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Ato Falho

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FACULDADE ANHANGUERA DE CAXIAS DO SUL
KARINE DE OLIVEIRA SILVA, JÉSSICA BEVILACQUA, SAMARA PALMA
TRABALHO DE PSICANÁLISE
Caxias Do Sul/RS
2019
AS SUTILEZAS DE UM ATO FALHO
Freud explicou o ato falho através de uma situação da qual passou, onde ele mesmo iria escrever uma carta e dar uma pedra de presente para uma pessoa. Entretanto, durante a escrita da carta, percebeu ter escrito a mesma palavra duas vezes, não satisfeito com a repetição de palavras, resolveu trocá-la para que não ficasse esteticamente comprometida. Nesse momento, fazendo já a autoanálise, pensa que eliminando a palavra repetida, eliminou-se também a perturbação da repetição.
Mas, desconfiado de sua autoanálise (sentindo estar incompleta) em segundo momento, resolveu contar essa pequena análise para sua filha Ana Freud, e a mesma afirmou que provavelmente não seria a repetição da palavra que fez com que ele ficasse perturbado, mas que na realidade o mesmo presente já teria sido entregue numa data anterior a mesma pessoa.
E nesse momento que Freud pensou: “Por que essa objeção deveria ser oculta ou disfarçada? Logo vi por quê. Não tinha nenhuma vontade de me desfazer da pedra, ou seja, a ideia de falha ou lapso de linguagem provém do desejo, no caso, o desejo de ficar com a pedra.
Por fim, concluímos que falha da linguagem se dá por via do desejo inconsciente, não trocamos as palavras somente por erro ou por ser semelhante em grafia, e, sobretudo para que surjam os atos falhos precisamos estar em uma situação propícia para eles. Esse mecanismo, também conhecido como parapraxia, 
Em português utilizamos o ato falho para designar erros de linguagem (escrita, fala, leitura), erros de memória (esquecimentos) e erros de comportamento (tropeçar, cair, quebra, etc) que são formações de compromisso entre inconsciente e o consciente. Tais erros não são apenas erros, falhas sem significado. Se investigarmos o porquê de acontecerem, veremos que por outro ponto de vista o erro é um acerto. Um ato falho foi sem querer (conscientemente falando) mas também foi querendo (inconscientemente).
 O ato falho surge de uma verdade instalada no inconsciente
Vejamos um exemplo: Uma pessoa perde seu cãozinho de estimação, porém este cãozinho era muito peralta e desobediente e ela sempre reclamava por ele ser assim. Ela o amava muito. Inconsolada ela fala que não quer mais nenhum cãozinho para que não se apegue e sofra novamente. Entretanto, passa uns dias e ela ganha outro de alguém que tenta confortá-la pela perda do outro.
Ela fica contente com a possibilidade de ter um novo amiguinho e coloca logo um novo nome, mas erra chamando-o pelo nome do que já morreu. O novo cãozinho é mais obediente e até adestrado, mas ela reclama dele, ou seja, ela não queria um novo cãozinho porque ainda não havia superado a perda do outro.
Assim, ela chama sempre o novo cãozinho pelo nome do antigo, porque, na verdade, ela queria que aquele cãozinho fosse o que morreu e por isto também o trata implicando com ele como se fosse o outro mesmo o novo sendo mais comportado.
A mente humana é muito protetora
Muito interessante descobrir que quando estamos falhando na verdade estamos acertando. Descobrir que nossa mente age de maneira tão protetora conosco é algo surpreendente!
Através do ato falho, pode-se descobrir muitas coisas. Podemos tirar o porquê de a esposa insistir em chamar o atual cônjuge pelo nome do ex marido, mesmo ela dizendo ao atual esposo que esqueceu o ex parceiro. Mas certamente o objeto dos atos falhos estão em nosso inconsciente.
Falhas significativas
Então agora que ela detectou a falha, ele pode então se tornar um acerto. Descobrir que os atos falhos na verdade são acertos, faz toda diferença. Em vez de ficarmos nos culpando pelas falhas que cometemos, vamos encontrar uma chave para este ato falho. Teremos assim a solução para nossos problemas familiares, profissionais e sociais.
É como disse Freud “Tais erros não são apenas erros, não são falhas sem significado. Se investigarmos o porquê de acontecerem, veremos que – por um outro ponto de vista – o erro é um acerto”.
Averiguamos então que atos falhos são na verdade desejos inconscientes e que se atentarmos para eles, encontraremos a solução para muitos problemas.
Assim eles deixarão de serem falhos para ser somente coisas que gostaríamos de fazer mesmo que de forma inconsciente. Se não fosse Freud fazer esta fantástica descoberta, talvez muitos viveriam oprimidos e angustiados com estes atos falhos sem se quer saber ou imaginar que eles seriam a cura para arrumarmos a bagunça do nosso inconsciente.
Os atos falhos mostrarão os desejos recalcados no inconsciente
Em suma, podemos afirmar sem medo que os atos falhos serão nossos acertos ou são nossos acertos, que a busca em achar a solução para muitos problemas são observar e atentar para os nossos atos falhos.
Esses atos a chave para muitas questões que ficaram mal resolvidas dentro de nós e que muitas das vezes tentamos mascarar de alguma forma, tentando provar a nós mesmos que está tudo bem.
Mas se atentarmos para os atos falhos, eles nos revelarão e certamente dirão o contrário de estar tudo bem. É preciso dar atenção aos atos falhos pois deles virão os ajustes o acerto necessário.
REFERÊNCIAS
Referências bibliográficas
 https://www.psicanaliseclinica.com/atos-falhos/acesso em 29/09/19 20:26

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