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Conhecendo a Psicologia da Gestalt Psicologia da Gestalt é uma perspectiva psicológica que enfatiza que a mente tende a perceber o todo e padrões unificados em vez de pedaços que compõem essas totalidades e padrões. Por exemplo, quando assistimos a um filme percebemos as imagens em movimento como um evento significativo, não uma sucessão de várias fotos estáticas. A escola Gestalt da psicologia é talvez mais conhecida pelo desenvolvimento de princípios de percepção visual que descrevem como nós organizamos partes visuais em um todo, por exemplo, como nós mentalmente separamos o primeiro plano e o fundo de uma imagem. È uma escola de pensamento que olha para a mente humana e o comportamento como um todo. Ao tentar entender o mundo que nos rodeia, a psicologia da Gestalt sugere que não nos concentramos simplesmente em cada componente pequeno. Em vez disso, nossas mentes tendem a perceber objetos como parte de um todo maior e como elementos de sistemas mais complexos. Esta escola de psicologia desempenhou um papel importante no desenvolvimento moderno do estudo da sensação e percepção humana. Uma Breve História da Psicologia Gestalt Gestalt, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma doutrina da psicologia baseada na ideia da compreensão da totalidade para que haja a percepção das partes. Gestalt é uma palavra de origem germânica, com uma tradução aproximada de “forma” ou “figura”. A teoria da Gestalt, também conhecida como Psicologia da Gestalt ou Psicologia da Boa Forma, faz parte dos estudos da percepção humana, que começaram a se desenvolver entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX. Os pioneiros desta doutrina e formuladores das Leis da Gestalt foram os psicólogos Kurt Koffka, Wolfgang Köhler e Max Wertheimer Originária da obra de Max Wertheimer, a psicologia da Gestalt foi formada em parte como resposta ao estruturalismo de Edward Titchener. Enquanto Wundt estava interessado em dividir as questões psicológicas em sua menor parte possível, os psicólogos da Gestalt estavam interessados em olhar para a mente e o comportamento como grandes sistemas. O princípio norteador do movimento da Gestalt era que o todo é maior do que a soma de suas partes. O desenvolvimento desta área da psicologia foi influenciado por um número de pensadores, incluindo Immanuel Kant, Ernst Mach, e Johann Wolfgang von Goethe. Sendo também influenciado em parte pelas observações de Wertheimer um dia em uma estação de trem. Ele comprou um estroboscópio de brinquedo que exibia imagens em uma sequência rápida para imitar movimento. Mais tarde, ele propôs o conceito do fenômeno Phi em que as luzes intermitentes em sequência podem levar ao que é conhecido como movimento aparente. Em outras palavras, percebemos movimento onde não há nenhum. Os filmes são um exemplo de movimento aparente, através de uma sequência de quadros fixos a ilusão de movimento é criada. “A ‘fórmula fundamental’ da teoria da Gestalt pode ser expressa dessa maneira, escreveu Max Wertheimer: “Há conjuntos, cujo comportamento não é determinado por seus elementos individuais, mas onde os processos parciais são determinados eles mesmos pela natureza intrínseca do todo. É a esperança da teoria da Gestalt determinar a natureza de tais conjuntos “(1924). A Psicologia da Gestalt também ajudou a introduzir a ideia de que a percepção humana não é apenas sobre ver o que está realmente presente no mundo ao nosso redor. Muito do que percebemos é fortemente influenciado por nossas motivações e expectativas. A fim de entender melhor como funciona a percepção humana, psicólogos da Gestalt propuseram uma série de leis de organização perceptual, incluindo: ● Lei da Semelhança: imagens similares tendem a se agruparem entre si, de acordo com a percepção da mente humana. ● Lei da Proximidade: elementos próximos tendem a se agrupar, formando imagens únicas. ● Lei da Continuidade: pontos que são conectados pelo formato de uma reta ou curva, transmitem a sensação de haver uma única linha que os ligam. ● Lei da Pregnância (Lei da Simplicidade): os elementos presentes em determinado ambiente são vistos da forma mais simples possível, isto para que haja a rápida assimilação do ambiente ou do elemento. ● Lei do Fechamento: elementos que aparentam se completar são interpretados como um objeto completo. ● Lei da Unidade (Lei da Unificação): espaços vazios de imagens abstratas são preenchidos instintivamente para que sejam compreendidas pela mente humana. Gestalt-Terapia É uma prática psicoterapêutica desenvolvida pelos teóricos e psicoterapeutas Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman, em meados do século XX. Inspirado na Psicologia da Gestalt, no Existencialismo, na Fenomenologia, na Teoria de Campo de Lewin, entre outras doutrinas, a Gestalt-terapia apresenta uma proposta mais “poética” da psicoterapia. A proposta deste modelo é associar práticas cognitivas com as emoções e sentimentos do paciente, para que ele possa enxergar novos meios de encarar as situações difíceis da vida. A terapia gestalt está dentro das chamadas terapias humanistas com influências da psicanálise e da filosofia oriental. Da mesma forma que o resto das terapias humanistas o seu modo de fazer psicoterapia não se concentra na “doença” e sim em gerar saúde a partir das potencialidades que a própria pessoa possui; Com o passar do tempo gestalt-terapia dividiu-se em duas correntes: A criada por Laura Perls focada em um processo mais teórico e a criada por Fritzs Perls focada no processo vivencial do próprio desenvolvimento pessoal. Conceitos básicos da Gestalt-terapia – Aqui e agora: a terapia Gestalt enfatiza muito o “aqui e agora”, o momento presente. Tudo que acontece é agora, já que o passado já não existe mais e o futuro ainda não é. O aqui (espacial) e o agora (temporal) são conceitos básicos vindos da filosofia oriental. Para a terapia Gestalt, eles significam, por sua vez maturação e crescimento, para que o indivíduo se faça responsável por si mesmo. – Atenção e aceitação da experiência: Prestar atenção à experiência tem uma profunda relação com o momento presente. A aceitação da experiência só pode acontecer tendo consciência do que se está vivendo. Atenção, para a terapia Gestalt, significa atender-se a si mesmo, identificando as emoções e sentimentos que se produzem em uma determinada situação, de tal forma que não haja escapatória daquilo que se experimenta. Se existe um medo, raiva, alegria ou rejeição, o primeiro passo é percebê-los (outro conceito chave na terapia Gestalt), para que assim possa existir a aceitação de viver aquilo que está acontecendo nesse momento preciso. Quando isto não ocorre, algo está sendo reprimido, e essa emoção ou sentimento fica entalado, provocando um grande mal-estar; podendo vir a se manifestar de forma psicossomática (o corpo sendo afetado por um processo psíquico original). – Responsabilidade: A responsabilidade na terapia Gestalt é básica. Procura-se constantemente que a pessoa que está em um processo de desenvolvimento pessoal se responsabilize pelo que faz, pelo que sente, e pelo que vive através da sua experiência, de tal forma que não culpe os outros ou o entorno pelo que acontece a cada momento. Uma vez que o indivíduo é capaz de ser responsável por si mesmo, ele se torna capaz, por sua vez, de mudar e tomar as rédeas da sua vida espontaneamente, potencializando todos os recursos dos quais dispõe para enfrentar as suas circunstâncias. “Ser responsável supõe estar presente, estar aqui. E estar verdadeiramente presente é estar consciente. Por sua vez, estar consciente é uma condição incompatível com a ilusão de irresponsabilidade por meio da qual evitamos viver nossas vidas”. – Claudio Naranjo– Os terapeutas gestálticos concebem o seu paciente como a pessoa que conta com um repertório de potencialidades suficiente para que possa superar qualquer adversidade e também suficiente para que possa explorar a sua própria felicidade. Considere que o seu paciente é um indivíduo capaz e completo, que pode fazer coisas difíceis sem que você as faça por ele, que pode encarar a dor e que esta não irá quebrá-lo, que pode tomar caminhos errados e aprender dos seus próprios erros. Respeite a sua capacidade de resiliência, respeite a sua capacidade de autogestão do mal-estar, respeite a sua parte sadia e adaptativa, seus recursos, e seu potencial humano. – Fritz Perls 1974 –
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