Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Publicação Oficial Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) Federación latinoamericana de Nutrición Parenteral y Enteral (Felanpe) Indexada no Index Medicus Latino Americano (Lilacs) ISSN 0103-7196 VOLUME 18, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2003 E D I Ç Ã O Editorial III A respeito da autoria de publicações científicas About the authorship of scientific papers A propósito de la autoria de las publicaciones científicas Mário Cícero Falcão, Joel Faintuch ARTIGOS ORIGINAIS Efeito do flavonóide naringenina na glicemia 149-156 e nos lipídios sangüíneos de ratos diabéticos Effect of the flavonoid naringenin on the levels of blood glicose and lipids in diabetic rats Efecto del flavonoide naringenina en la glicemia y en los lípidos sanguíneos de ratones diabéticos Selma Coelho Liberato, Neuza Maria Brunoro Costa, Tânia Toledo de Oliveira Enhanced immunological response influenced 157-162 by probiotics during the recovery of experimental malnutrition Melhora da resposta imunológica influenciada por probióticos na recuperação da desnutrição experimental Mejora de la respuesta imunológica influenciada por probioticos en la recuperación de la desnutrición experimental Diana Borges Dock, José Eduardo de Aguilar-Nascimento, Marcia Queiroz Latorraca Perfil nutricional e óbito de crianças infectadas 163-167 pelo vírus da imunodeficiência humana Nutritional profile and death of children infected with human immunodeficiency virus Perfil nutricional y óbito de niños infectados por el virus de la imunodeficiencia humana Carolina Feltrin, Vânia Aparecida Leandro-Merhi, Maria Marluce dos Santos Vilela, Antônio de Azevedo Barros Filho Reintrodução da alimentação oral em 168-172 pacientes traqueostomizados com terapia de nutrição enteral Reintroduction of oral nutrition in tracheostomized patients on enteral nutrition therapy Reintroducción de nutrición oral en pacientes traqueostomizados sometidos a terapia nutricional enteral Helenice Moreira da Costa, Mara O. R. Luiz, Maria José C. Carmona, Elisabeth Cardoso, Mitsue Isosaki, José Otávio C. Auler Júnior ARTIGOS DE REVISÃO A competência dos profissionais em 173-177 identificar a desnutrição hospitalar Competence of professionals in identifying hospital malnutrition Competencia de profesionales en identificar la desnutrición hospitalaria Elza Daniel de Mello, Mariur Gomes Beghetto, Luciana Barcellos Teixeira, Vivian Cristine Luft Fibras alimentares 178-182 Dietary fibers Fibras dietarias Lidiane Aparecida Catalani, Éster Mi Sun Kang, Maria Carolina Gonçalves Dias, Janete Maculevicius Nutrição e cirurgia bariátrica 183-189 Nutrition and bariatric surgery Nutrición y cirugía bariátrica Silvia Leite, Sérgio Arruda, Renato Lins, Orlando Pereira Faria NOTA TÉCNICA Índice glicêmico de alimentos típicos 190-192 da Amazônia Glycemic index of typical foods of the Amazon region Indice glucémico de alimentos típicos de la Amazónia Ana Calábria, Teiichi Oikawa, Kátia Fonseca, Fátima Macedo, Ana Faillace C O M U N I C A D O S Agenda de eventos i Publicação oficial Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) Federación Latinoamericana de Nutrición Parenteral y Enteral (FELANPE) Indexada no Index Medicus Latino Americano (LILACS) Assinaturas: A Revista é distribuida gratuitamente a todos os sócios da SBNPE. Assinaturas avulsas podem ser feitas por meio da ficha publicada no final desta edição ISSN 0103-7196 Endereço Editorial: SciPress Serviços Editoriais Rua Padre João Manuel, 774 / 41 CEP 01411-000 - São Paulo - SP Tel: (011) 3083.1278 Publicidade: Rua Abílio Soares, 233 cj 144 Paraíso - São Paulo - SP CEP 04005-000 Tel/Fax: (011) 3889.9909 Editor Chefe: Joel Faintuch Editor Associado: Mário Cícero Falcão Corpo Editorial: Antônio Carlos L. Campos - Hospital Universitário do Paraná - Curitiba - PR C. Daniel Magnoni - Hospital do Coração - Presidente da SBNPE - São Paulo - SP Celso Cukier - Hospital do Coração - São Paulo - SP Dan L. Waitzberg - Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - SP Fabio Ancona Lopez - UNIFESP - São Paulo - SP Fernando José de Nóbrega - UNIFESP - São Paulo - SP Joel Faintuch - Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - SP Maria Isabel Ceribelli - PUCCAMP - Campinas - SP Maria Isabel T. Davisson Correia - Fundação Mário Pena - Hospital das Clínicas - Belo Horizonte - MG Mário Cícero Falcão - Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - SP Nicole O. Machado - Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - São Paulo - SP Paulo Roberto Leitão de Vasconcelos - Universidade Federal do Ceará - Fortaleza - CE Roberto Carlos Burini - UNESP - Botucatu - SP Rubens Feferbaum - Instituto da Criança - FMUSP - São Paulo - SP Uenis Tannuri - FMUSP - São Paulo - SP Jornalista Responsável: Renata Barco Leme (MTb 11177) E D I T O R I A L III 1. Pediatra Nutrólogo; Doutor em Pediatria pela FMUSP; 2. Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Para todos os pesquisadores que necessitam divulgar seus estudos em veículos científicos idôneos, o caminho lógico é o envio de seus artigos para periódicos especializados. A pesqui- sa, uma vez encaminhada, percorre um longo percurso até a sua publicação. Caminho este que toma tempo e trabalho de uma série de pessoas que estão, direta ou indiretamente, ligadas à editoração da revista. De todos esses indivíduos, os editores são os que mais padecem e se estressam para que as revistas cien- tíficas contemplem seus leitores com informações novas e atualizadas e com periodicidade regular. Várias são as situações que emperram as engrenagens dessas publicações. Nada mais frustrante do que, após o artigo ser revisado pelo corpo edito- rial, em uma verdadeira ponte com os autores, e finalmente aprovado, ele não possa ser publicado. Situação irreal? Nem tanto, pois não é raro ocorrerem problemas a respeito da autoria. Problemas estes decorrentes da não inclusão de determinado autor, do excesso de nomes e, até mesmo, da ordem de aparecimento dos referidos autores. O impasse criado pode, na maioria das vezes, colocar em ris- co a publicação, jogando fora todo o trabalho desenvolvido pelos editores e também pode comprometer o relacionamen- to dentro do grupo de pesquisa. A principal condição para a autoria é a participação efetiva na elaboração do estudo. Esta frase, apesar de simples, deixa muitas dúvidas, pois é difícil, em nosso meio, a exata definição de “participação efetiva”. Todo estudo científico é oriundo de uma hipótese, bus- cando resposta para um ou vários problemas, propondo ca- minhos para a solução. Este raciocínio é básico para a pesqui- sa e, conseqüentemente, quem formulou o problema deve- ria ser o titular da publicação. Entretanto, este protagonista, nos dias de hoje, não consegue mais trabalhar sozinho, ou seja, não consegue conduzir a pesquisa sem uma equipe. Neste ponto, começa o jogo de poder dentro do “time”, em termos dos mais hierarquizados, dos responsáveis pelo êxito do financiamento, dos técnicos, do pessoal de apoio, entre outros. Vários autores publicaram ensaios tentando raciona- lizar a autoria, em número e ordem, porém com resultados pouco práticos, inclusive tentando pontuar cada colaborador para se saber se há, ou não, direito à autoria e, conseqüente- mente, a seqüência dos autores obedeceria a uma ordem decrescente de pontuação1. Estas iniciativas são louváveis, no entanto, difíceis de serem implantadas pois, na prática, todas as pessoas ligadas à pesquisa exigem a autoria. Ante este impasse, uma alternativa seria a inclusão geral e democrática de todos os envolvidos, ou seja, os criadores da idéia, orientadores e executantes, sem se esquecer das chefias de Enfermagem, Nutrição e de outros serviços essenciais na assistênciaà saúde, não omitindo, no caso de experimentos com animais de laboratório, todos os responsáveis pelo labo- ratório, biotério, criadores, etc. A adoção desta política, ine- vitavelmente, promoverá a inflação de nomes, conflitando com o bom senso e as normas dos periódicos especializados, pois várias revistas, tanto nacionais como internacionais, já limitam o número de pesquisadores por estudo2. Diretrizes deveriam pois ser elaboradas para a adoção de normas judiciosas, éticas e merecedoras de consenso, impe- dindo assim omissões, hipertrofias e injustiças na autoria de artigos científicos. Embora se possa contar com algumas pro- postas, ainda falta um consenso claro, amplamente aceito e definitivo a esse respeito. Enquanto persistir este impasse, as revistas cientificas continuarão confiando no autor principal, partindo da premissa de que este é o personagem mais qua- A respeito da autoria de publicações científicas About the authorship of scientific papers A propósito de la autoria de las publicaciones científicas Mário Cícero Falcão1 e Joel Faintuch2 Editores IV E D I T O R I A L lificado, senão o único mesmo em condições de inserir ou eliminar os nomes abaixo do título da investigação. Do con- trário, caberia aos editores uma tarefa exaustiva, quase poli- cial e escassamente ética, de conduzir diligências e questio- nar colaboradores, a fim de elucidar quem merece ou não figurar na publicação, o que evidentemente exorbita de suas funções. Afortunadamente, a Revista Brasileira de Nutrição Clí- nica e a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral contam, entre seus leitores, colegas e colaboradores, com ampla maioria de pesquisadores dotados de seriedade, juizo crítico e bom senso. Afinal, esta ainda é a melhor fór- mula para dirimir conflitos e assegurar a harmonia nas auto- rias científicas. Referências bibliográficas 1. Petroianu A. Autoria de um trabalho científico. Rev Assoc Med Bras 2002; 48(1): 60-5. 2. Faintuch J. A propósito da co-autoria nos trabalhos científicos. Acta Cir Bras 1991; 6(1):3-4. 149 A RT I G O O R I G I N A L 1. Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos; 2. Professora Adjunto do Departamento de Nutrição e Saúde; 3. Professora Adjunto do Departamento de Bioquí- mica e Biologia Molecular Local de realização do trabalho: Universidade Federal de Viçosa. Trabalho baseado na dissertação de mestrado de Selma Coelho Liberato intitulada “Efeito da naringenina e do amido da fruta-de-lobo em animais diabéticos” - Uni- versidade Federal de Viçosa, 2001. Endereço para correspondência: Dra. Selma Coelho Liberato - Departamento de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa - 36571-000 Viçosa-MG - FAX: 31 3899-2208 - e-mail: selma@vicosa.ufv.br ; nmbc@ufv.br ; ttolelo@ufv.br Submissão: 9 de junho de 2003 Aceito para publicação: 13 de outubro de 2003 Resumen Se evaluó el efecto del flavonoide naringenina en el peso y concentración plasmática de glucosa, colesterol, triacilgriceroles, creatinina y albúmina, en ratones con diabetes inducida por aloxano, durante 28 días, recibiendo dieta básica (DB) o modificada (DM) conteniendo el 47,95 % de sacarosa. No hubo variación en el peso, glicemia y tampoco en otros constituyentes sanguíneos evaluados, en los ratones diabéticos, recibiendo DB o DM, adicionada o no de 20 mg de naringenina, diariamente. Los ratones control que recibieron DM presentaron mayor aumento de peso y glicemia en relación a los que recibieron DB. Cuarenta días después al inicio de la administración de las dietas, 12 ratones diabéticos que habían recibido DB sin naringenina, y otros 12 que recibieron DM fueron sometidos a la inversión de dietas por 14 días. Los ratones que pasaron a recibir DB presentaron reducción del nivel de triacilglicerol. Ya los ratones que pasaron a recibir DM aumentaron el peso final y el consumo alimentar. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156) UNITÉRMINOS: diabetes, aloxano, ratones, dieta, naringenina, flavonoide, glicemia Resumo Avaliou-se o efeito do flavonóide naringenina no peso e concen- tração plasmática de glicose, colesterol, triacilgliceróis, creatinina e albumina, em ratos com diabetes induzida por aloxano, duran- te 28 dias, recebendo dieta básica (DB) ou modificada (DM) contendo 47,95% de sacarose. Não houve variação no peso, glicemia e nem em outros constituintes sangüíneos avaliados, nos ratos diabéticos, recebendo DB ou DM, acrescida ou não de 20 mg de naringenina, diariamente. Os ratos controle que receberam DM apresentaram maior ganho de peso e glicemia em relação aos que receberam DB. Quarenta dias após o início da administração das dietas, 12 ratos diabéticos que haviam recebido DB sem naringenina, e outros 12 que receberam DM foram submetidos à inversão de dietas por 14 dias. Os ratos que passaram a receber DB apresentaram redução do nível de triacilglicerol. Já os ratos que passaram a receber DM apresentaram aumento do peso final e do consumo alimentar. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156) UNITERMOS: diabetes, aloxano, ratos, dieta, naringenina, flavonóide, glicemia Abstract It was evaluated the effect of the flavonoid naringenin in body weight (BW) and the concentration of plasma glucose, cholesterol, triacylglycerol, creatinine and albumin, in rats with diabetes induzed by alloxan, for 28 days, receiving basal (BD) or modified diet (MD) with 47.95% of sucrose. No difference was observed in BW, glycemia and other blood constituents in diabetic rats, receiving BD or MD, with or without 20 mg of naringenin daily. The control rats that received MD showed higher BW gain and glycemia in relation to those that received BD. After 40 days in their diets, 12 diabetic rats that received BD without naringenin and 12 that received MD were crossed over and maintained in their diets for another 14 days period. The rats that changed to BD presented reduction on triacylglycerol levels. The rats that changed to MD presented an increase on final BW and food consumption. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156) KEY WORDS: diabetes, alloxan, rats, diet, naringenin, flavonoid, glycemia Efeito do flavonóide naringenina na glicemia e nos lipídios sangüíneos de ratos diabéticos Effect of the flavonoid naringenin on the levels of blood glicose and lipids in diabetic rats Efecto del flavonoide naringenina en la glicemia y en los lípidos sanguíneos de ratones diabéticos Selma Coelho Liberato1, Neuza Maria Brunoro Costa2, Tânia Toledo de Oliveira3 Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 150 Introdução Diabetes mellitus é um grupo de síndromes caracterizadas por hiperglicemia; metabolismo alterado de lipídios, carboidratos e proteínas e aumento do risco de ocorrência de doenças vasculares, devido à deficiência de, ou resistência à insulina. Sua terapia, que tem o objetivo de manter a glicemia em níveis normais e evitar as complicações secun- dárias, inclui atividade física, dieta adequada, uso de insuli- na e de medicamentos hipoglicemiantes1. Alguns desses medicamentos, como as biguanidas e as sulfoniluréias são capazes de manter a normoglicemia e retardar o surgimento de complicações do diabetes. Porém, em 25% dos pacientes, sua eficiência, inicialmente alta, diminui com o uso prolon- gado. Em 3% dos pacientes, ocorrem efeitos adversos a esses medicamentos, dentre eles a hipoglicemia, a qual pode ser fatal2. O diabetes pode ser induzido ou agravado pela presen- ça de radicais livres de oxigênio, altamente reativos. Atual- mente, há muitos estudos sobre o efeito de compostos antioxidantes na terapia e prevenção de diversas doenças1. Flavonóides constituem um grupo de compostos polifenólicos de origem vegetal, que apresentam efeitos hipoglicemiantes e antioxidantes sendo considerados ali- mentos funcionais. O flavonóide naringenina tem nos citros uma de suas principais fontes3, sendo um dos mais disponí- veis na dieta, poiso Brasil é o segundo maior produtor mun- dial de citros4. Este estudo teve o objetivo de avaliar o efeito da naringenina na glicemia, trigliceridemia, albuminemia, colesterolemia e concentração de creatinina sangüínea de ratos com diabetes. Material e métodos Realizaram-se três experimentos com ratos adultos ma- chos, albinos da raça Wistar, pesando entre 200 g e 300 g, no Laboratório de Nutrição Experimental da Universidade Federal de Viçosa. O delineamento experimental foi inteira- mente casualisado, sendo cada rato uma unidade experimen- tal. Os animais foram mantidos individualmente em gaiolas de arame, onde receberam alimento e água destilada ad libitum, em comedouros e bebedouros individuais, em ambi- ente com fotoperíodo de 12 h e temperatura na faixa de 22oC a 24oC. Em todos os experimentos, metade dos ratos recebeu dieta AIN-93G5 e metade, dieta AIN-93G modificada, rica em sacarose (Tabela 1). Após o período de adaptação de três dias, foi administrada por via intravenosa, visando a obten- ção de ratos diabéticos, suspensão de aloxano (2,4,5,6- tetraoxoexaidropirimidina monoidratado) (Sigma) a 150 mg.mL-1, tendo como veículo solução fisiológica de NaCl 0,9%. Dose de aloxano de 60 mg.kg-1 de peso corporal foi aplicada após um período de jejum de 16 horas, na veia la- teral da cauda. Uma semana após sua aplicação, colheu-se cerca de 1 mL de sangue por secção da cauda dos animais, centrifugou-se a 7100 x g por 15 min e coletou-se o soro para determinação dos níveis plasmáticos constituintes sangüíneos: glicose6, triacilgliceróis7, creatinina8, albumina9 e colesterol total10, em analisador multiparamétrico automá- tico (Alizé kit Biolab). Análise estatística Todos os delineamentos foram inteiramente casualizados com 4 tratamentos e a análise dos dados foi fatorial. Foi feita análise de variância de medidas repetidas, en- tre os tratamentos e dietas aplicados aos ratos diabéticos, quanto ao peso e constituintes sangüíneos. O experimento foi considerado como delineamento em parcelas subdividi- das, tendo as épocas de avaliação como subparcelas. Para as características que apresentaram alto coeficien- te de variação (maior que 30%), procedeu-se a análise de covariância da característica ao final do experimento, con- siderando como covariável o seu valor no início do experi- mento, objetivando reduzir o erro experimental. A análise de covariância (ANCOVA) dos constituintes sangüíneos e do peso ao final do experimento, considerando como covariável a respectiva variável determinada no início do experimento objetiva reduzir o erro experimental. Entre- tanto, para algumas características, não foi possível realizar análise de covariância devido a não homogeneidade dos coeficientes de regressão (de todos os tratamentos) da vari- ável em relação à covariável. Todas análises estatísticas foram processadas com o pro- grama “Statistica for Windows 5.5” (STATSOFT, 2000). Experimento 1 Administrou-se aloxano em 72 ratos. Uma semana após a aplicação de aloxano, determinaram-se os níveis plasmáticos dos constituintes sangüíneos. Os ratos com glicemia acima de 120 mg.dL-1 foram considerados diabéti- cos, os demais ratos que haviam recebido aloxano foram descartados. O experimento foi composto dos seguintes tratamentos, durante 28 dias: 1 - Controle (ratos que não receberam aloxano) + DB (dieta básica); 2 - Diabéticos + DB; 3 - Dia- béticos + DB + Naringenina (20 mg, via oral); 4 - Controle + DM (dieta modificada); 5 - Diabéticos + DM e 6 - Diabé- ticos + DM + Naringenina. Semanalmente, foram determinados peso, consumo ali- mentar e constituintes sangüíneos de cada rato. Tabela 1. Composição das dietas básica e modificada fornecidas aos animais experimentais (g/100g) Ingredientes Básica3 Modificada Caseína1 20,00 20,00 Sacarose2 10,00 47,95 Óleo de soja2 7,00 7,00 Fibra (celulose microfina)1 5,00 5,00 Mistura de minerais1 3,50 3,50 Mistura de vitaminas1 1,00 1,00 L-cistina1 0,30 0,30 Bitartarato de colina1 0,25 0,25 Amido dextrinizado1 13,20 —— Amido de milho2 39,75 15,00 1Rhoster Indústria e Comércio Ltda (Vargem Grande Paulista, SP); 2Adquiridos no comércio local; 3Dieta AIN-93G5. Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 151 Experimento 2 Esse experimento seguiu o mesmo protocolo do experi- mento 1, injetando-se aloxano em 70 ratos. Porém, foram adicionados 2 g de sacarose aos comedouros dos ratos que recebiam dieta básica, 4 e 8 horas após a injeção de aloxano, a fim de se evitar hipoglicemia nos animais diabéticos. Adicionalmente, após 28 dias, selecionaram-se 12 ratos seis que estavam recebendo DB, e seis, DM) que não havi- am recebido naringenina, para avaliar o efeito da inversão das dietas. Seis ratos passaram a receber DB e seis, DM (crossover). Quatorze dias após, determinaram-se peso, con- sumo alimentar e os constituintes sangüíneos. Experimento 3 Esse experimento seguiu o mesmo protocolo do experi- mento 1, injetando-se aloxano em 50 ratos. Visando evitar hipoglicemia, após a aplicação da injeção de aloxano, todos os ratos receberam soro glicosado (0,9% de NaCl e 10% de glicose) em substituição à água destilada durante 24 horas. Os ratos dabéticos receberam os seguintes tratamentos por 28 dias: 1 - Diabéticos + DB; 2 - Diabéticos + DB + naringenina (20 mg.dia-1, via oral); 3 - Diabéticos + DM e 4 - Diabéticos + DM + naringenina. Semanalmente, foram determinados peso, consumo ali- mentar e constituintes sangüíneos de cada rato. Ao final do experimento, foi realizado o crossover em 12 ratos (6 receben- do DB e 6, DM), conforme descrito no experimento 2. Resultados Experimento 1 Sete dias após receberem aloxano, 25% e 11,1% dos ratos que consumiam DB e DM, respectivamente, haviam morrido. Dentre os sobreviventes, 51,9% e 75% dos que consumiam DB e DM, respectivamente, tornaram-se diabé- ticos. Comparando-se os valores de cada característica, no início e no final do experimento, nos ratos diabéticos, a glicemia não apresentou variação. O peso aumentou e o nível de albumina diminuiu (Tabela 2). Experimento 2 Dos 70 ratos que receberam aloxano, seis dias após, 28,6% haviam morrido antes da primeira mensuração da glicemia; e dos 50 sobreviventes, 28 apresentaram-se diabé- ticos. Comparando-se os valores de cada característica, no iní- cio e no final do experimento, nos ratos diabéticos, a glicemia não apresentou variação. Dentre os que consumiram DM, houve aumento do nível de colesterol total (Tabela 3). Experimento 3 Dos 50 ratos que receberam aloxano, 7 dias após, cerca de 20% haviam morrido antes da primeira mensuração da glicemia; e dos 39 ratos sobreviventes, 26 apresentaram-se diabéticos. Comparando-se os valores de cada característica, no iní- cio e no final do experimento, nos ratos diabéticos, a glicemia não apresentou variação. Houve diminuição do nível de albumina independente da dieta e diminuição dos níveis de creatinina naqueles que consumiram DM (Tabela 4). Quatorze dias após a dosagem dos constituintes sangüíneos, não só no experimento 3, como também no experimento 2, os ratos que passaram a receber DM apresen- taram aumento do peso final em relação ao peso por ocasião da mudança (crossover) da dieta e aumento significativo do consumo alimentar. Os ratos que passaram a receber DB apresentaram redução do nível de triacilgliceróis (Tabela 5). Discussão Nos três experimentos, cada tratamento foi aplicado a ratos diabéticos com glicemias iniciais distintas (Tabelas 2, 3 e 4). Conseqüentemente, as glicemias avaliadas de modo sub- seqüente apresentavam grande variabilidade dentro do trata- mento. Isto também ocorreu com outros constituintes Tabela 2. Concentração dos constituintes sangüíneos (mg.dL-1), peso (g) e consumo alimentar total (g) dos ratos testemunhas e dos que receberam naringenina, segundo a dieta (experimento 1) Dieta Básica Dieta ModificadaVariável Controle1 Diabéticos Diabéticos + Controle 1 Diabéticos Diabéticos + naringenina naringenina Creatinina Inicial 0,82 ± 0,49 2 a 3 1,04 ± 0,40 a 0,75 ± 0,12 a 0,71 ± 0,21 a 0,90 ± 0,42 a 1,06 ± 0,25 a Final 0,74 ± 0,21 a 0,80 ± 0,25 a 0,72 ± 0,17 a 0,69 ± 0,13 a 0,85 ± 0,50 a 0,84 ± 0,16 b Colesterol Inicial 101,8 ± 20,8 a 118,8 ± 25,7 a 110,0 ± 21,5 a 108,1 ± 13,4 a 115,9 ± 43,5 a 131,3 ± 19,3 a Final 139,2 ± 24,4 b 135,3 ± 16,2 a 129,7 ± 11,6 a 138,1 ± 34,7 b 130,3 ± 35,0 a 141,8 ± 16,2 a Triacilgliceróis Inicial 98,9 ± 25,1 a 112,4 ± 42,4 a 132,9 ± 35,6 a 114,7 ± 40,0 a 108,2 ± 62,5 a 158,5 ± 50,9 a Final 134,1 ± 47,4 a 152,9 ± 39,8 a 134,7 ± 49,5 a 158,8 ± 40,5 b 180,4 ± 130,5 a 155,8 ± 53,6 a Glicose Inicial 121,7 ± 14,5 a 153,2 ± 34,2 a 138,4 ± 18,1 a 147,5 ± 20,4 a 197,4 ± 168,6 a 184,0 ± 100,9 a Final 151,1 ± 103,3 a 195,9 ± 213,4 a 124,6 ± 27,0 a 129,7 ± 20,4 a 268,7 ± 371,1 a 228,5 ± 223,5 a Albumina (g.dL-1) Inicial 4,78 ± 0,23 a 4,68 ± 0,32 a 4,62 ± 0,08 a 4,85 ± 0,15 a 4,78 ± 0,32 a 4,73 ± 0,34 a Final 4,37 ± 0,18 b 4,25 ± 0,40 b 4,19 ± 0,10 b 4,60 ± 0,17 b 4,20 ± 0,42 b 4,20 ± 0,11 b Peso Inicial 291,2 ± 39,3 a 256,0 ± 60,1 a 294,8 ± 29,8 a 295,4 ± 32,6 a 282,1 ± 87,3 a 279,5 ± 43,6 a Final 355,0 ± 60,5 b 338,8 ± 94,8 b 364,6 ± 38,6 a 369,3 ± 23,7 b 320,8 ± 104,6 b 344,5 ± 68,8 b Consumo total Total 492,7 ± 82,1 574,3 ± 146,5 499,6 ± 42,4 443,9 ± 180,5 639,0 ± 345,8 615,8 ± 150,0 No de ratos 5 5 5 5 8 6 1 Ratos que não receberam aloxano; 2 Média ± intervalo de confiança (m)0,95; 3 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, indica que não houve diferença significativa entre o valor inicial e o final de cada constituinte sangüíneo, pelo teste t (P > 0,05). Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 152 Tabela 4. Peso, consumo alimentar (g) e concentração dos constituintes sangüíneos (mg.dL-1) dos ratos testemunhas e dos que receberam naringenina e dieta básica ou modificada (experimento 3) Constituinte sangüíneo Dieta Básica Dieta Modificada Diabéticos Diabéticos + naringenina Diabéticos Diabéticos + naringenina Creatinina Inicial 0,67 ± 0,17 1 a 2 0,66 ± 0,16 a 0,89 ± 0,23 a 0,80 ± 0,12 a Final 0,55 ± 0,11 a 0,58 ± 0,13 a 0,56 ± 0,05 b 0,58 ± 0,07 b Colesterol Inicial 120,2 ± 12,6 a 132,4 ± 19,8 a 136,4 ± 15,6 a 122,0 ± 11,3 a Final 123,8 ± 26,6 a 122,6 ± 17,0 a 116,6 ± 17,0 b 132,6 ± 35,4 a Triacilgliceróis Inicial 110,2 ± 65,1 a 125,02 ± 57,51 a 133,9 ± 40,7 a 173,3 ± 96,2 a Final 101,8 ± 30,0 a 146,0 ± 77,5 a 154,4 ± 51,1 a 215,3 ± 141,5a Glicose Inicial 203,1 ± 188,6 a 145,52 ± 46,89 a 326,09 ± 179,9 a 289,6 ± 150,0 a Final 246,2 ± 206,9 a 138,3 ± 25,4 a 325, ± 173,6 a 314,60 ± 181,1 a Albumina (g.dL-1) Inicial 4,50 ± 0,22 a 4,58 ± 0,25 a 4,65 ± 0,32 a 4,39 ± 0,24 a Final 3,71 ± 0,28 b 3,85 ± 0,17 b 3,57 ± 0,48 b 3,56 ± 0,41 b Peso Inicial 266,0 ± 79,7 2 a3 300,8 ± 79,1 a 278,9 ± 33,7 a 283,1 ± 29,9 a Final 298,0 ± 116,8 a 360,8 ± 114,9 b 314,3 ± 65,4 a 305,4 ± 62,8 a Consumo Total 575,6 ± 169,7 495,0 ± 129,5 652 ± 174,4 611,2 ± 167,5 No de ratos 5 5 8 8 1 Média ± intervalo de confiança (m)0,95; 2 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, indica que não houve diferença significativa entre o valor inicial e o final de cada constituinte sangüíneo, pelo teste t (P < 0,05). Tabela 5. Peso corporal (g), consumo alimentar (g) e constituintes sangüíneos (mg.dL1) em ratos diabéticos nos experimento 2 e 3 (crossover) Alteração da dieta 2 Dias1 De básica para modificada De modificada para básica Experimento 2 Experimento 3 Experimento 2 Experimento 3 Peso 0 274 ± 1033 a4 298 ± 117 a 262 ± 77 a 314 ± 65 a 7 302,6 ± 103,7 304,60 ± 112,16 278,7 ± 88,4 305 ± 79 14 296 ± 109 b 305 ± 116b 272 ± 94 a 304 ± 84a Consumo alimentar -13 a -1 293 ± 97 a 292 ± 79 a 363 ± 113 a 352 ± 101 a 0 a 13 319,5 ± 149,1a 350 ± 135 b 331 ± 86 a 354 ± 94 a Creatinina 0 0,50 ± 0,07 a 0,55 ± 0,11 a 0,51 ± 0,10 a 0,56 ± 0,05 a 14 0,45 ± 0,23 a 0,63 ± 0,20 a 0,54 ± 0,11 a 0,59 ± 0,15 a Colesterol 0 118,9 ± 26,6 a 123,76 ± 26,6 a 133,1 ± 20,6 a 116,6 ± 17,0 a 14 126,0 ± 19,5 a 117,90 ± 17,5 a 124,4 ± 25,0 a 120,4 ± 15,4 a Triacilgliceróis 0 122,5 ± 42,9 a 101,8 ± 30,0 a 170,4 ± 54,6 a 154,4 ± 51,1 a 14 130,8 ± 31,2 a 103,4 ± 51,6 a 118,7 ± 38,4 b 104,8 ± 28,5 b Glicose 0 229,0 ± 208,5 a 246,2 ± 206,9 a 403,7 ± 227,3 a 324,1 ± 173,6 a 14 268,5 ± 244,5 a 234,0 ± 179,4 a 381,7 ± 212,1 a 315,7 ± 198,7 a Albumina (g.dL-1) 0 3,99 ± 0,36 a 3,71 ± 0,28 a 3,96 ± 0,38 a 3,57 ± 0,48 a 14 3,91 ± 0,20 a 3,76 ± 0,20 a 3,59 ± 0,48 b 3,61 ± 0,28 a No ratos 5 5 7 7 1 Dias após mudança da dieta; 2 Os ratos se alimentaram com a primeira dieta por 34 dias; 3 Média ± intervalo de confiança (m)0,95; 4 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, indica que não houve diferença significativa entre o valor inicial e o final de cada característica, pelo teste t (P > 0,05). Tabela 3. Concentração dos constituintes sangüíneos (mg.dL-1), peso (g) e consumo alimentar total (g) dos ratos testemunhas e dos que receberam naringenina, segundo a dieta (experimento 2) Dieta Básica Dieta Modificada Variável Controle1 Diabéticos Diabéticos + Controle 1 Diabéticos Diabéticos + naringenina naringenina Creatinina Inicial 0,51 ± 0,12 2 a3 3 0,52 ± 0,06 a 0,70 ± 0,25 a 0,61 ± 0,17 a 0,63 ± 0,10 a 0,68 ± 0,08 a Final 0,49 ± 0,06 a 0,52 ± 0,07 a 0,49 ± 0,11 a 0,47 ± 0,08 a 0,51 ± 0,10 a 0,49 ± 0,06 b Colesterol Inicial 103,6 ± 14,8 a 103,3 ± 21,3 a 103,0 ± 23,1 a 114,3 ± 15,5 a 106,6 ± 21,2 a 121,8 ± 22,2 a Final 107,9 ± 43,2 a 125,3 ± 25,9 a 125,1 ± 16,6 a 130,6 ± 21,5 a 133,1 ± 20,6 b 129,5 ± 10,8 b Triacilgliceróis Inicial 106,2 ± 27,1 a 131,4 ± 45,6 a 118,6 ± 60,0 a 134,3 ± 59,0 a 142,9 ± 38,8 a 138,7 ± 92,9 a Final 109,7 ± 57,3 a 137,6 ± 50,6 a 120,7 ± 25,2 a 171,9 ± 81,9 a 170,4 ± 54,6 a 126,4 ± 24,7 a Glicose Inicial 127,2 ± 33,7 a 195,7 ± 120,5 a 165,5 ± 38,9 a 129,5 ± 21,0 a 276,2 ± 157,8 a 248,3 ± 117,3 a Final 107,9 ± 18,9 a 210,9 ± 164,4 a 169,0 ± 147,5 a 121,4 ± 24,1 a 403,7 ± 227,3 a 345,8 ± 190,4 a Albumina (g.dL-1) Inicial 4,33 ± 0,21 a 4,22 ± 0,20 a 4,32 ± 0,26 a 4,64 ± 0,14 a 4,15 ± 0,34 a 4,31 ± 0,32 a Final 4,20 ± 0,30 a 4,04 ± 0,31 a 4,15 ± 0,11 a 4,27 ± 0,15 b 3,96 ± 0,38 a 3,89 ± 0,30 b Peso Inicial 274,0 ± 35,1 a 241,0 ± 40,5 a 239,8 ± 43,7 a 286,8 ± 24,7 a 242,4 ± 37,9 a 249,9 ± 32,4 a Final 338,6 ± 49,5 b 293,2 ± 91,6 a 316,7 ± 59,2 b 374,6 ± 36,5 b 262,1 ± 77,1 a 294,6 ± 73,5 a Consumo total Total 481,3 ± 45,6 601,6 ± 137,2 553,1 ± 130,0 512,2 ± 45,0 708,1 ± 214,85 708,0 ± 120,3 No de ratos 5 6 6 5 7 8 1 Ratos que não receberam aloxano; 2 Média ± intervalo de confiança (m)0,95; 3 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, indica que não houve diferença significativa entre o valor inicial e o final de cada constituinte sangüíneo, pelo teste t (P > 0,05). Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 153 sangüíneos. Por isso, mesmo tendo ocorrido substanciais dife- renças entre médias dos tratamentos aplicados aos ratos dia- béticos, muitas delas, pelo teste t, e todos, pela análise de medidas repetidas, foram consideradas como não significantes (P > 0,05). A análise de covariância (ANCOVA) do peso e de alguns constituintes sangüíneos ao final do experimento, considerando como covariável o valor de cada característica no início do experimento, permitiu reduzir o erro experimental causado pela variabilidade existente nos ratos que compu- nham um mesmo tratamento, no início do experimento. Isso é evidenciado pelo menor coeficiente de variação (CV) tan- to em relação ao CV da análise de variância (ANOVA), (re- sultados não apresentados), quanto em relação ao CV da análise de medidas repetidas. Mesmo assim, não foram detec- tadas diferenças significativas (P > 0,05) pela ANCOVA. Ou seja, o erro experimental ainda permaneceu elevado. Isto pode ser atribuído ao fato observado de que vários ratos diabéticos recebendo o mesmo tratamento e possuindovalores iniciais se- melhantes, para uma dada característica, apresentaram valo- res muito diferenciais com relação à mesma, no transcorrer dos experimentos. No tratamento controle (que não recebeu aloxano), presente somente nos dois primeiros experimentos, a dieta não teve efeito na variação da glicemia no decorrer de am- bos experimentos. O acréscimo observado na glicemia mé- dia final dos que consumiam DB, no primeiro experimento, se deve a apenas um único rato. Evidencia-se, com isso, que a sacarose presente na DM, por si só não influenciou a glicemia, no transcorrer dos experimentos. Embora a DM tenha proporcionado maior glicemia, em relação à DB, 10 dias após o início de seu fornecimento, no primeiro experi- mento, essa glicemia foi menor que a induzida por aloxano. Entre ratos alimentados com dieta rica em sacarose ou com dietas controle, não houve diferença entre a glicemia de jejum12. Contudo, hiperglicemia pode ser induzida com di- etas ricas em glicose13. Dentre os ratos que receberam aplicação de aloxano, os que consumiam DM apresentaram glicemia inicial mais ele- vada e maior porcentagem de animais diabéticos, dentre os so- breviventes, 62% a 84% contra cerca de 50% dos que consu- miam DB, nos três experimentos. Isto é uma evidência de que a sacarose, presente na DM, pode potencializar o efeito do aloxano na indução de hiperglicemia. Em outro estudo, ratos foram alimentados com dieta rica em sacarose e rica em ami- do durante uma semana antes da administração de estreptozotocina ou aloxano. Todos ratos alimentados com dieta rica em sacarose tornaram diabéticos e daqueles alimen- tados com dieta rica em amido, 80% desenvolveu diabetes14. Ao final dos três experimentos, a glicemia dos ratos di- abéticos que consumiam DM foi maior que a dos que consu- miam DB. Contudo, não houve variações significativas na glicemia, 14 dias após a inversão das dietas. Isso pode ser devido ao curto intervalo de tempo considerado. A mortalidade nos ratos, na primeira semana após a aplicação do aloxano, variou de 18% a 29%, de acordo com a dieta e com o experimento, provavelmente devido à vari- abilidade na resistência ao aloxano, entre os ratos. A morta- lidade foi menor no primeiro experimento, no qual a glicemia média foi menor (139,6 mg.dL-1), sugerindo resis- tência desses ratos ao aloxano. No terceiro experimento, a glicemia média foi a mais elevada (208,22 mg.dL-1) que no segundo (172,3 mg.dL-1). Porém, a mortalidade foi maior no segundo (29%) que no terceiro (22%), no qual foi forneci- do soro glicosado via oral, nas primeiras 24 horas, em subs- tituição à água destilada. Dhandapani et al.15 administraram 15 mL a 20 mL de solução de glicose a 20% via intra- peritoneal após 6 horas da administração intraperitoneal de 150 mg.kg-1 de aloxano e solução de glicose a 5% na água durante 24 horas, para prevenir a hipoglicemia. Esta pode ser causada pela maciça liberação de insulina devido ao rompi- mento das células β no pâncreas, nas primeiras 24 horas, após a aplicação do aloxano. Ratos que se alimentaram de DM apresentaram menor mortalidade em relação aos que se alimentaram de DB, no primeiro experimento. A alta concentração de sacarose na DM pode ter amenizado a hipoglicemia fatal. Nos segundo e terceiro experimentos, a taxa de mortalidade foi semelhan- te, provavelmente por ter sido fornecido, após a aplicação do aloxano, soro glicosado a todos os ratos no terceiro e 4g de sacarose adicionado à DB, no segundo experimento, embo- ra alguns ratos não tenham consumido esta dieta nas primei- ras 24 horas. Portanto, esses resultados sugerem que em ex- perimentos futuros, na indução de diabetes seja utilizado aloxano na dose de 60 mg.dL-1. Os ratos devem ser alimen- tados com DM (rica em sacarose) antes da aplicação do aloxano, após a qual devem ter à disposição soro glicosado em substituição à água destilada, por 24 horas. A glicemia dos ratos, que consumiram DB adicionada de naringenina, reduziu de 37,16%; 19,86% e 43,83%, nos ex- perimentos 1, 2 e 3, respectivamente, embora a diferença não tenha sido estatisticamente significativa. Alguns autores observaram que os flavonóides eriocetrina, hesperidina, diosmina, extraídos de citros (que contêm naringenina) ou cebola adicionados à dieta, por semanas ou meses, não influ- enciaram a glicemia16,17,18. Uma das razões para o fato da naringerina não ter apresentado efeito sobre a glicemia, poderia ser devido a sua baixa biodisponibilidade. Nem sem- pre os flavonóides são absorvidos eficientemente, devido a sua natureza hidrofílica, formação de complexos, ou alto peso molecular, como os glicosídeos e polifenóis ligados ou alta- mente polimerizados19. A falta de sucesso do tratamento com flavonóide pode estar associada à falha do composto em al- cançar seu alvo20. Entretanto, Choudhury et al.21 detectaram 10% e 20% de naringenina na urina do rato, administrada via oral e intravenosa, respectivamente. Por outro lado, houve redução da produção de glicose hepática com o flavonóide catequina22, aumento da libera- ção de insulina pela genisteína23 e redução da glicemia em 56% e 69% em ratos normais e diabéticos, respectivamente com a administração intraperitoneal de 400 mg.kg-1 de extrado de Ocimum gratissimum, contendo saponinas e tani- nos24. Quando administrado via oral, o extrato aquoso de folhas de Trigonella foenum-graecum reduziu a glicemia ape- nas em ratos hiperglicêmicos, enquanto que, quando admi- nistrado via intraperitoneal, a redução na glicemia ocorreu em ratos normais e diabéticos25. Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 154 Houve maior ganho de peso em ratos diabéticos que se alimentaram de DB adicionada de naringenina, em relação à testemunha diabética, embora de forma substancial apenas no segundo experimento. Isso pode ser devido ao fato de se ter desenvolvido diabetes moderada neste estudo. Segundo Ritter et al.26, ratos que receberam aplicação de aloxano, mas não desenvolveram hiperglicemia (glicemia entre 66 mg.dL-1 e 96 mg.dL-1), não apresentaram ganho de peso diferente do controle. Isto indica que a variação de peso não é função do aloxano, mas da hiperglicemia induzida pelo mesmo. Feillet- Coudray et al.27 observaram que ratos com diabetes induzi- do, por estreptozotocina ou aloxano, apresentam redução do peso final ou menor ganho em relação aos controles. A per- da de peso resulta de efeitos catabólicos do diabetes28. O uso de cebola17, diosmina16, extrato de citros (0,2%), eriocitrina (0,2%), hesperidina (0,2%)18 ou sementes de cumin (Cuminun cyminum) (0,25 g/kg)15 na dieta ou na água não afetou o ganho de peso de ratos diabéticos, o qual foi menor que o peso dos ratos normais. O consumo alimentar total dos ratos diabéticos foi po- sitivamente correlacionado com a glicemia e foi maior que o consumo dos ratos normais. O aumento no consumo é um sintoma típico do diabetes18. Diabetes induzido por aloxano em ratos induz a hiperfagia29. Após a troca de dietas, os ratos diabéticos que passaram a receber DB diminuíram o consu- mo e os que passaram a receber DM, aumentaram-no. Em todos os três experimentos, independente do trata- mento e da dieta, não houve diferença entre ratos normais ou diabéticos, nos níveis de creatinina, os quais se mantiveram dentro dos limites considerados normais, com tendência a ser ligeiramente maior em ratos diabéticos em relação ao controle. Grover et al.30 também não observaram diferença nos níveis de creatinina plasmática entre ratos normais ou diabéticos, embora em diabéticos fosse um pouco maior (46,8 ± 4,49) que em normais (41,5 ± 3,08 mmol.L-1). Mansour et al.31 observa- ram aumento de 138% nos níveis plasmáticos de creatinina em ratos diabéticos em relação aos ratos normais. A hiperglicemia diabética induz a elevação dos níveis plasmáticos de creatinina e albumina, devido à disfunção renal30,31. Neste estudo, a administração diária de DM com0,2 mg/ dia de naringenina, após 28 dias, reduziu os níveis de creatinina em ratos diabéticos em 21% e 28%, nos experimentos 1 e 2, respectivamente. Reduções de 31%, 39% e 28% nos níveis de creatinina plasmática de ratos diabéticos também foram obser- vadas após a administração diária oral de 0,75 mg/kg do extrato de Cymbopogon proximus, Zygophyllum coccineum e L. albus, respectivamente, durante quatro semanas31. Nos três experimentos, independente do tratamento e da dieta, houve redução nos níveis de albumina, que mesmo assim se mantiveram dentro dos limites considerados nor- mais. A redução nos níveis de albumina foi observada em ratos diabéticos32. Ratos com diabetes induzido por estreptozotocina apresentaram menores níveis plasmáticos de albumina (40,2 ±1,7 e 41,2 ± 0,8 g.L-1) quando comparado com ratos normais (44,6 ± 1,2 e 45,5 ± 0,9 g.L-1) (média ± erro-padrão) após 1 e 4 semanas da indução do diabetes, respectivamente27. Mansour et al.31 também observaram redução de 46% na albuminemia dos ratos diabéticos, pro- vavelmente devido a albuminúria, característica de nefropatia diabética, ou devido ao aumento do catabolismo protéico. Neste estudo, a naringenina (20 mg.kg-1) não aumentou os níveis de albumina plasmática em ratos diabéticos. Babu & Srinivasan17 não observaram alteração na concentração de albumina em ratos diabéticos recebendo dieta adicionada de 15% de pimentão por 8 semanas. No entanto, com uma dieta contendo 3% de cebola, os ratos apresentaram maior con- centração de albumina e uréia plasmática, sugerindo um menor grau de catabolismo e redução da concentração de creatinina plasmática. Isto sugere aumento da função renal neste grupo. Mansour et al.31 observaram elevação de 62% nos níveis de albumina plasmática em ratos diabéticos rece- bendo diariamente, via oral, 0,75 mg.kg-1 do extrato de Cymbopogon proximus, Zygophyllum coccineum ou L. albus durante quatro semanas. A concentração de albumina plasmática nos ratos diabéticos tratados (3,4 g.dL-1) ficou próxima àquela dos ratos normais (3,9 g.dL-1)31. Em pacientes diabéticos, os capilares tornam-se mais permeáveis à albumina. O uso de Daflon 500, uma fração de flavonóides contendo 90% de diosmina e 10 % de hesperidina, reverteu esse problema em 55% dos pacientes tratados33. No decorrer dos dois primeiros experimentos houve aumento nos níveis de triacilgliceróis, nos ratos normais que se alimentaram de DM, significativo apenas no experimen- to 1. Os ratos que tiveram sua dieta trocada de modificada para básica, apresentaram significativa diminuição do nível de triacilgliceróis. Hipertrigliceridemia foi observada em ratos que se alimentaram de dieta rica em sacarose12. A elevação nos níveis de triacilgliceróis dos ratos que se alimentaram de dieta rica em sacarose pode ser conseqüên- cia direta de alterações metabólicas no fígado, tais como, aumento da secreção de triacilgliceróis ou enfraquecimento do mecanismo de remoção de triacilgliceróis da circulação34 ou ainda, devido à diminuição da atividade da lipase lipoprotéica, enzima que hidrolisa os triacilgliceróis da die- ta35. A dieta rica em sacarose aumenta a esterificação, levan- do ao aumento da secreção de triacilgliceróis, resultando em resistência à insulina, a qual leva à hiperinsulinemia contri- buindo para uma dislipidemia36. Em ratos diabéticos, dos três experimentos, houve au- mento no nível de triacilgliceróis para todos os tratamentos que não receberam naringenina. Dhandapani et al.15 e Pari & Saravanan37 observaram níveis plasmáticos de colesterol total e triacilgliceróis maiores nos ratos com diabetes (112,3 ± 8,21 e 214,3 ± 8,94 mg.dL-1), quando comparado com ratos normais (59,9 ± 6,48 e 113,0 ± 8,94 mg.dL-1, respectivamen- te, média ± erro-padrão). Em ratos, ocorre desorganização do ciclo glicose-ácido graxo após indução do diabetes. Os áci- dos graxos são mobilizados dos triacilgliceróis e fosfolipídios do músculo e tecido adiposo para serem oxidados36,37. Entretanto, o aumento no nível de triacilgliceróis, ob- servado em ratos diabéticos, não foi observado quando estes receberam naringenina. Miyake et al.18 sugerem que flavonóides, presentes no suco de laranja, tenham efeito hipocolesterolemiante. Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 155 Os níveis plasmáticos de colesterol e triacilgliceróis de humanos, ratos ou camundongos com hipercolesterolemia ou com diabetes, recebendo suco ou flavonóides de uva, naringenina, naringina, Capsicum annum (pimentão) ou Camellia sinensis (chá preto), durante 1 ou 12 semanas, não se alteraram17, 19. Conclusões Os resultados deste estudo mostram que a dieta não afe- tou a glicemia dos ratos controle (que não receberam aloxano) no transcorrer dos experimentos. Os ratos que consumiram DM apresentaram glicemia mais elevada e maior percentual de diabéticos em relação àqueles que consumiram DB, evidenciando que a sacarose presente na dieta pode potencializar o efeito do aloxano na indução do diabetes. Sugere-se que na indução do diabetes, os ratos sejam alimentados com DM (rica em sacarose) an- tes da aplicação do aloxano, após a qual devem ter à dispo- sição soro glicosado em substituição à àgua destilada, por 24 horas. Outros constituintes como insulina e hemoglobina glicosilada também devem ser analisados. Nos três experimentos, independente do tratamento e da dieta, houve redução nos níveis de albumina e creatinina, que mesmo assim se mantiveram dentro dos limites conside- rados normais; houve aumento no nível de triacilgliceróis para todos os tratamentos. Ratos diabéticos, que compunham um mesmo tratamen- to, apresentaram alta variabilidade com relação às caracterís- ticas estudadas. Em todos os experimentos, embora as diferen- ças não tenham sido estatisticamente significativas, a adminis- tração de naringenina adicionada à DB proporcionou redução da glicemia em relação à testemunha diabética. Agradecimento À FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pela concessão da bolsa de mestrado. Referências bibliográficas 1.Há T, Lean MEJ. Recommendations for the nutritional management of patients with diabetes mellitus. Eur J Clin Nutr 1998;52:467-81. 2.Sundaram R, Venkataranganna MV, Gopumadhavan S, Mitra SK. Interaction of a herbomineral preparation D-400, with oral hypoglicaemic drugs. J Ethnopharmacol 1996;55:55-61. 3.Bronner WE, Beecher GR. Extration and measurement of prominent flavonoids in orange and grapefruit juice concentrates. J Chromatogr A1995;705:247-56. 4.FA0. Disponível na URL: http://apps.fao.org). 5.Reeves PG, Nilsen FH, Fahey GC. AIN-93 purified diets for laboratory rodents: final report of the American Institute of Nutrition ad hoc writing committee on the reformulation of the AIN-76A rodent diet. J Nut 1993;123:1939-51. 6.Trinder P. Determination of glucose using glucose oxidase with an alternative oxygen acceptor. Annu Clin Biochem 1969;6:24-7. 7.Fossati P, Principe L. Serum triglycerides determined colorimetrically with an enzyme and produces hydrogen peroxide. Clin Chem 1982;28:2077-80. 8.Houot, O. Interpretation of clinical laboratory tests. In: Siest G, Henny J, Young DS eds Biomedical Publications;1985.p.220-34. 9.Doumas BT, Watson WA, Biggs HG. Albumin standards and the measurement of serum albumin with bromocresol green. Clin Chim Acta 1977; 31:87–96. 10.Allain CC, Poon LS, Chan CS, Richmond W, Fu PC. Enzymatic determination of total serum cholesterol. Clin Chem 1974;20:470-75. 11.Statsoft, Irc. Statistica for windows [manual do programa de computador]. Tulsa, ok: Statsoft, Irc., 2000. http://www.statsoft.com 12.Podolin DA, Gayles EC, Wei Y, Thresher JS, Pagliassotti MJ. Menhaden oil prevents but does not reverse sucrose-induced insulin resistance in rats. Am J Physiol 1998;274:R840-8. 13.Vats V, Grover JK, Rathi SS. Evaluation of anti-hyperglycemic and hypoglycemic effect of Trigonellafoenum-graecum Linn, Ocimum sanctum Linn and Pterocarpus marsupium Linn in normal and alloxanized diabetic rats. J Ethnopharmacol 2002;79:95–100. 14.Dixit PK, Kaung HLC. Rat pancreatic b-cells in protein deficiency: study involving morphormetric analysis and alloxan effect. J Nut 1985;115:375-81. 15.Dhandapani S, Subramanian V R, Rajagopal S, Namasivayam N. Hypolipidemic Effect of Cuminum cyminum L. on alloxan-induced diabetic rats. Pharmacol Res 2002;46:251-5. 16.Vertommen J, Enden MVD, Simoens L, Leeuw I. Flavonoid [diosmin] treatment reduces glycation [of proteins] and lipid peroxidation in experimental diabetic rats. Phytother Res 1994;8:430-2.. 17.Babu PS, Srinnivasan K. Influence of dietary capsaicin and onion on the metabolic abnormalities associated with streptozotocin induced diabetes mellitus Mol Cell Biochem 1997;175:49-57. 18.Miyake Y, Yamamoto K, Tsujihara N, Osawa T. Protective effects of lemon flavonoids on oxidative stress in diabetic rats. Lipids1998;33:689-95. 19.McAnlis, GT, Mceneny J, Pearce J, Young IS. Black tea consumption does not protect low density lipoprotein from oxidative modification. Eur J Clin Nutr, 1998;52:202-6. 20.Havsteen B. Flavonoids, a class of natural products of high pharmacological potency. Biochem Pharmacol 1983;32:1141-8. 21.Choudhury R, Chowrimootoo G, Srai K, Debnaum E, Rice-Evans CA. Interactions of the flavonoid naringenin in the gastrointestinal tract and the influence of glycosysation. Biochem Bioph Res Co 1999;265:410-15. 22.Waltner-Law ME, Wang XL, Law BK, Hall RK, Nawano M., Granner DK. Epigallocatechin gallate, a constituent of green tea, represses hepatic glucose production. J Biol Chem 2002;277:34933-40. 23.Drake PG, Posner BI. Insulin receptor-associated protein tyrosine phosphatase (s): role in insulin action. Mol Cell Biochem 1998;182:79-89. 24.Aguiyi JC, Obi CI, Gang SS, Igweh AC. Hypoglycaemic activity of Ocimum gratissimum in rats. Fitoterapia 2000;71:444-6. 25.Abdel-Barry JA, Abdel-Hassan IA, Al-Hakiem MHH. Hypoglycaemic and antihyperglycaemic effects of Trigonella foenum-graecum leaf in normal and alloxan induced diabetic rats. J Ethnopharmacol 1997;58:149-5. 26.Ritter S, Weatherford SC, Stone SL. Glucagon-induced inhibition of feeding is impared by hepatic portal alloxan injection. Am J Physiol 1986;250:R682-90. 27.Feillet-Coudray C, Rock E, Coudray C, Grzelkowska K, Azais-Braesco V, Dardevet D et al. Lipid peroxidation and antioxidant status in experimental diabetes. Clin Chim Acta 1999;284: 31-43. 28.Parks WC, Drake RL. Insulin mediates the stimulation of pyruvate kinase by a dual mechanism. Biochem J 1982;208:333-7. 29.Peng Y, Meliza LL, Vavich MG, Kemmerer AR. Effects of amino acid imbalance and protein content of diets on food intake and preference of young, adult, and diabetic rats. J Nut 1975;105:1395-404. 30.Grover JK, Vats V, Rathi SS, Dawar R. Traditional Indian anti-diabetic plants attenuate progression of renal damage in streptozotocin induced diabetic mice. J Ethnopharmacol 2001;76:233–238. 31.Mansour HA, Newairy ASA, Yousef MI, Sheweita SA. Biochemical study on the effects of some Egyptian herbs in alloxan-induced diabetic rats. Toxicology 2002;170:221–228. 32.Lima AO. Métodos de laboratório aplicados à ciência. 6a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1985. Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):149-156 156 33.Valensi PE, Behar A, Champvallins MM, Attalah A, Boulakia FC, Attali JR. Effects of purified micronized flavonoid fraction on capillary filtration in diabetic patients. Diabetic Med 1996;13:882-8. 34.Agheli N, Kabir M, Berni-Canani S, Petitjean E, Boussairi A, Luo J et al. Plasma lipids and fatty acid synthase activity are regulated by short-chain fructo-oligosaccharides in sucrose-fed insulin-resistant rats. J Nut 1998;128:1283-8. 35.Soria A, Chicco A, Mocchiutti N, Gutman RA, Lombardo YB, Martin- Hidalgo A et al. A sucrose-rich diet affects triglyceride metabolism differently in pregnant and nonpregnant rats and has negative effects on fetal growth. J Nut 1996:126:2481-6. 36.Pugazhenthi S, Angel JF, Khandelwal RL. Effects of vanadate administration on the high sucrose diet-induced aberrations in normal rats. Mol Cell Biochem 1993;122:69-75. 37.Pari L, Saravanan G. Antidiabetic effect of Cogent db, a herbal drug in alloxan-induced diabetes mellitus. Comp Biochem Phys C 2002;131:9-25. 157 A RT I G O O R I G I N A L 1. Assistant Professor of the Department of Nutrition & Dietetics, Nursing and Nutrition School; 2. Adjunct Professor of the Department of Surgery, Medical School; The Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, Brazil; 3. Adjunct Professor of the Department of Nutrition & Dietetics, Nursing and Nutrition School. Address: Prof. Diana B. Dock - Rua Estevão de Mendonça 81 apto 801 - CEP 78045-200 Cuiabá – MT - Brazil - Tel: + 55 65 6237183; Fax: + 55 65 6247149. e-mail: aguilar@terra.com.br Submissão: 2 de setembro de 2003 Aceito para publicação: 16 de novembro de 2003 Resumen El propósito de este estudio fue evaluar el efecto de probioticos en la respuesta inmunológica en ratas adultas previamente desnutridas. Veinte y cinco ratas Wistar (200-250g) fueron alimentadas con una dieta normoproteica (grupo controle, n = 6) o una dieta sin pro- teína (grupo sin proteína, n = 19) durante 12 días (inducción de la desnutrición). En seguida, once de las ratas desnutridas fueron randomizadas para dos grupos y recuperadas durante 15 días con una dieta hidrolizada (grupo controle, n = 5) o con la misma dieta enriquecida con probioticos (Streptococcus thermophilus y Lactobacillus helveticus; grupo probiotico, n = 6). La respuesta inmunológica fue evaluada por la medida de globulinas del suero y por el leucograma. En el grupo sin proteína se verificó una signifi- cativa disminuición del peso, albúmina serica, y en los niveles de hemoglobina y hematocrito. El grupo desnutrido también presentó linfocitopenia y aumento de neutrofilos. Durante la fase de realimentación, el grupo probiotico mostró ganancia semejante del peso que Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do uso de probiótico na resposta imunológica de ratos adultos previamente desnutridos. Vinte e cinco ratos Wistars (200-250g) foram alimentados com dieta normoprotéica (grupo controle, n=6) e dieta hipoprotéica (grupo aprotéico, n=19) durante 12 dias (indução da desnutri- ção). Posteriormente, 11 animais desnutridos foram randomizados em dois grupos e recuperados da desnutrição por 15 dias com dieta hidrolisada (grupo hidrolisado, n=5) ou dieta hidrolisada acrescida de probiótico (Streptococcus thermophilus and Lactobacillus helveticus; grupo probiótico, n=6). Avaliou- se a resposta imunológica pela dosagem das globulinas séricas e do leucograma. O grupo aprotéico apresentou significativamente diminuição do peso corporal, da albumina, do hematócrito e da hemoglobina. O grupo aprotéico também apresentou linfocitopenia e aumento na contagem de neutrófilos. Durante a recuperação da desnutrição o grupo probiótico apresentou ganho de peso similar ao do grupo hidrolisado. Evidenciou-se no grupo probiótico au- mento significativo de globulina e proteínas totais, linfocitopenia e aumento na contagem de monócitos. Conclui-se que o uso de probiótico melhora a resposta imunológica em ratos durante a recuperação de desnutrição. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162) UNITERMOS: probióticos, desnutrição, imunidade, monócito. Abstract The purpose of this study was to evaluate the effect of probiotics on the immunological response in adult rats recovering from malnutrition. Twenty five Wistar rats (200-250g) were fed with either a normoproteic (sham group, n=6) or a protein-free (protein-free group, n=19) diet during 12 days (malnutrition induction). Afterwards, eleven of the malnourished rats were randomized to two groups and recovered during 15 days with either a hydrolyzed diet (control group, n=5) or the samediet enriched with probiotics (Streptococcus thermophilus and Lactobacillus helveticus; probiotic group, n=6). The immunological response was evaluated by the dosages of serum globulins and by the leukogram. The protein-free rats significantly diminished body weight, albumin, and hemoglobin and hematocrit levels. The protein-free group also presented lymphocytopenia and an increased neutrophils count. During refeeding phase, probiotic group showed similar gain of weight than hydrolyzed group. Higher serum globulin and protein associated with lymphocytopenia and increased concentration of monocytes was found in probiotic group. Probiotics improve the immunological response during the recovery of malnutrition. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157- 162) KEY WORDS: probiotics, malnutrition, immunity, monocyte. Enhanced immunological response influenced by probiotics during the recovery of experimental malnutrition Melhora da resposta imunológica influenciada por probióticos na recuperação da desnutrição experimental Mejora de la respuesta inmunológica influenciada por probioticos en la recuperación de la desnutrición experimental Diana Borges Dock 1, José Eduardo de Aguilar-Nascimento 2, Marcia Queiroz Latorraca 3 Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162 158 el grupo hidrolizado. El grupo probiotico presento globulina y proteína totales más altas y concentración aumentada de monocitos en el suero asociado con linfocitopenia. Probioticos mejoran la respuesta inmunológica durante la recuperación de la desnutrición. (Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162) UNITÉRMINOS: probioticos, desnutrición, inmunidad, monocito. Introduction The human gastrointestinal tract has long been considered as simply being to digest and absorb nutrients and excrete waste end products. However, the important role of the gut mucosal barrier to avoid the entrance of microorganisms and toxins has been now largely accepted1. The gut flora is one of the main constituents of this defense barrier and is considered the first line of defense of the gut. In fact, failure in this mechanism results in an increased antigen and toxin transport across the gut mucosa2. The intestine is the main immunological organ: it contains 50% of all reticuloendothelial and other immune cells and it produces the greatest amount of secretory IgA3. The gut-associated lymphoid tissue (GALT) represents the largest mass of lymphoid tissue in the human body4. The stimulation of host immunity is related to the ability of microorganisms to adhere to the mucosa and interact with the GALT5. The ability of some microorganisms to adhere to the intestinal cells may difficult pathogenic bacterial colonization and thus contributes to diminish bacterial translocation. In this context, probiotics, currently defined as live microflora feed supplement that beneficially affects the host animal by improving its intestinal microbial balan- ce6, may enable valuable modifications of the immune system6,7. Protein malnutrition disrupts the normal ecology of the microflora affecting strictly anaerobes8,9 impairs host immune response and antibacterial defenses10,11 enhances the susceptibility to infection, and leads to mucosal atrophy12. Malnutrition is a common problem for critical ill patients and nutritional support is mandatory. During refeeding process, both the composition of the diet and the administration route has a profound influence on intestinal morphology and function2. Hydrolyzed diets, including those containing hydrolyzed proteins as nitrogen source, are frequently used to recover malnourished patients13,14. Tripeptides and dipeptides are more efficiently utilized than free amino acids, have greater nutritional value, are better absorbed, and increase the nitrogen retention than intact protein, contributing to enhance the gain of weight13,15. However, these diets dispense few substrates for the colonic microorganisms and thus, may impair the gut microflora balance and immune response. Some immunonutrients, especially glutamine, arginine and omega-3 fatty acids have been associated with enteral feeding to enhance the immune response16. Lactic acid bacteria or fermented milk added to an enteral feeding formula would improve not only the nutritional state but also the intestinal microflora and the immune response17-20. Previous studies have shown that probiotics may activate the systemic immune response21,22. However, few studies have investigated the action of probiotics along with enteral nutrition. An experimental study focusing on the relationship between probiotic bacteria and the immune response could be interesting. Therefore, the aim of this present study was to investigate the effects of the addition of probiotic bacteria to a hydrolyzed diet on the systemic immunological response using an animal model of malnutrition. Methods and materials Twenty-five male Wistar rats (200-250g) were included in the study. They were kept in a laboratory environment of light/dark cycles for three days prior to the experiment. All animals had free access to water. Animals received either a protein-free diet (Rhoster São Paulo, Brasil; composition per 100g: 0.55g protein, 88.2g carbohydrate, 7.0g lipid, in addition to minerals and vitamins; protein-free group, n=19) or a standard rat chow (Rhoster AIN-93, São Paulo, Brasil; composition per 100g: 17.5g protein, 67.9g carbohydrate, 7.0g lipid, in addition to minerals and vitamins; sham group, n=6) for 12 days. The experiment follows the COBEA guidelines (Brazilian Committee on Experimental Animal Care) adopted by the Federal University of Mato Grosso. Blood samples from a group of eight animals of the protein-free group and from all animals of the sham group were collected and sent to laboratory analysis on the 13th day. The rest of the protein-free group (n=11) were randomized to two groups to recover from malnutrition by receiving either a hydrolyzed diet (20g/day) (composition per 100g: 19.96g protein, 64.47g carbohydrate, 15.57g lipid; control group, n=5) or the same diet (16g/day) plus reconstituted milk (4.0g/day) containing 106 ufc/g of Streptococcus thermophilus e Lactobacillus helveticus (final composition per 100g: 18.60g protein, 62.15g carbohydrate, 19.25g lipid, probiotic group, n=6) for 15 days. The two diets were isoenergetic and isonitrogenous. The amount of food consumed was registered daily and the caloric intake calculated. The animals weight was obtained each four days. On the 16th day, the animals were killed and blood samples sent to analysis. Laboratory analysis in all phases included hemogram, serum total proteins and albumin. Serum globulin concentration was obtained by the difference between serum total protein and albumin. Student t test or Mann-Whitney test was used to com- pare continuous variables between the two groups depending on the homogeneity of the data (Levene test). Two-way ANOVA for repeated measures followed by HSD Tukey test was used to compare the weight gain and the food intake during the evolution of the experiment between the two groups. Data were expressed as mean ±SD or median according to the homogeneity of the samples. A 5% level was Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162 159 established as being statistically significant. Analyses were done using the statistical package “Statistic for Windows” (Stat Soft, Inc., Tulsa, OK, USA). Results Malnutrition phase Protein restriction had a significant effect on food intake during the 12 days of the experimental period. It was observed a significant decrease in food intake overtime only in animals of protein-free group (Figure 1A). Mean body weight of the protein-free group was higher than that of the sham group at the beginning of the malnutrition phase (232±15g vs 211±9g, p<0.05). On the 4th day, the weight of rats of the protein-free group reduced6%, whereas the sham group increased 4% in relation to their initial values. This pattern persisted during all the malnutrition phase. On the 12th day, the mean weight of animals of the protein-free group was reduced 84% of that observed in the sham group (Figure 1B). In addition to reduction of body weight, the protein-free group manifested other features typical of protein malnutrition, including hypoalbuminemia, low-serum total protein and lower hemoglobin and hematocrit levels than the sham group. No difference occurred in globulin levels when the two groups were compared. Although neutrophils were most frequent in protein-free rats, lymphocytes were most common in the sham group. No difference was verified in monocytes concentration (Table 1). Refeeding phase During refeeding phase the food intake was similar in animals of probiotic and control groups over time (Figure 2A). However, at both the 3rd and the 15th day of this phase, food intake of rats receiving probiotics was lower than their initial values (Figure 1A). At the beginning of the refeeding phase, probiotic and control rats had similar body weight. In both groups, the rats maintained a steady gain of body weight. This resulted in mean values of 35% and 34% higher than the initial body weight for probiotic and control groups respectively (Figu- re 2B). The feed efficiency, calculated as the ratio of weight gain (g) per gram of food intake over 15 days did not differ between the probiotic and control animals. Total proteins and serum globulin levels were, respectively, 13% and 29% greater, and significantly different in probiotic group when compared with controls. However, serum albumin, hematocrit and hemoglobin levels were si- milar in the two groups. The percentage of lymphocytes was significantly lesser in probiotic group (13%) compared to hydrolyzed group. However, the percentage of monocytes was higher in rats fed with probiotics than in the rats fed with hydrolyzed diet. The percentage of neutrophils did not differ between the groups (Table 2). Discussion Protein malnutrition enhances susceptibility to infections 23 due predominantly to impaired systemic immune function 24. In this study, protein restricted rats spontaneously reduced their food intake, showed a significant loss in body weight, hypoproteinemia and hypoalbuminemia. It was verified change in the systemic immunologic response, characterized by lymphocytopenia Table 1. Biochemical analysis and hemogram of rats fed on a standard diet (sham group) or protein-free diet (protein-free group) during 12 days Group Variables Sham (n=6) Protein-free (n=8) p Total proteins (g/dl) 6.0 ± 0.3 5.0 ± 0.8 0.01 Albumin (g/dl) 3.7 ± 0.2 2.9 ± 0.5 < 0.01 Globulin (g/dl) 2.3 ± 0.5 2.1 ± 0.3 0.39 Hemoglobin (g%) 16.0 ± 0.3 14.0 ± 0.8 < 0.01 Hematocrit (%) 44.0 ± 2.2 36.0 ± 2.4 < 0.01 Lymphocytes (%) 83 ± 5.0 72 ± 8.0 0.01 Neutrophils (%) 11.7 ± 6.0 24.1 ± 8.1 < 0.01 Monocytes (%) 4.8 ± 3.4 3.5 ± 1.5 0.33 Data express mean ± SD for the number of rats shown in parentheses. p values determined by Student t test or Mann-Whitney test. Figure 1. Food intake (A) and body weight (B) of rats fed on a standard rat chow (sham group; solid lines) or protein-free (protein-free group; dotted lines) diet during 12 days. Values are mean with their standard deviation represented by vertical bars for 6 and 8 rats from sham and protein-free groups, respectively. Different letters indicate significant differences between groups and time (Tukey HSD, p<0,05). Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162 160 and an increase in the percentage of neutrophils. Thus, the present study confirmed observations that nutritional balan- ce is essential for the preservation of the immune system at the level of organs and cells, and specific nutrients also appear to act as critical co-factors in the expression of the immune response 25. The nutritional benefits of lactic acid bacteria in fermented dairy products have been well documented, especially in terms of weight gain, feed efficiency 26 and stimulation of the immunity 27. The overall results showed that the use of probiotics was associated with higher levels of serum proteins and globulin though no differences occurred in weight gain, feed efficiency and albumin level. As both diets were isocaloric and isonitrogenous these findings were expected, and previously documented in another study 2. Additionally, the results suggest that probiotics have enhanced the immunologic response during the renutrition phase. Experimentally, other authors have substantially documented an augment in the level of serum immu- noglobulin associated with probiotics 28. Although higher concentration of serum globulin may not reflect necessarily greater production of antibodies, some studies have documented an increase of serum IgA after the ingestion of probiotics 28,29. Secretory IgA, produced by β intestinal cells may cross the mucosal barrier and enter the blood stream influencing the rise of serum IgA 28. Thus, the higher level of globulin found in this present study may reflect an increase of serum immunoglobulin influenced by probiotic diet. Probiotic bacteria seem to modify other components of the immune response. Lymphocyte concentration was less frequent in rats fed with probiotics. This finding was difficult to analyze, as the design of this study did not differentiate lymphocytes linked to humoral or cellular immunological response. There is evidence from the literature that probiotics enhance the humoral while decreasing the cellular response. It seems that probiotic bacteria suppress the lymphocytes proliferation and also the production of cytokines30,31. This suggests that probiotics may have an anti- inflammatory action comparable to dexametasone7. At the same time, probiotics may stimulate the production of B lymphocytes without altering the number of total lymphocytes32. Further studies are necessary to clarify this result. The unspecific innate immunity is mediated by polimorphonuclear and mononuclear phagocytes3, 33. The innate immunity is an important component of the immunological response being responsible for the first contact with different antigens and microbes that may inva- de the organism. Thus, the finding of an increased monocyte concentration suggests a beneficial effect of probiotics in the immunological response in rats recovering from malnutrition. It is plausible then to speculate that probiotics may enhance the innate immunity and thus, play an important role in helping malnourished patients in many clinical situations. Oral administration of L. casei and L. bulgaricus activate the production of macrophages 21 and increase the phagocytosis 34 in mice and humans 35. The results observed in both clinical and experimental studies with probiotics have shown that they are influenced by the type 4, 36-38 and concentration 4,39 of the probiotic bacteria used, by the length of time of the treatment 34,36,40,41 and by the age 2, 42 and clinical conditions of the host 32,36,40,43,44. Therefore, conclusions on this issue should be taken cautiously and further studies on this field are largely expected. Table 2. Biochemical and hemogram analysis in the two groups during renutrition phase. Group Variables Hydrolyzed (n=5) Probiotic (n=6) p Total proteins (g/dl) 6.3 ± 0.3 7.2 ± 0.3 < 0.01 Albumin (g/dl) 3.70 [3.70 - 3.80] 3.80 [3.60 - 4.20] 0.38 Globulin (g/dl) 2.5 ± 0.2 3.3 ± 0.1 < 0.01 Hemoglobin (g%) 15.2 ± 0.5 15.5 ± 0.5 0.53 Hematocrit (%) 45 ± 1.5 46 ± 1.5 0.57 Lymphocytes (%) 81 ± 5.9 71 ± 5.5 0.01 Neutrophils (%) 18.0 ± 5.9 15.90 ± 4.9 0.53 Monocytes (%) 0.0 [0.0 - 1.0] 12.9 [8.4 - 15.8] < 0.01 Data express mean ± SD or median (range) for the number of rats shown in parentheses. p values determined by Student’s t test or Mann-Whitney test. Figure 2. Food intake (A)and body weight (B) of rats fed on a hidrolized diet (control group; dotted lines) or hydrolyzed diet plus S. thermophilus and L. helveticus diet (probiotic group; solid lines) during 15 days. Values are means with their standard deviation represented by vertical bars for 5 and 6 rats from control and probiotic groups, respectively. Different letters indicate significant differences between groups and time (Tukey HSD, p<0,05). Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162 161 Conclusion Although the findings of an experimental study should be transposed to the clinical setting with caution it could be concluded that Streptococcus thermophilus and Lactobacillus helveticus enhance the immunological response during the recovery of malnutrition. This may influence the improvement of the innate immunity in this situation. Acknowledgements The authors wish to thank Mr Celso Roberto Afonso for his technical assistance. This work was supported by the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT). References 1.McNaught CE, MacFie J. Probiotics in clinical practice: a critical review of the evidence. Nutrition Res 2001; 21:343-53. 2.Allori C, Aguero G, Ruiz HAP, Nader OM, Perdigon G. Gut mucosa morphology and microflora changes in malnourished mice after renutrition with milk and administration of Lactobacillus casei. J Food Prot 2000; 63:83- 90. 3.Hulsewe KWE, van Acker BAC, von Meyenfeldt, MF, Soeters, PB. Nutritional depletion and dietary manipulation: effects on the immune response. World J Surg 1999; 23:536-44. 4.Isolauri E, Sutas, Y, Kankaapaa P, Arvilommi H, Salminen S. Probiotics: effect on immunity. Am J Clin Nutr 2001; 73(Suppl):444-50. 5.McGhee J, Mestscky M, Dertzkaugh J, Eldridge M, Hilrasawa M., Kilyono H. The mucosal immune system from fundamental concepts to vaccine development. Vaccine 1992; 10:75-88. 6.Fuller RA. A review: probiotics in man and animals. J Appl Bacteriol 1989; 66:365-78. 7.Isolauri E. Probiotics in human disease. Am J Clin Nutr 2001; 73(Suppl):1142-6. 8.Tannock GW, Lavage D. Influences of dietary and environment stress on microbiological population in the gastrointestinal tract. Infect Immun 1974; 9:591-658. 9.Poxton I, Brown A, Sawyer A, Fergunson A. The mucosal anaerobic gram negative bacteria of the colon. Clin Infect Dis 1997; 25:111-3. 10.Chandra RK. Nutrition and the immune system. Proc Nutr Soc 1993; 52:77-84. 11.Reynolds JV, Redmond H, Ueno N, Steigman C, Ziegler M.M, Daly J.M, Johnston RB Jr. Impairment of macrophage activation and granuloma formation by protein deprivation in mice. Cell Immunol 1992; 139:493- 504. 12.Reynolds JV, O’Farrelly C, Feighery C, Murchan P, Leonard N, Fulton G, O’Morain C, Keane FB, Tanner WA. Impaired gut barrier function in protein malnourished patients. Br J Surg 1996; 83:1288-91. 13.Silk DBA. Toward the optimization of enteral nutrition. Clin Nutr 1987; 6:61-74. 14.Meredith JW, Ditesheim JA, Zaloga G. Visceral protein levels in trauma patients are greater with peptide diet than with intact protein diet. J Trauma 1990; 30: 825-8. 15.Zaloga GP, Ward KA, Prielipp RC. Effect of enteral diets on whole body and gut growth in unstresses rats. JPEN J Parent Enter Nutr 1991; 15:42-7. 16.Daly JM, Lieberman MD, Goldfine J, Shou J, Weintraub F, Rosato EF, Lavin P. Enteral nutrition with supplemented arginine, RNA, and omega-3 fatty acids in patients after operation: immunologic, metabolic and clinical outcome. Surgery 1992; 112:56-67. 17.Bergmark S, Gianotti L. Imunonutrition: a new aspect in the treatment of critically ill patients. In: Gullo A, editor. Anaestesia, pain intensive care and emergency medicine. Trieste: Springer Verlag, 1995. p.13-9. 18.Isolauri E, Juntunen M, Rautanen T, Sillanaukee P, Koivula T. A human lactobacillus strain (Lactobacillus GG) promotes recovery from acute diarrhea in children. Pediatrics 1991; 88:90-7. 19.Perdigon G, Alvarez S. Probiotic and the immune stage. In: Fuller R, editor. Probiotic. London: Chapman and Hall Sci LTD., 1992. p.145. 20.Perdigon G, Alvarez S, Rachid M, Aguero G, Gobbato N. Immune system stimulation by probiotcs. J Dairy Sci 1995; 78:1597-606. 21.Perdigon G, Macias MEN, Alvarez S, Oliver G, Pesce AA, Ruiz Holgado AP. Effect of per orally administered lactobacilli on macrophage activation in mice. Infec Immun 1986; 53:40410. 22.Perdigon G, Macias MEN, Alvarez S, Oliver G, Ruiz Holgado AP. Systemic augmentation of the immune response in mice by feeding fermented milks with Lactobacillus casei and Lactobacillus acidophilus. Immunology 1988; 63:17- 23. 23.Windsor, JA, Hill GL. Protein depletion and surgical risk. Aust N Z F Surg 1988; 58:711-5. 24.Chandra RK. Nutrition infection and immunity: present knowledge and future directions. Lancet 1983; 1:688-91. 25.Cunninghan-Rundles S, Lin DH. Nutrition and immune system of the gut. Nutrition 1998; 14:573-9. 26.Thoreux K, Balas D, Bouley C, Senegas-Balas F. Diet supplemented with yogurt or milk fermented by Lactobacillus casei DN-114 001 stimulates growth and brush-border enzyme activities in mouse small intestine. Digestion 1998; 59:349-59. 27.Fuller RA. Probiotics in human medicine. Gut 1991; 32:439-42. 28.Puri P, Mahapatra SC, Bijlani RL, Prasad HK, Nath I. Feed efficiency and splenic lymphocyte proliferation response in yogurt and milk-fed mice. Int J Food Sci Nutr 1994; 45:231-5. 29.Link-Amster H, Rochart F, Soudan KY, Mignot O, Aeschlimann JM. Modulation of a specific humoral immune response and changes in intestinal flora mediated through fermented milk intake. FEMS 1994; 10:55-64. 30.Sutas Y, Hurme M, Isolauri E. Downregulation of antiCD3 antibody- induced IL-4 production by bovine caseins hydrolyzed with Lactobacillus GG-derived enzymes. Scand J Immun 1996; 43:687-9. 31.Sutas Y, Soppi E, Korhonen H, Syvaoja EL, Saxelin M, Rokka T, Isolauri E. Suppression of lymphocytes proliferation in vitro by bovine caseins hydrolyzed with Lactobacillus GG-derived enzymes. J Allergy Clin Immunol 1996; 98:216-24. 32.De Simone C, Ciardi A, Gras A, Lambert-Gardini S, Tzantzoglou S, Trinchieri V, Moretti S, Jirillo E. Effect of Bifidobacterium bifidum and Lactobacillus acidophilus on gut mucosa and peripheral blood B lymphocytes. Immunopharmacol Immunotoxicol 1992; 14:331-40. 33.Guyton AC. Resistência do organismo a infecção. Sistema de macrófagos dos tecidos, leucócitos e inflamação. In: Guyton AC, ed. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p.57-63. 34.Perdigon G, Valdez JC, Rachid M. Antitumor activity of yogurt: study of possible immune mechanisms. J Dairy Sci 1998; 65:129-38. 35.Schiffrin EJ, Rocht F, Link-Amster H, Aeschlimann JM, Donnet-Hughes A. Immunomodulation of human blood cells following the ingestion of lactic acid bacteria. J Dairy Sci 1995; 78:491-7. 36.Perdigon G, Macias MEN, Alvarez S, Oliver G, Ruiz Holgado AP. Prevention of gastrointestinal infection using immunobiological methods with fermented with Lactobacillus casei and Lactobacillus acidophilus. J Dairy Res 1990; 57:244-64. 37.Yasui H, Shida K, Matsuzari T, Yokokura. Immunomodulatory function of lactic acid bacteria. Antonie van Leeuwenhoek 1999; 76:383-9. 38.Umesaki Y, Setoyama H. Structure of the intestinal flora responsible for development of the gut immune system in a rodent model. Microbes Infect 2000; 2:1343-51. 39.Vintini E, Alvarez S, Medina M, Medici M, Budeguer MV, Perdigon G. Gut mucosal immunostimulation by lactic acid bacteria. Biocell 2000; 24:223- 32. Rev Bras Nutr Clin 2003; 18(4):157-162 162 40.Perdigon G, Alvarez S, Ruiz Holgado AP. Immunoadjuvant activity of oral Lactobacillus casei: influence of dose on secretory immune response and protective capacity in intestinal infections. J Dairy Res 1991; 58:485-96. 41.Perdigon G, Rachid M, Budeguer MV, Valdez C. Effects of yogurt feeding on the small and large intestine associated lymphoid cells in mice. J Dairy Res
Compartilhar