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RESUMO: PSICOPATOLOGIA PARANOIA: fugir de si mesmo PSICOSE: fantasia + ação = confusão entre o real e o imaginário NEUROSE: fantasia + repressão do superego REPRESSÃO gera ANSIEDADE ID – impulso, instintos e desejos (inconsciente + desconhecimento de valores morais e da razão) EGO – racionalidade, controle dos instintos – equilíbrio entre os impulsos do ego e repressão do superego SUPEREGO – moral e valores ● repressão através da culpa ● barragem de instintos contrários às regras sociais ● insistência para que o ego se comporte com moral – surge após o ego, com a assimilação dos valores herdados pelos pais PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS SEMIOLOGIA: estudo dos signos (sinais e sintomas) dos transtornos mentais ● SINAIS: verificáveis através da observação direta do paciente ● SINTOMAS: vivências subjetivas relatadas pelo paciente (queixas e narrativas) FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS: aspectos a serem observados ● FORMA: estrutura básica dos sintomas – fenômeno e descrição da doença (PATOGÊNESE) ● CONTEÚDO: história de vida do paciente, o que preenche a alteração estrutural – culpa, religiosidade etc) 1 SÍNDROMES: agrupamento constante e estáveis de determinados sinais e sintomas TEMAS EXISTENCIAIS FREQUENTES EXPRESSOS NOS CONTEÚDOS PSICOPATOLÓGICOS ● sexo, alimentação e conforto físico – sobrevivência e prazer ● dinheiro, poder e prestígio – segurança e controle sobre o outro TEMORES FREQUENTEMENTE EXPRESSOS NOS CONTEÚDOS PSICOPATOLÓGICOS ● Temores: morte, doença grave, dor física ou moral, miséria, falta de sentido existencial ● Formas de lidar: religião, misticismo, continuação da geração familiar, medicina, psicologia, relações pessoais significativas e cultura TRÊS TIPOS DE FENÔMENOS PARA A PSICOPATOLOGIA ● Fenômenos semelhantes: questões relativas à sobrevivência, medo mais instintivo ● Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes: são fenômenos que o homem comum experimenta, mas apenas em parte são semelhantes aos que o doente mental vivencia, como tristeza ou raiva (doentes mentais têm depressão ou bipolaridade) ● Fenômenos qualitativamente novos, diferentes: próprios apenas a certas doenças e estados mentais – incluem-se fenômenos psicóticos, como alucinações, delírios, turvação da consciência etc. CONCEITO DE NORMALIDADE x ANORMALIDADE / SAÚDE x PATOLOGIA: análise de variáveis Prática clínica: É muito importante a capacidade de discriminar, no processo de avaliação e intervenção clínica, se tal ou qual fenômeno é patológico ou normal, se faz parte de um momento existencial do indivíduo ou é algo francamente patológico. 2 CRITÉRIOS DE NORMALIDADE: Normalidade de doença: “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças” - É FALHO, POIS NÃO CONSIDERA O QUE TEM E SIM O QUE NÃO TEM Normalidade Ideal: normalidade utópica - construída em cima de aspectos socioculturais, doutrinários e dogmáticos Normalidade Estatística: considera apenas a frequência da ocorrência do fenômeno dentro da população geral - FALHO PORQUE NEM TUDO O QUE É FREQUENTE É NORMAL Normalidade como bem-estar: completo bem-estar físico, mental e social - FALHO PORQUE É IMPRECISO E UTÓPICO, POIS SE LEVARMOS ESSE CRITÉRIO EM CONSIDERAÇÃO, PRATICAMENTE PESSOA NENHUMA SERIA CONSIDERADA SAUDÁVEL Normalidade funcional: o fenômeno é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para o seu grupo social Normalidade como processo: consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários – conceito é particularmente útil em psiquiatria infantil, de adolescentes e geriátrica. Normalidade subjetiva: maior ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, às suas vivências subjetivas – É FALHO POIS SUJEITOS EM MANIA PODEM ALEGAR SENTIREM-SE ÓTIMOS E SAUDÁVEIS, QUANDO NA VERDADE É A DOENÇA FALANDO Normalidade como liberdade: a saúde mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença mental é um constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais. Normalidade Operacional: critério assumidamente arbitrário, com finalidades 3 pragmáticas explícitas. Define-se, a priori, o que é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com esses conceitos, aceitando as consequências de tal definição prévia. PSICOPATOLOGIA DESCRITIVA x PSICOPATOLOGIA DINÂMICA Psicopatologia descritiva: foco na forma das alterações psíquicas, a estrutura dos sintomas, aquilo que caracteriza a vivência patológica como sintoma mais ou menos típico. Psicopatologia dinâmica: foco no conteúdo da vivência, os movimentos internos de afetos, desejos e temores do indivíduo, sua experiência particular, pessoal, não necessariamente classificável em sintomas previamente descritos. “A boa prática em saúde mental implica a combinação hábil e equilibrada de uma abordagem descritiva, diagnóstica e objetiva e uma abordagem dinâmica, pessoal e subjetiva do doente e de sua doença.” DIAGNÓSTICO PSICOPATOLÓGICO Sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, nem escolher o tipo de estratégia terapêutica mais apropriada. Há, no processo diagnóstico, uma relação dialética permanente entre o particular, individual (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial), e o geral, universal (categoria diagnóstica à qual essa pessoa pertence). Portanto, não se deve esquecer: os diagnósticos são ideias (constructos), fundamentais para o trabalho científico, para o conhecimento do mundo, mas não objetos reais e concretos. O diagnóstico só é útil e válido se for visto como algo mais que simplesmente rotular o paciente. A legitimidade do diagnóstico psiquiátrico 4 sustenta-se na perspectiva de aprofundar o conhecimento, tanto do indivíduo em particular como das entidades nosológicas utilizadas. O diagnóstico psicopatológico é quase sempre baseado em dados clínicos, sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença, totalidade dos dados clínicos, momentâneos (exame psíquico) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno), observação do curso da doença, pluridimensionalidade e confiabilidade (reliability) e validade (validity) diagnóstica. Deve-se manter duas linhas paralelas de raciocínio clínico: uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que de fato o paciente apresenta, e uma linha etiológica, que busca, na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso. 5 FENÔMENOS: ● Aspectos e fenômenos encontrados em todos os seres humanos. Tais fenômenos fazem parte de uma categoria ampla demais para a classificação, sendo pouco útil o seu estudo pela psicopatologia. ● Aspectos e fenômenos encontrados em algumas pessoas, mas não em todas. Estes são os fenômenos de maior interesse para a classificação diagnóstica em psicopatologia. Aqui, situam-se a maioria dos sinais, sintomas e transtornos mentais. ● Aspectos e fenômenos encontrados em apenas um ser humano em particular. Fenômenos que são restritos demais, e de difícil classificação e agrupamento, tendo maior interesse os seus aspectos antropológicos, existenciais e estéticos que propriamente taxonômicos. A ENTREVISTA COM O PACIENTE: ● Necessário domínio, habilidade, demonstrada através da formulação de perguntas pertinentes e intercalação de momentos de fala e de silêncio, bem como capacidade de estabelecer uma relação ao mesmo tempo empática e tecnicamente útil do ponto de vista humano. ● Necessário que o profissional esteja em condições de atender o paciente e acolhê-loem todas as suas questões e idiossincrasias. VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM EM UMA ENTREVISTA: ● Paciente – personalidade, capacidades cognitivas, necessidade de se abrir etc. ● Contexto – onde está sendo realizado o atendimento (ambulatório, consultório etc). ● Objetivos da entrevista – se a entrevista está sendo realizada como triagem, pesquisa, fins trabalhistas, diagnóstico clínico etc. ● Personalidade do entrevistador – se fala muito ou pouco, discrição, introversão ou extroversão. 6 ATITUDES A SEREM EVITADAS: ● Posturas rígidas ou estereotipadas que façam com que o entrevistador se utilize de fórmulas ao tratar o paciente – sem flexibilidade ● Postura excessivamente neutra ou até mesmo fria – passa sensação de distância, desprezo ou desinteresse ● Reações exageradamente emotivas – sensação de falsa intimidade. Necessário atitude receptiva, mas sem se esquecer da ética e da relação psicólogo-paciente ● Comentários valorativos – julgamentos ● Reações de pena ou compaixão – necessário possuir empatia, mas sem perder a atitude profissional ● Respostas rudes, hostis ou agressivas – independentemente de o paciente estar agindo de forma grosseira, o profissional deve se manter sereno e receptivo. Em casos onde o paciente se mostra extremamente incomunicável devido à agressividade, o entrevistador deve mostrar isso ele ● Entrevistas prolixas - deve-se evitar “arrastar” a entrevista, voltando a queixa principal sempre que o paciente desviar o assunto ● Fazer muitas anotações durante a entrevista – transmite ao paciente a impressão de que as anotações são mais importantes que ele próprio 7 8
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