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Vigiar e punir

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INTRODUÇÃO
pan (tudo)
óptico (visão)
olho que tudo vê
 Embora a teoria panóptica tenha se tornado popular graças a Michel Foucault, o conceito panóptico foi concebido por Jeremy Bentham como um mecanismo aplicável ao controle do comportamento dos prisioneiros nas prisões.
O QUE É (CADEIA)
 Panóptico é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham(1748-1832) em 1785, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados. O medo e o receio de não saberem se estão a ser observados leva-os a adotar a comportamento desejado pelo vigilante.
 Por requerer menor número de vigilantes, o sistema panóptico teria, segundo Bentham, a vantagem de ser mais barato do que o adotado nas prisões de sua época, sendo aplicável não só às prisões mas a qualquer outro tipo de estabelecimento baseado na disciplina e no controle.
 O Panóptico era um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro. O anel dividia-se em pequenas celas que davam tanto para o interior quanto para o exterior. Em cada uma dessas pequenas celas, havia, segundo o objectivo da instituição, uma criança aprendendo a escrever, um operário a trabalhar, um prisioneiro a ser corrigido, um louco tentando corrigir a sua loucura, etc. 
 Como cada cela dava ao mesmo tempo para o interior e para o exterior, o olhar do vigilante podia atravessar toda a cela; não havia nenhum ponto de sombra e, por conseguinte, tudo o que o indivíduo fazia estava exposto ao olhar de um vigilante que observava através de persianas, de postigos semi-cerrados de modo a poder ver tudo sem que ninguém ao contrário pudesse vê-lo.
 Em suma, o Panóptico desfaz a necessidade de combater a violência física com outra violência física, combatendo-a antes, com mecanismos de ordem psicológica.
ACONTECIMENTOS SEC XVIII
Inglaterra
A 1ª Revolução Industrial (2ª ½ do séc. XVIII):(máquinas à vapor, fábricas, pioneirismo inglês, acúmulo de capital, cercamento dos campos, expulsão dos camponeses e a terra como mercadoria)
O Iluminismo( frança)
Racionalismo; ciência; “direito natural”: Todos nascem iguais; liberalismo;
doutrina não limitada aos burgueses, panfletos, pela leitura coletiva, espaço privado, despotismos esclarecido -Uso de alguns pontos do iluminismo (economia) por monarcas. Ex. caso português do Marquês de Pombal
A revolução Francesa (1789 – 1815)
 França em crise econômica :Luiz XVI aumento de imposto, terceiro estado se revolta com apoio popular
O período Napoleônico (1799 – 1815)
 Estabiliza e cria ambiente propício para a burguesia. Reprime críticos e censura a imprensa.
MODELO IDEOLÓGICO 
 Mudanças sociais ocorridas no séc. XVIII e XIX levaram a alterações do jogo do poder, que foi sendo gradativamente substituído pelo que Foucault (1926-1984) denomina de sociedades disciplinares, as quais atingiram o seu apogeu no séc. XX. A passagem de uma forma de dominação a outra ocorreu quando a economia do poder percebeu ser mais eficaz e rentável “vigiar” do que “punir”
 A essência do Panóptico reside na centralidade da situação de inspecção, ou na construção, sem dúvida ficcional, de uma espécie de "inspector central", onipotente, onipresente e, principalmente, onividente.
 Todo o Panóptico, na verdade, é estruturado como uma ficção. É precisamente a aparente onipresença do inspector que sustenta a perfeita disciplina no Panóptico, controlando os movimentos de transgressão entre os internos. Entretanto, como a onipresença não pode ser um atributo humano, resta forjá-la, simulá-la, quer por rondas aleatórias, quer pela arquitectura do lugar, que permite a cada um dentro das celas ser facilmente visto, ao mesmo tempo em que dificilmente ver quem o vê.
COMPARAÇÃO PANOPTISMO X MODELO LEPRA E PESTE 
 Para caracterizar aquilo que denomina sociedade disciplinar, Foucault inicia, naquela que é sua obra destinada a apresentar uma análise sobre o surgimento da prisão, por meio da contraposição entre as medidas empregadas na exclusão do leproso e inclusão do pestífero. Enquanto no caso do primeiro, verifica-se o desenvolvimento de um modelo que implicava a rejeição do leproso em uma massa indiferenciada, o pestilento desperta mecanismos disciplinares, sendo considerado num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide.
 O esquema de poder característico desse período recorta e fixa o espaço; baseia-se em uma vigilância constante a partir de um sistema de registro contínuo. Através dos relatórios emitidos pelas mais diversas autoridades, que vão dos médicos aos prefeitos, e pelas decisões por elas tomadas, a relação de cada pessoa com sua doença e com sua morte percorre as instâncias do poder. Contrapondo-se à mistura caótica da peste, a disciplina impõe seu poder de análise.
 Um e outro representam, cada qual à sua maneira, uma diferente utopia política: o exílio do leproso traz consigo o sonho de uma comunidade pura; a prisão do pestilento, o de uma sociedade disciplinar.
 As relações sociais modernas têm para Foucault como característica a atuação de tal poder tríplice, exercido sobre os sujeitos por meio de vigilância individual, controle e correção.

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