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Caso 3 - Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 
 
Caso Concreto 3 
Descrição Caso Concreto: José está inscrito em concurso público para o cargo de assistente 
administrativo da Administração Pública direta do Estado de Roraima. Após a realização das 
provas, ele foi aprovado para a fase final do certame, que previa, além da apresentação de 
documentos, exames médicos e psicológicos. A lista dos candidatos aprovados e o prazo 
para a apresentação dos documentos pessoais e para a realização dos exames médicos e 
psicológicos foram publicados no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado de Roraima 
após 1 (um) ano da realização das provas; assim como foram veiculados através do site da 
Internet da Administração Pública direta do Estado, tal como previsto no respectivo edital 
do concurso. Entretanto, José reside em município localizado no interior do Estado de 
Roraima, onde não circula o Diário Oficial e que, por questões geográficas, não é provido de 
Internet. Por tais razões, José perde os prazos para o cumprimento da apresentação de 
documentos e dos exames médicos e psicológicos e só toma conhecimento da situação 
quando resolve entrar em contato telefônico com a secretaria do concurso. Insatisfeito, José 
procura um advogado para ingressar com um Mandado de Segurança contra a ausência de 
intimação específica e pessoal quando de sua aprovação e dos prazos pertinentes à fase final 
do concurso. Na qualidade de advogado de José, indique os argumentos jurídicos a serem 
utilizados nessa ação judicial. 
 
 
1.Da ilegalidade do ato 
A ilegalidade no caso in concreto configura-se pela violação aos princípios 
da publicidade, razoabilidade e igualdade. Portanto, amolda-se à previsão de 
ilegalidade do Mandado de Segurança (art. 5°, LXIX, Crfb/1988 e lei n.° 
12.016/2009). 
Prima facie, a convocação dos candidatos fulmina o princípio da igualdade. 
Tendo em vista que o fato de o Impetrante ser domiciliado em local desprovido de 
acesso a tecnologia e comunicações rápidas, configura distinção e prejuízo em razão 
da localização geográfica. Distinção esta que é claramente vedada pela Constituição 
pátria: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes:”(Grifou-se) 
 
A referida desigualdade deu-se em virtude de publicidade ineficaz e 
irrazobilidade na execução do concurso público. 
Evita-se a ineficácia da publicidade por meio da convocação pessoal. Pois 
regra editalícia de publicação exclusivamente por Diário Oficial e endereço eletrônico 
não deve prosperar frente ao direito constitucional de igualdade. 
Por fim, é irrazoável a exigência de que o impetrante efetue a leitura diária 
do Diário Oficial do Estado(DOE), por prazo superior a 1 (um) ano, sobretudo 
quando reside em município em que não há circulação do DOE e que não dispõe de 
acesso à Internet. 
Nesse sentido, há jurisprudência pátria: 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CONSTITUCIONAL E 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
CONCURSO PÚBLICO. CARGO DE ASSISTENTE TÉCNICO DE 
EDUCAÇÃO BÁSICA / ATB. EDITAL SEPLAG/SEE Nº 01/2011. 
ATO CONVOCATÓRIO PARA NOMEAÇÃO APENAS NO 
DIÁRIO OFICIAL. NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO 
PESSOAL. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA 
RAZOABILIDADE E DA PUBLICIDADE. 
- Apesar de o edital do concurso conter previsão no sentido de que as 
comunicações realizadas aos candidatos devem ser realizadas através da 
Imprensa Oficial, escapa à razoabilidade exigir que aquele aprovado no 
certame acompanhe, diariamente, o Diário Oficial, por longo lapso 
temporal, sob pena de violação aos princípios da razoabilidade e da 
própria publicidade. (TJMG - Apelação Cível 1.0251.15.003748-8/001, 
Relator(a): Des.(a) Washington Ferreira , 1ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 30/04/2019, publicação da súmula em 07/05/2019) 
:”(Grifou-se) 
 
 
 
2. Do direito líquido e certo 
 
Tendo em vista meio de comunicação da lista dos aprovados é ineficaz e 
viola o direito constitucional à igualdade, o Impetrante faz jus que o ato da autoridade 
coatora seja anulado, abertura de novo prazo para que realize o cumprimento da 
segunda fase do referido concurso.