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2. EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO NA HISTÓRIA 2.1 EVOLUÇÃO DOS ARMAMENTOS COMEÇA NA IDADE MÉDIA E DESLANCHA NA ERA MODERNA As primeiras armas de fogo, ainda improvisadas, provavelmente surgiram na China logo após a invenção da pólvora, no século 9. Em tubos de bambu, essa mistura de salitre, enxofre e carvão vegetal que explode em contato com o fogo era usada para atirar pedras. Os árabes aperfeiçoaram o invento no século 13, quando os canhões passaram a ser feitos de madeira e reforçados com cintas de ferro. Mas a contribuição decisiva veio no século 14, quando surgiram os primeiros canhões de bronze, mais seguros. “O canhão abre caminho para a evolução tanto do armamento pesado quanto do individual”, diz o historiador João Fábio Bertonha, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná. As primeiras armas de fogo portáteis aparecem no século 15. “É uma verdadeira revolução: os soldados ganham outra importância e as táticas de guerra mudam completamente”, afirma João Fábio. A primeira arma individual amplamente usada em batalhas é o mosquete, criado no século 16. Mas a invenção é lenta e tem péssima pontaria. No século seguinte, com o fuzil de pederneira, a pontaria melhora, mas muitos disparos falham e o soldado ainda precisa abastecer manualmente a arma com a pólvora e o projétil. No século 19, a criação dos cartuchos e dos mecanismos de carregamento pela culatra tornou as armas mais confiáveis e impulsionou de vez a tecnologia bélica. O ponto culminante foi a automação, com a invenção da metralhadora em 1884. Para completar, os modelos de submetralhadoras, fuzis de assalto e pistolas automáticas do final do século 20 tornaram infinitamente mais preciso – e perigoso – o poder de destruição das armas. 2.2 UMA REFLEXÃO SOBRE O EQUILÍBRIO DA HUMANIDADE ATRAVÉS DAS ARMAS DE FOGO. “Ela anula a tirania do mais forte e protege a integridade do mais fraco.” Marko Kloos, 15 Jan 19 Os seres humanos têm apenas duas maneiras de lidar uns com os outros: por meio da razão e por meio da força. Se você quer que eu faça algo por você, há duas opções: ou você me convence por meio de um argumento racional ou você recorre à ameaça de violência. Toda e qualquer interação humana necessariamente recai em uma dessas duas categorias. Sem exceção. Razão ou força. E só. Em uma sociedade genuinamente moral e civilizada, as pessoas interagem exclusivamente por meio da persuasão. A força não é um método válido de interação social. Sendo assim, e por mais paradoxal que isso possa parecer para alguns, a única ferramenta que pode remover a força dessa lista de opções é uma arma de fogo pessoal. E o motivo é simples: quando estou portando uma arma de fogo, você não pode lidar comigo por meio da força. Você terá de utilizar apenas a sua razão e a sua inteligência para tentar me persuadir. Portando uma arma de fogo, eu tenho uma maneira de neutralizar a sua ameaça ou o seu uso da força. A arma de fogo é o único objeto de uso pessoal capaz de fazer com que uma mulher de 50 kg esteja em pé de igualdade com um agressor de 100 kg; com que um octogenário esteja em pé de igualdade com um marginal de 20 anos; e com que um cidadão sozinho esteja em pé de igualdade com 5 homens carregando porretes. A arma de fogo é o único objeto físico que pode anular a disparidade de força, de tamanho e de quantidade entre um potencial agressor e sua potencial vítima. Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como sendo o lado ruim da equação, a fonte de todas as coisas repreensíveis que acontecem em uma sociedade. Tais pessoas acreditam que seríamos mais civilizados caso todas as armas fossem proibidas: segundo elas, uma arma de fogo facilita o "trabalho" de um agressor. Mas esse raciocínio só é válido, obviamente, se as potenciais vítimas desse agressor estiverem desarmadas, seja por opção ou por decreto estatal. Tal raciocínio, porém, perde sua validade quando as potenciais vítimas também estão armadas. Pessoas que defendem a proibição das armas estão, na prática, clamando para que os mais fortes, os mais agressivos e os mais fisicamente capacitados se tornem os seres dominantes em uma sociedade — e isso é exatamente o oposto de como funciona uma sociedade civilizada. Um criminoso só terá uma vida bem-sucedida caso viva em uma sociedade na qual o estado, ao desarmar os cidadãos pacíficos, concedeu a ele o monopólio da força. Quando as armas são restringidas por lei, não há nenhum motivo para se acreditar que criminosos irão obedecer a esta lei. Pessoas que utilizam armas para infringir a lei também infringirão a lei para obter armas. A máxima segue irrefutável: se as armas forem criminalizadas, apenas os criminosos terão armas. E há também o argumento de que uma arma faz com que aquelas brigas mais corriqueiras, as quais em outras circunstâncias resultariam apenas em pessoas superficialmente machucadas, se tornem letais. Mas esse argumento é multiplamente falacioso. Em primeiro lugar, se não houver armas envolvidas, todos os confrontos serão sempre vencidos pelo lado fisicamente superior, o qual irá infligir lesões e ferimentos avassaladores ao mais fraco. Sempre. Ademais, pessoas que acreditam que punhos cerrados, porretes, pedras, garrafas e cacos de vidro não constituem força letal provavelmente são do tipo que acreditam naquelas cenas fantasiosas que vêem nos filmes, em que pessoas tomam variados socos, pauladas e garrafadas na cabeça e ainda continuam brigando impavidamente, no máximo com um pouco de sangue nos lábios. O fato de que uma arma de fogo facilita o uso de força letal é algo que funciona unicamente em prol da vítima mais fraca, e não em prol do agressor mais forte. O agressor mais forte não precisa de uma arma de fogo para aniquilar sua vítima mais fraca. Já a vítima mais fraca precisa de uma arma de fogo para sobrepujar seu agressor mais forte. Se ambos estiverem armados, então estão em pé de igualdade. A arma de fogo é o único objeto que é tão letal nas mãos de um cadeirante quanto nas mãos de um halterofilista. Se ela não fosse nem letal e nem de fácil manipulação, então ela simplesmente não funcionaria como instrumento equalizador de forças, que é a sua principal função. Quando estou portando uma arma, eu não o faço porque estou procurando confusão, mas sim porque quero ser deixado em paz. A arma em minha cintura significa que não posso ser coagido e nem violentado; posso apenas ser persuadido por meio de argumentos racionais. Eu porto uma arma não porque tenho medo, mas sim porque ela me permite não ter medo. A arma não limita em nada as ações daqueles que querem interagir comigo por meio de argumentos; ela limita apenas as ações daqueles que querem interagir comigo por meio da força. A arma remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado. Uma grande civilização é aquela em que todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos via argumentos racionais, jamais coagidos. 2.3 CONCEITO DE ARMAS FOGO E SUA CLASSIFICAÇÃO. CONCEITO Dispositivo que impele um ou vários projéteis através de um cano pela pressão de gases em expansão produzidos por uma carga propelente em combustão. CLASSIFICAÇÃO Quanto à alma do cano A alma é a parte oca do interior do cano de uma arma de fogo, que vai geralmente desde a culatra até a boca do cano, destinada a resistir à pressão dos gases produzidos pela combustão da pólvora e outros explosivos e a orientar o projétil. Pode ser lisaou raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a arma foi projetada. Alma raiada A alma é raiada quando o interior do cano tem sulcos helicoidais dispostos no eixo longitudinal, destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação. Alma lisa É aquela isenta de raiamentos, com superfície absolutamente polida, como, por exemplo, nas espingardas. As armas de alma lisa têm um sistema redutor (choque), acoplado ao extremo do cano, que tem como finalidade controlar a dispersão dos bagos de chumbo. Quanto ao tamanho Armas Curtas: Pistolas – Modernamente podemos conceituar pistola como arma curta, raiada, portátil, semi-automática ou automática, de ação simples, ação dupla, dupla ação e híbrida, com câmara no cano, a qual utiliza o carregador como receptáculo de munição. Existem pistolas de repetição que não dispõem de carregador e cujo carregamento é feito manualmente pelo atirador. Seu nome provém de Pistoia, um velho centro de armeiros italianos. Revólveres – Arma curta de alma raiada ou lisa, portátil, de repetição, na qual os cartuchos são colocados em um cilindro giratório (tambor) atrás do cano, podendo o mecanismo de disparo ser de ação simples ou dupla. Armas Longas – Alma Raiada: Rifles – Termo muito comum, de origem inglesa, que significa o mesmo que fuzil. Arma longa, portátil que pode ser de uso militar/policial ou desportivo; de repetição, semi- automática ou automática. Fuzil de Assalto – Fuzil Militar de fogo seletivo de tamanho intermediário entre um fuzil propriamente dito e uma carabina. Carabina (Carbine) – Geralmente uma versão mais curta de um fuzil de dimensões compactas, cujo cano é superior a 10 polegadas e inferior a 20 polegadas (geralmente entre 16 e 18 polegadas). Submetralhadora – Também conhecida no meio Militar como metralhadora de mão, é classificada assim por possuir cano de até 10 polegadas de comprimento e utilizar cartuchos de calibres equivalentes aos das pistolas semi-automáticas. Metralhadora – Arma automática, que utiliza cartuchos de calibres equivalentes ou superiores aos dos fuzis; geralmente necessita mais de uma pessoa para sua operação. Armas Longas – Alma Lisa: Espingardas - Arma longa, de alma lisa, que utiliza cartuchos de projéteis múltiplos ou de caça. Quanto ao sistema de funcionamento Repetição – Arma capaz de ser disparada mais de uma vez antes que seja necessário recarregá-la, as operações de realimentação são feitas pela ação do atirador. Pode ser equipada com carregador, tambor ou receptáculo (tubo). Semi-automático – Sistema pelo qual a execução do tiro se dá pela ação do atirador (um acionamento da tecla do gatilho para cada disparo); as operações de extração, ejeção e realimentação se darão pelo reaproveitamento dos gases oriundos de cada disparo. Automático – Sistema pelo qual a arma, mediante o acionamento da tecla do gatilho e enquanto esta estiver premida, atira continuamente, extraindo, ejetando e realimentando a arma até que se esgote a munição de seu carregador ou cesse a pressão sobre o gatilho. 2.4 REFLEXO SOBRE O ESTATUTO DO DESARMAMENTO (Lei 10826/03) NO ÂMBITO JURÍDICO DO DIREITO DE USO DE ARMAS DE FOGO NO BRASIL. DO QUE DIZ O ESTATUTO SOBRE O DIREITO DE USO DE ARMAS DE FOGO. O Estatuto do Desarmamento é uma política de controle de armas que está em vigor no país desde 22 de dezembro de 2003. Ele foi sancionado com o objetivo de reduzir a circulação de armas e estabelecer penas rigorosas para crimes como o porte ilegal e o contrabando. A regulamentação do estatuto ocorreu por meio de um decreto em 1º de junho de 2004. 1.1 - O que o estatuto estabelece O estatuto definiu novas regras mais restritivas para a compra e o porte de armas no país, bem como penas mais duras para o porte ilegal e a posse de armas não registradas. 1.1.1 - Compra de armas O estatuto manteve a comercialização de armas de fogo e munições legal no país, mas aumentou o rigor para que uma pessoa possa adquirir uma arma legalmente. Ele determina que os seguintes requisitos devem ser cumpridos: Obrigatoriedade de cursos para manejar a arma; Ter ao menos 25 anos; Ter ocupação lícita e residência; Não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal; Não ter antecedentes criminais nas justiças Federal, Estadual (incluindo juizados), Militar e Eleitoral; Ter efetiva necessidade de ter a arma. 1.1.2 - Porte de armas O porte é o documento que dá o direito de portar, transportar, comprar, fornecer, emprestar ou manter uma arma ou munições sob sua guarda. Para sair à rua levando uma arma junto ao corpo ou para usá-la para caçar, por exemplo, é necessário ter porte de arma. As pessoas que se encaixam nos perfis abaixo podem obter o documento: Integrantes das Forças Armadas; Policiais militares, policiais civis e oficiais na ativa; Guardas municipais de capitais ou cidades com mais de 500 mil habitantes; Guardas municipais de cidades entre 50 mil e 500 mil quando estão em serviço; Promotores e juízes; Agentes penitenciários; Funcionários de empresas de segurança privada e de transporte de valores ou que precisem de arma para uso profissional. Além de se enquadrar nos critérios para posse de armas, essas pessoas também precisam fazer um teste de porte, que serve para verificar se ela tem características violentas, controle emocional e até mesmo constatar se alguma característica está sendo omitida na avaliação. 1.1.3 - Crimes e penas Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição irregular, ou seja, sem cumprir as determinações do estatuto, tem como pena a detenção de um a 3 anos, com multa. Portar arma, acessório ou munição sem autorização ou em desacordo com a determinação legal tem como pena de dois a quatro anos de prisão, com multa. O estatuto ainda define penas para os crimes de comércio ilegal de arma de fogo, tráfico internacional e posse ou porte ilegal de arma de uso restrito. 1.1.4 - Campanha do Desarmamento O estatuto também criou a Campanha do Desarmamento, que recompensa pessoas que entregarem suas armas, com ou sem registro, para os órgãos de segurança pública. Os valores recebidos variam de R$ 150 a R$ 450, dependendo do tipo de arma. O estatuto ficou em discussão durante diversos anos até ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo então presidente Lula, em 2003. Lula e diversas ONGs, como o Instituto Sou da Paz e a Viva Rio, diziam que o estatuto ajudaria a reduzir a violência e a interromper as fontes de abastecimento do crime organizado. A ideia principal que norteou a sua elaboração foi a de que, ao desarmar a população, há menos homicídios e acidentes, bem como menos armas em posse de criminosos. 2.5 DA DIFERENÇA ENTRE TRANSPORTE, POSSE E PORTE DE ARMA DE FOGO. Existem três termos usualmente confundidos quando o tema é armas de fogo. No Brasil, o porte de armas é proibido por força do Art. 6º da Lei 10.826/03, mas tanto a sua posse quanto o seu transporte podem ser permitidos, em determinadas situações. Assim, a compreensão desses conceitos é fundamental para o exercício da própria cidadania consubstanciada no exercício do direito elementar de legítima defesa, ainda que dentro das situações precárias exigidas pela legislação em vigor. Nas próximas linhas compreenderemos, com brevidade, a diferença destes conceitos e como este conhecimento pode influenciar os seus direitos. 2.5.1 – POSSE Embora a posse dearma de fogo seja permitida – com muitas restrições – no Brasil, o pretório excelso, Supremo Tribunal Federal, nos presenteou afirmando que não existe conceito definitivo para a posse. Desse modo, para compreendermos a posse, é necessário extrair, teleologicamente, o que o legislador desejava à época de sua redação. Com base no que se pode inferir da Lei 10.826/03, “posse” significa possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, no interior de sua residência ou dependência dela ou em seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Em outras palavras, possuir arma de fogo, significa tê-la em casa ou no trabalho, sem trazê-la consigo fora de suas propriedades. Dentro de sua casa o indivíduo pode usar sua arma carregada na condição 0 se desejar. A posse é permitida a todo brasileiro com mais de 25 anos, sem antecedentes criminais, que alegue necessidade (não é necessário provar) e capacidade psicológica e técnica para o manuseio. 2.5.2 – PORTE O porte de armas de fogo é proibido no Brasil desde 2003, com a vigência do Estatuto do Desarmamento. A própria Lei estabeleceu 11 exceções, em sua maioria pertinentes a funcionários públicos, a saber: “I – os integrantes das Forças Armadas; II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal; III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei; IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental. X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria- Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.” Em tese, portar alguma coisa significa trazê-la consigo. Quando se fala em arma de fogo, significa trazê-la consigo e pronta para o uso (alimentada, municiada, carregada e coldreada ou nas próprias mãos). O legislador, contudo, resolveu ampliar um pouco este conceito para ter certeza de cercear ao máximo as liberdades do brasileiro. Portanto, ao definir os crimes de “porte ilegal” de arma de fogo de uso permitido ou restrito, o legislador adicionou alguns núcleos verbais que, para os efeitos da lei, têm a mesma importância que trazer consigo a arma, confira: “Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:” Assim, mesmo que alguém esteja transportando uma arma totalmente desmontada, desmuniciada e no porta-malas do carro, poderá responder por “porte ilegal de arma de fogo”, se não tiver a documentação necessária ao ato (Guia de Tráfego). 2.5.3 – TRANSPORTE Diferencia-se o transporte do porte na medida em que nesse, a arma está pronta para o uso imediato, ao passo que naquele a arma não deve ter condições de uso imediato. Assim, em tese, quem está levando uma arma desmuniciada não está portando, mas sim transportando uma arma de fogo. Vimos, contudo, que o legislador ardilosamente confundiu estes conceitos na elaboração da Lei 10.826/03 e, mesmo quem esteja transportando uma arma pode responder pelo crime de porte de arma de fogo. O conceito também é essencialmente relevante para os chamados CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). Como visto, originalmente o Art. 6º do draconiano estatuto previa o direito de portar armas para esta categoria (inciso IX), o que é bem razoável, considerando que não raramente os atiradores têm preparo superior aos próprios policiais ou militares. Todavia, o congresso em atenção a esta “brecha” na lei. O Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva promulgou, em 2004, o Decreto 5.123/04 que equiparou o conceito de porte ao de transporte, ao regular o inciso IX do Art 6º da Lei 10,826/03 Portanto foi mudado e criado o conceito de “porte de trânsito”, que nada mais é que o transporte, assim impedindo que os atiradores, colecionadores e caçadores exercessem o direito que a Lei 10.826/03. 2.6 DAS ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO E DE USO RESTRITO. Diferença entre arma de fogo de uso restrito e de uso permitido Um assunto que é básico, porém de grande importância, é a diferença entre Arma de fogo de uso Restrito e de uso Permitido. Este conceito pode ser encontrado nos artigos 10 e 11 do Decreto 5.123/2004, que regulamenta a Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). 3.1 - Conceito de Arma de fogo de uso Permitido Art. 10. Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército e nas condições previstas na Lei no 10.826, de 2003. 3.2 - Conceito de Arma de fogo de uso Restrito Art. 11. Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica. Sendo assim, conforme se depreende da Lei, as Armas de fogo de uso Restrito são de uso exclusivo das forças armadas e de outras instituições autorizadas pelo Comando do Exército. Por outro lado, as Armas de fogo de uso Permitido podem ser adquiridas por qualquer cidadão, desde que obedeçam os requisitos da Legislação. São requisitos previstos no Estatuto do Desarmamento, Lei no 10.826, de 2003: Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos: I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) II – apresentação dedocumento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. DO REFERENDO POPULAR DE 2005. 1 – DA DIFERENÇA ENTRE PLEBISCITO E REFERENDO. O plebiscito é uma forma de consulta popular em que os cidadãos são consultados antes de uma lei ser constituída. O teor da lei a ser aprovada é definido pelo povo. Um exemplo é o plebiscito realizado no Brasil em 1993. Naquele ano, os cidadãos brasileiros foram consultados sobre duas questões: 1) O Brasil deveria adotar a monarquia ou a república? 2) O país deve adotar o presidencialismo ou parlamentarismo? Dependendo da forma como a população escolhesse, o Brasil poderia ser hoje uma monarquia presidencialista, uma monarquia parlamentarista, uma república parlamentarista ou uma república presidencialista. Venceu esta última combinação, já que a maioria votou na república e no presidencialismo como formas de Estado e de governo. As questões tratadas em plebiscito são de relevância nacional, ou de relevância municipal/estadual (em plebiscitos locais). Questões como a forma de governo do país ou a realização de eleições presidenciais extraordinárias. O plebiscito é previsto no artigo 14 da Constituição e regulamentado pela Lei 9.709/98. A diferença de um referendo para um plebiscito é bastante sutil. O referendo também é uma consulta popular, prevista no artigo 14 da Constituição, regulamentada pela lei 9.709/98. A distinção fundamental é que o referendo é realizado após o projeto de lei em questão ter sido elaborado e aprovado no Congresso. Assim, o teor exato da matéria já foi definido pelos parlamentares. Tudo que a população pode fazer é aprovar ou rejeitar tal projeto. Mais uma vez, os referendos também são relacionados a questões de grande relevância para o país. Um exemplo de referendo realizado no Brasil foi o que sujeitou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento à aprovação da população. A proposta era proibir a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional. O povo poderia, portanto, concordar ou discordar do projeto apresentado. A maioria da população rejeitou a proibição do comércio de armas. A convocação de um plebiscito e um referendo é prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, XV/CF) . É preciso que pelo menos um terço dos parlamentares de uma das Casas (no Senado, isso significa 27 senadores; na Câmara, 171 deputados) proponham um decreto legislativo convocando a consulta popular. Depois disso, o projeto de decreto deve ser aprovado pelas maioria simples do plenário do Congresso Nacional (metade mais um dos senadores e deputados presentes à sessão). Pode-se dizer que o referendo tem uma “vantagem” em relação ao plebiscito: sua consequência é mais exata do que a de um plebiscito. Por exemplo: o referendo de 2005 tinha apenas dois efeitos possíveis: proibir ou não o comércio de armas no Brasil. Agora, e se no plebiscito de 1993 os brasileiros tivéssemos escolhido uma monarquia parlamentarista, no lugar de uma república presidencialista? Está claro que teríamos um rei/imperador e não mais presidentes, mas todo o resto do sistema político teria que ser determinado pelos próprios congressistas: quais seriam os poderes do parlamento? Como seria escolhido o primeiro-ministro? De quanto em quanto tempo teríamos eleições? Essas e outras questões ainda ficariam a cargo do Congresso, e não do povo. A mesma situação dúbia poderia surgir no caso de um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais. Digamos que o povo é consultado sobre essa possibilidade. Várias questões importantes ainda ficariam em aberto: 1) quando seriam feitas as eleições: ainda neste ano ou em 2017? Lembrando que eleições têm custos e o TSE também sofre com falta de verbas por conta dos problemas fiscais do governo. 2) ainda mais importante: qual seria o tempo de mandato do vencedor dessas eleições? Seriam apenas dois anos (até 2018, quando aconteceria a próxima eleição para presidente) ou seis anos (até 2022, cancelando a disputa de 2018)? Por outro lado, o referendo tem um problema: como apresenta uma lei com formato previamente determinado, o cidadão, no caso de discordar da lei elaborada, não pode expressar qual lei gostaria de ver em seu lugar. Por exemplo, os que votaram contra a proibição das armas em 2005 pode ter reunido pessoas que são a favor de um conjunto de regulações brandas para o comércio de armas e outras que são contra qualquer tipo de regulação desses comércio. Os resultados de plebiscitos e referendos devem sempre ser seguidos pelos nossos parlamentares. Proceder de outra forma seria inconstitucional, já que a soberania popular seria desrespeitada. É o que de fato aconteceu após o plebiscito de 1993 (o Brasil continuou a ser uma república presidencialista) e o referendo de 2005 (o comércio de armas não foi proibido no país). Entretanto, conforme já ilustramos anteriormente, as lacunas criadas pelo resultado de um plebiscito ainda precisam ser preenchidas pelo Congresso. O único modo de alterar o resultado de um plebiscito ou referendo é justamente convocando uma nova consulta desse tipo, sobre o mesmo assunto. Essa convocação precisa também da iniciativa e aprovação prévia de nossos deputados e senadores. 2.8 DA HISTÓRIA AO CONTRABANDO DE ARMAS DE FOGO. O QUE DIZ A LEI SOBRE LEGÍTIMA DEFESA. Segundo o Código Penal, a legítima defesa se caracteriza pelo uso moderado "dos meios necessários" para repelir "injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem". Se caracterizada a legítima defesa, a pessoa não responde por um crime. Veja argumentos: "Arma é instrumento mais eficaz para a defesa" Para Jairo Paes de Lira, coronel da PM paulista e presidente da ABPLD (Associação Brasileira pela Legítima Defesa), "ter uma arma de fogo é um dos meios para a pessoa estar apta a se defender em determinadas situações. "Nós entendemos que a legítima defesa deva ser razoável. Não há como dizer que a legítima defesa deveria ser exercida, por exemplo, aos gritos."(grifo nosso) Jairo Paes de Lira, coronel da PM-SP O coordenador do Cepedes (Centro de Pesquisa em Direito e Segurança), Fabricio Rebelo, diz que "a arma é o instrumento mais eficaz que pode existir para a defesa". Segundo ele, o acesso a elas não diminui ou substitui "a necessidade de repressão pelo Estado", mas apenas garante "um direito individual justamente quando o Estado já falhou." "Nós não podemos imaginar que o indivíduo vá poder exercer a legítima defesa contra um ataque de grandes proporções sem ter elementos com os quais ele possa anular, ou minimizar, ou evitar essa agressão", afirma. Rebelo faz a ressalva de que, em um contexto onde a maioria dos crimes acontece em locais públicos, o decreto de Bolsonaro não mudou as regras para o porte de arma, que é o direito de andar armado. O porte continua restrito a militares e a algumas categorias de civis. O presidente do Instituto Defesa, Lucas Silveira, também contesta o alcance do exercício do direito à legítima defesa se a pessoa não pode portar uma arma fora de casa, onde a maior parte dos crimes violentos acontece. "A defesa, de forma geral, apenas pode ocorrer, no plano operacional, se eu tenho os meios para empregá-la", diz. Silveira pondera que o uso de uma arma de fogo não garante o sucesso na reação a uma ameaça, mas reafirma o direito de usar uma arma diante de uma situaçãode perigo. Estresse pode ser risco no enfrentamento. A reação a um crime ou ameaça, no entanto, ocorre sob uma situação de estresse, observa José Vicente da Silva Júnior, coronel da reserva da PM paulista e consultor de segurança pública. "Poucas pessoas estão preparadas para ter uma reação articulada: pegar, mirar e atirar no momento certo, para daí acontecer a legítima defesa", diz. Silva também cita que o criminoso "está normalmente numa situação de surpresa", e que o nervosismo da pessoa que busca se defender pode torná-la "mais vulnerável ainda na presença de um atacante que está se lixando se vai matar ou não." “Simplesmente comprovar habilidade depois de dar 20 tiros em uma parede não habilita a pessoa a um contexto de enfrentamento com uma arma na mão." José Vicente da Silva Júnior, coronel da reserva da PM-SP Segundo o diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, a arma de fogo "é um instrumento excelente de ataque", principalmente aliada ao elemento surpresa. "O problema é que, quando você emprega a arma para a defesa, ou você está 100% alerta, passa a noite em claro com uma arma na mão, esperando ouvir um barulho para surpreender o ladrão, ou você vai estar do lado errado da vantagem de quem tem o elemento surpresa", afirma. Para José Vicente da Silva Júnior, a ideia de autodefesa deve ser vista dentro de um contexto em que 71% dos homicídios no país (mais de 40 mil mortes) são cometidos com armas de fogo. O dado é do Atlas da Violência 2018, elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "Isso é uma tragédia em termos mundiais, e seria motivo suficiente para envidar todos os esforços para retirar armas continuamente das mãos da população", afirma. Segundo Marques, a "grande questão" é que o Estado deveria ser capaz de proteger a população a ponto de o indivíduo "não precisar fazer uso da força, armada ou não", para se proteger. Para Robson Rodrigues, coronel da PM do Rio, o quase colapso da estrutura de segurança pública e a "sensação de medo crescente" levam a uma tendência "de jogar a responsabilidade para o cidadão de sua autodefesa, e isso esconde nossas mazelas.” "A gente tem que melhorar e muito a segurança pública para depois falar em uma possível autodefesa", afirma. 2.9 O USO DA FORÇA E A LEGÍTIMA DEFESA PERMITIDOS PELOS REGULAMENTOS DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS. O uso da força e a legítima defesa permitidos pela ONU - Jus.com.br | Jus Navigandi Esta disposição foi adotada pela Carta das Nações Unidas que fez uso de outra nomenclatura, ao contrário da palavra "guerra"; fez-se uso do termo "uso da força" conforme disposto no artigo 2º, §3º da Carta. A guerra, hoje, é um ilícito internacional e com sérias conseqüências para o Estado que insistir em violar esta regra pois este, quando ingressa como membro das Nações Unidas, aceita cumprir todas as determinações da Carta, sob pena de sanções. Porém, a Carta faz a uma única exceção e autorizando o uso da força: no caso de legítima defesa, seja individual ou coletiva, na forma de seu artigo 51 e em clara exceção à regra inserida no citado artigo 2º. O direito à legítima defesa segue-se a uma série de pressupostos para dar legitimidade aos atos de repulsa promovidos pelo Estado: quando o Estado for vítima de um ataque armado, contra um membro da ONU e até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e segurança internacionais. Desta forma, a prática da legítima defesa denota alguns requisitos de caráter imediato e temporal: o uso da força deve ser o mínimo necessário a fim de reprimir o ato e até que o Conselho de Segurança tome as medidas necessárias para cessar aquele distúrbio. O uso da legítima defesa esteve presente na agenda internacional, principalmente depois dos atentados ao World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Diante de tais eventos, o Conselho de Segurança aprovou a Resolução 1.368 onde conferiu autorização ao Governo dos Estados Unidos a dar uma "resposta armada" aos ataques terroristas em seu território em nome da legítima defesa. A partir disto, quando o terrorismo se tornou uma nova ameaça internacional, e, como nova tática de política internacional do Governo Norte Americano, este, em nome da legítima defesa, desferiu vários ataques ao Afeganistão, a fim de caçar e liquidar Osama Bin Laden, chefe da Al Qaeda, e em 2003 invadiram e atacaram o Iraque em ato não autorizado pelo Conselho de Segurança sob o motivo de estarem ali escondidas diversas armas químicas e de destruição em massa por ordem do Governo de Sadam Hussein e cujo uso ameaçaria a população da região e até mundial. Tais manobras iniciadas pelos Estados Unidos geraram um clima de preocupação internacional onde, sob a alegação de que tais ataques estariam justificados com base na legítima defesa para defender os interesses das nações e invadir os territórios dos países e macular sua soberania, os outros Estados também estariam autorizados a iniciariem diversas operações militares contra os diversos Estados opositores sob aquela justificativa, mergulhando o mundo novamente no caos da guerra. Pela sistemática da Carta, o uso da força só está autorizado quando justificado pela legítima defesa a um ataque armado já existente contra um Estado e, diante desta regra, é possível a existência da figura da "legítima defesa preventiva"? A doutrina não chega a um consenso. Para alguns, o uso da legítima defesa só é possível em face da existência a um ataque atual, como prescreve o artigo 51 da Carta. Os que apóiam esta tese dizem ser ela um meio garantidor para que não haja ou perdure uma situação que seja capaz de quebrar a paz e segurança internacional. A Corte Internacional de Justiça já decidiu no caso da Nicarágua x Estados Unidos, que o uso da força só nasce para o Estado agredido: "A legítima defesa quer seja individual ou coletiva só pode ocorrer na seqüência de uma agressão armada" [01]. Neste julgamento, a Corte faz menção à "legítima defesa coletiva" e somente sendo esta possível para repelir um ataque contra um agressor na existência de um Tratado entre as partes que vá declarar que a agressão contra uma delas constitui agressão contra um ou contra todos os outros Estados partes no referido Acordo. No sistema das Nações Unidas, as questões dos conflitos travados no Oriente Médio por palestinos e israelenses poderia levar a crer na existência da legitima defesa preventiva quando dos ataques ocorridos feitos em nome dela. Em 2003, quando da invasão do Iraque pelos Estados Unidos, a justificativa para tal manobra foi o uso da legítima defesa preventiva. O artigo 2º, §4º da Carta conclama aos membros a evitar a ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou a qualquer tipo de ação incompatível com os propósitos das Nações Unidas, assim não vê legalidade na legítima defesa preventiva, pois o uso da força permitido unicamente existe ante a ameaça de um ataque e não uma fática situação que leve a crer existir um intenção de provocar conflitos e o seu uso configura ilícito internacional [02]. È importante observar, antes de tudo, de que mesmo sendo a legítima defesa um recurso lícito e permitido pelas Nações Unidas, as medidas de auto-defesa podem se transformar em medidas ilegais se não cumprirem as regras básicas do direito de se aterem à proporcionalidade. Desta forma, pelas regras do atual Direito Internacional e pelo sistemadas Nações Unidas, o uso da força contra um Estado só é permitida através da legítima defesa, seja individual ou coletiva. O uso da legítima defesa preventiva caracteriza a utilização de um método ilegal e proibido pelo ordenamento jurídico internacional, em face dos diversos tratados internacionais feitos para o total banimento do uso da guerra, ou dos conflitos armados, pelos Estados resolverem as suas diversas controvérsias frente a outros Estados. Nicarágua versus United States of America, disponível em http://www.icj- cij.org/docket/index.php?p1=3&p2=3&code=nus&case=70&k=66. Acesso em 31 de maio de 2011. 02 Cf. Valério de Oliveira Mazzuoli. Curso de Direito Internacional Público. 3ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, pg. 961.
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