, acadêmico, profissional entre outros. 
-Transtornos mentais são definidos em relação a normas e valores culturais, sociais e familiares. 
A cultura proporciona estruturas de interpretação que moldam a experiência e a expressão de 
sintomas, sinais e comportamentos que são os critérios para o diagnóstico. 
-A anamnese completa, ou no mínimo direcionada, para a condição quando não for possível 
completá-la, é de extrema importância para o diagnóstico, assim como a súmula psicopatológica 
(avaliação das características físicas e sintomatologia evidente) do paciente à entrevista. Devem 
ser levadas em conta: sexo (transtornos depressivos e ansiosos são significativamente mais 
prevalentes em mulheres. Transtornos de Conduta, TDAH subtipo hiperativo mais prevalentes 
em homens, por exemplo); herdabilidade (parentes de pacientes com Tr. Bipolar, TDAH, TEA 
têm muito alta chance de apresentar o mesmo diagnóstico, os outros transtornos como os 
depressivos, também, mas menor possibilidade). 
-Em relação aos fatores psicossociais-familiares-ocupacionais como preditores dos transtornos, 
em alguns a importância é maior (tr. de conduta, p. ex.), que em outros (Transtorno Bipolar, 
p.ex.). 
 
8 
 
-Em relação ao prognóstico/curso alguns apresentam melhor, como o Transtorno de Estresse 
agudo, transtorno de ansiedade de separação, mas já outros não (como, p.ex o Transtorno 
Bipolar e a Esquizofrenia, que raramente apresenta remissão completa e as recidivas são 
frequentes, mesmo em terapia adequada) 
-Muitas vezes o curso do diagnóstico é que vai esclarecer melhor mais provável diagnóstico, mas 
as hipóteses são necessárias desde o início como uma forma de agilizar o tratamento. 
-Alguns transtornos que devem investigados antes de outros (p.ex. transtorno bipolar antes de 
Transtorno depressivo maior, Transtorno do Espectro Autista/Deficiência Intelectual antes de 
Transtornos da Linguagem, Transtorno Esquizoafetivo antes de Transtorno Depressivo Maior 
etc.) geralmente por representar um quadro de maior importância clínica e prognóstica, ou 
apresentar aspectos/sintomatologia sobreposta e além). 
-Os especificadores são detalhes característicos dos transtornos que assumem grande 
significância para a abordagem e visão prognóstica do transtorno mental. É recomendável a 
colocação dos especificadores do diagnóstico (como, Transtorno de Pânico [atual remitido]) 
principalmente para indicar em que episódio/estágio o transtorno se apresenta atualmente 
(remitido, atual) e sua gravidade (como: leve, moderado, grave, profundo para a Deficiência 
Intelectual). Também pode ser especificado o subtipo, como por exemplo se o transtorno de 
ansiedade social é subtipo situações sociais (exposição social intensa, sendo alvo mais fácil de 
críticas) ou não. 
-Muitas Síndromes Psicóticas (geralmente separadas por capítulos no DSM-V), podem ser 
causadas por Outras Condições Médicas (leia-se “de origem não-psicopatológica”, mas sim por 
geralmente doenças orgânicas cerebrais, endócrinas, traumatismos cranianos, cirurgias, 
infecções etc.), casos em que se o transtorno mental é melhor explicado pela “outra condição”, 
deve ser apropriadamente relatada, como “Transtorno ... por Outra Condição Médica”; assim 
como se o Transtorno Mental for melhor explicado por Uso de Substância (geralmente 
psicotrópica), seria “Transtorno ... por Uso de Substância” 
-“Outro Transtorno Especificado” é apresentado como diagnóstico para quadros clínicos que 
não preenchem critérios para os transtornos anteriores da seção específica do DSM-5 apesar de 
consistir numa síndrome semelhante (como, “Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos”) e 
que os motivos para os critérios não poderem ser especificados podem ser relatados (p.ex: 
”outro transtorno depressivo especificado, que não preenche critérios de sintomas para 
transtornos anteriores). E “Outro Transtorno Não-Especificado”, quando não se pode especificar 
o motivo. 
-A organização do DSM-5 é baseada no Desenvolvimento e Ciclo Vital humano. Iniciando com 
Transtornos do Neurodesenvolvimento, de inicio na infância (como Deficiência Intelectual, 
Transtorno do Espectro Autista[TEA], Transtornos da Comunicação); passando pelos transtornos 
que geralmente se iniciam na puberdade e início da idade adulta (como Transtorno Bipolar, 
Transtornos Depressivos e Transtornos de Ansiedade) e os que se iniciam por costume na vida 
adulta (como os Transtornos Neurocognitivos). 
O número de transtornos mentais e comportamentais é grande, por isso neste documento, de 
modo a facilitar a compreensão no curso de psicologia (didática), citaremos a maioria, no 
entanto abordaremos mais profundamente apenas os transtornos mentais de maior relevância 
aos aspectos clínicos. 
 
9 
 
Todos esses dados estão explanados em APA-DSM-V, 2013 
 
 
 
 
Critérios Diagnósticos dos Transtornos Mentais 
 
Todos os Critérios a seguir foram extraídos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais DSM-5 (American Psychiatric Association, 2013) para uma maior 
fidedignidade/confiabilidade com fins didáticos em relação ao diagnóstico dos transtornos 
mentais. 
 
 
 
 
 
Transtornos do Neurodesenvolvimento: 
Transtornos de início na infância, geralmente por comprometimento no desenvolvimento 
neuropsíquico. De início na infância e, quando em menor grau detectável apenas em fase mais 
tardia da vida (inclusive na fase adulta). É frequente a comorbidade (p.ex: TEA com deficiência 
Intelectual). O comprometimento pode ser específico, como transtornos da aprendizagem, 
motor, comunicação social, quanto ter um contexto mais geral, como a deficiência intelectual e 
o transtorno do espectro autista. 
Antes de descrevermos os aspectos centrais dos transtornos do neurodesenvolvimento, é de 
significante importância se saber sobre os aspectos do desenvolvimento infantil. 
Desenvolvimento Infantil 
Entre 1 e 2 meses: predomínio do tônus flexor, assimetria postural 
e preensão reflexa, reflexo de moro. Reflexo de Moro (segurar a 
criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços. Deve 
ser sempre simétrico (é incompleto a partir do 3º mês e não 
deve existir a partir do 6º mês); percepção melhor de um rosto, medida com 
 
10 
 
base na distância entre o bebê e o seio materno. 
Entre 2 e 4 meses: sorriso social; bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros; inicia-se a 
ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar). 
Entre 4 a 6 meses: o bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro; preensão 
voluntária das mãos; adquire noção de profundidade. 
Entre 6 e 9 meses: inicia-se a noção de “permanência do objeto”; o bebê senta-se sem apoio; 
arrasta-se, engatinha; apresenta reações a pessoas estranhas. 
Entre 9 meses e 1 ano: o bebê engatinha ou anda com apoio; fica em pé sem apoio. 
Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê anda sozinho; possui a acuidade visual de um adulto 
Entre 1ano e 6 meses a 2 anos: o bebê corre ou sobe degraus baixos. 
Entre 2 e 3 anos: ocorre um grande aumento do vocabulário geral, já contruindo e se 
comunicando através de frases com contexto compreensível, o bebê diz seu próprio nome e 
nomeia objetos como seus; o bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de conta 
(atividade que deve ser estimulada, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional, 
ajudando a criança a lidar com ansiedades e conflitos e a elaborar regras sociais). os pais devem 
começar aos poucos a retirar as fraldas do bebê e a ensiná-lo a usar o penico. 
Entre 3 e 4 anos: a criança veste-se com auxílio. 
Entre 4 e 5 anos: a criança conta ou inventa pequenas histórias; o comportamento da criança é 
predominantemente egocêntrico; porém, com o passar do tempo, outras crianças começam a 
se tornar importantes. 
A partir dos 6 anos: a criança passa a pensar com lógica, embora esta seja predominantemente 
concreta. Sua memória e a sua habilidade com a linguagem aumentam. Seus ganhos cognitivos 
melhoram sua capacidade de tirar proveito da educação formal. A autoimagem se desenvolve, 
afetando sua autoestima. Os amigos assumem importância fundamental. A criança começa a 
compreender a constância de gênero. A segregação entre os gêneros é muito frequente nesta 
idade (meninos “não se misturam” com meninas e vice-versa). 
A partir dos 7 anos: a criança começa a desenvolver o julgamento global de autovalor, 
integrando sua autopercepção, “fechando” algumas ideias sobre quem ela é e como deve ser 
etc. A influência dos pares (amigos, colegas da mesma idade) adquire grande importância nesta 
etapa da vida, enquanto a influência dos pais diminui. Até o final 2º ano escolar fundamental (7-
8 anos) é esperado que já se escreva e leia com clareza, considerando-se o ensino adequado 
(não-privação) e um mínimo de estimulação desses aspectos pelos cuidadores até então. 
A partir dos 10 anos: ocorrem mudanças relacionadas à puberdade e há um estirão de 
crescimento (primeiro nas meninas, em torno dos 11 anos, depois nos meninos, em torno dos 
13 anos). 
Fonte: Ministério da Saúde: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf 
(Extraído de COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI et al., apud DUNCAN et 
al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000[com adaptações]). 
 
 
11 
 
Transtornos do Neurodesenvolvimento: 
 
Deficiências Intelectuais: 
-Deficiência Intelectual 
-Atraso Global do Neurodesenvolvimento (abaixo de 5 anos de idade, quando há dificuldades 
na avaliação intelectual) 
-Deficiência Intelectual Não-Especificada 
Transtornos da Comunicação: 
-Transtorno da Linguagem 
-Transtorno da Fala 
-Transtorno da Fluência da Fala com Início na Infância (Gagueira) 
-Transtorno da Comunicação Social (Pragmática) 
-Transtorno da Comunicação Não-Especificado 
Transtorno do Espectro Autista 
-Transtorno do Espectro Autista 
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
-Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
Transtorno Específico da Aprendizagem 
-Transtorno Específico da Aprendizagem 
Transtornos Motores 
-Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação 
-Transtorno do Movimento Estereotipado 
-Transtornos de Tiques:-Transtorno de Tourette 
 -Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistentes 
 -Transtorno de Tiques Transitório 
 -Outro Transtorno de Tique Especificado 
 -Transtorno de Tique Não-Especificado 
 
 
 
Deficiência Intelectual 
Critérios Diagnósticos 
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) é um transtorno com início no período do 
desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e 
prático. Os três critérios a seguir devem ser preenchidos: Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de 
problemas, planejamento, pensamento, abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência 
confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados; Déficits em 
funções adaptativas que resultam em déficits de independência pessoal e responsabilidade social; Início dos déficits 
intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento. 
Especificar a gravidade atual: 
Leve 
Moderada 
Grave 
Profunda 
 
Caracterização dos Níveis de Deficiência Intelectual: 
 Leve: -conceitual: de não-obvia a dificuldades leves com matemática, dinheiro, tempo etc. 
 -social: conversação, comunicação, linguagem mais concreta (risco de ser manipulado) 
 -prático: cuidados pessoais normais, necessitando de apoio para tarefas mais complexas 
 
12 
 
 
Moderado: -conceitual: linguagem e habilidades acadêmicas desenvolvem-se muito lentamente 
 -social: julgamento social e capacidade de tomar decisão são limitados 
 -prático: lembretes e aprendizagem frequente para cuidados pessoais. Necessidade de apoio no manejo das 
expectativas sociais e nas responsabilidades 
 
Grave: -conceitual: pouca compreensão de escrita, leitura, números, tempo e dinheiro. 
 -social: linguagem bastante limitada de vocabulário e gramática. Com foco no “aqui e agora” 
 -prático: necessita de apoio para todas as atividades cotidianas como refeições, asseio corporal e eliminação. 
Profundo: -conceitual: geralmente com prejuízos motores e sensoriais. Assimbolismo/concretismo muito evidente. 
 -social: ampla expressão não verbal e não simbólica dos próprios desejos e emoções. Dificuldade intensa 
de lidar com pessoas desconhecidas e novos ambientes. 
 -prático: depende de outros para todos os aspectos 
 
Transtorno da Linguagem: 
Critérios Diagnósticos 
Dificuldades persistentes na aquisição e no uso da linguagem em suas diversas modalidades 
(i.e., falada, escrita, linguagem de sinais ou outra) devido a déficits na compreensão ou na 
produção, inclusive: Vocabulário reduzido; Estrutura limitada de frases (capacidade de unir 
palavras e terminações de palavras de modo a formar frases, com base nas regras gramaticais 
e morfológicas); Prejuízos no discurso (capacidade de usar vocabulário e unir frases para 
explicar ou descrever um tópico ou uma série de eventos, ou ter uma conversa); abaixo do 
esperado, início dos sintomas ocorre precocemente no período do desenvolvimento. Não- 
atribuíveis a deficiência auditiva ou outro prejuízo sensorial, a disfunção motora ou a outra 
condição médica ou neurológica, deficiência 
intelectual ou por atraso global do desenvolvimento. 
 
Transtorno da Fala: 
Critérios Diagnósticos 
Dificuldade persistente para produção da fala que interfere na inteligibilidade da fala ou 
impede a comunicação verbal de mensagens; A perturbação causa limitações na comunicação 
eficaz, que interferem na participação social, no sucesso acadêmico ou no desempenho 
profissional, individualmente ou em qualquer combinação; O início dos sintomas ocorre 
precocemente no período do desenvolvimento; Não-atribuíveis a condições congênitas ou 
adquiridas, como paralisia cerebral, fenda palatina, surdez ou perda auditiva, lesão cerebral 
traumática ou outras condições 
médicas ou neurológicas. 
 
Transtorno da Fluência da Fala com Início na Infância (Gagueira): 
Critérios Diagnósticos 
 
13 
 
Perturbações na fluência normal e no padrão temporal da fala inapropriadas para a idade e 
para as habilidades linguísticas do indivíduo persistentes ecaracterizadas por ocorrências 
frequentes e marcantes de um (ou mais) entre os seguintes: Repetições de som e sílabas; 
Prolongamentos sonoros das consoantes e das vogais; Palavras interrompidas (p. ex., pausas 
em uma palavra); Bloqueio audível ou silencioso (pausas preenchidas ou não preenchidas na 
fala); Circunlocuções (substituições de palavras para evitar palavras problemáticas); Palavras 
produzidas com excesso de tensão física; Repetições de palavras monossilábicas (p. ex., “Eu-
eu-eu-eu vejo”); A perturbação causa ansiedade em relação à fala ou limitações na 
comunicação efetiva, na participação social ou no desempenho acadêmico ou profissional, 
individualmente ou em qualquer combinação. 
 
Ocorre precocemente no período do desenvolvimento. Não-atribuível a um déficit motor da 
fala ou sensorial, a disfluência associada a lesão neurológica, a outra condição médica ou outro 
transtorno mental. 
 
Transtorno da Comunicação Social (Pragmática) 
Critérios Diagnósticos 
Dificuldades persistentes no uso social da comunicação verbal e não verbal como manifestado 
por todos os elementos a seguir: Déficits no uso da comunicação com fins sociais, como em 
saudações e compartilhamento; de informações, de forma adequada ao contexto social; 
Prejuízo da capacidade de adaptar a comunicação para se adequar ao contexto ou às 
necessidades; do ouvinte, tal como falar de forma diferente em uma sala de aula do que em 
uma pracinha, falar de forma diferente a uma criança do que a um adulto e evitar o uso de 
linguagem excessivamente formal; Dificuldades de seguir regras para conversar e contar 
histórias, tais como aguardar a vez, reconstituir o que foi dito quando não entendido e saber 
como usar sinais verbais e não verbais para regular a interação; Dificuldades para 
compreender o que não é dito de forma explícita (p. ex., fazer inferências) e sentidos não 
literais ou ambíguos da linguagem (p. ex., expressões idiomáticas, humor, metáforas, múltiplos 
significados que dependem do contexto para interpretação). 
 
Resultam em limitações funcionais na comunicação efetiva, na participação social, os sintomas 
iniciam precocemente no período inicial do desenvolvimento (embora os déficits possam não 
se tornar plenamente manifestos até que as demandas de comunicação social excedam as 
capacidades limitadas), não-atribuiveis a condição medica, neurológica, baixas capacidades, 
transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, atraso global do desenvolvimento ou 
outro transtorno mental. 
 
Transtorno do Espectro Autista 
Critérios Diagnósticos 
Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, 
conforme 
manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia: Déficits na reciprocidade 
socioemocional (abordagem social anormal a dificuldade para iniciar ou responder a 
interações sociais); Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para 
interação social (comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade 
no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência 
total de expressões faciais e comunicação não verbal); Déficits para desenvolver, manter e 
compreender relacionamentos (dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a 
contextos sociais diversos, 
 
14 
 
dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de 
interesse por pares). 
+ Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme 
manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia: 
Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., 
estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases 
idiossincráticas); Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões 
ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a 
pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de 
saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos 
diariamente); Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco 
(p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente 
circunscritos ou perseverativos); Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse 
incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a 
dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de 
forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). 
 
Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento se 
puderem ser detectáveis, e, para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtorno do 
espectro autista e deficiência intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do esperado 
para o nível geral do desenvolvimento ou ao grau de deficiência intelectual. 
Especificar se: 
Com ou sem comprometimento intelectual concomitante 
Especificar a gravidade atual: 
A gravidade baseia-se em prejuízos na comunicação social e em padrões de comportamento 
restritos e repetitivos 
 
 
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 
Critérios Diagnósticos 
Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no 
funcionamento 
e no desenvolvimento, conforme caracterizado por (1) e/ou (2): 
1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses: 
não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no 
trabalho ou durante outras atividades; tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou 
atividades lúdicas; parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente; não 
segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no 
local de trabalho; tem dificuldade para organizar tarefas e atividades; evita, não gosta ou 
reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado; perde coisas 
necessárias para tarefas ou atividades; é facilmente distraído por estímulos externos; é 
esquecido em relação a atividades cotidianas. 
2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo 
menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm 
impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: remexe ou 
batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira; levanta da cadeira em situações em que 
se espera que permaneça sentado; corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é 
inapropriado; é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; “não 
para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”; fala demais; deixa escapar uma 
 
15 
 
resposta antes que a pergunta tenha sido concluída; e tem dificuldade para esperar a sua vez; 
interrompe ou se intromete 
 
Esses sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, 
hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções (para adolescentes mais 
velhos e adultos (17 anos ou mais), podem ser 5 sintomas); vários sintomas de desatenção ou 
hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade; presentes em 
dois ou 
mais ambientes e não ocorrem durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno 
psicótico e nem são mais bem explicados por outro transtorno mental. 
Determinar o subtipo: 
Apresentação combinada 
Apresentação predominantemente desatenta 
Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva 
(últimos 6 meses) 
Especificar a gravidade atual: 
Leve 
Moderada 
Grave 
 
Transtorno Específico da Aprendizagem 
Critérios Diagnósticos 
Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas, conforme indicado pela 
presença de ao menos umdos sintomas a seguir que tenha persistido por pelo menos 6 meses, 
apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades: Leitura de palavras de forma 
imprecisa ou lenta, Dificuldade para compreender o sentido do que é lido, Dificuldades para 
ortografar, 
Dificuldades com a expressão escrita, Dificuldades para dominar o senso numérico, 
Dificuldades no raciocínio 
 
As habilidades acadêmicas afetadas estão abaixo do esperado para a idade cronológica, inicio 
geralmente durante os anos escolares, não explicadas por deficiência intelectual, acuidade 
visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos e adversidades 
psicossociais ou proficiência da língua. 
Especificar se: 
Com prejuízo na leitura: 
Com prejuízo na expressão escrita: 
Com prejuízo na matemática: 
Especificar a gravidade atual: 
Leve 
Moderada 
Grave 
 
Transtornos Motores: 
Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação 
Critérios Diagnósticos 
A aquisição e a execução de habilidades motoras coordenadas estão substancialmente abaixo 
do esperado considerando-se a idade cronológica do indivíduo e a oportunidade de aprender e 
 
16 
 
usar a habilidade. As dificuldades manifestam-se por falta de jeito (p. ex., derrubar ou bater 
em objetos), bem como por lentidão e imprecisão no desempenho de habilidades motoras (p. 
ex., apanhar um objeto, usar tesouras ou facas, escrever à mão, andar de bicicleta ou praticar 
esportes); 
 
O déficit nas habilidades motoras em desacordo com a idade cronológica (p. ex., autocuidado 
e automanutenção); O início dos sintomas ocorre precocemente no período do 
desenvolvimento; Não-atribuível a deficiência intelectual, deficiência visual, alguma condição 
neurológica que afete os movimentos (p. ex., paralisia cerebral, distrofia muscular, doença 
degenerativa). 
 
Transtorno do Movimento Estereotipado 
Critérios Diagnósticos 
Comportamento motor repetitivo, aparentemente direcionado e sem propósito (p. ex., apertar 
as mãos ou abanar, balançar o corpo, bater a cabeça, morder-se, golpear o próprio corpo). 
 
Início precoce no período do desenvolvimento, não atribuível aos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou 
a condição neurológica, outro transtorno do neurodesenvolvimento ou mental (p. ex., 
tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo], transtorno obsessivo-compulsivo). 
Especificar se: 
Com comportamento autolesivo 
Sem comportamento autolesivo 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: Os sintomas são facilmente suprimidos por estímulo sensorial ou distração. 
Moderada: Os sintomas exigem medidas protetivas ou modificação comportamental explícita. 
Grave: Monitoração contínua e medidas de proteção são necessárias para prevenir lesão 
grave. 
 
Transtornos de Tique 
Critérios Diagnósticos 
OBS: tique é um movimento motor ou vocalização repentino, rápido, recorrente e não 
ritmado. 
Transtorno de Tourette 
Múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais estiveram presentes em algum momento 
durante o quadro, embora não necessariamente ao mesmo tempo; por 1 ano ou mais; de 
início ocorre antes dos 18 anos de idade; 
Não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição 
médica (p. ex., doença de Huntington, encefalite pós-viral). 
Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente (Crônico) 
Tiques motores ou vocais únicos ou múltiplos estão presentes durante o quadro, embora não 
ambos; por mais de um ano; início antes dos 18 anos de idade; 
Não-atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica; jamais 
foram preenchidos critérios para transtorno de Tourette. 
Especificar se: 
Apenas com tiques motores 
Apenas com tiques vocais 
Transtorno de Tique Transitório 
 
17 
 
Tiques motores e/ou vocais, únicos ou múltiplos. Os tiques estiveram presentes por pelo 
menos um ano desde o início do primeiro tique. O início ocorre antes dos 18 anos de idade. A 
perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição 
médica; jamais foram preenchidos critérios para transtorno de Tourette ou transtorno de tique 
motor ou vocal persistente (crônico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espectro da Esquizofrenia e Outros 
Transtornos Psicóticos 
Têm a característica principal de apresentarem uma ou mais das anormalidades: Delírio (crenças 
fixas não-passiveis de modificação com temas mais comuns de perseguição, perda de controle 
da mente[roubo, publicação do pensamento etc.], ruína/niilista, erotomaníacos, de grandeza, 
ciúme; bizarros [claramente fora do contexto de realidade] ou não); Alucinação (percepção 
auditiva, visual, olfativa, gustativa ou tátil; vívida e clara, de objeto não-real), Desorganização 
grosseira de pensamento (déficits intensos nas associações entre as ideias) ou comportamento 
(incluindo puerilidade, catatonia[diminuição de resposta às solicitações do ambiente]) ou 
Sintomas negativos (principalmente pobreza de pensamento, discurso e afetividade). Deve-se 
avaliar condições primordiais como o tempo dos sintomas (como em transtornos Psicótico 
Breve, Esquizofreniforme e Esquizofrenia que resumidamente seriam diferenciados apenas pelo 
tempo) ou características sintomatológicas específicas diferenciadas dos transtornos psicóticos 
(como Transtorno Esquizoafetivo, quando há além da síndrome psicótica síndrome afetiva 
[mania ou depressão] com pelo menos 2 semanas de sintomas na ausência de sintomas 
psicóticos). Transtorno de Personalidade Esquizotípica é incluído por ser considerado parte do 
espectro esquizofrênico, mas será detalhado em “Transtornos da Personalidade”. 
Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos: 
-Transtorno da Personalidade Esquizotípica 
-Transtorno Delirante 
-Transtorno Psicótico Breve 
-Transtorno Esquizofreniforme 
-Esquizofrenia 
-Transtorno Esquizoafetivo 
 
18 
 
-Transtorno Psicótico Induzido por Substância/Medicamento 
-Outro Transtorno Psicótico Especificado 
-Outro transtorno Psicótico Não-Especificado 
 
Transtorno Delirante 
Critérios Diagnósticos 
Presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais. Critério para esquizofrenia 
jamais foi atendido. Alucinações, quando presentes, não são proeminentes e têm relação com 
o tema do delírio; Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em 
comparação com a duração dos períodos delirantes; 
 
Não-atribuível a substância, outra condição médica, outro transtorno mental 
Determinar o suptipo: 
Tipo erotomaníaco: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é o de que outra 
pessoa está apaixonada pelo indivíduo. 
Tipo grandioso: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter 
algum grande talento (embora não reconhecido), insight ou ter feito uma descoberta 
importante. 
Tipo ciumento: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio do indivíduo é o de 
que 
o cônjuge ou parceiro é infiel. 
Tipo persecutório: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve a crença 
de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, 
perseguido, 
envenenado ou drogado, difamado maliciosamente, assediado ou obstruído na busca de 
objetivos 
de longo prazo. 
Tipo somático: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções ou 
sensações corporais. 
Tipo misto: Esse subtipo aplica-se quando não há um tema delirante predominante. 
Tipo não especificado: 
Especificar se: 
Com conteúdo bizarro: Os delírios são considerados bizarros se são claramente implausíveis, 
incompreensíveis e não originados de experiências comuns da vida (p. ex., a crença de um 
indivíduo de que um estranho retirou seus órgãos internos, substituindo-os pelos de outro 
sem 
deixar feridas ou cicatrizes). 
Especificarse: 
Primeiro episódio ou Episódios Múltiplos 
 
Transtorno Psicótico Breve 
Critérios Diagnósticos 
Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir, pelo período entre 1 dia e 1 mês de sintomas, 
sendo pelo menos 1 entre os 3 primeiros: Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; 
Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 
 
19 
 
Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica, transtorno depressivo 
maior ou transtorno bipolar com características psicóticas, por outro transtorno psicótico 
como esquizofrenia ou catatonia. 
Especificar se: 
Com estressor(es) evidente(s) 
Sem estressor(es) evidente(s) 
Com início no pós-parto 
 
 
Transtorno Esquizofreniforme 
Critérios Diagnósticos 
Dois (ou mais) frequentes durante 1 mês, sendo pelo menos 1 deles entre os 3 primeiros: 
Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Comportamento grosseiramente desorganizado 
ou catatônico; Sintomas negativos. Os sintomas não ultrapassam o período de 6 meses 
 
Não-atribuível a substância/medicamento ou a outra condição médica, transtorno 
esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar (episódios evidentes de 
transtorno de humor por pelo menos 2 semanas na ausência de sintomas psicóticos ou 
também durante o curso da síndrome psicótica). 
Especificar se: 
Com características de bom prognóstico: perplexidade, início recente, ausência de 
embotamento 
Sem características de bom prognóstico 
Especificar se: 
Com catatonia 
 
Esquizofrenia 
Critérios Diagnósticos 
Dois (ou mais) frequentes durante 1 mês, sendo pelo menos 1 deles entre os 3 primeiros: 
Delírios; Alucinações; Discurso desorganizado; Comportamento grosseiramente desorganizado 
ou catatônico; Sintomas negativos. Os sintomas geralmente ultrapassam o período de 6 meses 
(pra este período não precisa preencher o critério, podem ser apenas alguns sintomas). 
 
Não-atribuível a substância/medicamento ou a outra condição médica, transtorno 
esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar (episódios evidentes de 
transtorno de humor por pelo menos 2 semanas na ausência de sintomas psicóticos ou 
também durante o curso da síndrome psicótica). 
OBS: Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação 
iniciado na 
infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou 
alucinações 
proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes 
por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso). 
Especificar se: 
Com características de bom prognóstico: perplexidade, início recente, ausência de 
embotamento 
Sem características de bom prognóstico 
Especificar se: 
Primeiro Episódio 
 
20 
 
Episódios Múltiplos 
Especificar se: 
Com catatonia 
 
Transtorno Esquizoafetivo 
Critérios Diagnósticos 
Um período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior ou 
maníaco concomitante com o Critério A da esquizofrenia; Delírios ou alucinações por duas 
semanas ou mais na ausência de episódio depressivo maior ou maníaco durante a duração da 
doença ao longo da vida. Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor 
estão presentes na maior parte da duração total das fases ativa e residual da doença. 
 
Não-atribuível a uso de substâncias ou a outra condição médica. 
Determinar o subtipo: 
Tipo bipolar: Esse subtipo aplica-se se um episódio maníaco fizer parte da apresentação. 
Podem também ocorrer episódios depressivos maiores. 
Tipo depressivo: Esse subtipo aplica-se se somente episódios depressivos 
maiores fizerem parte da apresentação. 
Especificar se: 
Com catatonia 
 
Transtorno Psicótico Induzido 
por Substância/Medicamento 
Critérios Diagnósticos 
Presença de: Delírios ou Alucinações. 
Com início durante ou logo após intoxicação por uma substância ou abstinência ou após 
exposição a um medicamento (que seja capaz de produzir os sintomas psicóticos). Não 
persistindo mês após a exposição. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso 
de delirium. 
 
 
 
Transtorno Bipolar e Relacionados: 
São colocados entre as categorias “Transtornos Psicóticos” e “Transtornos Depressivos”, por se 
considerar assumir uma posição psicopatológica entre eles, mas considerados transtornos do 
humor, assim como os Transtornos Depressivos. Antes chamado de Psicose Maníaco-
Depressiva, o Transtorno Bipolar tem com uma das características, não incomuns, a 
apresentação de delírios de grandeza e alucinações. Apesar do nome “bipolar” a característica 
essencial para o diagnóstico do transtorno é a presença de Episódio Maníaco (Tr. Bipolar tipo I) 
ou Hipomaníaco (Tr. Bipolar tipo II), com histórico ou não de episódios depressivos, ou apenas 
apresentarem sintomas hipomaníacos e depressivos, se crônicos (Tr. Ciclotímico). 
 
 
21 
 
Transtorno Bipolar e Relacionados: 
-Transtorno Bipolar tipo I 
-Transtorno Bipolar tipo II 
-Transtorno Ciclotímico 
-Transtorno Bipolar e Relacionados induzido por Substância/Medicamento 
-Outro Transtorno Bipolar e Relacionados Especificado/Não-Especificado 
 
Critérios para os episódios Maníaco e Hipomaníaco: 
Episódio Maníaco 
Um período distinto (episódio) de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou 
irritável e aumento 
anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de 
uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a 
hospitalização se fizer necessária), com 3 ou 4 (se humor somente irritável) dos sintomas a 
seguir: Autoestima inflada ou grandiosidade; Redução da necessidade de sono; loquacidade ou 
pressão para continuar falando; Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os 
pensamentos estão acelerados; Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente 
por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes) Aumento da atividade dirigida a 
objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora 
(i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos); Envolvimento excessivo em atividades 
com elevado potencial para consequências dolorosas 
(p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou 
investimentos 
financeiros insensatos); 
 
A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no 
funcionamento 
social ou profissional, observável por outros geralmente, ou necessitar de hospitalização (se 
não realizada, no mínimo deveria ser cogitada/pensada) a fim de prevenir dano a si mesmo ou 
a outras pessoas, ou existem características psicóticas, e não é atribuível aos efeitos 
fisiológicos de uma substância, medicamento ou a outra condição médica. 
 
Episódio Hipomaníaco 
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e 
aumento 
anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias 
consecutivos 
e presente na maior parte do dia, quase todos os dias, mais outros 3 ou 4 sintomas (s irritável) 
similares ao episódio maníaco. 
A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas. 
O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no 
funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. 
OBS: Existindo características psicóticas por definição, o episódio é maníaco. 
Não-atribuível a substância/medicamentos.. 
 
Transtorno Bipolar Tipo I 
 
22 
 
Devem ser atendidos os critérios para pelo menos um episódio maníaco. A ocorrência do(s) 
episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) maior(es) 
Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, 
transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outrotranstorno psicótico 
com outras especificações ou não especificado. 
Transtorno Bipolar Tipo II 
Devem ser atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco 
Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, 
transtorno delirante ou 
transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico com outras 
especificações 
ou não especificado. 
Especificadores 
Episódio Atual: Maníaco 
 Hipomaníaco 
 Depressivo 
 Misto (depressivo e maníaco ou hipomaníaco) 
Outros: 
Com características psicóticas (tr Bipolar tipo I) 
Sem características psicóticas 
Com catatonia 
 
Transtorno Ciclotímico 
Critérios Diagnósticos 
Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos 
com 
sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários 
períodos 
com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior; não 
houveram 2 meses ou mais de períodos assintomáticos consecutivos. Critérios para um 
episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos. 
Não-atribuível a transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, 
transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno 
psicótico especificado ou transtorno espectro da esquizofrenia e outro transtorno fisiológico 
não especificado, uso de substâncias/medicamento ou outra condição médica 
Especificar se: 
Com sintomas ansiosos 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Transtornos Depressivos: 
Humor triste, vazio e irritável, perda de interesse, sintomas somáticos e cognitivos frequentes 
e muitas vezes crônicos são as características essenciais de todos os transtornos deste 
capítulo. Tendo como diferenciais principais entre eles, o tempo, a circunstância e fator causal 
presumido. 
Para evitar diagnósticos errôneos que haviam sido feitos para crianças que tinha irritabilidade 
e raiva frequente e crônica como transtorno bipolar que na verdade se apresentavam dentro 
do espectro depressivo, mais apropriadamente, foi criado o diagnóstico de “transtorno 
Disruptivo da Desregulação do Humor. O Transtorno Depressivo Maior constitui a condição 
principal dos Transtornos Depressivos e para esse diagnóstico é necessário apenas um único 
episódio depressivo, enquanto para um Transtorno Depressivo Persistente exige a presença 
desses episódios (recorrentes ou contínuos) - ou sintomas depressivos mesmo que não 
preencham critérios de um episódio depressivo - por 2 anos ou mais (1 ano em crianças). 
 
Transtornos Depressivos: 
-Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor 
-Transtorno Depressivo Maior 
-Transtorno Depressivo Persistente (distimia) 
-Transtorno Disfórico Pré-Menstrual 
-Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento 
-Transtorno Depressivo por Outra Condição Médica 
-Outro Transtorno Depressivo Especificado/Não-Especificado 
 
Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor 
Critérios Diagnósticos 
Explosões de raiva recorrentes e graves manifestadas pela linguagem (p. ex., violência verbal) 
e/ou pelo comportamento (p. ex., agressão física a pessoas ou propriedade) que são 
consideravelmente desproporcionais em intensidade ou duração à situação ou provocação, 
inconsistentes com o nível de desenvolvimento, três ou mais vezes por semana. O humor 
entre as explosões de raiva é persistentemente irritável ou zangado na maior parte do dia, 
quase todos os dias, e é observável por outras pessoas (p. ex., pais, professores, pares). 
Sintomas devem presentes em pelo menos 2 ambientes. Início antes dos 10 anos e 1º 
diagnóstico entre 6 e 18 anos de idade. 12 meses ou mais sem período de ausência de quadro 
clínico completo de três ou mais meses consecutivos. 
 
OBS: Este diagnóstico não pode coexistir com transtorno de oposição desafiante, transtorno 
explosivo intermitente ou transtorno bipolar. 
OBS2: Os sintomas não são consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de 
outra 
condição médica ou neurológica. 
 
24 
 
 
Transtorno Depressivo Maior (episódio depressivo) 
Critérios Diagnósticos 
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 
duas 
semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um 
dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer: Humor deprimido 
(sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outros na maior parte do 
dia (em adolescente e crianças pode ser humor irritável); Acentuada diminuição do interesse 
ou prazer em todas ou quase todas as atividades; Perda ou ganho significativo de peso sem 
estar fazendo dieta ou redução ou aumento do apetite; Insônia ou hipersonia; Agitação ou 
retardo psicomotor; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade ou culpa 
excessiva; Capacidade diminuída para se concentrar/pensar; Pensamentos recorrentes de 
morte (não “medo de morrer”). Todos esses sintomas presentes na maior parte do tempo, 
quase todos os dias. 
Não-atribuível a substâncias/medicamentos ou a outra condição médica, transtorno 
Esquizoafetivo, 
esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do 
espectro 
da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e 
outro transtorno psicótico não especificado e nunca deve ter ocorrido um episódio maníaco ou 
hipomaníaco. 
 
OBS: Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda (luto), 
a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda 
significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. 
 
Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) 
Critérios Diagnósticos 
OBS: Se refere ao transtorno depressivo maior crônico e do transtorno distímico do DSM-IV. 
Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou 
por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos (em crianças e 
adolescentes, pode ser humor irritável, com duração mínima de um ano), e mais 2 dos 
sintomas a seguir neste curso: Apetite diminuído ou alimentação em excesso; Insônia ou 
hipersonia; Baixa energia ou fadiga; Baixa autoestima; Déficit de concentração; Sentimentos 
de desesperança. 
Sem períodos de mais de 2 meses de ausência de sintomas no curso. Jamais houve um 
episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco ou transtorno ciclotímico. 
 
Não-atribuível a uso de substância/medicamentos, outra condição mpedica, transtorno 
esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro 
da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da 
esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. 
Especificar se: 
Episódio atual: remitido 
 leve 
 moderado 
 grave 
Especificar se: 
 
25 
 
com características psicóticas 
 
 
Transtorno Disfórico Pré-menstrual 
Critérios Diagnósticos 
Na maioria dos ciclos menstruais (pelo menos 2 ciclos), pelo menos cinco sintomas devem 
estar presentes na semana 
final antes do início da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois do início da 
menstruação 
e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual, com pelo menos 5 dos seguintes 
sintomas (pelo menos 1 incluso entre os 4 primeiros): Labilidade afetiva acentuada; 
Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais; Humor deprimido 
acentuado/desesperança/culpa; Ansiedade acentuada/tensão; Interesse diminuído pelas 
atividades habituais; dificuldade em se concentrar; fadiga fácilou falta de energia acentuada; 
Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; Hipersonia ou insônia; Sentir-se 
sobrecarregada ou fora de controle; Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das 
mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso; 
 
A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, como 
transtorno 
depressivo maior, transtorno de pânico, transtorno depressivo persistente (distimia) ou um 
transtorno da personalidade (embora possa ser concomitante a qualquer um desses 
transtornos). 
Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância ou de outra 
condição médica. 
 
Transtorno Depressivo Induzido 
por Substância/Medicamento 
Critérios Diagnósticos 
Uma perturbação proeminente e persistente do humor que predomina no quadro clínico, 
caracterizada por humor depressivo ou diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas 
ou quase todas as atividades; durante ou logo após intoxicação ou abstinência de substância 
ou após exposição a medicamento (capaz de produzir estes sintomas) e não devem ter 
precedido ou ocorrerem após 1 mês de uso da substância/medicamento. A perturbação não 
ocorre exclusivamente durante o curso de delirium. 
 
 
 
 
 
Transtornos de Ansiedade: 
São transtornos que apresentam em comum, quadros clínicos com sintomas centrais de 
Ansiedade (antecipação de uma situação a uma ameaça futura) extrema, medo (reação 
 
26 
 
autonômica e comportamental devido a um “objeto” específico presente [objetos, situações 
etc.), extremo ou distúrbios do comportamento específicos comportamentais. Preparação, 
cautela e esquiva são comportamentos comumente associados à esses sentimentos e emoções. 
Os Ataques de Pânico são respostas determinadas ao medo (de objeto presente ou mesmo na 
ausência) e não estão presentes apenas nos transtornos de ansiedade (podem fazer parte de 
um Transtorno Depressivo Maior, por exemplo). Os quadros clínicos de ansiedade podem se 
apresentarem na forma constante (como na maior parte do curso do Transtorno de Ansiedade 
Generalizada) ou em crises (ataques de pânico e fobias). Sintomas de Ansiedade muitas vezes 
fazem parte de vários transtornos mentais, como no Transtorno do Espectro Autista, na 
Esquizofrenia, no Transtorno Depressivo Maior etc. Ansiedade e Medo podem ser normais e 
vitais para o ser humano, por isso deve ser exagerada e causar prejuízo significativo para que 
seja inclusa nos Transtornos de Ansiedade. Estes foram organizados conforme a idade de 
início/estágio do desenvolvimento e do ciclo vital em que se iniciam, iniciando com Transtorno 
de Ansiedade de Separação (geralmente de início na Infância). 
 
Transtornos de Ansiedade: 
-Transtorno de Ansiedade de Separação 
-Mutismo Seletivo 
-Fobias Específicas 
-Transtorno de Ansiedade Social 
-Transtorno de Pânico 
-Agorafobia 
-Transtorno de Ansiedade Generalizada 
-Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento 
-Transtorno de Ansiedade por Outra Condição Médica 
-Outros Transtornos de Ansiedade (Especificados e Não-Especificados) 
 
Transtorno de Ansiedade de Separação 
Critérios Diagnósticos 
Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento, 
envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem apego, evidenciados por três (ou 
mais) dos seguintes aspectos, durante pelo menos 4 semanas: Sofrimento excessivo e 
recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento; Preocupação persistente e 
excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo tais figuras de apego. 
Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação; 
Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, em virtude do medo da separação; 
Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sem essas figuras importantes; Relutância 
ou recusa persistente em dormir sem estar próximo a uma figura importante de apego; 
Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação; Repetidas queixas de sintomas 
somáticos (p. ex., cefaleias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de 
figuras importantes de apego ocorre ou é prevista. 
 
27 
 
 
Não-atribuível a outro transtorno mental, como a recusa em sair de casa devido à resistência 
excessiva à mudança no transtorno do espectro autista; delírios ou alucinações envolvendo a 
separação em transtornos psicóticos; recusa em sair sem um acompanhante confiável na 
agorafobia; preocupações com doença ou outros danos afetando pessoas significativas no 
transtorno de ansiedade generalizada; ou preocupações envolvendo ter uma doença no 
transtorno de ansiedade de doença. 
 
Mutismo Seletivo 
Critérios Diagnósticos 
Fracasso persistente, por pelo menos 1 mês, para falar em situações sociais específicas nas 
quais existe a expectativa 
para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras situações, interferindo na realização 
educacional ou profissional ou na comunicação social, não sendo devido a um 
desconhecimento ou desconforto com o idioma exigido pela situação social. 
 
Não-atribuível a um transtorno da comunicação (p. ex., transtorno da fluência com início na 
infância) nem ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista, 
esquizofrenia ou outro transtorno psicótico. 
 
Fobia Específica 
Critérios Diagnósticos 
Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação, que provoca uma resposta 
imediata (sintomas de medo ou ansiedade), é ativamente evitado (esquiva) ou suportado com 
intensa ansiedade ou sofrimento, é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo 
objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural; persistente, geralmente com 
duração mínima de seis meses. 
 
Não atribuível a outro transtorno mental que justifique esse medo, como Transtorno de 
Estresse Pós-Traumático (objetos relacionados ao trauma envolvido podem desencadear 
sintomas de ansiedade e medo), ou Agorafobia. 
Especificar se: 
Animal 
Ambiente Natural (tempestade, fogo, água etc.) 
Sangue-injeção-ferimentos 
Situacional (aviões, elevadores, lugares fechados etc.) 
 
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) 
Critérios Diagnósticos 
Medo ou ansiedade acentuados, mais de seis meses, acerca de uma ou mais situações sociais 
em que o indivíduo é 
exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., 
manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., 
comendo 
ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Teme 
agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente. As 
situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade (em crianças, o medo ou 
ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, 
 
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comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais). 
Há esquiva social e o medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela 
situação social. 
 
Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica ou outro transtorno mental, 
como transtorno de pânico ou transtorno dismórfico corporal. 
Especificar se: 
Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar em público 
 
Transtorno de Pânico 
Critérios Diagnósticos 
Ataques de pânico recorrentes e inesperados (pelo menos 1 ataque seguido por 1 mês de 
preocupação persistente acerca de ter novos ataques, com mudanças do comportamento, 
como esquiva de situações que possam desencadear). Um ataque de pânico é um surto 
abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o 
qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Palpitações/taquicardia; Sudorese; 
Tremores ou abalos;Sensações de falta de ar/sufocamento; Sensações de asfixia; Dor ou 
desconforto torácico; Náusea ou desconforto abdominal; Sensação de tontura/desmaio; 
Calafrios ou ondas de calor; Parestesias (formigamento); Desrealização (sensações de 
irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo); Medo de 
perder o controle ou “enlouquecer”; Medo de morrer. 
 
Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, 
doenças cardiopulmonares), outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não 
ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade 
social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; 
em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação 
de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à 
separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação). 
 
Agorafobia 
Critérios Diagnósticos 
Medo ou ansiedade, persistentes (geralmente mais de 6 meses), com ativa evitação, 
desproporcional ao perigo real (socioculturalmente), marcantes, acerca de situações em que 
possa ser difícil 
escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo 
pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores envolvendo pelo menos 2 das 
seguintes: Uso de transporte público; permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de 
estacionamentos, mercados, pontes); Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, 
cinemas); Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; Sair de casa sozinho. 
 
Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está 
presente, 
o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. 
Não-atribuível a outro transtorno mental – por exemplo, os sintomas não estão restritos a 
fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno 
de ansiedade social); e não estão relacionados 
exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção 
 
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de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de 
separação (como no transtorno de ansiedade de separação). 
 
 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
Critérios Diagnósticos 
Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias 
por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho 
escolar ou profissional), de difícil controle; associadas com pelo menos três dos seguintes seis 
sintomas (apenas um item é exigido para crianças); Inquietação ou sensação de estar com os 
nervos à flor da pele; Fatigabilidade; Dificuldade em se concentrar; Irritabilidade; Tensão 
muscular; Perturbação do sono; 
 
Não-atribuível a substância/medicamento, outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo), 
outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no 
transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno 
de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo- 
compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, 
lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso 
na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de 
problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no 
transtorno de ansiedade 
de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). 
 
 
 
 
 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e 
Relacionados 
Este grupo de transtornos se caracteriza pela presença de obsessões (pensamentos intrusivos e 
indesejados persistentes) e/ou compulsões (comportamentos ou atos mentais repetitivos 
geralmente em resposta à uma obsessão/preocupação ou de acordo com regras que devem ser 
aplicadas de maneira rígida). Há tentativa de reduzir os comportamentos compulsivos, mas 
geralmente sem sucesso. Pode haver predomínio dos atos compulsivos (p.ex. nos transtornos 
de tricotilomania, TOC predominante compulsivo), obsessivo (ciúme patológico) ou associado 
(TOC combinado). Existe correlação destes com os transtornos de ansiedade, pelas 
características de excessiva preocupação/obsessão. Algumas preocupações e rituais são típicas 
do desenvolvimento; neste caso têm que ser persistentes, excessivas e prejudiciais para se 
encaixar nos critérios deste grupo. 
 
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados: 
-Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
-Transtorno Dismórfico Corporal 
-Transtorno da Acumulação 
-Tricotilomania (Transtorno de arrancar os cabelos) 
-Transtorno de Escoriação (skin-picking) 
-Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados Induzido por Substância/Medicamento 
-Outro Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Relacionados (Especificado e Não-especificado [p.ex 
ciúme obsessivo]) 
 
Transtorno Obsessivo-compulsivo 
Critérios Diagnósticos 
Presença de obsessões, compulsões ou ambas: 
Obsessões: Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes 
experimentados como intrusivos e que, causam acentuada ansiedade ou sofrimento, há 
tentativa de ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com 
algum outro pensamento ou ação. As compulsões: Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar 
as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex. contar ou repetir palavras) em resposta a 
uma obsessão ou de acordo com regras rigidamente aplicadas, que visam prevenir ou reduzir a 
ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temidas em conexão com a 
realidade e claramente excessivos. As obsessões ou compulsões não são específicos de outros 
transtornos como TAG, Tr dismórfico corporal, Transtorno dos Movimentos Estereotipados, 
Transtorno do Espectro Autista etc.) 
Especificar se: 
Com insight bom ou razoável 
Com insight pobre 
Com insight ausente/crenças delirantes 
 
 
 
Transtorno Dismórfico Corporal 
 
Preocupação excessiva com defeitos ou falhas percebidas no corpo/aparência física não 
observáveis ou leves para os outros, com comportamentos ou atos mentais em resposta à 
aparência, não mais bem explicada por gordura ou peso corporal em um indivíduo cujos 
sintomas satisfazem critérios para um transtorno alimentar como anorexia. 
Especificar se: insight bom, pobre ou ausente 
 
 
Transtorno da Acumulação 
Necessidade de guardar itens, independente de seu valor real, com sofrimento persistente 
associado à descartá-los. Resulta em acumulação dos itens que congestionam ou obstruem 
áreas em uso, e quando não obstruem, é porque outros intervêm. Não-atribuível a outras 
 
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síndromes, TOC, Transtorno Depressivo Maior, Transtornos psicóticos, transtorno 
Neurocognitivo Maior, TEA (interesses restritos). 
Especificar se: insight bom, pobre ou ausente. 
 
 
Tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) 
Arrancar o cabelo de forma recorrente, com consequente perda de cabelo, com tentativas 
repetidas de reduzir ou cessar esse comportamento. Não Atribuível a condições 
dermatológicas (p.ex alergia) ou outro transtorno mental (transtorno dismórfico corporal. 
tentativa de melhorar um “defeito”). 
Prevalência: 1 a 2%. 
Curso: início na adolescência com curso crônico, com recidivas e remissões, se não tratado. 
 
 
Transtorno de Escoriação (skin-picking) 
Beliscar a pele de forma recorrente, com consequentes lesões, apesar de tentativas repetidas 
de reduzir ou cessar o comportamento (compulsão). Não-atribuível a alucinações táteis, 
tentativas de melhorar um “defeito” corporal (intoxicação por cocaína, TOC, Transtorno 
dismofrico corporal) ou doenças dermatológicas(p.ex: escabiose). 
Prevalência: 1,4% 
Curso: Início na Adolescência (por condição dermatológica inicial). Curso crônico com 
remissões e recidivas se não tratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transtornos Relacionados a Trauma e a 
Estressores: 
São transtornos em que a exposição a um evento traumático ou estressante é fator crucial 
para diagnóstico, incluso nos critérios diagnósticos. O quadro clínico é bastante variável, 
podendo apresentar sintomas de ansiedade, anedônicos ou disfóricos (raiva, agressividade). A 
negligência social é exigência diagnóstica dos dois primeiros transtornos. 
 
-Transtorno de Apego Reativo 
-Transtorno de Interação Social Desinibida 
-Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
-Transtorno de Estresse Agudo 
-Transtornos da Adaptação 
 
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 Transtorno de Apego Reativo 
Evidência concisa entre 9 meses e 5 anos de idade, de história de cuidado insuficiente 
((negligência, privação social, mudanças repetidas de cuidadores, criação em instituições onde 
a atenção é gravemente reduzida à criança). Padrão persistente de comportamento inibido e 
afetivamente retraído com o cuidador (raramente busca conforto ou responde a medidas de 
conforto quando aflita), com perturbação social e emocional (responsividade social e afetiva 
rebaixada a outras pessoas), podendo apresentar episódios de irritabilidade, tristeza ou temor 
mesmo com pessoas de confiança. Não-atribuível a transtorno do espectro autista. 
Especificar se: Persistente (mais de 12 meses) 
Prevalência: < 10% das crianças gravemente negligenciadas. 
Curso: Sem mudanças recuperação em ambientes estruturados com cuidado persiste por 
muitos anos. 
 
 
 
Transtorno da Interação Social Desinibida 
Evidência concisa entre 9 meses e 5 anos de idade, de história de cuidado insuficiente 
((negligência, privação social, mudanças repetidas de cuidadores, criação em instituições onde 
a atenção é gravemente reduzida à criança). Abordagem e Interação com adultos 
desconhecidos (déficit de discrição, comportamento excessivamente familiar, diminuição de 
retorno ao cuidador quando em ambientes estranhos, vontade de sair com um adulto 
estranho sem o mínimo de hesitação) 
Especificar se: Persistente (mais de 12 meses) 
Prevalência: 20% das crianças negligenciadas 
Curso: Curso moderadamente estável com o tempo, principalmente se situação persistir. 
 
 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) 
1 mês ou mais pós vivência direta, testemunho, exposição repetida a detalhes sobre traumas 
(ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual) ou saber de evento traumático que tenha 
ocorrido com pessoa íntima, com um ou mais dos sintomas: lembranças intrusivas 
angustiantes e recorrentes; sonhos angustiantes com o evento; reações dissociativas (sente ou 
age como se o evento estivesse ocorrendo novamente); Sofrimento psicológico intenso ante a 
exposição interna ou externa de ambientes que lembrem o evento; reações fisiológicas 
atreladas à essas sensações. Além disso evita ambientes, pensamento, sentimentos que 
lembrem o evento (esquiva) persistentemente. Apresenta crenças ou expectativas negativas, 
Incapacidade de recordar algum aspecto do evento traumático, emoções negativas 
persistentes ou incapacidade de ter emoções, culpa pelo evento (alterações cognitivas e 
humor) e alterações de reatividade ao evento (hipervigilância, irritabilidade, raiva, perturbação 
do sono, resposta de sobressalto relacionadas ao evento). 
Se ocorre antes dos 6 anos de idade, a criança deverá ter vivenciado eventos traumáticos ou 
testemunhado ou saber que evento traumático ocorreu com cuidadores principalmente. 
Especificar se: expressão tardia ou não; sintomas dissociativos ou não. 
Prevalência: 0,5-1% 
Curso: Pode iniciar em qualquer idade (depende da ocorrência do evento traumático). Metade 
dos adultos têm remissão completa em três meses. 
 
 
Transtorno de Estresse Agudo 
Assim como no TEPT, o indivíduo precisa ter vivenciado, testemunhado saber que ocorreu com 
pessoa íntima ou ser exposto de forma repetida a evento traumático (lesão corporal, violência 
 
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sexual, ameaça de morte; além de apresentar 9 ou mais sintomas entre 
dissociativos(despersonalização/desrealização), humor negativo(apatia etc), evitação (esquiva 
em relação ao evento), intrusão )sonhos, lembranças angustiantes), excitação(perturbação do 
sono, hipervigilancia, irritabilidade, raiva etc.); mas ocorre de três dias a um mês após o 
trauma. 
Prevalência: 20% dos indivíduos expostos a eventos traumáticos. 
Curso: Metade dos indivíduos que apresentam TEPT, tiveram um Transtorno de Estresse 
Agudo. 
 
 
Transtornos de Adaptação 
Sintomas emocionais ou comportamentais ocorrendo até 3 meses após o início de um ou mais 
estressores, mas que não satisfaz critérios para outros transtornos mentais (transtorno 
depressivo maior, transtornos de ansiedade etc.). Não representa um luto normal. 
Especificar se: com ansiedade, depressão, perturbação da conduta ou misto. 
Prevalência: 5-20% dos pacientes no ambulatório de saúde mental. 
Curso: Não dura mais que 6 meses depois que evento estressante cessa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transtornos Dissociativos 
Caracterizados por perturbação/descontinuidade da integração entre consciência com 
percepção, memória, pensamento, identidade, emoção, representação corporal e 
comportamento. Podendo ocorrer fragmentação da consciência, despersonalização, 
desrealização, amnésia e geralmente por consequência de trauma. Outros transtornos 
mentais, como o TEPT e o Transtorno de Pânico podem ter sintomas dissociativos, mas neste 
grupo os sintomas dissociativos são o aspecto central. 
 
-Transtorno Dissociativo de Identidade 
-Amnésia Dissociativa 
-Transtorno de Despersonalização/Desrealização 
 
Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) 
Ruptura da Identidade com intensa descontinuidade no senso de si mesmo e do domínio sobre 
as próprias ações, com alterações no afeto, comportamento, consciência, percepção, lacunas 
de eventos cotidianos, não-atribuível a uma prática religiosa ou cultura amplamente aceita, 
efeitos de substâncias ou outra condição médica (p.ex: convulsões). 
Prevalência: 1,5% (pequena comunidade dos EUA) 
Curso: Pode iniciar em qualquer faixa etária e tem curso heterogêneo. 
 
 
Amnésia Dissociativa 
Incapacidade de eventos da própria vida importantes (eventos que duraram de segundos à 
décadas), desencadeado por trauma (na maioria das vezes seletivo para o evento traumático 
ou de toda a vida e identidade; não-atribuível a TEPT, TDI, induzidos por substância ou outra 
condição médica (TCE, convulsões etc.) 
 
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Especificar se: com fuga dissociativa 
Prevalência: 1,8% (pequena comunidade dos EUA) 
Curso: início em qualquer idade, os sintomas dissociativos tendem a reduzir com o avanço da 
idade, ou podem dar lugar a sintomas relacionados ao TEPT e outros. 
 
Transtorno de Despersonalização/Desrealização 
Experiências persistentes de despersonalização (irrealidade, distanciamento ou sensação de 
ser observador de si mesmo[anestesia emocional ou física, senso distorcido do tempo, vê a si 
mesmo como irreal ou ausente]) ou desrealização (irrealidade, distanciamento do 
ambiente[ambiente onírico, nebuloso, distorcido, irreal]), teste da realidade intacto, Não 
atribuível a uso de substância, outra condição médica, outros transtornos mentais como TEPT, 
Transtorno de Pânico, Transtorno Depressivo Maior, outro Transtorno Dissociativo. 
Prevalência: 2% (EUA) 
Curso: Início por volta dos 16 anos. Curso heterogêneo (crônico ou durar pouco tempo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transtornos dos Sintomas Somáticos e 
Transtornos Relacionados 
 Apresenta como principal característica a proeminência de sintomas somáticos (e sua 
interpretação), e devido a isso são pacientes mais encontrados em ambulatórios

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