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resenha de psicologia social

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RESENHA CRÍTICA
Filme: Toc Toc
Adaptação da peça francesa de Laurent Baffie foi produzido na Espanha, pelo diretor e roteirista Vicente Villanueva em 2017
RESUMO
 O filme é uma comédia espanhola que retrata a história de seis pacientes que sofrem com transtornos, e estão em busca de tratamento com um psicólogo renomado. Os seis se encontram na sala de espera do consultório, por um possível erro de sistema, todos foram marcados para consultas no mesmo horário. O médico sofre um problema em seu vôo e se atrasa, esse é o gancho para que todos iniciem um diálogo durante a espera. No início há resistência e constrangimento, mas eles mesmos vão resolvendo esse desconforto. 
 No início a convivência é difícil pois são Transtornos diferentes, incluindo Frederico que sofre com síndrome de tourette e fala obscenidades e faz gestos obscenos de forma aleatória. Emílio que além de ser um acumulador tem a compulsão de contar e fazer cálculo de tudo. Blanca tem compulsão por higiene, ela tem pavor de bactérias, germes, fungos e vírus, sendo assim lava compulsivamente as mãos. Lili é uma jovem que repete duas vezes o que falou ou repete a última sílaba que outras pessoas falam. O paciente Otto possui toque de simetria, organiza harmoniosa de objetos, e que além disso não pisa em linhas. Por fim a paciente Ana Maria, que tem toque de verificação. Antes de sair e mesmo depois de sair de casa ela verifica ou volta para verificar coisas como gás aberto e luz acessa, ela também se benze repetidas vezes e faz orações a todo momento. A secretaria é um personagem que aparenta estar estressada e se comunica de forma grosseira, ela é atrapalhada e parece não saber o que fazer diante do ocorrido que trouxe tanta confusão no consultório.
 Quase todo o filme se passa dentro da sala de espera onde todos os personagens se unem para tentar passar o tempo. Otto sugere fazer uma apresentação em grupo para passar o tempo, após alguma resistência, todos aceitam participar do grupo. Essa experiência acaba levando os personagens a crises de ansiedade. 
 Após horas de convivência, muitos problemas e confusão, todos percebem que em algum momento melhoraram de seus problemas, como consequência de se solidarizar com o problema de outra pessoa do grupo.
 Todos vão embora já tarde, mas antes fazem um grupo que se chama toc toc em uma rede social para então se comunicarem depois. Todo tem uma visível melhora retratada no fim, Além de Otto e Lili iniciarem um romance.
 O final é uma surpresa, pois mostra que na verdade um dos seis era o próprio médico que esteve ali desde o início. Esse método é usado como terapia e a secretária na verdade é uma atriz contratada para dar veracidade ao erro do sistema e ao atraso do médico.
ANALISE CRÍTICA
 
 O filme mostra como de uma forma geral os problemas de toc e a síndrome de tourette, que é um problema neuropsiquiátrico podem levar o paciente ao isolamento social, por afastamento consciente ou por consequência. 
 É uma obra cômica, mas toca em pontos pouco pensados, o ponto de vista do próprio paciente, mas em segundo plano retrata a dificuldades de quem convive com ele. Não trata somente do transtorno clínico, mas sim do sentimento de angústia experimentada. Em quase todos os casos o distanciamento do convívio em sociedade é presente.
Expõe a falta de informações sobre o TOC, fazendo com que o paciente se sinta desconfortável para se expor, dificultando suas relações interpessoais.
 Emílio tem comportamento "inadequado" para os padrões sociais uma vez que fala sem medir as consequências, é um piadista, e por isso tem dificuldade de se relacionar com seus passageiros, algumas das excentricidades do transtorno provoca situações de susto, raiva ou indiferença. Ana Maria é o oposto, extremamente religiosa e se considera uma cidadã respeitável, chegando a negar que sua estadia ali seria para consulta dela, tem a desculpa de buscar para uma amiga a receita com o médico, isso mostra o preconceito da própria paciente com sua situação. 
 Vários são os momentos em que se usa a palavra louco, ou alguma equivalente, para se referir aos integrantes do grupo formado. Em um determinado momento Otto diz: “Se nós não respeitarmos à nós mesmos, que temos o mesmo problema, como esperar que os outros nos respeitem? 
Durante o filme o preconceito é exposto, de formas diferentes. Blanca por exemplo passa pelo momento de falar de si e mente a idade, demostrando que a imagem mulher não jovem é algo negativo em sua concepção, pois socialmente mulheres jovens são contempladas e as mais velhas são rejeitadas. Emilio, consegue fazer piadas preconceituosas a todo momento. O longa exalta as diferenças entre pessoas que seriam iguais, afinal todos os pacientes sofrem do mesmo transtorno.
 É um filme inspirador, mesmo tendo uma visão romantizada do problema, mostra que superar, ser bem-sucedido mesmo sofrendo de toc é possível. O próprio renomado médico é quem tem o problema mais difícil de lidar, ele usa seu problema para se integrar ao grupo, com essa tática ele consegue apaga aquela visão de autoridade máxima, que por vezes até dificulta o diálogo, e isso é uma boa surpresa no final. 
O filme não trabalha com a cura dos pacientes, pelo contrário, mostra que a partir do diálogo em um grupo de diferenças eles melhoraram, que essa diferença entre eles trouxe uma nova perspectiva a todos, que a experiência melhorou sua existência pessoal e social.
 Fica evidente que os personagens convivem anos com o problema, que se escondem, mostra que eles têm pouca informação sobre o assunto e isso faz pensar que quanto mais informações sobre o TOC chegar à sociedade, mais esta estará preparada para compreender o transtorno. O portador, por sua vez, ao se deparar com uma sociedade mais informada e apta a entendê-lo, terá melhora em sua qualidade de vida e mais facilidade em expor seu problema, mostra como a desinformação gera o preconceito.

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