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Condições de Trabalho e Implicações no CC

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LIMA, L. D. P. et al. 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
CONDIÇÕES DE TRABALHO E IMPLICAÇÕES NA SAÚDE DE PROFISSIONAIS 
ATUANTES EM CENTRO CIRÚRGICO 
WORKING CONDITIONS AND IMPLICATIONS FOR HEALTH PROFESSIONALS 
ACTING ON SURGICAL CENTER 
CONDICIONES DE TRABAJO E IMPLICACIONES EN LA SALUD DE 
PROFESIONALES ACTUANTES EN CENTROS QUIRÚRGICOS 
 Luisa Denise Portes de Lima1 
Isabel Cristine Oliveira2 
Rafael Marcelo Soder3 
Adriane Marines dos Santos4 
Luiz Anildo Anacleto da Silva5 
Éder Luís Arboit6 
RESUMO: 
Objetivo: conhecer o que tem sido produzido sobre as condições de trabalho e os fatores de 
risco para os profissionais que atuam no Centro Cirúrgico. Método: revisão narrativa da 
literatura. O levantamento bibliográfico foi realizado em maio de 2014 nas bases da Literatura 
Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library 
Online (SciELO) e Base de dados em Enfermagem (BDENF). Utilizaram-se os descritores 
“Equipe de Enfermagem”, “Condições de Trabalho” e “Centro Cirúrgico Hospitalar”. 
Resultados: foram analisados treze estudos publicados entre 2008 e 2013. Observam-se 
algumas incongruências em nível de organização na estrutura física, equipamentos, materiais, 
medicamentos e recursos humanos interferindo na qualidade da assistência prestada ao 
cliente. Conclusões: Os achados revelam ponto de reflexão do enfermeiro na prática cotidiana 
 
1 Enfermeira, Especialista em Saúde Coletiva: ênfase Saúde da Família pela URI- FW. Especialista em Gestão 
de Organização Pública em Saúde- UFSM. luisa.denise@hotmail.com 
2 Acadêmica do 10º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem UFSM/Campus Palmeira das Missões. E-
mail: isakbel@hotmail.com 
3 Enfermeiro, Doutor em Enfermagem. Professor no Departamento de Ciências da Saúde, Curso de 
Enfermagem, Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Palmeira das Missões. Rio Grande do Sul. E-
mail: rafaelsoder@hotmail.com 
4 Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de 
Santa Maria, campus Palmeira das Missões. E-mail: adriane_santos82@hotmail.com 
5 Enfermeiro, Doutor em Enfermagem. Professor no Departamento de Ciências da Saúde, Curso de Enfermagem, 
Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Palmeira das Missões. E-mail: Luiz.anildo@yahoo.com.br 
6 Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Docente no Curso de Enfermagem da Universidade de Cruz Alta - 
Unicruz. Membro do Grupo de Pesquisa Enfermagem no contexto da Assistência à Saúde - ENFAS, vinculado 
ao Curso de Enfermagem da Unicruz. E-mail: eder.arb@bol.com.br
 
101 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
nos serviços de complexidade tecnológica e de inovação, sendo o caminho para busca da 
autonomia no processo de trabalho e na resolução de conflitos. 
Descritores: Enfermagem; Condições de Trabalho; Centro Cirúrgico Hospitalar. 
 
ABSTRACT 
Objective: to know what has been produced on the working conditions and the risk factors 
for professionals working in the Surgical Center. Method: narrative review of the literature. 
The literature review was conducted in May 2014 on the basis of the Latin American and 
Caribbean Health Sciences (LACHS), Scientific Electronic Library Online (SciELOL) and 
Nursing Database (NDb). They used the descriptors "nursing staff", "Working Conditions" 
and "Center Surgical Hospital". Results: thirteen published studies were analyzed between 
2008 and 2013. Some level of organization in inconsistencies are observed in the physical 
structure, equipment, materials, medicines and human resources interfering with the quality of 
care delivered to the customer. Conclusions: the findings reveal the nurses' point of reflection 
in daily practice in technological complexity and innovation services, and the way to search 
for autonomy in the work process and in conflict resolution. 
Descriptores: Nursing; Working Conditions; Surgery Department, Hospital. 
 
RESUMEN 
Objetivo: conocer lo que ha sido producido sobre las condiciones de trabajo y los factores de 
riesgo para los profesionales que actúan en el Centro Quirúrgico. Método: revisión narrativa 
de la literatura. La recolección bibliográfica fue realizada en mayo de 2014 en las bases de la 
Literatura Latino Americana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS), Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) y Base de datos en Enfermería (BDENF). Se utilizaron 
los descriptores “Equipo de Enfermería”, “Condiciones de Trabajo” y “Centro Quirúrgico 
Hospitalario”. Resultados: fueron analizados trece estudios publicados entre 2008 y 2013. Se 
observan algunas incongruencias en nivel de organización en la estructura física, equipos, 
materiales, medicamentos y recursos humanos interfiriendo en la calidad da asistencia 
prestada al cliente. Conclusiones: Los datos revelan un punto de reflexión del enfermero en la 
práctica cotidiana en las actuaciones de complejidad tecnológica y de innovación, siendo el 
camino para la búsqueda de la autonomía en el proceso de trabajo y en la resolución de 
conflictos. 
Descriptores: Enfermería; Condiciones de Trabajo; Servicio de Cirugía en Hospital. 
102 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
INTRODUÇÃO 
A saúde do trabalhador e as condições de trabalho não são temas recentes. O 
desenvolvimento de doenças relacionadas ao trabalho devido à exposição do trabalhador aos 
fatores de riscos requer a construção de um ambiente de trabalho digno e seguro para o 
desenvolvimento das atividades profissionais. Com isso, torna-se indispensável à participação 
ativa dos gestores e das equipes para realizar um plano de ação que objetiva a resolução de 
problemas e minimização de riscos que possam afetar o grupo como um todo. 
A padronização de condutas para o diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho 
favorece a exposição mínima do grupo de trabalho aos fatores de risco. No contexto atual, o 
avanço da tecnologia contribuiu para a modificação do ambiente de trabalho, requerendo 
outro perfil do trabalhador para o cumprimento de suas atividades devido às exigências do 
mercado (SOUSA, 2011). Esse processo vem ocorrendo de forma intensa nos serviços de 
saúde, em especial no centro cirúrgico hospitalar. 
De acordo com Santos e Rennó (2013, p. 280), “o centro cirúrgico, por suas 
particularidades e características, constitui uma das unidades mais complexas do ambiente 
hospitalar” e isso origina-se em “consequência dos equipamentos e da tecnologia disponível, 
da variação intrínseca nos seus principais processos, e de uma complicação logística para o 
suporte de seu funcionamento.” 
No contexto relacionado aos serviços de enfermagem, pela natureza de sua ocupação 
são exercidas ininterruptamente por 24 horas, divididos em turnos conforme organização de 
cada instituição. Silva; Fontana; Almeida (2012) apontam que esse profissional depara-se com 
ritmos de trabalho fatigantes, instabilidade nas relações interpessoais e profissionais, 
alterações do ritmo biológico ou outras situações geradoras de adoecimentos, por vezes, 
negligenciadas. 
Salienta-se que os profissionais estão suscetíveis a agravos e risco ocupacionais sendo 
as características inerentes à ocupação geradoras de alterações fisiológicas responsáveis por 
morbidades e co-morbidades, os quais deverão ser reconhecidos como agente causal. 
Dentre os sinais e sintomas associados ao ambiente e condições de trabalho tais 
destaca-se a dificuldade para dormir, fadiga excessiva, problemas osteomusculares, alterações 
no relacionamentocom filhos e/ou companheiros, isolamento social, sobrecarga e estresse, 
fatores que contribuem para o desgaste, gerando sofrimento e adoecimento (SILVA; 
FONTANA; ALMEIDA, 2012). 
103 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
Diante do exposto percebe-se o aparecimento de doenças como ansiedade, depressão e 
estresse. Situações estas que por sua vez, acabam por interferir de forma bastante significativa 
na saúde do trabalhador e com isso, diminuindo a qualidade da assistência e a segurança 
prestada ao cliente no ambiente de trabalho. 
Diante do exposto, o estudo ora proposto, justifica-se, pela necessidade de conhecer a 
relação do trabalho com os processos de saúde e adoecimento no contexto do centro cirúrgico. 
A partir do exposto, o objetivo deste estudo consiste em conhecer o que tem sido produzido 
sobre as condições de trabalho e os fatores de risco para os profissionais que atuam no centro 
cirúrgico. 
 
MÉTODO 
Trata-se de um estudo descritivo realizado por meio de revisão narrativa da literatura, 
visto que ela possibilita a aquisição e atualização de conhecimento sobre um determinado 
tema em curto período de tempo. Comumente, as revisões narrativas não mencionam as fontes 
de informação utilizadas, a metodologia para busca das referências, nem os critérios utilizados 
na avaliação e seleção dos trabalhos. Constitui-se de interpretação e análise crítica pessoal do 
autor (ROTHER, 2007). 
Uma vez que a revisão narrativa não se orienta por passos metodológicos específicos, 
a operacionalização desta revisão seguiu, em parte, os passos preconizados para uma revisão 
integrativa. Primeiramente foi realizada a identificação do tema e seleção da questão 
norteadora; estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra; definição das 
informações a serem extraídas dos estudos selecionados e categorização dos estudos; análise 
dos dados e discussão dos resultados (MENDES, SILVEIRA, GALVÃO, 2008). 
O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de maio de 2014, tendo como bases de 
dados a Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) e Base de dados em Enfermagem (BDENF). A pesquisa se 
deu por meio do método avançado utilizando-se o operador booleano “AND” quando foram 
realizadas as combinações dos descritores: “Equipe de Enfermagem”, “Condições de Trabalho” e 
“Centro Cirúrgico Hospitalar”. Não foi estabelecido recorte temporal para a busca dos 
documentos/publicações. Foram selecionados 753 artigos, sendo 366 na base de dados LILACS, 
127 no SCIELO e 260 na BDENF. 
Elencou-se como critérios de inclusão: tratar-se de artigo original disponível online, 
publicados entre os anos de janeiro de 2008 a dezembro de 2013, no idioma português que 
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LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
focalizasse aspectos relacionados às condições de trabalho e os fatores de risco que estão 
vulneráveis os profissionais de saúde, e a equipe de enfermagem atuante no Centro Cirúrgico. 
Foram excluídos resumo de anais, teses, dissertações, relatórios de gestão, documentos 
oficiais, livros, e estudos que não respondiam a pergunta de pesquisa inicialmente. Foram 
excluídos artigos de revisão, comentários, editoriais, livros, publicações governamentais, teses 
e/ou dissertações, relatos de experiência e artigos com enfoque a equipe de enfermagem em 
atuação em outros setores e aqueles encontrados em mais de uma base de dados, que foram 
considerados somente uma vez. 
Como ferramenta para a coleta das informações nos artigos selecionados, utilizou-se 
de um quadro sinóptico visando responder à questão norteadora da revisão. O quadro 
contempla: código, autores, título do artigo, periódico / ano de publicação, base de dados / 
métodos e sujeitos envolvidos. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Após a leitura criteriosa dos títulos, resumos, palavras-chave e/ou descritores de todas 
as publicações, foi possível realizar a organização do conteúdo destes, conforme as áreas 
temáticas. Os artigos foram identificados pela letra “A” de artigo, seguido de uma numeração 
(A1, A2, A3...). Assim sendo, 13 publicações foram analisadas, cujos elementos pré-textuais 
estão sintetizados no quadro n0 1. 
A apresentação dos resultados e discussão dos dados foi realizada de forma descritiva, 
possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão narrativa elaborada, de forma 
a atingir o objetivo da metodologia, impactando de modo positivo na qualidade da prática de 
enfermagem, fornecendo subsídios ao enfermeiro na tomada de decisão cotidiana. 
Dos artigos selecionados, 06 (seis) foram encontrados na base de dados SCIELO, 04 
(quatro) no LILACS e 04 (quatro) na BDENF. A data de publicação variou entre 2008 a 2013, 
sendo 2009 com 04 e 2013 com 04, ambos os anos com maiores número de publicações. O 
periódico responsável pelo maior número de publicações no total de quatro foi a Revista de 
Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online. 
Dois publicados na Revista Mineira de Enfermagem, dois na Revista da Escola de 
Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), os demais foram publicados um em cada 
periódico descrito: Revista Texto & Contexto de Enfermagem, Revista Brasileira de 
Enfermagem, Revista Gaúcha de Enfermagem, Revista Eletrônica de Enfermagem, Revista de 
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LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
Administração em Saúde, Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM). 
 
Quadro 1- Elementos pré-textuais dos artigos que compuseram o corpus da análise. 
Nota: Elaborado pelos autores em 2014. 
N0. Atores Título Periódico 
/ ano 
Base / 
Método 
Sujeitos 
A1 Stumm et 
al., 
 
Estressores e sintomas de estresse 
vivenciados por profissionais em um 
Centro Cirúrgico 
Rev. Min 
Enferm. / 2008 
LILACS 
Qualitativo 
Equipe 
enfermagem e 
medicina 
A2 Schmidt, 
et al., 
Estresse Ocupacional entre os 
profissionais de Enfermagem do Bloco 
Cirúrgico 
Texto & 
Contexto 
Enferm. / 2009 
LILACS / 
Quantitativo 
Equipe de 
Enfermagem 
 
A3 Stumm, 
et al., 
Ações do Enfermeiro na recepção do 
paciente em Centro Cirúrgico 
Rev. Min. 
Enferm. / 2009 
LILACS / 
Qualitativo 
Enfermeiros 
A4 Silva; 
et al., 
Ambiente do Centro Cirúrgico e os 
elementos que o integram: 
Implicações para os cuidados de 
enfermagem 
Rev. bras. 
enferm / 2010 
LILACS / 
Qualitativo 
Enfermeiras 
A5 Oliveira; 
et al., 
Acidente ocupacional por material 
perfuro- cortante entre profissionais de 
saúde de um Centro Cirúrgico 
Rev. esc. 
enferm. USP/ 
2010 
LILACS / 
Quantitativo 
Equipe de 
enfermagem, 
medicina e 
Serviços gerais 
A6 Pancieri, 
et al., 
Checklist de Cirurgia Segura: análise 
da segurança e comunicação das 
equipes de um hospital escola 
Rev Gaúcha 
Enferm / 2013 
LILACS / 
Qualitativo 
Equipe de 
enfermagem, 
medicina 
A7 Barbosa; 
et al., 
Utilização de máscara facial cirúrgica 
descartável no ambiente cirúrgico 
Rev. Eletr. Enf. / 
2009 
SCIELO / 
Quantitativo 
Profissionais de 
saúde e 
acadêmicos 
A8 Schmidt; 
et al., 
Ansiedade e depressão entre 
profissionais de enfermagem que 
atuam em Blocos Cirúrgicos 
Rev. esc. 
enferm. USP 
/2011 
SCIELO / 
Quantitativo 
Equipe de 
enfermagem 
A9 Pereira, 
et al., 
Compreensão de Enfermeiros de 
Centro Cirúrgico a respeito do seu 
processo de trabalho 
 R. pesq.: cuid.fundam. Online / 
2013 
SCIELO / 
Qualitativo 
Enfermeiros 
A10 Pereira; 
et al., 
O estresse ocupacional da equipe de 
enfermagem em setor fechado 
R. pesq.: cuid. 
fundam. Online / 
2009 
BDENF / 
Qualitativo 
Equipe de 
enfermagem 
A11 Francisco, 
 et al., 
Análise da estrutura física do Centro 
Cirúrgico de um Hospital Universitário 
segundo a RDC 50: contribuições de 
enfermagem 
R. pesq.: cuid. 
fundam. Online / 
2010 
BDENF 
/ Qualitativo 
Enfermeiros e 
acadêmicos 
 
A12 Silva; 
et al., 
Diagnósticos de Enfermagem na Saúde 
do Trabalhador: estudo de caso com 
profissionais de enfermagem 
R. pesq.: cuid. 
fundam. Online / 
2012 
BDENF / 
Qualitativo 
Técnicos e 
Auxiliares de 
Enfermagem 
A13 Barboza, 
et al. 
Estresse ocupacional em enfermeiros 
atuantes em setores fechados de um 
hospital de Pelotas/RS 
Rev. Enferm. 
UFSM / 2013 
BDENF / 
Qualitativo 
Enfermeiros 
106 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
Oito artigos eram pesquisa de campo, sendo três realizados em hospitais públicos, três 
em hospitais de ensino e um em hospital de ensino e publico. O restante dos artigos eram 
pesquisas de revisão integrativa de literatura (um), estudo de caso com abordagem qualitativa 
(dois), pesquisa epidemiológica com delineamento transversal (um) e pesquisa coorte 
transversal descritiva (dois). 
Conforme Santos e Rennó (2013) o ensino, a pesquisa e a assistência desenvolvida nos 
hospitais de ensino contribuem significativamente no processo da melhoria da qualidade da 
assistência à saúde devido a realização de procedimentos de alta complexidade nesse hospital 
contando com equipe de profissionais, estudantes, residentes de diversas especialidades 
implementado conhecimentos científicos teórico-práticos. 
Os 13 artigos selecionados para compor o estudo são de autoria de enfermeiros 
assistenciais, enfermeiros mestres, doutores; sendo que houve a participação de um discente 
de enfermagem e uma doutora em engenharia elétrica. Os resultados foram sistematizados em 
três eixos temáticos: “Contexto do ambiente de trabalho do Centro Cirúrgico Hospitalar”, 
“Contexto do paciente cirúrgico e o profissional de enfermagem” e “Contexto relacionado às 
condições de trabalho e os fatores de risco para os profissionais que atuam no Centro 
Cirúrgico”. 
 
Contexto do ambiente de trabalho do Centro Cirúrgico Hospitalar 
O Centro Cirúrgico (C.C.) é uma unidade fechada com características peculiares em 
relação às demais unidades de internação hospitalar devido às suas características e 
assistência especializada, caracterizado como um setor complexo e classificado como uma 
área crítica. “Este setor é destinado à realização de atividades cirúrgicas no qual o paciente é 
recebido para realizar procedimento cirúrgico eletivo, de emergência ou de urgência bem 
como a recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.” 
““O Centro Cirúrgico é um setor específico, o qual requer estrutura física, localização 
e equipamentos adequados para atender aspectos técnicos – administrativos, a fim de 
controlar riscos e dar subsídios éticos – legais a equipe e instituição” (FRANCISCO et al.,, 
2010, p. 770). Também afirmam, que nas relações que envolvem ao controle de infecção, este 
setor é dividido em áreas restritas – estéril, semi-restritas – limpa, irrestritas – proteção 
necessitando uso de uniforme privativo, gorros, máscaras e propés. 
Ressalta Francisco (2010) que o uso de máscara facial cirúrgica apresenta eficácia de 
filtração bacteriana, garantindo a proteção do paciente contra a contaminação de 
107 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
microrganismos advindos da boca e nariz dos profissionais bem como contra as secreções 
principalmente sanguinolentas. 
Em relação à estrutura física no CC, são obrigatórios os seguintes ambientes: área de 
recepção de pacientes; salas de cirurgias pequenas, médias e grandes dependendo a 
especialidade; área de escovação; área de indução anestésica; posto de enfermagem e sala de 
recuperação pré-operatória e de recuperação pós-anestésica; sala de guarda e preparo de 
anestésicos; área para prescrição médica; sala de utilidades, banheiro com vestiários para 
funcionários, sala de preparo de equipamentos, sala de materiais e expurgo (SILVA; ALVIM, 
2010; FRANCISCO et al., 2010 ). 
Entretanto, Francisco et al., (2010) realizaram um estudo sobre a análise da Estrutura 
física do Centro Cirúrgico com base na RDC n° 50, de 21 de fevereiro de 2002 proposta pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e aponta algumas incongruências em nível de 
organização da estrutura física e de equipamentos como ausência de uma área para a recepção 
de pacientes, sala de preparo e/ou indução anestésica, carros de emergência incompletos, falta 
de medicamentos, recebimento de pessoas no Centro Cirúrgico sem vestimenta adequada. 
Em termos de gerenciamento do CC, os estudos analisados destacam o papel da 
enfermeira no Centro Cirúrgico, sendo: chefia de serviço e de unidade de enfermagem, 
organização e direção das atividades técnicas, auxiliares e de empresas prestadoras de 
serviços, realização de procedimento privativo, circulação nas salas cirúrgicas para supervisão 
da equipe de enfermagem, tomada de conhecimento da demanda de determinada sala, 
material ou pessoal; atendimento as solicitações necessárias ao prosseguimento das cirurgias, 
promoção de um ambiente tranquilo e livre de ruídos, garantia de um ambiente físico e social 
favorável para o desenvolvimento do cuidado (SILVA; ALVIM, 2010; FRANCISCO et al., 
2010). 
Seguindo esse contexto, os estudos nos remetem a realizar o apontamento sobre a 
compreensão de Enfermeiros a respeito do seu processo de trabalho no CC. As ações de 
cuidar, gerenciar, pesquisar e educar constitui-se um grupo integrado de sub-processos tocante 
ao processo de trabalho em enfermagem, no qual destaca o papel gerencial do enfermeiro para 
a realização de atividades nesse setor em detrimento as demais facetas do processo de 
trabalho (PEREIRA et al., 2013). O mesmo autor destaca através da análise em seus estudos 
realizados que o enfermeiro ao desempenhar função burocrática e organizacional afasta-se do 
cuidado ao usuário e sua família, avaliação e coordenação da equipe de enfermagem gerando 
insatisfação e conflito interno na equipe bem como comprometimento na assistência. 
108 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
Diante desse cenário aponta para a necessidade da administração participativa por 
meio da criação de espaços coletivos e democráticos estabelecendo uma comunicação 
horizontal entre equipe de enfermagem, usuário e família objetivando o planejamento da 
assistência integral e a implementação de cuidados seguros livre de riscos. Destaca-se a 
educação permanente para os profissionais de saúde em relação à ressignificação das práticas 
a partir da construção de novos saberes bem como o desenvolvimento do processo de trabalho 
visando à criação de meios e instrumentos para permitir uma assistência integral. 
A Organização Mundial da Saúde considera a qualidade um conjunto de atributos que 
inclui um nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, mínimo de riscos ao 
paciente/cliente além do alto grau de satisfação por parte dos usuários (SANTOS; RENNÓ, 
2013). Pertinente a isso, Donabedian (1991) um dos principais estudiosos da temática da 
qualidade na área da saúde, considera três dimensões necessárias para a assistência à saúde 
quais sejam:estrutura, processo e resultados. 
A estrutura entendida como recursos físicos, humanos, materiais, equipamentos e 
financeiros; o processo envolvendo profissionais da saúde e usuários incluindo diagnóstico, 
tratamento, aspectos éticos, relação profissional, equipe de saúde e paciente e o resultado 
produto final da assistência prestada envolvendo saúde, satisfação de padrões e expectativas 
dos usuários. 
Nesse sentido, por estar diretamente ligado na prestação de cuidados assistenciais Peri 
operatório cabe a equipe de enfermagem a construção de indicadores de qualidade da 
assistência no intuito da melhoria do processo de qualidade da assistência por meio da 
avaliação contínua dos resultados obtidos. 
Em seus estudos Santos e Rennó (2013), destacam os indicadores mais relevantes 
avaliados no CC estando relacionados à “Sistematização de Assistência em Enfermagem Peri 
operatória com destaque para a visita pré-operatória, indicadores de lesão de pele e queda, 
indicadores de infecção e registro de enfermagem”. 
Em relação ao indicador taxa de infecção apontam falha técnica nos processos 
cirúrgicos com resultados elevados em cirurgia limpa, bem como contaminação ambiental e 
por último, referente ao indicador registro de enfermagem avaliando a eficácia e sua 
eficiência em relação à transmissão de informação precisa e segura servindo também para 
avaliar a qualidade da assistência de enfermagem no CC. Em suas conclusões referentes aos 
indicadores citados anteriormente, a sua aplicabilidade no Centro Cirúrgico possibilita a 
avaliação da organização, do cuidado individualizado, do planejamento da assistência que 
109 
LIMA, L. D. P. et al. 
 
Revista Espaço Ciência & Saúde, v. 3, 2015, p. 100-116. 
 
visa a identificação e a prevenção de eventos causadores de danos, através da realização de 
ações preventivas que promovam a segurança do paciente no CC e a melhoria da qualidade da 
assistência prestada. 
 
Contexto do paciente cirúrgico e o profissional de enfermagem 
Nas relações que envolvem o contexto do paciente cirúrgico, os estudos sustentam que 
a pessoa necessita de tratamento o qual implica na realização de um procedimento cirúrgico. 
Assim, na maioria das vezes, o paciente é diagnosticado com determinada doença, lesão ou 
deformidade e apresenta a necessidade de uma intervenção cirúrgica para reparar, corrigir ou 
aliviar um problema físico, porém na maioria das vezes, este não está preparado para 
submeter-se ao ato anestésico cirúrgico. 
Todavia, o período que antecede a internação é o período de pouca informação, no 
qual o cliente tem pouco conhecimento do que acontecerá com ele, ficando bastante 
vulnerável ao ambiente hospitalar. A partir do momento que ocorre a internação é obrigado a 
adaptar-se ao novo mundo do ambiente hospitalar, o que nem sempre é fácil, uma vez que traz 
consigo sentimentos, mitos, percepções em relação a doença desenvolvidas na sua cultura, 
educação e bagagem de vida. 
A intervenção cirúrgica poderá representar uma agressão orgânica, psíquica uma vez 
que o ato anestésico-cirúrgico desencadeia ao paciente uma condição de medo, apreensão, 
ansiedade, insegurança e de instabilidade (STUMM et al., 2009). É indispensável que a 
equipe de enfermagem possua habilidade para identificar e conhecer os sentimentos do cliente 
quando surgir para interpretá-lo e auxiliá-lo, de modo que as sensações sejam controladas e 
minimizadas, através do apoio e compreensão. 
No relacionamento enfermeiro-paciente, é importante este ter a percepção de levar em 
conta as grandes expectativas criadas individualmente; para poder atender e sinceramente 
demonstrar interesse e honestidade com o ser cuidado. Cabe ao enfermeiro ajudar o paciente a 
compreender o problema de saúde, prepará-lo para o procedimento anestésico-cirúrgico. 
No contexto envolvendo o profissional de enfermagem, em especial, o enfermeiro, 
estudos apontam que é responsabilidade deste profissional o planejamento da assistência Peri 
operatória, focalizando a atenção no cuidado ao cliente numa visão holística. Com isso, 
destaca-se a visita pré-operatória realizada pela Enfermeira do Centro Cirúrgico, a qual 
favorece o conhecimento e interação com o paciente possibilitando cuidar melhor no decorrer 
do processo cirúrgico, minimizando a ansiedade bem como complicações pós-operatórias. 
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A visita pré-operatória consiste na avaliação emocional, avaliação das condições 
físicas, história anestésica prévia, identificação de alergias, momento em que também se 
promove a educação em saúde objetivando à preparação do cliente para o ato cirúrgico e 
recuperação anestésica (ALVIM; SILVA, 2010; STUM et al., 2009). 
A Sistematização da Assistência em Enfermagem ou Processo de Enfermagem é um 
método quepossibilita ao enfermeiro a realização do levantamento de dados sobre o paciente, 
o diagnóstico de enfermagem, a prescrição e a implementação de um plano de cuidados e a 
avaliação dos cuidados em termos dos resultados alcançados pelo paciente. 
Em seus estudos Stumm et al. (2009) e Pancieriet al. (2013) apontam as ações do 
enfermeiro na recepção do paciente no Centro Cirúrgico enfatizando que quando a visita pré-
operatória não foi possível, a recepção do paciente no momento da cirurgia reveste-se de 
importância. Compete ao enfermeiro do Centro Cirúrgico receber o paciente e verificar o 
prontuário, conferir se os medicamentos pré-anestésicos foram administrados, avaliar níveis 
de consciência, verificar sinais vitais, confirmar retirada de próteses, esmaltes e adornos, 
alergias e as condições emocionais. 
Segundo Pancieriet al. (2013, p. 72), “cuidados como a checagem dos dados do 
paciente, informações clínicas da pessoa e do órgão, disponibilidade e bom funcionamento de 
todos os materiais e equipamentos podem fazer a diferença entre sucesso e fracasso de um 
procedimento”. Com os avanços tecnológicos em relação ao manuseio de materiais e 
equipamentos exige- se que os profissionais de enfermagem estejam mais preparados em 
relação a conhecimentos técnicos e teóricos. 
 
Contexto relacionado às condições de trabalho e os fatores de risco para os profissionais 
que atuam no Centro Cirúrgico 
A partir da expansão e do crescimento da economia devido aos avanços científicos e 
tecnológicos, o trabalho está interferindo diretamente na saúde dos trabalhadores. Nesse 
sentido em 2004 foi criada a Política Nacional de Saúde do Trabalhador articulando os 
Ministérios do Trabalho, Previdência Social e da Saúde estabelecendo a partir de suas 
diretrizes que o trabalho contribua para a melhoria da qualidade de vida, realização social e 
pessoal, não seja causador de danos físicos e mentais aos trabalhadores devendo ser 
desenvolvido em condições que promovam a melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2004). 
O Centro Cirúrgico é uma unidade com a atuação de diferentes profissionais no qual 
se relacionam e interagem para realização de procedimentos cirúrgicos e cuidados, sendo 
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indispensável que o trabalho seja desenvolvido de forma harmoniosa através do respeito 
mútuo e confiança. Segundo Stumm et al., (2008, p.55) “os profissionais da saúde têm como 
o objeto de trabalho o bem-estar e a vida das pessoas, estando vulneráveis ao estresse em 
razão de tais responsabilidades”. O mesmo autor aponta que os profissionais enfrentam 
situações referentes às condições dos pacientes bem como a dinâmica organizacional da 
unidade, envolvendo relacionamentos interpessoais, administrativos e assistenciais. 
Conforme Schmidt etal. (2009, p.331), concernente a enfermagem do bloco cirúrgico, 
“o estresse está presente em seu cotidiano, resultantes de inúmeros fatores relacionados ao 
tipo de ambiente, complexidade das relações humanas e de trabalho, grau de exigência quanto 
as competências e habilidades, responsabilidade e planejamento de recursos [...].” É possível 
evidenciar que fatores de risco contribuem para o desenvolvimento do estresse ocupacional 
relacionado ao ambiente e às condições de trabalho, o qual coloca em risco a saúde dos 
profissionais tendo como consequências o desempenho baixo, baixo moral, alta rotatividade, 
absenteísmo, violência no local de trabalho e transtornos depressivos. 
Com base nas considerações foi realizado o levantamento acerca dos agravos que 
comprometem a saúde do trabalhador no CC. Através da leitura dos artigos selecionados foi 
possível identificar os estressores potenciais tais como estressores decorrentes da relação entre 
os profissionais; estressores oriundos da falta ou insuficiência de materiais e equipamentos; 
estressores decorrentes da falta de pessoal, aspecto administrativos e gerenciais, qualificação 
da equipe e demanda de procedimentos cirúrgicos; estressores relacionados à condição do 
paciente e acidente ocupacional por material perfurocortantes (STUMM et al., 2008; 
OLIVEIRA; GONÇALVES, 2010). 
Estudos apontam que o principal fator estressor está relacionado às relações 
interpessoais. No CC ocorrem com maior frequência os conflitos entre os profissionais, sendo 
os principais motivos: falta de infra-estrutura para atender a demanda, o desrespeito, o erro da 
equipe, dificuldade no relacionamento entre equipe médica e de enfermagem, postura 
inadequada em sala cirúrgica referente ao respeito ao paciente bem como entre a equipe, mal-
entendidos, desconfiança, sentimentos de coerção e irritação. (STUMM et al., 2008; 
PEREIRA; MIRANDA; PASSOS, 2009; BARBOZA et al., 2013). 
Cabe ao enfermeiro criar estratégias que promovam a integração e a comunicação 
entre os profissionais favorecendo um clima agradável e harmonioso. Para minimizar os 
agentes estressores o profissional gerente da unidade deverá ter controle sobre o processo de 
trabalho, criar boa impressão, fazer negociação, abrir espaço para diálogo, reduzir a pressão 
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sobre a equipe visando melhor relação entre os profissionais, desempenho do cuidado com o 
cliente e qualidade de vida no trabalho (PEREIRA; MIRANDA; PASSOS, 2009). 
Em relação à falta de pessoal para Stumm (2008) o número insuficiente de 
profissionais é responsável pela sobrecarga de trabalho na equipe de enfermagem, 
contribuindo para tensão, fadiga e esgotamento se tornando fator desencadeante de estresse 
ocupacional. 
O estresse ocupacional está relacionado intrinsecamente com os aspectos de 
organização administração, sistema de trabalho e qualidade das relações humanas no 
ambiente de trabalho podendo afetar a saúde do trabalhador. Destaca Schmidt et al. (2009, p. 
331) que, “o estresse contínuo relacionado ao trabalho constitui um importante fator 
determinante dos transtornos depressivos, síndrome metabólica, distúrbios do sono entre 
outros”. Assim diante da situação analisada nos estudos reveste-se de importância a 
elaboração de medidas preventivas para o ambiente de trabalho hospitalar, visto que esse 
ambiente é o local repleto de fatores predisponentes a ansiedade e a depressão em seus 
trabalhadores. 
Além disso, conforme os estudos em relação aos trabalhadores de enfermagem que 
apresentam duplo vínculo empregatício e trabalham no período noturno tendem a apresentar 
inúmeros fatores repercutindo em sinais e sintomas, tais como dificuldade de dormir na noite 
de descanso, fadiga excessiva, problemas osteomusculares, alterações no relacionamento com 
os filhos ou companheiros, isolamento social, sobrecarga, estresse. Fatores esses responsáveis 
pelos agravos e risco ocupacionais sobre os quais estão suscetíveis determinantes de 
alterações fisiológicas responsáveis por morbidades e co-morbidades (STUMM et al., 2008; 
SILVA; FONTANA, ALMEIDA; 2012). 
Outro estressor diz respeito ao estresse do enfermeiro no gerenciamento/ 
administração do ambiente fechado. Estudos apontam que a sobrecarga de atividades técnicas 
e burocráticas como responsabilidade sobre a equipe técnica, organização funcional da 
unidade, elaboração de escala de trabalho, férias e planilhas são determinantes ao estresse 
ocupacional no enfermeiro. (BARBOZA et al., 2013) 
Nesse sentido, o enfermeiro necessita de conhecimentos específicos e habilidades para 
exercer atividades de cunho assistencial e administrativo, como também ser capaz de 
mobilizar conhecimentos, informações e atitudes para realização de conduta administrativa 
em termos de julgar situações concretas tanto individuais como na equipe de trabalho. 
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O penúltimo fator estressor está relacionado às condições do paciente no Centro 
Cirúrgico. Segundo Stumm (2008), os profissionais que atuam em ambientes críticos deparam 
com eventos situacionais relacionados a complicações do cliente no trans-operatório, 
principalmente hemorragia no qual coloca a dualidade entre a vida e a morte, devendo ser 
contornadas pela equipe multiprofissional reduzindo danos psíquicos e o comprometimento 
da assistência ao cliente, necessitando do profissional controle emocional. 
O mesmo autor destaca que frente aos desafios vivenciados pelos profissionais torna-
se relevante a criação de espaços de escuta visando minimizar os fatores determinantes de 
estresse e criar estratégias adequadas ao enfrentamento deste. A influência dos fatores de risco 
e seu real impacto sobre a saúde do trabalhador necessitam ser melhor estudadas nos 
diferentes ambientes bem como a aplicação de uma padronização de condutas para o 
diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho. 
O último fator estressor evidenciado repercute no acidente ocupacional por material 
perfuro cortante. De acordo com Oliveira, Gonçalves (2010) devido a característica de 
atendimento realizado no Centro Cirúrgico, exigindo habilidade e precisão associado ao 
estresse dos trabalhadores contribui para ocorrência do acidente com material perfuro cortante 
contaminado por microrganismos e fluídos corporais. Isso por sua vez, constitui uma 
constante preocupação para as instituições e trabalhadores da saúde. 
Com base nas considerações, destaca-se que a vigilância epidemiológica deve 
promover busca ativa e contínua dos acidentes ocupacionais para traduzir a realidade em 
relação a saúde dos trabalhadores, de modo que ocorra criação de protocolos e condutas para 
a prevenção, notificação dos acidentes, adoção de estratégias, além de educação permanente. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O estudo evidenciou que o centro cirúrgico por apresentar características peculiares 
em relação aos demais setores da instituição hospitalar é considerado um setor complexo. 
Para que haja o bom funcionamento, organização e gerenciamento são imprescindíveis à 
presença de recursos humanos, materiais para que possam atender as demandas com 
agilidade, eficiência e precisão, possibilitando assim, a qualidade da assistência oferecida aos 
clientes. 
Associado ao processo de trabalho no CC salienta-se que existem vários fatores que 
propiciam o risco para o desenvolvimento de doenças ocupacionais prejudicais a saúde dos 
trabalhadores. Conforme citado anteriormente foi estruturados e definidos três eixos 
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conteúdos relacionados a cada delimitação do tema respectivamente. 
Partindo do pressuposto relacionado ao ambiente de trabalho, a partir dos estudos 
analisados observam-se algumas incongruências em nível de organização na estrutura física e 
de equipamentos, como ausência de uma área para recepção de pacientes, sala de preparo e/ou 
indução anestésica, falta ou inadequação dos materiais/equipamentos interferindo na 
qualidade da assistência prestada ao cliente. Além disso, contribui para desajuste na relação 
Inter profissional e interpessoal dos trabalhadores, em especial, relação do médico com 
enfermeiro gerando conflitos. 
Em relação ao paciente cirúrgico e o profissional de enfermagem observou-se 
principalmente que o enfermeiro ao desempenhar a função burocrática e organizacional do 
centro cirúrgico, favorece o afastamento do seu objeto de trabalho que é o cuidado ao usuário 
e a família, avaliação e coordenação da sua equipe, contribuindo para insatisfação do 
enfermeiro e da equipe de enfermagem. 
A baixa remuneração, a responsabilidade excessiva, a grande duração da jornada de 
trabalho e o déficit de profissionais foram pontos críticos, podendo ser responsável pelas 
agressões à saúde do trabalhador, sobretudo quanto à função psíquica gerando ansiedade, 
depressão e estresse. Nesse cenário, através dos fatores estressores no ambiente de trabalho 
observados nos estudos, evidencia-se a necessidade de criação de espaços institucionais para o 
desenvolvimento do momento de interação. 
 Entretanto, os achados apontam ponto de reflexão do enfermeiro na sua prática 
cotidiana nos serviços de complexidade tecnológica e de inovação, por meio do centro 
cirúrgico sendo o caminho para busca da autonomia no processo de trabalho da enfermagem. 
 
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