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Conteúdo de Educação Financeira - Envio para Passei Direto

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Texto 6 – Consumo x Consumismo
Definição: O consumo é o conceito da utilização dos bens e serviços na satisfação das necessidades. O consumo ocorre no momento em que nós utilizamos os bens que obtemos na satisfação das nossas necessidades. O bem é utilizado para produzir outros bens, desaparecendo no ciclo produtivo (energia) ou sendo incorporado em outros bens (matérias-primas).
Tipos de Consumo: 
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Quanto a quem é beneficiado, o consumo final divide-se em:
Consumo Individual: O uso de um bem ou serviço por uma pessoa impede o seu uso por outra em simultâneo (alimentos). 
Consumo Coletivo: É efetuado para satisfazer necessidades coletivas (serviços de transporte públicos, estradas).
Quanto à necessidade que satisfazem:
Essencial: Despesa com a satisfação das necessidades primárias (alimentação, saúde);
Supérfluo: Despesa com a satisfação das necessidades terciárias (por exemplo, perfumes e joias).
Padrão de consumo: Modelo específico de consumo de uma sociedade ou grupo, que varia em função da época, da localidade, do meio sociocultural, do rendimento das famílias.
Fatores que determinam o Consumo:
Rendimento Pessoal ou Familiar: O nível de rendimento de que usufruímos determina, obviamente, a quantidade e qualidade dos bens e serviços que decidimos adquirir. Sendo o nosso rendimento baixo, só conseguiremos adquirir os bens e serviços necessários à satisfação das nossas necessidades primárias, mas quando o nosso rendimento for superior, já poderemos pensar em adquirir aqueles outros bens e serviços necessários à satisfação das nossas necessidades secundárias ou supérfluas.
Lei de Engel: Envolve o preço dos produtos e a inovação tecnológica do que desejamos consumir.
Preço dos Bens: - O preço dos bens influencia, de forma determinante, as decisões dos consumidores, os quais, como se sabe, procuram atingir a máxima satisfação com o mínimo de dispêndio de recursos.
Inovação Tecnológica: - A introdução de novas tecnologias nos processos produtivos assume uma importância diferenciada, seja pelos custos mais baixos a que conduz, ou seja pela melhoria da qualidade e aumento da quantidade dos bens que se produzem, ou ainda pela criação de novos produtos, mais sofisticados e com potencialidades superiores.
Fatores não econômicos: Faixa etária dos familiares - A idade e o gênero constituem um fator de diferenciação do consumo, como por exemplo, uma idosa não vai usar o mesmo vestuário que uma jovem adolescente. 
Modos de vida: Os bens e serviços usados pelo consumidor final variam de acordo com o meio natural, socioeconómico e cultural. Para além destes contrastes entre estas diversas civilizações, também existem os líderes de opinião e as classes sociais mais elevadas que condicionam os hábitos de consumo, como por exemplo, o “efeito imitação” e o uso de roupa de “marca”, mesmo sendo um produto com intenção ilusória.
Moda: A sua influência no consumo traduz-se por uma constante renovação dos bens que já se possuem. A moda ou a publicidade têm especial influência no consumo uma vez que elas nos convidam ao consumo criando-nos necessidades que nem sabíamos que tínhamos.
Sociedade de Consumo: Sociedade caracterizada pela grande abundância e diversidade de produtos estandardizados fabricados em série e que, através dos meios adequados, criam no consumidor a necessidade de adquiri-los. No seu limite, a sociedade de consumo origina o aparecimento de comportamentos designados genericamente por consumismo.
Consumismo: É o conjunto de comportamentos e atitudes que se traduzem num consumo patológico, compulsivo, indiscriminado, descontrolado e, por vezes, até perigoso; compra-se para se sentir o prazer inerente ao ato do consumo, consequência da pressão e influência dos produtores, exercidas através dos próprios comerciantes, da publicidade e do poder dos meios de comunicação.
Consumerismo: É resultado da reação ao consumismo que tem como objetivo a organização dos consumidores, a formação de associações, procurando estabelecer o equilíbrio entre consumidores, produtores e distribuidores, a informação e proteção dos primeiros, a participação nas decisões socioeconômicas e a preservação do ambiente. O consumerismo procura defender os interesses de consumidores e usuários, individualmente ou em grupos. Ele está expresso nos critérios que as pessoas usam para adquirir bens ou serviços de forma consciente. O termo também se relaciona com o consumo responsável, ético e solidário, segundo critérios apropriados e racionais que levem em conta a origem dos produtos adquiridos e os impactos ambientais e sociais desse consumo. Mais que um termo e/ou movimento, o consumerismo define um conjunto de competências internas não só em indivíduos, mas também nas empresas, em governos e na sociedade, sob o risco não alcançar o desenvolvimento sustentável proposto. 
Como aplicar o consumerismo: Responsabilidade social do consumidor - Comportamento responsável e preventivo do consumidor informado e consciente da sua ação e papel na sociedade.
Ecoconsumidor: Consumidor detentor de um comportamento responsável que procura consumir os produtos de menor risco para o ambiente e que sejam recicláveis.
Agricultura biológica: Produção de alimentos e produtos animais e vegetais, que não utiliza produtos químicos e pesticidas de sínteses.
Ecodesign: Atividade profissional que tem por objetivo a poupança de recursos não renováveis e a minimização do impacto ambiental.
Desenvolvimento Sustentável: Compromisso entre a satisfação das necessidades atuais e as suas gerações futuras. 
Como diferenciar consumo de consumismo 
É preciso refletir sobre o que se deseja obter em cada momento de consumo. Para exemplificar, imagine que alguém quer comprar um automóvel. A necessidade que precisa ser atendida é conseguir chegar ao trabalho no horário e voltar mais cedo para casa. A partir desse raciocínio, qualquer veículo serve. Um automóvel popular resolveria o problema. Preço adequado à renda, seguro razoável e motor econômico. 
Mas então porque acontece de se optar por modelos mais caros, acima da renda, e que até dificultam outras conquistas? A resposta está no apelo consumista pelo supérfluo, o excesso, o luxo, o “você merece”. Claro, tem a questão do conforto, mas o ponto principal do assunto é: o consumismo pode nos fazer crer que tudo é ilimitado. Mas, como o consumo de bens duráveis pode ser ilimitado se os recursos existentes para sua produção são escassos? Assim, os limites existem e é como nós lidamos com eles que determina se agimos como consumidores ou consumistas.
A humanidade já consumiu mais de 45% de recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos. Não é preciso dizer que esta situação certamente ameaçará a vida no planeta, inclusive da própria humanidade.
A melhor maneira de mudar isso é a partir das escolhas de consumo. Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em você mesmo. Ao ter consciência desses impactos na hora de escolher o que comprar, de quem comprar e definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consumidor pode maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos, desta forma contribuindo com seu poder de escolha para construir um mundo melhor. Isso é Consumo Consciente. Em poucas palavras, é um consumo com consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade.
O consumo consciente é uma questão de hábito: pequenas mudanças em nosso dia-a-dia têm grande impacto no futuro. Assim, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta.
O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas detrabalho, além de questões como preço e marca. O consumidor consciente sabe que pode ser um agente transformador da sociedade por meio do seu ato de consumo. Sabe que os atos de consumo têm impacto e que, mesmo um único indivíduo, ao longo de sua vida, produzirá um impacto significativo na sociedade e no meio ambiente.
Por meio de cada ato de consumo, o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo, não só para si mesmo, mas também para as relações sociais, a economia e a natureza.
O consumidor consciente também procura disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos gestos realizados por um número muito grande de pessoas promovam grandes transformações. Além disso, o consumidor consciente valoriza as iniciativas de responsabilidade socioambiental das empresas, dando preferência às companhias que mais se empenham na construção da sustentabilidade por meio de suas práticas cotidianas.
O consumo consciente pode ser praticado no dia-a-dia, por meio de gestos simples que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou pela escolha das empresas da qual comprar, em função de seu compromisso com o desenvolvimento socioambiental. Assim, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta.
Um caminho para a solução dos problemas relacionados com o lixo é apontado pelo Princípio dos 5R's - Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar. Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal de prevenção e não geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício:
 INCLUDEPICTURE "http://mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_imagens/logo_embala.gif" \* MERGEFORMATINET �� Reduzir significa consumir menos produtos e preferir aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham maior durabilidade.
 Reutilizar é, por exemplo, usar novamente as embalagens. Exemplo: os potes plásticos de sorvetes servem para guardar alimentos ou outros materiais.
 Reciclar envolve a transformação dos materiais para a produção de matéria-prima para outros produtos por meio de processos industriais ou artesanais. É fabricar um produto a partir de um material usado. Podemos produzir papel reciclando papéis usados. Papelão, latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar o trabalho de encaminhar material pós-consumo para reciclagem, é importante fazer a separação no lugar de origem - a casa, o escritório, a fábrica, o hospital, a escola etc. A separação também é necessária para o descarte adequado de resíduos perigosos.
O Instituto Akatu sugere a inclusão de mais dois R’s, que devem ser praticados antes dos 3R’s originais:
 Repensar é refletir sobre os seus atos de consumo e os impactos que eles provocam sobre você mesmo, a economia, as relações sociais e a natureza.
  Recusar produtos e atitudes que prejudiquem o ser humano e o meio ambiente.

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