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1 JENNIFER DELGADO FONTES MANEJO PARA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (PCD) E GRUPOS ESPECIAIS POSSIBILIDADES DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA Ambulatorial Sedação Anestesia Geral Hospitalar Domiciliar. AMBULATORIAL: - Convencional - Aparatos auxiliares - Condicionamento - Dessensibilização - Terapia do abraço: Consiste na contenção física da criança pelos braços ou abraço da própria mãe ou responsável. A criança é colocada sobre o colo da mãe em posição horizontal para tratamento. É uma forma de intervenção intrusiva cujo objetivo é reduzir o isolamento social, aumentar a comunicabilidade e desenvolver laços de união. É visto um melhor desenvolvimento em crianças autistas. O responsável deve continuar abraçando mesmo que a criança comece a se debater. - Estabilização protetora: física e\ou química. Contenção física: É feita com a utilização de faixas de pano, camisolas, coletes, ataduras, lençóis e entre outros artifícios. É fundamental que o tipo de abordagem física (com o auxílio dos pais, através de maca ou outros dispositivos), assim como o tipo de abordagem farmacológica (medicamento alopático ou sedação gasosa) estejam devidamente esclarecidos no consentimento. Também não podemos nos esquecer de dizer por quanto tempo será feito esse tipo de procedimento restritivo. A cada consulta devemos realizar um novo termo de consentimento único para cada situação. A contenção física vai desde uma leve colocação das mãos de um ajudante sobre as mãos da criança até o uso de acessórios para uma contenção efetiva do corpo, membros e cabeça do paciente. Indicações: Pacientes cujos movimentos involuntários, constantes e desordens impedem seu posicionamento na cadeira odontológica; Deficientes mentais profundas que não colaboram em virtude de seu precário estado mental; Paralíticos Cerebrais atetóides globais Preconiza-se esta técnica até os dez anos de idade, além dessa idade sua utilização é bastante dificultada, principalmente devido ao tamanho do paciente. IMPORTANTE: A contenção física não pode ser encarada como um castigo ou medida disciplinar. Para se evitar esse trauma, é preciso que expliquemos ao paciente e aos seus responsáveis o porquê da medida que iremos utilizar. A explicação deve ser detalhada e consciente. JAMAIS utilizar a frase “vamos amarrar a criança”, e sim “os movimentos involuntários da criança comprometem o êxito do tratamento, podendo ainda causar traumatismos como ferimentos no lábio e língua”, por exemplo. SEDAÇÃO: O controle de comportamento da PCD para tratamento odontológico através de técnicas farmacológicas não é o último recurso a ser usado, mas uma indicação precisa e segura quando necessário. A sedação elimina ou ameniza a ansiedade, o stress, o medo, controlando os movimentos incoordenados e de alguns deficientes mentais. Indicação: pacientes nervosos; Finalidade: promover alívio da tensão e relaxamento muscular. OBS: a sedação não elimina a dor. O uso da anestesia local é indispensável. Conceitos importantes: 2 JENNIFER DELGADO FONTES Analgesia: diminuição ou eliminação da dor Pré-medicação: medicação feita antes do procedimento Sedação consciente: depressão mínima ou moderada do nível de consciência, mantendo vias aéreas de forma independente e resposta aos estímulos físicos e verbais. Sedação profunda: depressão da consciência, a manutenção da via aérea de forma independente pode estar afetada. Anestesia geral: estado induzido de inconsciência, necessita de suporte para manter vias aéreas. Anestesia local: eliminação da sensação de dor em uma parte do corpo. Devemos nos informar junto ao médico assistente do paciente sobre as drogas de que o mesmo se utiliza. A posologia dos sedantes é variável de acordo com a droga empregada, tipo de excepcionalidade, idade e peso corporal do paciente. A sedação é o ato de acalmar ou serenar a ação de um indivíduo, órgão ou sistema. Uma sedação induzida por drogas pode levar a diferentes graus de consciência do indivíduo, porém os reflexos protetores estão presentes (ex: tosse). A sedação mínima2 (terminologia antiga: ansiólise) é um estado induzido por meio de uma droga (fármaco) no qual o paciente responde normalmente a comandos verbais, embora as funções cognitivas e de coordenação possam estar diminuídas. As funções cardiovasculares e ventilatórias não são comprometidas. O paciente responde normalmente a comandos verbais, embora as funções cognitivas e a coordenação possam ficar alteradas. Algumas crianças podem entrar em sedação moderada, apesar da intenção do dentista em obter apenas uma sedação mínima. Caso isso ocorra, deve ser aplicado o protocolo para sedação moderada (terminologia antiga: sedação consciente ou sedação/analgesia). A sedação moderada é o estado de depressão da consciência induzido por droga em que o paciente responde de maneira intencional a comandos verbais com ou sem leve estímulo tátil. Deve-se levar em consideração que a perda de consciência é improvável e também é um aspecto importante da própria definição de uma sedação moderada. As drogas e técnicas utilizadas devem ser conduzidas com ampla margem de segurança para que a perda de consciência não ocorra. Entretanto, é bom lembrar que um paciente que recebe sedação moderada pode evoluir para o estado de sedação profunda e diminuição da capacidade mental. Geralmente, quando o dentista recorre ao uso da sedação mínima essa não requer mais cuidados que a observação e a avaliação intermitente do nível de sedação da criança. Entretanto, o dentista deve ter a capacidade para reconhecer os vários níveis de sedação porque algumas vezes uma sedação mínima evolui para moderada. Por isso o profissional tem que ter a os meios e as habilidades necessárias para fornecer suporte cardiopulmonar quando necessário como no caso de realizar a ventilação com ambu e máscara para resgatar uma criança que se tornou apneica ou cujas vias aéreas foram obstruídas. Indicações : •Paciente com medo e/ou ansioso que não respondeu com sucesso às técnicas básicas de controle do comportamento; •paciente que não consegue cooperar com o tratamento odontológico devido à falta ou ao pequeno grau de desenvolvimento fisiológico ou emocional e/ou mental, psíquico ou incapacidade médica; •paciente no qual o uso da sedação pode proteger a sua psique e/ou reduzir riscos médicos. - Objetivos da Sedação Promover segurança e bem-estar ao paciente Minimizar desconforto físico e dor Controlar ansiedade Controlar comportamento Retornar o paciente para um estado de segurança ao final do procedimento. - Avaliação do Paciente Anormalidades nos sistemas Experiência anterior negativa com sedação ou anestesia geral Alergia a drogas e medicamentos em uso Momento e natureza da última ingesta oral Uso contínuo de tabaco, álcool ou outras drogas 3 JENNIFER DELGADO FONTES Exame físico: sinais vitais Exames laboratoriais. Segundo a AAPD,2 o paciente deve seguir os mesmos requisitos de jejum para uma anestesia geral antes de se submeter a uma intervenção com o uso de sedação. É permitido ingerir o medicamento de eleição para a sedação com uma pequena quantidade de água no dia do procedimento. Esses cuidados são tomados a fim de reduzir o risco de aspiração pulmonar pelo paciente. Características dos pacientes sob sedação -Respiração espontânea -Reflexos involuntários inalterados -Responde normalmente a comandos verbais -Responde a estímulos físicos RECOMENDAÇÕES: Pré-operatório: Pausa alimentar Transoperatório: Nível de consciência Ventilação pulmonar Oxigenação HemodinâmicaPós-operatório: Sinais vitais estáveis Paciente consciente com o mesmo nível funcional da pré-sedação DOCUMENTAÇÃO: IMPORTANTE DOCUMENTAR TODO O PROCEDIMENTO. Critérios para a liberação do paciente após a sedação medicamentosa •O responsável deve estar presente. •Função cardiovascular e a desobstrução das vias aéreas satisfatórias e estáveis; •O paciente é facilmente acordado e os reflexos protetores estão intactos; •O paciente pode falar (compatível com a sua idade); •O paciente pode se sentar sem auxílio (deve-se levar em consideração a idade do paciente); •Em casos de paciente com pouca idade ou com problemas de retardo mental, quando as respostas geralmente esperadas não serão as normalmente obtidas, o grau e responsividade pré-sedação devem ser o mais próximo possível do usual para uma criança normal; •O estado de hidratação do paciente deve estar adequado. Tipos de Sedação: Critérios de escolha: - Diagnóstico cuidadoso sobre a patologia principal - Condição médica - Considerar a real causa do impedimento da assistência ambulatorial - Medicamentosa Oral: permitido realizar em consultório, desde que o profissional esteja preparado para possíveis intercorrências - Medicamentosa venosa: permitido realizar apenas com a presença do médico anestesista. Óxido Nitroso: necessário realizar habilitação (Resolução CFO-32/2002). ÓXIDO NITROSO: A sedação inalatória pelo N2O/O2 é uma valiosa contribuição no tratamento dentário. Indicada para determinados pacientes excepcionais (físicos e/ou mentais), constitui um excelente meio de diminuir ou eliminar o medo, a apreensão e a ansiedade. Enquanto a sedação é obtida por um estado de atividade funcional reduzida, por depressão do SNC, a analgesia é representada por um estado de controle de dor, ou seja, um estado em que ocorre supressão de dor sem 4 JENNIFER DELGADO FONTES perda da cpnsciência. A analgesia é obtida pela inalação do óxido nitroso. Hoje em dia, o óxido nitroso é utilizado com a finalidade principal de sedação relaxante e não anestésica. Os objetivos do emprego dessa técnica são: •reduzir ou eliminar a ansiedade; •reduzir a reação aversiva ao tratamento odontológico e os movimentos inesperados e/ou bruscos; •aumentar a comunicação e a cooperação do paciente; •aumentar o limiar de dor do paciente; •aumentar a tolerância para consultas mais demoradas; •auxiliar no tratamento de pacientes com deficiências mentais/físicas ou com comprometimento médico; •reduzir o reflexo de vômito; •potencializar o efeito de sedativos. Na maioria dos casos podemos manter a sedação por um período médio de 2 a 3 horas sem prejuízo para o paciente, sendo indicada em todos os casos em que precisamos terminar o tratamento odontológico em uma única visita. Vantagens no uso do N2O/O2 Dentre as vantagens que a sedação por óxido nitroso e oxigênio oferece, podemos ressaltar as seguintes: •propicia rápida indução e reversibilidade; •ocasiona a diminuição do medo e da ansiedade; •produz certo grau de amnésia; •facilita a manutenção do paciente no estado desejável de analgesia; •mantém o paciente consciente e de posse de todos os reflexos; •não produz efeitos colaterais; •não requer ambiente hospitalar; •não exige uma equipe grande; •não necessita de preparo pré-operatório. A diferença fundamental entre anestesia geral e analgesia gasosa está em que nesta o paciente fica consciente e naquela, ele permanece inconsciente. Uma das grandes vantagens do uso do óxido nitroso na técnica de sedação gasosa é a sua fácil combinação e solubilidade nos fluidos do corpo humano. É, facilmente, absorvido como também eliminado. Contra-indicações: Obstrução das vias aéreas; Psicose; Gravidez; Alguns medicamentos; Pacientes classificados no grupo de risco 3-5 ASA; Técnica: Pré-oxigenação por 5 min; Fase de indução- dois minutos para cada acréscimo de 10% de óxido nitroso ate atingir a concentração de 40-50%; Fase de manutenção; Pós-oxigenação por 5 min (para total eliminação do óxido nitroso). ANESTESIA GERAL É um estado de inconsciência controlada, acompanhado de perda dos reflexos protetores, incluindo a habilidade de manter a passagem aérea independente e de responder à estimulação física ou comando verbal. Dessa forma ela só poderá ser realizada em ambiente hospitalar. O Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou, que pacientes a serem submetidos a anestesia geral para tratamento odontológico realizado por cirurgiões-dentistas somente poderão 5 JENNIFER DELGADO FONTES ser atendidos por médicos anestesiologistas quando a anestesia for realizada em ambiente hospitalar que disponha de indispensáveis condições de segurança comum a ambientes cirúrgicos. A anestesia geral pode ser induzida via intramuscular, endovenosa e por inalação de gases voláteis. Para procedimentos odontológicos, seja qual for a via de administração dos anestésicos, é empregada uma sonda para a intubação (rotina) com a finalidade de assegurar boa ventilação pulmonar do paciente. A ventilação pulmonar pode ser espontânea (assistida) ou controlada por aparelhos de ventilação (mecânica). O método mais utilizado em Odontologia é a anestesia geral com indução intravenosa e manutenção com misturas de gases anestésicos. Além dele, há os métodos de indução via muscular (pouco utilizado) e via respiratória (inalação). INDICAÇÕES - Condições de dor ou urgência em pacientes não colaboradores - Necessidades odontológicas acumuladas - Retardo mental severo ou profundo - Condições patológicas comprometendo a saúde geral do paciente; A anamnese fornece dados importantes para a indicação da anestesia geral. Os exames de laboratório para fins de tratamento dentário deverão ser solicitados para avaliação do estado geral do paciente, que pode ser classificado em dois tipos: o primeiro, de acordo com a classificação da ASA tipo 1 (sem problemas para anestesia), e com cirurgia programada; e o segundo, com cirurgias de emergência ou restritamente eletivas. Nos pacientes do primeiro grupo, como não há exiguidade de tempo, os exames complementares são solicitados de acordo com a necessidade e com antecedência. A rotina são exames hematológicos com tempo de coagulação (TC) e tempo de sangramento (TS) e hemograma completo. Na suspeita de diabetes, o teste hematológico de glicemia é de vital importância, principalmente se o tratamento dentário for de natureza cruenta. Na suspeita de algum problema cardíaco pulmonar, a radiografia de tórax e a eletrocardiografia são solicitados de imediato. Nos pacientes do segundo grupo, considerados emergenciais, os exames clínicos de laboratório ficam em segundo plano. Os politraumatizados faciais são atendidos em sala cirúrgica, e o mínimo que se solicita é uma tipagem sanguínea. O emprego da anestesia geral em crianças especiais é utilizada como técnica auxiliar ao tratamento odontopediátrico em ambiente hospitalar, em face da impossibilidade do tratamento em consultório convencional. Quando se suspende uma anestesia geral? Crianças em estado gripal, febril, bronquites, crises asmáticas, insuficiência cardíaca descompensada. Indica-se o período matinal como ideal, pois o jejum é obrigatório. ROTINAS HOSPITALARES Pré-operatórias Avaliação clínica e laboratorial do estado geral do paciente. Correção de patologias associadas presentes. Preparo pré-operatório imediato. Pós-operatórias Prescrição; Ficha operatória; Aguardar fim da anestesia; Encaminhar o paciente ao Centro de Recuperação Pós Anestésico(CRPA); Relatório de Alta. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR Procedimentos PreventivosCurativos Manutenção.
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