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Apostila ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA

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ENFERMAGEM EM 
ONCOLOGIA 
 
Núbia Reis 
 
 
 
 
 
O que é um câncer? 
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que tem em 
comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e 
órgãos, podendo gerar metástase. 
ONCOGÊNESE / NEOPLASIA 
Carcinogênese ou oncogênese são termos que designam o processo de 
desenvolvimento de uma neoplasia, desde as alterações mais precoces no 
DNA, que supostamente ocorrem em uma só célula ou em um pequeno grupo 
delas, até a formação de um tumor que pode destruir o organismo hospedeiro. 
A divisão celular, normalmente é controlada por fatores reguladores, capazes 
de permitir a manutenção da homeostase. No entanto, quando há falha neste 
controle, as células passam a se dividir de forma autônoma. 
Esta capacidade de se dividir de forma autônoma, de se libertar dos controles 
de crescimento, é a principal característica da célula neoplásica (neo = novo; 
plasein = formar). (SOUZA) 
"Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e 
não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste 
mesmo cessada a causa que a provocou." (Rupert Willis- Patologista inglês) 
 
 
A Causa 
Os eventos básicos da oncogênese são conhecidos em nível molecular. 
Resultam de agressão ao genoma da célula, com alterações do DNA 
(mutações) ou expressão anômala de genes normais. 
 
Surgimento do Câncer 
 As células que constituem os animais são formadas por três partes: a 
membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que 
constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contêm os cromossomas que por 
sua vez são compostos de genes. 
 Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização 
das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a 
informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - 
o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas 
passam as informações para o funcionamento da célula. 
 Uma CÉLULA NORMAL pode sofrer alterações no DNA dos genes. 
 As células cujo material genético foi alterado passam a receber INSTRUÇÕES 
ERRADAS para as suas atividades. 
 As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados 
protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. 
 Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, 
responsáveis pela malignização das células normais. 
Como o câncer se espalha? 
1º Metástase local - as células cancerígenas invadem o tecido adjacente 
sadio. 
2º Intravasamento - as células cancerígenas invadem e passam através das 
paredes dos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos próximos. 
3º Circulação - as células cancerígenas se movem através do sistema linfático 
e circulação sanguínea para outras partes do corpo. 
4º Extravasamento - as células cancerígenas param de se mover em 
pequenos vasos sanguíneos denominados capilares. Elas invadem as paredes 
dos capilares e migram para o tecido adjacente. 
5º Proliferação - as células cancerígenas se multiplicam num local distante 
para formar pequenos tumores conhecidos como micrometástases. 
6º Angiogênese - micrometástases estimulam o crescimento de novos vasos 
sanguíneos para obter fornecimento de sangue. O suprimento de sangue é 
necessário para obter oxigênio e nutrientes necessários para o crescimento 
continuado do tumor. 
 
 
Processo de carcinogênese 
ESTÁGIO DE INICIAÇÃO - É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as 
células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que 
provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se 
encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar 
um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a 
ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. 
 
ESTÁGIO DE PROMOÇÃO - É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as 
células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos 
agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é 
transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra 
essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente 
cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores 
muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da 
alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos 
de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. 
 
ESTÁGIO DE PROGRESSÃO - É o terceiro e último estágio e se caracteriza 
pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse 
estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras 
manifestações clínicas da doença. 
 
 “Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da 
carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou 
carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui 
componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.” 
Defesa do Organismo 
 O sistema imunológico desempenha um importante papel nesse mecanismo de 
defesa. Ele é constituído por um sistema de células distribuídas numa rede 
complexa de órgãos, como o fígado, o baço, os gânglios linfáticos, o timo e a 
medula óssea, e circulando na corrente sangüínea. 
 Esses órgãos são denominados órgãos linfóides e estão relacionados com o 
crescimento, o desenvolvimento e a distribuição das células especializadas na 
defesa do corpo contra os ataques de "invasores estranhos". 
 Dentre essas células, os linfócitos desempenham um papel muito importante 
nas atividades do sistema imune, relacionadas às defesas no processo de 
carcinogênese. 
 Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por 
vírus oncogênicos (capazes de causar câncer) ou as células em transformação 
maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas. 
 As linfocinas regulam o crescimento e o amadurecimento de outras células e 
do próprio sistema imune. Acredita-se que distúrbios em sua produção ou em 
suas estruturas sejam causas de doenças, principalmente do câncer. 
A cura 
 Em alguns casos, só tem cura se detectado no início. 
 Muitos tipos de câncer podem ser curados e outros, incuráveis, podem ter 
tratamentos que proporcionam uma vida relativamente normal. 
 Objetivo é a qualidade de vida. 
 
Prevenção 
 Os cânceres causados pelo tabagismo e pelo uso de bebida alcoólica podem 
ser prevenidos em sua totalidade. 
 Muitos cânceres que estão relacionados à dieta também podem ser 
prevenidos. 
 Muitos cânceres de pele podem ser prevenidos pela proteção contra os raios 
solares. 
 Exames específicos, conduzidos regularmente por profissionais da saúde 
podem detectar o câncer de mama, cólon, reto, colo de útero, próstata, 
testículo, língua, boca e pele em estádios iniciais, quando o tratamento tem 
grande chance de ser bem sucedido. 
 Auto-exame de mama e pele podem também resultar no diagnóstico precoce 
de tumores. 
 No que diz respeito à prevenção o exame de Papanicolaou e a mamografia, 
respectivamente, na detecção do câncer do colo do útero e de mama, 
diferentes estudos científicos têm mostrado sua utilidade no diagnóstico 
precoce desses cânceres, embora o impacto da mamografia, sobre a 
mortalidade por câncer de mama ainda seja objeto de investigações. 
 O alto consumo de gordura de origem animal está entre os principais fatores 
associados ao câncer colo-retal.Segundo dados do Instituto Nacional do 
câncer, até o final desse ano serão registrados 2.500 novos casos da doença 
somente no município do Rio de Janeiro. O fator hereditário também é 
expressivo nos tumores que acometem esta região. 
 “Aproximadamente 50% dos descendentes de pacientes com histórico de 
tumor no intestino desenvolverão a doença”, afirmou o médico Francisco Lopes 
Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. 
 A colonoscopia, exame capaz de detectar lesões no intestino, é indicada para 
pacientes com história familiar da doença, dificuldade para evacuar e presença 
de sangramento nas fezes. 
Terapias 
A Quimioterapia mata as células cancerosas. E cura. Mas também mata 
células sadias e debilita o doente. Agora, um novo remédio protege a parte boa 
do organismo contra o ataque das drogas anticâncer. (fonte: Super 
Interessante, no. 10 – Outubro/1997) 
A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados 
quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos 
que quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia 
antineoplásica ou quimioterapia antiblástica. 
O primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás 
mostarda, usado nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após a 
exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram 
hipoplasia medular e linfóide, o que levou ao seu uso no tratamento dos 
linfomas malignos. 
A partir da publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás 
mostarda e das observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com 
leucemias, verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. 
Atualmente, quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se 
disponíveis para uso na prática clínica. Os avanços verificados nas últimas 
décadas, na área da quimioterapia antineoplásica, têm facilitado 
consideravelmente a aplicação de outros tipos de tratamento de câncer e 
permitido maior número de curas. 
Mecanismos de ação e classificação das drogas antineoplásicas 
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais 
como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do 
que às dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os 
processos metabólicos dessas duas populações celulares. Os citotóxicos não 
são letais às células neoplásicas de modo seletivo. 
As diferenças existentes entre o crescimento das células malignas e os das 
células normais e as pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas 
provavelmente se combinam para produzir seus efeitos específicos. 
O ADN, material genético de todas as células, age como modelador na 
produção de formas específicas de ARN transportador, ARN ribossômico e 
ARN mensageiro e, deste modo, determina qual enzima irá ser sintetizada pela 
célula. As enzimas são responsáveis pela maioria das funções celulares, e a 
interferência nesses processos irá afetar a função e a proliferação tanto das 
células normais como das neoplásicas. 
A maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de 
algum modo nesse mecanismo celular, e a melhor compreensão do ciclo 
celular normal levou à definição clara dos mecanismos de ação da maioria das 
drogas. Foi a partir dessa definição que Bruce e col.(1969) classificaram os 
quimioterápicos conforme a sua atuação sobre o ciclo celular em: 
• Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no 
ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada. 
• Ciclo-específicos - Os quimioterápicos que atuam somente nas células que 
se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida. 
• Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo 
celular, como, por exemplo, o metotrexato (fase S), o etoposídeo (fase G2) e a 
vincristina (fase M). 
Tipos e finalidades da quimioterapia 
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. 
O uso de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir 
respostas completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo 
atualmente de uso muito restrito. 
A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir 
populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação 
sinérgica das drogas, diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e 
promover maior resposta por dose administrada. 
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a 
radioterapia. De acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada 
em: 
 • Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle 
completo do tumor, como nos casos de doença de Hodgkin, leucemias agudas, 
carcinomas de testículo, coriocarcinoma gestacional e outros tumores. 
• Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de 
esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de 
metástases à distância. Exemplo: quimioterapia adjuvante aplicada em caso de 
câncer de mama operado em estádio II. 
• Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução parcial 
do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a cirurgia 
e/ou radioterapia. Exemplo: quimioterapia pré-operatória aplicada em caso de 
sarcomas de partes moles e ósseos. 
• Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de melhorar a 
qualidade da sobrevida do paciente. É o caso da quimioterapia indicada para 
carcinoma indiferenciado de células pequenas do pulmão. 
 Toxicidade dos quimioterápicos 
Os quimioterápicos não atuam exclusivamente sobre as células tumorais. As 
estruturas normais que se renovam constantemente, como a medula óssea, os 
pêlos e a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas pela ação dos 
quimioterápicos. 
No entanto, como as células normais apresentam um tempo de recuperação 
previsível, ao contrário das células anaplásicas, é possível que a quimioterapia 
seja aplicada repetidamente, desde que observado o intervalo de tempo 
necessário para a recuperação da medula óssea e da mucosa do tubo 
digestivo. Por este motivo, a quimioterapia é aplicada em ciclos periódicos. 
Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de 
exposição e da concentração plasmática da droga. A toxicidade é variável para 
os diversos tecidos e depende da droga utilizada. Nem todos os 
quimioterápicos ocasionam efeitos indesejáveis tais como mielode-pressão, 
alopecia e alterações gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarréia). 
As doses para pessoas idosas e debilitadas devem ser menores, inicialmente, 
até que se determine o grau de toxicidade e de reversibilidade dos sintomas 
indesejáveis. 
O quadro abaixo mostra exemplos de efeitos tóxicos dos quimioterápicos, 
conforme a época em que se manifestam após a aplicação. 
Precoces* 
(de 0 a 3 
dias) 
Imediatos 
(de 7 a 21 dias) 
Tardios 
(meses) 
Ultra-Tardios 
(meses ou anos) 
• Náuseas 
• Vômitos 
• Mal estar 
• Adinamia 
• Artralgias 
• Agitação 
• 
Exantemas 
• Flebites 
• Mielossupressão 
granulocitopenia 
plaquetopenia anemia 
• Mucosites 
• Cistite hemorrágica 
devida à ciclofosfamida 
• Imunossupressão 
• Potencialização dos 
efeitos das radiações 
devida à actinomicina 
D, à adriamicina e ao 5-
fluoruracil 
• Miocardiopatia 
devida aos 
antracícliclos e outros 
• Hiperpigmentação e 
esclerodermia 
causadas pela 
bleomicina 
• Alopecia 
• Pneumonite devida à 
bleomicina 
• Imunossupressão 
• Neurotoxidade 
causada pela 
vincristina,pela 
vimblastina e pela 
cisplatina 
• Nefrotoxidade devida 
à cisplatina 
• Infertilidade 
• Carcinogênese 
• Mutagênese 
• Distúrbio do 
crescimento em 
crianças 
• Seqüelas no 
sistema nervoso 
central 
• Fibrose/cirrose 
hepática devida 
ao metotrexato 
* Síndrome da toxicidade precoce (Delgado 1983) 
A cada dia, medicamentos novos são postos à disposição dos oncologistas 
visando à redução da toxicidade dos quimioterápicos (mesna, por exemplo), à 
manutenção da quimioterapia (fatores de crescimento hematopoético e 
antieméticos, por exemplo), e a intensificação dos quimioterápicos (ácido 
folínico, por exemplo). 
O transplante de medula óssea também tem permitido superar o problema da 
toxicidade hematológica da quimioterapia como fator limitante do tratamento, a 
par de consitutuir-se ele próprio em um método terapêutico de doenças 
hematológicas. 
É preciso salientar, porém, que a maioria desses medicamentos e métodos tem 
se mostrado inacessível à maioria dos pacientes, mais por seus custos do que 
por sua disponibilidade (comercial, institucional ou de doadores de órgãos); 
além do que eles também se acompanham de efeitos tardios ainda não 
totalmente conhecidos nem bem controlados. 
Critérios para aplicação da quimioterapia 
Para evitar os efeitos tóxicos intoleráveis dos quimioterápicos e que eles 
ponham em risco a vida dos pacientes, são obedecidos critérios para a 
indicação da quimioterapia. 
Esses critérios são variados e dependem das condições clínicas do paciente e 
das drogas selecionadas para o tratamento. 
A seguir, são listados alguns requisitos ideais para a aplicação da 
quimioterapia: 
Condições gerais do paciente: 
• menos de 10% de perda do peso corporal desde o início da doença; 
• ausência de contra-indicações clínicas para as drogas selecionadas; 
• ausência de infecção ou infecção presente, mas sob controle; 
• capacidade funcional correspondente aos três primeiros níveis, segundo os 
índices propostos por Zubrod e Karnofsky. 
Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina. (Os valores 
exigidos para aplicação da quimioterapia em crianças são menores.): 
Leucócitos > 4.000/mm³ 
Neutrófilos > 2.000/mm³ 
Plaquetas > 150.000/mm³ 
Hemoglobina > 10 g/dl 
Dosagens séricas: 
Uréia < 50 mg/dl 
Creatinina < 1,5 mg/dl 
Bilirrubina total < 3,0 mg/dl 
Ácido Úrico < 5,0 mg/dl 
Transferasses (transaminases) < 50 Ul/ml 
Ressalte-se que esses critérios não são rígidos, mas devem ser adaptados às 
características individuais do paciente e do tumor que o acomete. 
Avaliação da capacidade funcional 
Níveis 
Critérios 
ZUBROD KARNOFSKY 
0 100-90% Paciente assintomático ou com sintomas mínimos 
1 89-70% 
Paciente sintomático, mas com capacidade para o 
atendimento ambulatorial 
2 69-50% 
Paciente permanece no leito menos da metade do 
dia 
3 49-30% Paciente permanece no leito mais da metade do dia 
4 29-10% 
Paciente acamado, necessitando de cuidados 
constantes 
Resistência aos quimioterápicos 
A maior falha da quimioterapia antineoplásica é devida à resistência às drogas. 
Esta resistência ocorre ou porque as populações celulares desenvolvem nova 
codificação genética (mutação) ou porque são estimuladas a desenvolver tipos 
celulares resistentes ao serem expostas às drogas, o que lhes permite 
enveredar por vias metabólicas alternativas, através da síntese de novas 
enzimas. 
É também observada resistência nos casos em que o tratamento é 
descontinuado, quando a população tumoral é ainda sensível às drogas, em 
que a quimioterapia é aplicada a intervalos irregulares e em que doses 
inadequadas são administradas. 
A partir dos anos setenta, tem se detectado, em laboratório, um tipo de 
resistência cruzada apresentada por linhagens celulares, entre quimioterápicos 
diversos, cuja característica comum é serem derivados de produtos naturais. 
Este tipo de fenômeno passou a ser denominado "resistência a múltiplas 
drogas" e está relacionado à diminuição da concentração intracelular do 
quimioterápico e a presença de uma glicoproteína, ligada à membrana 
plasmática, a glicoproteína 170-P. 
É interessante deduzir-se que é possível reverter o mecanismo de resistência a 
partir do uso de compostos que inativem a glicoproteína 170-P. Alguns deles já 
são conhecidos, porém ainda encontram-se sob estudos clínicos. 
É necessário enfatizar a vantagem de iniciar-se a quimioterapia quando a 
população tumoral é pequena, a fração de crescimento é grande e a 
probabilidade de resistência por parte das células com potencial mutagênico é 
mínima. Estas são as condições ideais para se proceder à quimioterapia 
adjuvante. 
Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer 
Os agentes antineoplásicos mais empregados no tratamento do câncer incluem 
os alquilantes polifuncionais, os antimetabólitos, os antibióticos antitumorais, os 
inibidores mitóticos e outros. Novas drogas estão sendo permanentemente 
isoladas e aplicadas experimentalmente em modelos animais antes de serem 
usadas no homem. 
Alquilantes 
São compostos capazes de substituir em outra molécula um átomo de 
hidrogênio por um radical alquil. Eles se ligam ao ADN de modo a impedir a 
separação dos dois filamentos do ADN na dupla hélice espiralar, fenômeno 
este indispensável para a replicação. Os alquilantes afetam as células em 
todas as fases do ciclo celular de modo inespecífico. 
Apesar de efetivos como agentes isolados para inúmeras formas de câncer, 
eles raramente produzem efeito clínico ótimo sem a combinação com outros 
agentes fase-específicos do ciclo celular. As principais drogas empregadas 
dessa categoria incluem a mostarda nitrogenada, a mostarda fenil-alanina, a 
ciclofosfamida, o bussulfam, as nitrosuréias, a cisplatina e o seu análago 
carboplatina, e a ifosfamida. 
Antimetabólitos 
Os antimetabólitos afetam as células inibindo a biossíntese dos componentes 
essenciais do ADN e do ARN. Deste modo, impedem a multiplicação e função 
normais da célula. Esta inibição da biossíntese pode ser dirigida às purinas 
(como é a ação dos quimioterápicos 6-mercaptopurina e 6-tioguanina), à 
produção de ácido timidílico (5-fluoruracil e metotrexato) e a outras etapas da 
síntese de ácidos nucléicos (citosina-arabinosídeo C). Os antimetabólitos são 
particularmente ativos contra células que se encontram na fase de síntese do 
ciclo celular (fase S). A duração da vida das células tumorais suscetíveis 
determina a média de destruição destas células, as quais são impedidas de 
entrar em mitose pela ação dos agentes metabólicos que atuam na fase S. 
Como pode ser deduzido, as diferenças entre a cinética celular de cada tipo de 
tumor pode ter considerável efeito na clínica, tanto na indicação quanto no 
esquema de administração desses agentes. 
 Antibióticos 
São um grupo de substâncias com estrutura química variada que, embora 
interajam com o ADN e inibam a síntese deste ácido ou de proteínas, não 
atuam especificamente sobre uma determinada fase do ciclo celular. Apesar de 
apresentarem tal variação, possuem em comum anéis insaturados que 
permitem a incorporação de excesso de elétrons e a conseqüente produção de 
radicais livres reativos. Podem apresentar outro grupo funcional que lhes 
acrescenta novos mecanismos de ação, como alquilação (mitomicina C), 
inibição enzimática (actinomicina D e mitramicina) ou inibição da função do 
ADN por intercalação (bleomicina, daunorrubicina, actinomicina D e adriamicina 
e seus análogos mitroxantona e epirrubicina). Como todos os quimioterápicos, 
os antibióticos atuam tanto sobre as células normais como sobre as malignas. 
Por isso, tambémapresentam efeitos colaterais indesejáveis. 
Inibidores mitóticos 
Os inibidores mitóticos podem paralisar a mitose na metáfase, devido à sua 
ação sobre a proteína tubulina, formadora dos microtúbulos que constituem o 
fuso espiralar, pelo qual migram os cromossomos. Deste modo, os 
cromossomos, durante a metáfase, ficam impedidos de migrar, ocorrendo a 
interrupção da divisão celular. Esta função tem sido útil na "sincronização" das 
células quando os inibidores mitóticos são combinados com agentes 
específicos da fase S do ciclo. Devido ao seu modo de ação específico, os 
inibidores mitóticos devem ser associados a outros agentes para maior 
efetividade da quimioterapia. Neste grupo de drogas estão incluídos os 
alcalóides da vinca rósea (vincristina, vimblastina e vindesina) e os derivados 
da podofilotoxina (o VP-l6, etoposídeo; e o VM-26, teniposídeo). 
Outros agentes 
Algumas drogas não podem ser agrupadas em uma determinada classe de 
ação farmacológica. Entre elas, destacam-se a dacarbazina, indicada no 
tratamento do melanoma avançado, sarcomas de partes moles e linfomas; a 
procarbazina, cujo mecanismo de ação não foi ainda completamente explicado, 
e que é utilizada no tratamento da doença de Hodgkin; a L-asparaginase, que 
hidrolisa a L-asparagina e impede a síntese protéica, utilizada no tratamento da 
leucemia linfocítica aguda. 
É necessário ressaltar que a quimioterapia antineoplásica requer, por sua 
complexidade, profissional devidamente capacitado para a sua indicação e 
aplicação. 
Ela deve ser empregada e supervisionada por especialista bem treinado nas 
áreas da oncologia médica e/ou pediátrica e que disponha de condições físicas 
e materiais adequados para a sua administração. É necessário que o 
oncologista clínico mantenha-se atualizado com o constante lançamento, no 
mercado, de novas drogas para uso em oncologia. 
Ações de enfermagem 
Na prevenção: 
 Orientar sobre o perigo da exposição solar 
 Orientar sobre a alimentação balanceada 
 Orientar o auto-exame das mamas e pele 
 Orientar sobre os riscos do tabagismo 
 Orientar exames periódicos com profissionais de saúde. 
 Proteger-se das superfícies refletoras: areia, neve, concreto e água. Nestas 
condições, sentar-se à sombra não garante total proteção; 
 Ter cuidado especial com as crianças, pois sua pele é mais sensível. 
 Usar bloqueador solar, ensinando-as a se protegerem do sol; 
 Usar hidratantes, benéficos após exposição ao sol; 
 Evitar substâncias que possam aumentar a sensibilidade ao sol, como as 
existentes no limão, laranja e outros. 
 Ensino e orientação sobre a realização regular do auto-exame e realização do 
exame clínico de pele 
 Agendamento de pessoas de alto risco para consultas periódicas; 
 Encaminhamento para consulta médica caso seja observada qualquer lesão 
suspeita. 
No processo curativo: 
 Orientar sobre o tratamento quimioterápico e/ou radioterápico. 
 Buscar a parceria do cliente em seu tratamento. 
 Embasar-se cientificamente para atuar com segurança junto ao cliente. 
 Trabalhar em equipe. 
 Ser um ouvinte para os membros da família 
 Estabelecer uma relação de confiança com os membros da família. 
 Determinar a compreensão da família em relação às causas da doença. 
 Monitorar os sinais vitais; 
 Observar ferida operatória quanto ao sangramento, presença de sinais 
flogísticos, presença de área de tensão e integridade da sutura; 
 Instituir medidas que protejam e dêem conforto ao cliente; 
 Avaliar o nível de consciência e ansiedade do cliente; 
 Manter curativos de sítio operatório, jejunostomia, esofagostomia e drenos 
limpos e secos; 
 Avaliar e anotar quantidade e aspecto das drenagens. 
 Atentar para sangramento, presença de sinais flogísticos e realizar curativos 
dos ósteos dos drenos; 
 Reduzir ou eliminar os fatores causais do déficit de volume; 
 Observar presença, aspecto e quantidade dos vômitos, duração e 
suafreqüência e intervir com antieméticos prescritos; 
 Observar distensão gástrica; 
 Avaliar presença de enfisema subcutâneo na região cervical e torácica. 
 A mobilização e a deambulação precoce são importantes para a recuperação 
do paciente, pois favorece a drenagem, diminui os riscos de úlcera de pressão 
e infecções. O paciente deverá ser encaminhado ao banho de aspersão 
normalmente após 48h de pós-operatório. 
 O primeiro curativo deve ser feito pela enfermeira, para avaliação da ferida 
cirúrgica para o planejamento do cuidado. 
Principais intervenções de enfermagem 
 Manutenção de dispositivos para acesso venoso 
 Controle do Ambiente: Conforto 
 Administração de Analgésicos 
 Redução da Ansiedade 
 Ensino: processo de Doença 
 Controle da quimioterapia 
 Monitoração nutricional 
 Toque terapêutico 
 Controle de medicamentos 
 Controle hídrico 
 Interpretação de dados laboratoriais 
 Grupo de apoio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=82 - 10k acesso em 04 de março de 2018 às 23h 
www.oncomedoncologia.com.br/web/cancer/tipos/ - 9k acesso em 5 de março de 2018 às 13h 
Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed. rev. atual. - Rio de Janeiro: Pro-
Onco. 1993. 
Instituto Nacional de Câncer - Ministério da Saúde"Ações de Enfermagem para o Controle do Câncer", 
disponível em http://www.inca.gov.br/enfermagem/index.asp 
McCLOSKEY, Joanne e BULECHEK,Gloria M. Clasificação das Intervenções de \enfermagem (NIC). 4ª 
ed. Artemed. Porto Alegre. 2008.

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