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MANDADO DE SEGURANÇA - modelo

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AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: A competência em MS é fixada de acordo com Autoridade Coatora.- STF: Art. 102, I, d, da CRFB/1988;- STJ: Art. 105, I, b, da CRFB/1988;- TRF: Art. 108, I, c, da CRFB/1988;- Juiz Federal: Art. 109, VIII, da CRFB/1988; Art. 2º, Lei nº 12.016/2009;- TJ: Art. 125, § 1º, da CRFB/1988 + Constituição Estadual;- Juiz Estadual: Art. 125, § 1º, da CRFB/1988 + Constituição Estadual;- Justiça do Trabalho: Art. 114, IV, da CRFB/1988.
PERNALONGA DOS SANTOS, brasileiro, casado, vendedor comerciante, portador do RG nº 123.456 SSP-SP, inscrito no CPF nº 123.456.789-00, endereço eletrônico em nota de rodapé[footnoteRef:1], residente e domiciliado à Rua dos Italianos, 260 - Bom Retiro, São Paulo, SP, CEP 01.131-000, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório localizado no St. de Habitações Individuais Sul QI 7 – Brasília, DF, CEP 71.615-330, endereço que indica para os fins do art. 77, inciso V, do Código de Processo Civil de 2015, com fundamento no art. 5º, inciso LXIX, da Constituição da República Federativa Brasileira de 1988, c/c o art. 1º e ss. da Lei nº 12.016/2009, vem impetrar o presente [1: pernalonga@gmail.com] 
MANDADO DE SEGURANÇA REPRESSIVO
COM PEDIDO LIMINAR
contra ato ilegal e abusivo do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – SP, na pessoa do senhor PATOLINO DA SILVA, com endereço profissional em Prefeitura Municipal de São Paulo Viaduto do Cha, 15 – Centro, CEP 01002-020, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir dispostos.	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: No MS, verificar quem proferiu a decisão e quem tem poderes legais com competência sobre o ato impugnado. Atentar aos reflexos da autoridade coatora, tais como foro privilegiado e competência territorial (Art. 1º, § 1º, Lei 12.016/2009).
1. DA SÍNTESE DOS FATOS
O Impetrante fez inscrição no concurso público da Prefeitura de São Paulo – SP, para o cargo de Assistente Administrativo e realizou a prova objetiva e discursiva no dia 15/06/2019, sendo classificado em 2º (segundo) lugar, para o qual estavam previstas 02 (duas) vagas, tudo em conformidade com o Edital nº 01/2019, cujo resultado foi homologado em 15/12/2019.
Ocorre que, segundo informações colhidas de servidor efetivo do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura deste município, em 15/03/2021, a administração pública não pretende prorrogar o prazo de validade do certame por mais dois anos.
Além disso, informaram que as duas vagas para o referido cargo foram preenchidas em 02/02/2021 pelo senhor FRAJOLA DA SILVA e o senhor GAGUINHO DA SILVA, nomeados pelo Excelentíssimo Prefeito PATOLINO DA SILVA, conhecidamente seus filhos, que não prestaram o mencionado concurso público, mas passaram a ocupar os cargos públicos de Assistente Administrativo da Prefeitura de São Paulo pela via da contratação temporária para “atendimento a excepcional interesse público”.
Após ciência destes fatos, o impetrante peticionou requerimento administrativo, em 1º/04/2021, cuja cópia consta anexa aos autos, solicitando informações à cerca dos fatos expostos e providências para correção do ato administrativo ilegal, o qual não foi atendido dentro do prazo legal.
2. DAS PRELIMINARES
2.1. DO CABIMENTO
Diante da inequívoca ilegalidade do ato administrativo que proveu os cargos de Assistente Administrativo da Prefeitura, deveria a própria Administração Pública rever seus atos, conforme Súmula 473 do STF[footnoteRef:2], o que, apesar de ser lhe dada a oportunidade para tanto, negou o pedido do Impetrante. [2: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.] 
Todavia, diante da sua inércia, e por força do princípio da inafastabilidade da jurisdição, cabe ao Poder Judiciário a revisão dos atos administrativos quando eivados de ilegalidade ou abuso de poder.
Nesse sentido, o artigo 5º, LXIX, da CRFB/1988 e o art. 1º da Lei nº 12.016/2009 estabelecem que:
Art. 5º [...] LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Ademais, o caso em concreto não incorre nas hipóteses de não cabimento do presente remédio constitucional – art. 1º, § 2º, e art. 5º, da Lei nº 12.016/2009; Súmula 267/STF.	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. (Art. 1º, § 2º, Lei nº 12.016/2009)  (Vide ADIN 4296)Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. (Art. 5º, Lei nº 12.016/2009).Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. (Súmula 267, STF)
2.2. DA TEMPESTIVIDADE	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. (Art. 23. Lei nº 12.016/2009) (Vide ADIN 4296)
Nos termos do art. 23 da Lei nº 12.016/2009, o direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Assim, é tempestivo o presente mandamus, uma vez que o ato ilegal ocorreu em 02/02/2021 e o impetrante teve ciência do referido ato em 15/03/2021, suspendendo, portanto, o prazo decadencial e a preclusão do direito do autor com a impetração do presente remédio constitucional.
3. DO DIREITO
3.1. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO
Acerca do direito líquido e certo, o saudoso doutrinador Hely Lopes Meirelles[footnoteRef:3] ensina que: [3: MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança. 23. ed. São Paulo: Malheiros, p. 32/33.] 
Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado, para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se sua existência for duvidosa; se sua extensão não estiver delimitada; se seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais.
E no tocante às provas pré-constituídas que objetivam demonstrar a certeza e a liquidez do direito, ensina o mesmo doutrinador:
As provas tendentes a demonstrar a liquidez e certeza do direito podem ser de todas as modalidades admitidas em lei, desde que acompanhem a inicial, salvo no caso de documento em poder do impetrado (art. 6º, parágrafo único) ou superveniente às informações.
A Constituição Federal de 1988 determina que o acesso a cargos ou empregos públicos dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, sendo o candidato aprovado convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, conforme consta em seu art. 37, in verbis:
Art. 37. A administração públicadireta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
Importa ressaltar que, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital possui direito subjetivo à nomeação, isto é, havendo necessidade do serviço e intensão da Administração Pública em contratar pessoal, o cargo vago deve ser provido, obrigatoriamente, pelos candidatos aprovados em concurso público, respeitando a ordem de classificação:
O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital possui direito subjetivo à nomeação. [STF, Tese definida no RE 598.099, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 10-8-2011, DJE 189 de 3-10-2011, Tema 161]
Súmula 15/STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.
Desse modo, o impetrante possui direito subjetivo à nomeação, uma vez que foi aprovado dentro do número de vagas previstas no edital em questão, isto é, classificado em 2º (segundo) lugar para o cargo de Assistente Administrativo da Prefeitura que previa 2 (duas) vagas imediatas.
3.2. DA ILEGALIDADE NO PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS
No tocante ao provimento de ambos os cargos de Assistente Administrativo da Prefeitura de São Paulo por meio de contratação temporária, a Suprema Corte possui sólido entendimento no sentido de que o provimento precário de cargo público vago caracteriza a preterição do candidato aprovado em concurso público quando comprovada a necessidade do serviço e a existência de vaga.
Nesse sentido, a jurisprudência do STF:
EMENTA: Agravo Regimental no Agravo de Instrumento. Administrativo. Concurso Público. Nomeação de comissionados. Preterição de candidata aprovada em concurso público. Direito à nomeação. Precedentes.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que comprovada a necessidade do serviço e a existência de vaga, sendo essa preenchida, ainda que precariamente, fica caracterizada a preterição do candidato aprovado em concurso público.
2. Agravo regimental não provido.
[STF, AgR. no AI 777569 GO. Relator Min. Dias Toffoli. Órgão Julgador: Primeira Turma. DJ: 7/2/2012. DJe: 16/3/2012].
Assim, havendo disponibilidade de cargos e a necessidade de seu preenchimento, o que se prova com a existência de contratos temporários celebrados pelo Prefeito para ocupação desses cargos, os candidatos classificados em concurso público possuem absoluta prioridade sobre os referidos contratados, sob pena de serem preteridos da ordem classificatória do concurso.
Cabe salientar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do Recurso Especial nº 837.311, em sede de repercussão geral, firmou as balizas sobre o tema do direito subjetivo à nomeação em concursos públicos, conforme transcrição a seguir:
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses:
I – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
II – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;
III – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. [Tese definida no RE 837.311, rel. min. Luiz Fux, P, j. 9-12-2015, DJE 72 de 18-4-2016, Tema 784.]
Desse modo, conforme narrativa acima colacionada, resta perfeitamente evidenciado o direito líquido e certo do impetrante, afinal, trata-se de clara inobservância dos preceitos constitucionais e legais, pois a autoridade coatora mantém contratado, de forma arbitrária e precária, pessoas não concursadas para os cargos de Assistente Administrativo da Prefeitura, em detrimento da nomeação dos classificados no concurso ora discutido.
3.3. DA VIOLAÇÃO AO DIREITO DE PETIÇÃO
O Direito de Petição decorre do Estado Democrático de Direito, com previsão no art. 5º, XXXIV, a, da CRFB/1988, e tem por finalidade propiciar ao cidadão a defesa dos seus direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder por parte de autoridade pública, in verbis:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Com efeito, o direito de petição possui eficácia constitucional, obrigando as autoridades públicas endereçadas ao recebimento, ao exame e, se necessário for, à resposta em prazo razoável, sob pena de configurar-se violação ao direito líquido e certo do peticionário, sanável por intermédio de mandado de segurança.
Sobre o referido tema, importante recordar as lições do ilustre doutrinador Alexandre de Moraes[footnoteRef:4]: [4: MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 11. ed. São Paulo: Atlas, pp. 190/191.] 
Pode ser definido como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos sobre uma questão ou uma situação. [...].
O direito em análise constitui uma prerrogativa democrática, de caráter essencialmente informal, apesar de sua forma escrita, e independe de pagamento de taxas. Dessa forma, como instrumento de participação político-fiscalizatório dos negócios do Estado, que tem por finalidade a defesa da legalidade constitucional e do interesse público geral, seu exercício está desvinculado da comprovação da existência de qualquer lesão a interesses próprios do peticionário.
Deste modo, estando patente a omissão da autoridade impetrada, visto que o Prefeito do Município de São Paulo deixou de se pronunciar acerca do pedido do impetrante e, ainda, estando correta e adequada a providência eleita para conduzir sua pretensão, entende-se que outra não pode ser a solução para o caso que ora se examina a não ser a concessão do mandamus, para cessar a ilegalidade do ato administrativo que viola direito líquido e certo do impetrante.
4. DO PEDIDO LIMINAR
A Lei nº 12.016/2009, ao dispor sobre a tutela de urgência, previu claramente o cabimento do pedido liminar, com caráter cautelar, ao dispor sobre a possibilidade de suspensão do ato coator sempre que “houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica” (art. 7º, III).
No presente caso, os referidos requisitos restam perfeitamente demonstrados. 
O fundamento relevante – fumus boni iuris – reside nos argumentos de fato e de direito apresentados e comprovados em documentação anexa,em especial, a aprovação do candidato dentro das vagas previstas no concurso público e o provimento das vagas de modo precário e arbitrário.
O risco ao resultado útil do processo – periculum in mora – encontra-se demonstrado no presente caso, tendo em vista que o prazo de validade do concurso encerrará em breve e a Administração Pública não pretende prorrogar o referido prazo.
Ademais, insta consignar sobre a reversibilidade da medida, de modo que o seu deferimento não confere qualquer risco, prejuízo ou possua algum reflexo irreversível, à parte contrária ou a terceiros de boa-fé.
5. DA JUSTIÇA GRATUITA
A assistência judiciária gratuita é assegurada por lei, conforme o art. 5º, LXXIV, da CRFB/1988, que dispõe que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Observando o elencado, assistência judiciária é garantia constitucional.
Embora assistido por advogado particular, o requerente atualmente é Vendedor de Comércio Varejista e recebe apenas 1 (um) salário mínimo, tendo sob sua responsabilidade a manutenção própria e de sua família, não pode arcar com as despesas processuais sem prejuízo da renda familiar mensal.
Para tal benefício, o impetrante junta CTPS, comprovante de renda e declaração de hipossuficiência, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judiciais sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do art. 99 do CPC/2015:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
[...]
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.
Com efeito, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Impetrante ao benefício da gratuidade de justiça. Nesse sentido têm se manifestado os Tribunais:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. JUSTIÇA GRATUITA. Assistência judiciária indeferida. Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais. Decisão reformada. Recurso provido. (TJSP. Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.260000. Relatora: Maria Laura Tavares. Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público. Data de julgamento: 23/05/2019. Data de Registro: 23/05/2019).
Importa ressaltar que a lei não exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente a “insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios” (art. 98, CPC/2015), conforme destaca a doutrina do professor Fredie Didier Jr.[footnoteRef:5]: [5: DIDIER JR, Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora Juspodivm, 2016. p. 60.] 
“Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda mensal seja merecedora do benefício, e que também o seja aquele sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo”.
Por tais razões, com fundamento no art. 5º, LXXIV, da CRFB/1988, e no art. 98 do CPC/2015, requer que seja deferida a gratuidade de justiça ao Impetrante. 
6. DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, estando caracterizada a ilegalidade do ato ora atacado e o abuso de poder praticado pela Autoridade Coatora, em flagrante transgressão aos princípios constitucionais e em evidente violação de direito líquido e certo do Impetrante, atendendo ao princípio constitucional do controle judicial dos atos administrativos, requer desse juízo que receba o presente mandado de segurança, com o objetivo de:	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: CPC/2015, Art. 319. A petição inicial indicará: IV - o pedido com as suas especificações;
a) Conceder a medida cautelar, para suspender os efeitos do ato administrativo impugnado, os provimentos precários, e nomear e dar posse ao Impetrante no cargo de Assistente Administrativo, até julgamento definitivo do presente remédio constitucional;
b) Conceder os benefícios da justiça gratuita ao Impetrante, por se declarar hipossuficiente no sentido jurídico do termo;
c) Declarar a ilegalidade das contratações diretas por tempo determinado;
d) Declarar a ilegalidade da omissão na resposta ao requerimento administrativo interposto pelo impetrante;
e) Citar a Autoridade Coatora na pessoa do Prefeito Municipal, senhor PATOLINO DA SILVA, por todo conteúdo desta, nos termos do art. 7º, I, da Lei 12.016/2016/2009. 	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
f) A notificação da Autoridade Coatora para que apresente todos os documentos em sua posse necessários para a solução da presente lide, conforme o art. 6º, § 1º, da Lei 12.016/2009;
g) Intimação do representante do Ministério Público, para se manifestar sobre a ciência e providências no feio, conforme art. 12 da Lei nº 12.016/2009;	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
h) Intimação do órgão representativo da pessoa jurídica de direito público interessada, nos termos do art. 7º, II da Lei nº 12.016/2009;	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
i) Intimar o litisconsorte necessário, qual seja, o 1º colocado no certame para, querendo, ingressar no presente feito;	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: “Deve o Impetrante, pois, sempre ter o cuidado de requerer a citação, como litisconsorte necessário, daquele que sofrerá com os efeitos negativos da segurança, visto que se assim não ocorrer se constatará o ferimento ao princípio constitucional do contraditório, dando azo à anulação da decisão ou decisões proferidas no curso do mandamus” (KIPPEL, Rodrigo. NEFFA JÚNIOR, José Antônio. Comentários à lei do mandado de segurança. Lumen Juris, 2010. P. 120).
j) Juntar os documentos probatórios anexos, conforme art. 320 d0 CPC/2015;	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Art. 320, do CPC/2015: A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações. (Art. 434, CPC/2015), uma vez que não se admite a dilação probatória em sede de Mandado de Segurança (REsp. 1684467), exceto aqueles documentos inacessíveis em repartição pública, os quais devem ser solicitados na inicial (Art. 6º, § 1º, Lei nº 12.016/2009).
k) Condenar o Impetrado em custas processuais, conforme art. 84 do CPC/2015;	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: CPC/2015, Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização deviagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha.
l) Ao final, julgar procedente o presente mandamus, concedendo a imediata convocação e nomeação do Impetrante PERNALONGA DOS SANTOS, para o cargo de Assistente Administrativo da Prefeitura de São Paulo;
Dá-se à causa o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) para fins procedimentais.	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: Art. 291, CPC/2015: A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.
Nestes termos, pede deferimento.
Brasília/DF, 04 de julho de 2021.
RAPHAEL RONAN DE OLIVEIRA SILVA
OAB/DF n.º 63.907
Documentos Anexos:
1. Procuração;
2. Edital;
3. Lista de Classificação;
4. Resultado e Homologação do Concurso;
5. Edital de Convocação;
6. Extrato de Contratos (Diário Oficial do Município);
7. RG e CPF do autor;
8. CTPS do autor;
9. Comprovante de Renda do autor;
10. Declaração de Hipossuficiência;
11. Custas Judiciais – (se não houver pedido de gratuidade);	Comment by Raphael Ronan de Oliveira Silva: “A juntada apenas do comprovante das custas processuais, desacompanhado da respectiva guia de recolhimento, é insuficiente à comprovação do preparo” (STJ, AgInt no REsp. 1622574/RS. Rel. Ministro Francisco Falcão. Segunda Turma. DJe 27/04/2017).
12. Comprovante de Residência do autor;
13. Negativa do requerimento administrativo;
14. Etc...

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