Buscar

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE TEÓFILO OTONI DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE TEÓFILO OTONI DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
Processo n°_
 	A empresa CEMIG S/Apessoa jurídica de direito público, inscrita sob o CNPJ/MF n.º 078560, estabelecida na Avenida Getúlio Vargas, 3200, CEP.: 39800544, por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na rua Gustavo Milward de Azevedo, n°258, Bela Vista, Teófilo otoni, Minas Gerais, 39801-323, onde deverá receber intimações(procuração em anexo), vem respeitosamente apresentar:
CONTESTAÇÃO
 	Com base nos artigos 847 da CLT c/c o art. 300 do CPC, nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por Geraldo Burguês, brasileiro, Manutencionista de energia elétrica, inscrito da cédula de identidade RG n.º 075900 SSP/MG e inscrito sob o CPF/MG n.º 468000, portador da CTPS n.º 5600, série 0000-SP, PIS 04580, nascida em 00/10/19, filho de Maria Clara Burguês e João Batinho Burguês, residente e domiciliado na Avenida JK, 320, CEP.: 39800504, Teófilo Otoni, MG, consubstanciado nos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
RESUMO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
 	O Reclamante fora contratado pela Reclamada em 13 de fevereiro de 2015, para exercer a função de manutenção de linhas de energia elétrica na zona rural na região de Teófilo Otoni e Carlos Chagas, percebendo salário inicial de R$ 1.800,00 (Hum mil e oitocentos reais), no período de 13/02/15 até 15/11/18 das 07:00 hrs até as 11:00 hrs e das 12:30 hrs até as 17:30 hrs, totalizando 9 horas diárias de trabalho.
Ocorre porém que o reclamante foi demitido sem justa causa, e após o ocorrido, o mesmo ficou sem receber as devidas verbas rescisórias, onde não houve o depósito do FGTS, e percebe-se irregularidades pois o reclamante não recebia adicional de periculosidade pela prestação de alto risco de vida que o reclamante realizada como atividade laboral.
1- PRELIMINARMENTE
1.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM
Preliminarmente, a segunda reclamada impugna todas as alegações do reclamante relativas à constituição societária da presente empresa. Aliás, do simples exame da inicial, depreende-se que o reclamante, tendo mantido vinculo de emprego apenas com a primeira reclamada, aleatoriamente propõe reclamação trabalhista contra uma segunda empresa. Tais equívocos somente vêm indicar que o Autor não possui razão em seu pleito.
Cumpre esclarecer que a CEMIG é parte manifestamente ilegítima para figurar no pólo passivo desta relação processual, eis que jamais foi empregadora do reclamante, conforme definição prevista no artigo 2º, da CLT, não havendo qualquer justificativa para que responda solidariamente por eventuais débitos trabalhistas da primeira reclamada.
Com efeito, o reclamante sempre manteve contrato de trabalho com a primeira reclamada. Portanto, decorre que foi a CRISTAL ELETRIFICAÇÃO que efetivamente controlou a jornada de trabalho do reclamante, bem como fiscalizou seu comportamento, sendo responsável por sua remuneração.
Dessa maneira, uma vez que o reclamante laborou por ordem e fiscalização da primeira reclamada, sendo por esta remuneração, a ora reclamada desconhece a existência de diferenças a serem pagas ao reclamante, ficando prejudicado o exercício do direito constitucional de ampla defesa.
2) Da prejudicial de mérito: 
Por primeiro, com fulcro no artigo 7º, inciso XXIX da Constituição Federal e artigo 11CLT, requer seja julgado prescrito eventuais direitos devidos ao reclamante que se encontrem no período anterior a 5 anos do ajuizamento desta ação, ou seja, devendo assim, ser julgado extintos com julgamento do mérito referidas verbas.
2.1 MÉRITO
Inicialmente, insta frisar que a primeira reclamada sempre foi a única empregadora do reclamante, fato, aliás, incontroverso, como se pode verificar das assertivas lançadas na inicial, onde há menção expressa à ela como tendo sido a exclusiva empregadora do autor.
Por isso, apenas a CRISTAL ELETRIFICAÇÃO é que deve responder por eventuais débitos trabalhistas decorrentes desta demanda.
No entanto, em atenção ao princípio da eventualidade, a ora reclamada passa a contestar, na medida do possível, o mérito, especialmente com relação à matéria de direito invocada na inicial.
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE:
 
O direito ao adicional de periculosidade previsto na Constituição Federal, dispõe o seu cabimento exclusivamente para as atividades penosas, insalubres ou perigosas.
	Ocorre que o reclamante não trouxe qualquer prova sobre o elevado grau de risco exigível para a concessão do benefício. Ademais, o Reclamante já recebe o adicional de Insalubridade, sendo indevida a cumulação:
	 O artigo 193, § 2°, da CLT deixa claro que o empregado pode optar pelo adicional que porventura lhe seja devido. Portanto , não há de ser reconhecida a atividade perigosa desenvolvida pelo autor.
DAS HORAS EXTRAS
	Nos termos de clara redação da CLT, em seu Art. 58, “ A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não exederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.”
	O Reclamante, diferente do alegado, exercia suas atividades dentro deste período, relatório do cartão ponto que junta em anexo, não podendo ser computado qualquer período como hora extra. Assim, não se pode falar em horas extras, pois totalmente indevido.
DA RESCISÃO INDIRETA
	A rescisão indireta é direito do empregado somente diante de circunstancias legais previstas na CLT, em seu Art. 483, quando caracterizarem gravidade suficiente a justificar o pedido de rescisão.
DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
	 A CLT expressamente ao dispor sobre o cabimento de, multas pelo não pagamento de verbas incontroversas. Dessa forma, não há que se falar em multa dos artigos 467 e 477 por se tratarem de verbas controvertidas, conforme precedentes sob o tema. 
Art. 467 Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento". (Redação dada pela Lei nº 10.272, de 5.9.2001)
(...)
Art. 477 Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989).
Motivos pelos quais devem conduzir ao indeferimento do pleito.
	
Dos Requerimentos:
Diante de todo o exposto, é a presente para requerer sejam acolhidas as preliminares argüidas, a fim de julgar extinto os pedidos sem resolução do mérito. Se superadas, quanto ao mérito requer seja acolhida a prescrição quinquenal e julgados IMPROCEDENTES todos os pedidos da presente reclamação. 
Requer o direito de produzir as provas em direito admissíveis, sem exceção, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamante, pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, perícia e todas as demais que se fizer necessário.
Termos em que
Pede deferimento.
Teófilo Otoni, MG, 01 de outubro de 2019.
Advogado
OAB/MG526,875.

Continue navegando