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Resumo expandido

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DESAFIO DA INTEGRAÇÃO DAS CORPORAÇÕES POLICIAIS E DO SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA BRASILEIRA
Guilherme Lombardi1; Ana Júlia Coelho Ferraro2
1Discente da Faculdade de Direito de Franca (FDF), Brodowski, São Paulo, lombardiguilherme@outlook.com.
2Discente da Faculdade de Direito de Franca (FDF), Franca, São Paulo, anajucferraro@gmail.com.
RESUMO
O Estado é por lei responsável por promover a segurança pública aos cidadãos. Entretanto, de acordo com os dados da “Agenda Segurança Pública É Solução”, em 2016 atingiu-se o maior número de homicídios da história do país, sendo 61.283 mortes violentas intencionais no ano. O índice tão elevado de mortes no país demonstra que os programas do governo para manter a população segura estão falhando, e que novas medidas devem ser tomadas. Devido a esse fato, fica evidente a importância das corporações policiais de sempre estarem em perfeita união, para que a população como um todo se sinta segura. Além do sistema unificado ser interesse de todo o povo, também é de interesse do judiciário, pois ocorrem casos como de alguém que comete algum crime em um extremo do país, e passa desapercebido por policiais em outro estado da federação, fazendo com que se torne uma preocupação constante, devida a impunidade daquele que cometeu o crime. 
Palavras – Chave: Seguridade; Unificado; Atualmente
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa demonstrar as falhas do atual sistema de segurança pública do Brasil, comparando com modelos de outros países e mostrando as melhorias que ainda precisam ser realizadas para que o país restabeleça a ordem e a segurança. A pesquisa foi realizada à luz da lei n°13.675 de 11 de junho de 2018 e do decreto n° 9.489 de 30 de agosto de 2018 visando explicar sobre a atual situação do país e quais as medidas o governo está adotando para que a criminalidade no Brasil diminua, e seus habitantes voltem a se sentir seguros. 	
METODOLOGIA
A metodologia utilizada é a bibliográfica e o método é dedutivo, realizados através de pesquisas: em livros, estatísticas e artigos científicos publicados sobre o tema. Para além disso, a pesquisa será de caráter exploratório, comparando modelos de combate à insegurança, de outros países, com o modelo adotado pelo Brasil e mostrando as melhorias que ainda precisam ser realizadas para que atinja tal finalidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em alguns países do globo existem um único tipo de polícia como são os casos da Dinamarca, Finlândia, Grécia, Japão, Suécia dentre tanto outros, porém, nos Estados Unidos, assim como no Brasil, há várias agências nacionais de policiamento. Nos Estados Unidos existem 1.600 agências policiais federais e autônomas, 12.300 departamentos de polícia municipal e de condado e 3.100 xerifados (pode ser comparado às guardas municipais que existem no Brasil) Além do mais, o modelo americano é descentralizado, as polícias são municipais como a de Nova York que tem cerca de 36 mil membros, ao contrário do Brasil, que a polícia é estadual, organizada e gerida pelos Estados, sendo a maior a Polícia Militar de São Paulo, com 89,7 mil membros. Ademais, a Brasil permite apenas a criação por lei de guardas municipais que auxiliam no patrulhamento do patrimônio público das cidades, garantindo o uso adequado de parques e áreas de preservação, e em sua maioria não possuem armamento.
Nos Estados Unidos há também a participação de civis na administração da polícia, em grande parte no controle de ocorrências telefônicas e consultas policiais, as quais são feitas por cidadãos comuns contratados pelo departamento policial de cada município, o que difere em grande parte do Brasil, é que que quando há alguma ocorrência, o policial militar recorre ao COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar) onde há um outro policial militar que faz toda a condução da ocorrência. A questão de grande importância que deve ser tratada é que parte considerável dos policiais formados no Brasil, não são destinados a atividade fim, que é o controle ostensivo e repressivo, pois, outra grande fatia fica a cargo da parte administrativa, diferentemente dos EUA que a totalidade é destinada para a atividade fim.
Ademais, nos EUA os policiais estaduais, para a manutenção da ordem pública, fazem o policiamento ostensivo em toda área de jurisdição do Estado. No mais, a polícia estadual coordena sua atuação com as polícias locais, a fim de complementar as atividades de segurança pública dos municípios e condados, quando os recursos locais não são suficientes utilizando de alta tecnologia para a comunicação de todos os entes federais, estaduais e municipais. No Brasil divide-se a polícia estadual em duas: militar e civil. A militar, como já é sabido, fica a cargo do policiamento ostensivo. A polícia civil, conhecida e tratada até mesmo em leituras acadêmicas como polícia judiciária, fica a cargo de responder ao poder judiciário, devido ao fato de que cumpre mandados de prisão, fazem investigações criminais (inquéritos) e perícias, portanto, conduzem toda a parte investigatória de interesse do Judiciário.
Porém, depende de cada estado da federação o controle e o gerenciamento de cada polícia e a sua constituição por meio de concurso público, o que difere da polícia federal, que é um ente da própria federação e depende de recursos que advém do governo federal. No entanto, o maior problema é a comunicação dentre as organizações policiais de cada estado e federal, segundo levantamento do instituto “Sou da Paz”, relata que maior parte dos estados não sabem quantos casos de homicídios ocorreram por ano, devido principalmente à limitações técnicas. Ao menos oito estados, segundo a pesquisa, relataram diversas dificuldades técnicas para o envio dos dados sobre denúncias criminais de homicídios dolosos, o fator principal foi a ausência de sistemas de armazenamento de dados integrados com as polícias e o poder judiciário, mas também, a falta de padronização desses dados, pois, segundo a pesquisa, diversos destes quando são computados estão incompletos, o que faz necessário uma análise processual de cada caso para quantificá-los.
A entidade pediu dados para os governos estaduais e para os Ministérios Públicos dos 27 estados da federação entre maio e junho deste ano e apenas conseguiu calcular um índice de esclarecimento de homicídios para 6 estados. São eles: Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia, São Paulo e Mato Grosso do Sul, como demonstra o gráfico abaixo:
Legenda: gráfico de esclarecimento de homicídios nos Estados que forneceram informações ao Instituto “Sou da Paz”
Nesse sentido, tais impasses fazem com que a polícia se torne ineficiente, pois, não encontra aparato de dados necessários para fazerem estudos e planejamentos sobre áreas de maiores ocorrências de tais delitos, isso também faz da polícia brasileira substancialmente menos eficiente que comparada com a de outros países, também pelo fato que a mesma não consegue concentrar esforços no combate da criminalidade. Nesse sentido, que houve a promulgação da lei nº13.675, de 11 de junho de 2018 e o decreto legislativo nº 9.489, de 30 de agosto de 2018, as quais disciplinam a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, criam a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS); e instituem o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), portanto, são tentativas como descritas anteriormente de integrar tais corporações.
Com a criação dessa lei os deputados tentam unificar, padronizar e integrar as ações das organizações policiais, assim como, dos entes que participam da segurança pública do Brasil, com esse intuito criaram o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), o qual foi criado pela Lei 12.681, de 04 de julho de 2012, o Sinesp tornou-se como um meio e instrumento para a implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) instituindo-se o Sistema Único de Segurança Pública(Susp).
Ademais, tais dados integrados pelos sistemas de informações e implementados pelo Ministério da Justiça são cruciais no trabalho diário de cada policial, pois, é possível ter conhecimento sobre antecedentes criminais, se o cidadão abordado consta alguma pendência com a justiça. Além do mais, há outros sistemas de comunicação, por exemplo, com os departamentos de trânsito de cada estado, para possíveis consultas de quaisquer irregularidades com os veículos dos cidadãos suspeitos. Assim, tais sistemas substancialmente auxiliam o judiciário, porquê evitam com que procurados, com mandados de prisão, passem despercebidos pela polícia em todo o país.
Além disso, deve haver ainda para o futuro, uma possível integração dos sistemas do judiciário brasileiro, para que assim, facilite além da vida dos polícias e delegados, também a dos advogados e juízes. Portanto, cabe ao Governo Brasileiro a cada dia aprimorar seus sistemas de informação e de segurança, para no futuro proporcionar subsídios aos policiais, a fim de, conduzirem com melhor forma trabalhos como: os de inteligência entre as corporações e o trabalho de todos os entes que participam da segurança pública.
CONCLUSÕES
Portanto, neste resumo expandido foi tratado a importância da integração das corporações policiais e de todos que participam da segurança pública da federação, foi demonstrado a comparação com outros países do globo. Ademais, de forma breve, foi relatado o problema de quantificação da criminalidade por cada estado, devido à falta de sistemas que auxiliem nessa contabilização. Além disso, foi tratado o problema que é a integração dos estados e municípios. Por fim, foi demonstrado a lei que criou programas para melhorar a comunicação dentre esses órgãos. Ademais, foi analisado e sugerido o prospecto para o futuro, que é o aprimoramento de tais programas e sistemas de informação como no caso de uso da avançada tecnologia de rastreamento e monitoramento, os drones como exemplo, se tornaram uma ferramente muito viável e poderosa que pode ser utilizada nos dias de hoje, algumas operações já fazem uso desse intrumento de forma ainda muito restrita, alguns desses drones são equipados com câmeras de alta resolução e grande amplitude de aproximamento de imagens, lentes extremamente potentes ao ponto de captarem placas de automóveis até rostos de pessoas, é necessário ampliar o banco de dados, assim como, a justiça eleitoral fez nos últimos anos ação que é o cadastro biométrico da população o sistema que compõe a segurança pública necessitaria de sobremanera tais dados.
Nesse sentido, é necessário uma ampliação do banco de dados para armazenar tais informações como: digitais, fotos, antecedentes criminais e demais dados que necessitem de armazenamento. Ademais, seria ideal ampliar o uso de câmeras móveis nas viaturas de todo o país, pois, a mesma é de suma importância tanto para a proteção do policial quanto do cidadão que está sendo abordado, algo que interessa tanto às corporações policias, quanto a justiça que pode fazer uso de tais imagens como provas que podem ser utilizadas em processos judiciais.
REFERÊNCIAS
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VELASCO, Clara. Apenas seis estados do país disponibilizam dados sobre esclarecimento de homicídios, revela estudo. G1, 28 nov. 2017. Disponível em<https://g1.globo.com/politica/noticia/apenas-seis-estados-do-pais-disponibilizam-dados-sobre-esclarecimento-de-homicidios-revela-estudo.ghtml>
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GOVERNO FEDERAL, Ministério da Justiça e Segurança Pública. SINESP. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/sinesp-1>
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Legislação. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13675-11-junho-2018-786843-publicacaooriginal-155823-pl.html>
PRESIDENTE DA REPÚBLICA.  Decreto nº 9.489, de 30 de agosto de 2018. Jusbrasil. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/619961547/decreto-9489-18>
AGENDA, Segurança Pública é Solução. IGARAPÉ. ORG, 2019. Disponível em: <https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2019/03/Agenda-Seguranca-publica-e-solucao-completa-2018.pdf>,
BENITES, Afonso. Desafios da segurança: integrar as polícias e os dados criminais. El País, São Paulo, 18 mar. 2015. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/18/politica/1426712281_669624.html

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