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Comportamento do Consumidor Introdução do Comportamento do Consumidor Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Ronaldo de Jesus Alves 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Introdução do Comportamento do Consumidor Para início de conversa... ................................................................................ 4 Objetivo ......................................................................................................... 4 1. O que é Consumir? ....................................................................................... 5 1.1 Consumo X Consumismo .................................................................... 8 2. Antropologia do Consumo ......................................................................... 9 Referências ......................................................................................................... 13 Comportamento do Consumidor 3 Para início de conversa... Você sabe quais são os principais conceitos que envolvem o comportamento do consumidor? Você entende exatamente o que significa consumir? Pois é, você certamente já se deu conta (até mesmo porque também é um consumidor!) de que vivemos em uma sociedade na qual a propaganda nos induz ao consumo excessivo de bens supérfluos. O mercado põe à disposição dos consumidores as mais diversas opções de produtos e de pagamentos, que favorecem o endividamento. Entender que o ato de consumir bens e serviços está intimamente associado à economia é a base para que se compreenda a importância de estudarmos o comportamento do consumidor e os aspectos inerentes a ele. Nesta disciplina, vamos falar sobre assuntos como a Antropologia do Consumo, tipos de mercados consumidores e as suas especificidades. Trataremos, também, dos fatores culturais, sociais e psicológicos no comportamento do consumidor. Buscaremos entender quais são os fatores essenciais na decisão de compra, assim como os papéis e perfis que exercem influência sobre essa ação. Como parte de nosso estudo envolve conhecer as etapas pelas quais o consumidor passa durante o processo em que decide adquirir um bem ou serviço, abordaremos a complexidade do ato em si, estudando os diversos fatores que o influenciam, contemplando os hábitos pessoais do comprador, a relação entre a oferta e a demanda do mercado, a concorrência, entre outras questões, perpassando pelos estágios do reconhecimento das necessidades, pela busca de informações e avaliação das alternativas antes mesmo da aquisição do produto ou serviço. Os fatores situacionais e os estímulos motivacionais de compra, a questão atualíssima do consumo consciente, entre outros importantes temas serão alvo de discussão em nosso estudo. E aí, vamos às compras? Melhor dizendo, vamos aos estudos? Objetivo Conhecer os principais conceitos que envolvem os estudos do comportamento do consumidor. Comportamento do Consumidor 4 1. O que é Consumir? A palavra consumo, em sua etimologia, isto é, na própria origem da palavra, sugere que aquilo que é consumido é exaurido. Quando se compra algum item, pode-se afirmar que aquela unidade está sendo consumida. E a palavra pode ser entendida, também, como um gasto ou dispêndio, isto é, como as despesas envolvidas na compra de um produto ou quantidade que se gasta de determinada coisa, como consumo de combustível, água ou energia. Antes de qualquer coisa, consumir é comprar, despender uma parcela econômica de capital para adquirir uma coisa, e quando alguma coisa é comprada, a consequência é o giro da economia. Quanto maior for o consumo, mais distribuição de renda haverá. A lógica é que, quanto mais dinheiro circula, maior é a criação de empregos e renda. Como já sabemos, o objetivo do processo produtivo associado às atividades econômicas é a produção de bens e serviços, com o fim de atender às necessidades do mercado consumidor. E quando falamos de mercado consumidor, referimo-nos ao conjunto de pessoas que adquirem mercadorias e usufruem da prestação de serviços. O consumo de bens físicos (vestuário, alimentação, calçados, eletroeletrônicos, entre outros) e serviços (bancários, telefonia, fornecimento de gás, luz, etc.) tem como objetivo o atendimento às necessidades do homem moderno. Alguns estudiosos do comportamento humano chegam a afirmar que consumir é uma das atividades mais básicas do ser humano. Portanto, pode-se viver sem produzir, mas não sem consumir. São inúmeros os fatores que influenciam o consumo: a relação entre aquilo que se produz e demanda do mercado, os hábitos de compra de um indivíduo, a competitividade da concorrência, e outros aspectos que fazem essa roda girar. Quando o excesso de consumo, em casos mais extremos, se torna uma doença, as pessoas precisam consumir para se satisfazerem. Elas se tornam vítimas dos apelos das propagandas e promoções, pois a necessidade de consumo tem os mesmos efeitos psíquicos de uma substância entorpecente. É claro que existe uma diferença entre consumo e consumismo, mas sobre isso falaremos mais à frente. Na realização do ato de consumir, o consumidor é o protagonista. É ele quem efetua a ação de consumo, e é em torno dele e dos seus comportamentos de compra que o marketing, amparado pela psicologia e antropologia, trabalha com os chamados estudos de comportamento do consumidor. Se antigamente o setor de marketing de uma empresa era composto de alguns poucos colaboradores que cuidavam da comunicação institucional das ferramentas utilizadas pela Força de Comportamento do Consumidor 5 Vendas para a abordagem de seus mercados, hoje as empresas investem, cada vez mais, na imagem de sua marca, a fim de estimular o consumo, conquistando os clientes por meio da demonstração de valor. Além disso, o protagonismo crescente desse indivíduo em relação ao consumo está fortemente ligado à sua própria evolução como elemento desse processo e ao recrudescimento das novas tecnologias de comunicação e informação. Estas permitem ao indivíduo fazer suas escolhas levando em consideração suas preferências individuais, e não mais apenas como um elemento da antiga sociedade de consumo em massa, na qual era obrigado a comprar produtos iguais e a consumir os mesmos programas que eram ofertados em um horário específico nos canais de comunicação em massa. Nesta chamada era da pós-modernidade, o panorama empresarial caracteriza-se por uma reestruturação na organização das atividades econômicas e na preocupação em estabelecer o diálogo com os consumidores. O paradigma do mercado de massa vem sendo definitivamente sepultado, dando lugar à cultura do consumo marcada pela existência da individualidade, caracterizada pelo surgimento de diversos estilos de vida. Na atual sociedade de consumo, o fenômeno do aumento do poder de maximização de escolha proporcionado pelo marketing e o crescente fascínio pelas compras baseadas em marcas, e não em suas reais necessidades, aliado à necessidade de gerenciar o tempo, que é escasso, fizeram com que as empresas se rendessem aos desejos e necessidades desses consumidores para poder entendê-los e atendê-los. A questão do consumo, hoje, está ligada à dimensão das experiências que proporcionarão prazer. Figura 1: Para muitas pessoas, o ato de comprar é visto como uma forma prazerosa e rápida de se sentir feliz. Fonte:Dreamstime. É claro que existe uma competição acirrada de empresas querendo captar a atenção do mercado consumidor, o que leva muitas delas a explorarem ao máximo o lado comportamental (leia-se psicológico) de um consumidor, expondo-o à exploração ilimitada dos seus desejos. Comportamento do Consumidor 6 A pergunta é: Será que alguém precisa de um smartphone com tantas funções, que “fala, anda, passa roupa e ainda leva as crianças à escola”? Para falar a verdade, ninguém precisa! Mas, como uma das dimensões principais do consumo é a cultura, podemos perceber que os nossos desejos são ilimitados, pois são formas de necessidades influenciadas pelo ambiente cultural onde estamos inseridos: o espaço geográfico em que vivemos, as situações a que somos expostos ao longo da vida (memórias e associações boas e ruins), costumes e até mesmo as pessoas que temos à nossa volta, em nossa vizinhança, cidade ou país, entre outras coisas. Por essas razões, até mesmo a maneira como os processos de segmentação de mercado acontecem deverá ser repensada. Se as organizações quiserem realmente conhecer quem são os seus consumidores, deverão olhar mais atentamente a análise de critérios, considerando seus hábitos, estilo de vida e seus valores. A diferenciação dos públicos-alvo por classes sociais, faixas etárias e localização precisará ser revisitada e ampliada. Fatores como a relação entre aquilo que se produz e a demanda do mercado consumidor, os hábitos de compra de um indivíduo, a intensa competição entre concorrentes que ofertam produtos semelhantes, dentre outras características culturais, podem ser determinantes para os processos de decisão de compra de um indivíduo e devem ser levadas em consideração pelas empresas na criação de suas estratégias e estabelecimento de posicionamento de mercado. As disparidades no consumo que ocorrem em todo o mundo são resultantes das diferenças sociais estabelecidas na sociedade. Uma pequena parcela da população vive com altos padrões de consumo, tem acesso a uma boa remuneração e apresenta rendimentos financeiros expressivos, podendo adquirir tudo aquilo que o mercado oferece. Por outro lado, existem pessoas desprovidas de recursos, as quais não conseguem ao menos comprar o mínimo necessário para sua subsistência. Infelizmente, em nações menos desenvolvidas economicamente, como em muitos países da África, Ásia, América Central e do Sul, grande parte das populações está excluída do consumo, sendo lamentável o fato de não possuírem ao menos serviços básicos, como acesso à saúde, esgoto e água tratada. Para que as organizações possam estabelecer diálogo com esse novo tipo de consumidor, devem entender os processos que influenciam a sua decisão de compra para que, a partir desse ponto, saibam influenciá-lo, demonstrando a esse cliente quais caminhos ele deve tomar, a fim de encontrá-lo no mercado com disposição e dinheiro para adquirir o que é ofertado. Comportamento do Consumidor 7 Isso significa compreender o que o consumidor espera da empresa e utilizar esse conhecimento nas estratégias de concepção do produto, desde a ideia original até a exposição na vitrina da loja ou na prateleira do supermercado. Somente dessa forma as marcas conseguirão, com mais facilidade, atingir seus objetivos na busca da conquista e manutenção dos seus clientes. Podemos afirmar, então, que as empresas que investirem tempo para conhecer bem o comportamento do consumidor poderão entender as tendências de consumo com rapidez e eficiência e conquistar resultados mais expressivos nas vendas, colocando, assim, seus negócios um passo à frente da concorrência. Em seu disco homônimo de 1971, o compositor e cantor Paulinho da Viola faz do samba “Consumir é viver, conviver é sumir” uma crítica ácida à vida, como se ela pudesse ser comparada a um supermercado ou a um shopping center. Nos versos iniciais da letra, encontramos as seguintes palavras: “No supermercado onde me encontro Medindo e pesando o teu carinho Uma oferta meu desejo vejo Ali, como artigo de toda a semana Confortável que não deixa manchas [...]” 1.1 Consumo X Consumismo Um erro comum de muitas pessoas é confundir “consumo” com “consumismo”. Talvez você esteja se perguntando: Existe diferença entre esses termos? Sim. No consumo, o indivíduo adquire somente aquilo que lhe é necessário, como água, alimentação ou vestuário. Já o consumismo se reflete na ação de comprar excessivamente produtos desnecessários, sendo motivado pelo desejo ou impulso de comprar, sensações motivadas pela sedução da propaganda. Percebeu a diferença? No consumo, o indivíduo adquire aquilo que lhe é necessário, já no consumismo, o indivíduo possui hábitos de compra desenfreados, geralmente de coisas que são supérfluas e não remetem à sobrevivência. O consumismo é considerado um comportamento destrutivo, pois impacta em diversos aspectos a vida cotidiana. O grande problema gerado pelo consumismo é que, caso não seja refreado, ele pode se transformar em uma doença psicológica impulsionada pela compulsão de comprar, quando os fatores de recompensa do indivíduo passam a ser vinculados à satisfação ou ansiedade. O problema é sério: o consumismo pode até mesmo causar transtornos no modo como uma pessoa se comunica com o mundo. Comportamento do Consumidor 8 Figura 2: A expressão consumismo é usada para identificar o comportamento ou tendência que uma pessoa tem de exagerar nos hábitos de consumo ou de fazer compras por impulso. Fonte: Dreamstime. O apego aos bens materiais começou a se desenvolver nas décadas anteriores e, muito embora estudiosos possam traçar uma linha da origem do consumismo, ligando-o ao processo da industrialização explosiva que ocorreu durante a Revolução Industrial e na fase da produção em massa, o fenômeno, nos moldes que conhecemos hoje, pode ser considerado um reflexo da Globalização, que se fortaleceu na sociedade contemporânea, tendo como ápice a sociedade atual. Isso tem tornado o consumismo uma das principais características da sociedade, tanto que a sociedade contemporânea, capitalista por definição, é denominada por estudiosos como sociedade do consumo. E o chamado Consumo Consciente? O que é? O consumo consciente é uma iniciativa tomada por compradores mais atentos aos impactos sociais e ambientais de seus hábitos de consumo. Ele envolve, por exemplo, a redução no consumo de água e energia e a utilização de materiais que possam ser reaproveitados como forma de não desperdiçar recursos naturais e fazer compras mais planejadas. É uma espécie de consumo sustentável, que procura evitar excessos e tem preferência por marcas e fornecedores responsáveis que, em sua cadeia de suprimentos, procurem reduzir os efeitos de suas atividades na sociedade e no meio ambiente. Uma vertente desse tipo de consumo sustentável que está ganhando força na sociedade moderna é o recommerce, ou comércio reverso, que consiste no processo de venda de produtos novos ou usados (como os brechós). Essa alternativa vem sendo muito utilizada para diminuir novas produções, por vezes desnecessárias, trazendo benefícios para o consumidor e, também, para o meio ambiente. 2. Antropologia do Consumo A Antropologia pode ser definida como a ciência das diferenças culturais. É o estudo das pessoas e de como elas se comportam de maneira diferente, conhecendo-as em sua totalidade dentro de sua sociedade e grupo cultural. Comportamento do Consumidor 9 A Antropologia do Consumo se debruça sobre os estudos dos assuntos ligados às práticas corriqueiras e hábitos cotidianos de compra e consumo de bens e serviços praticados pelas pessoas. O estudo desse tema nos leva a refletir sobre o sentido que produtos e serviços inferem na vida e nas relações sociais dos consumidores, como também nos aspectos relacionados à decisão de aquisição ou não desses bens. As observações proporcionadas por esse campo do conhecimento permitem que as empresas respondam a questõescomo: Por que uso determinado tipo de roupa para uma situação informal e visto um terno para uma entrevista de emprego? Por que as pessoas compram bicicletas ergométricas que acabam virando cabideiros? Por que compro o produto da marca A em vez da marca B? As trocas existem para demonstrar nossos valores, o modo como nos expressamos em relação ao mundo que nos cerca e todos os outros símbolos associados aos motivos que nos conduzem a esse tipo de comportamento, como poder, status, sensação de pertencimento, etc. Os bens de consumo que adquirimos e os significados implícitos atribuídos a eles podem, dentro desse contexto, comunicar o que somos e representar o que pensamos. Produtos podem ser considerados como artefatos culturais criados para expressar singularidades individuais e/ ou coletivas, cuja finalidade é proporcionar pertencimento social. Figura 3: Pessoas de todas as gerações buscam cada vez mais a prática do consumo consciente. Fonte: Dreamstime. A Antropologia de Consumo pode ajudar uma marca a entender como ela é percebida pelos seus clientes e por que eles tomam determinadas atitudes (como gostar mais de um estilo de música do que de outro) e, de posse dessas informações, é possível apoiar o departamento de marketing no desenvolvimento de produtos que estejam de acordo com o estilo de vida dos possíveis consumidores. Há, ainda, outra questão Comportamento do Consumidor 10 relevante: Você já parou para pensar nos motivos que fazem o “calendário da moda” (coleções de moda e chegada das roupas às lojas) ser tão diferente do calendário da vida real? Com qual propósito uma loja de vestuário coloca em suas vitrines roupas de verão no auge do inverno? Podemos, assim, dizer que a Antropologia do Consumo é o elo entre as marcas e seus consumidores, até mesmo porque sabemos que as relações de troca estão longe de uma perspectiva predominantemente utilitarista e econômica, e é fato que nossa vida social não se limita apenas à aquisição de produtos e serviços para a satisfação de necessidades físicas. Os estudos desse campo podem auxiliar executivos e estrategistas de marca a direcionarem seus esforços na área de marketing mais adequadamente, de forma a permitir uma melhor conexão entre a empresa e seus clientes. Diante disso, a Antropologia do Consumo pode contribuir com insights poderosos para a tarefa de compreensão do comportamento das pessoas, seus relacionamentos, o que as torna mais confiantes ou as amedronta. A aplicação da Antropologia nos estudos de comportamento de compra (fatores e motivações) para a criação de conexões, alcance e impacto nos consumidores deu origem ao desdobramento denominado Antropologia do Consumo, capaz de orientar as interações em todos os pontos de contato com o consumidor, de forma a estabelecer estratégias criativas e conteúdos que serão veiculados para falar diretamente ao coração e à mente dos clientes. As contribuições da Antropologia do Consumo permitem que as empresas façam um “recorte” quanto a seus públicos-alvo, de modo que seus produtos e serviços possam ser criados ou adaptados, atendendo às especificidades das identidades culturais construídas a partir de elementos como credo, religião, regionalidade e nacionalidade, ou quaisquer outras formas identitárias que possam se refletir nos comportamentos de consumo dos seus membros. Dessa maneira, os grupos que o marketing costuma chamar de segmentos ou “nichos” de mercado (ex. negros, evangélicos, brasileiros e nordestinos) geralmente são identificados pelos antropólogos como “comunidades simbólicas”. O estudo do comportamento do consumidor, inserido em contextos culturais mais amplos e amparado pelas tecnologias de CRM, SCRM e Big Data, ficou ainda mais complexo em virtude da abundância de dados disponíveis. São tantas as variáveis envolvidas no sentido de entender os disparadores de consumo de um indivíduo que, em alguns casos, separar o que é informação relevante daquilo que não contribui com a compreensão dos comportamentos e possíveis ações do consumidor é apenas um (talvez o maior) desafio que as empresas terão que enfrentar para fazer frente às mudanças ocorridas na evolução desse mercado. É só observar o contexto em que o consumidor está inserido atualmente, cercado por linguagens novas e pela ação de influenciadores digitais nas redes sociais. Comportamento do Consumidor 11 E a propaganda? Como ela pode influenciar o consumo? A propaganda é uma das formas mais comuns utilizadas pelas empresas para anunciar seus produtos e serviços, informar, motivar e influenciar os consumidores a adotarem uma postura favorável em relação a uma marca ou empresa. Assim como as ações de promoção de vendas e de adequações ao composto de marketing, como a proposição de facilidades de créditos no tocante às estratégias de precificação de um produto, a propaganda é utilizada para atingir uma quantidade maior de consumidores em relação aos seus concorrentes. A ação da propaganda, por meio de sua difusão nos meios tradicionais de comunicação em massa (televisão, rádio, internet e mídia impressa, por exemplo), consegue despertar nas pessoas o desejo de compra, mesmo que tal produto não seja indispensável naquele momento e que o indivíduo não tenha perfil socioeconômico condizente com a proposta do produto ou serviço em questão. Figura 4: A propaganda existe para colocar clientes potenciais em contato com um produto. Fonte: Dreamstime. Com a intenção de aumentar a venda de produtos e serviços, a propaganda pode ser utilizada para criar no cérebro humano a sensação de prazer. A ciência explica que muitas escolhas que fazemos, inclusive aquelas ligadas às decisões de compra, são motivadas pela expectativa de recompensa. Quando exposto a uma determinada mensagem publicitária, o ciclo da dopamina (também chamada de hormônio do prazer) é ativado, e, então, todas as decisões que tomamos são realizadas no sentido de calcular a probabilidade de que uma tomada de decisão nos traga felicidade e evite perdas a qualquer custo. Quando um consumidor vai às compras, o seu cérebro toma decisões que procuram produzir o máximo possível de dopamina. É por isso que termos-chave como “off” “descontos”, “compre 1 e leve 2” ou “promoção” são frequentemente usados na linguagem da propaganda para aumentar no consumidor aquela sensação de sair ganhando. Não é sem razão que empresas dos mais variados segmentos comerciais lançam mão da propaganda para atingir os possíveis prospectos, aquelas pessoas com potencial de adquirir diferentes produtos e serviços ofertados no mercado. Voltando à questão do consumismo, como essa sensação de prazer, resultante da satisfação proporcionada pelo ato da compra, é Comportamento do Consumidor 12 essencialmente efêmera para quem compra (mesmo que seja um carro de luxo), no momento que o ato de comprar deixa de ser uma novidade e se torna banal, sua atenção é desviada para outros objetos de desejo. A pessoa passa a querer outros carros, de outras marcas, outros smartphones, ainda mais modernos, mais atualizados. E é assim que o círculo vicioso do consumo sem propósito se perpetua. Nesse capítulo, conhecemos os principais conceitos que envolvem os estudos do comportamento do consumidor, abordando os elementos que englobam o processo de consumo de bens e serviços. Entendemos o ato de consumir bens e serviços como uma atividade intimamente associada à economia. Pudemos compreender que o objetivo do processo produtivo é a produção de bens e serviços com o fim de atender às necessidades do mercado consumidor. Abordamos, também, assuntos de extrema relevância, como a diferença entre consumo e consumismo e os estudos desenvolvidos pela Antropologia do Consumo, mostrando como esse campo do conhecimento pode ajudar uma marca a entender como ela é percebida por seus clientes e por que eles tomam determinadas atitudes. Os aspectos que envolvem o papel da propaganda como função de comunicaçãoda oferta de uma empresa ao mercado e a sua influência nas decisões de compra também mereceram especial atenção em nossos estudos. Referências BAUMAN, Z. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. HOYER, W. D.; MACINNIS, D. J. Comportamento do consumidor. São Paulo: Cengage Learning, 2012. SOLOMON, M. R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 11 ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. DANDREA, R.; GUISSONI, L. A.; CONSOLI, M. A. Shopper marketing: a nova estratégia integrada para conquista do ponto de venda. São Paulo: Atlas, 2011. Comportamento do Consumidor 13 Histórico da Administração de Recursos Humanos Para início de conversa… Objetivos _g1zzycxp7xnj _xkyg7onarj76 _lexp0vb5pav4 _a2lb9egp51pg _ut3wur9107d7 _j09nms1bgahr _ntwxvprfo5k1 _71we46iswxlq _66f2tmaccne5 _m1wnyfhhox04 Introdução do Comportamento do Consumidor Para início de conversa... Objetivo 1. O que é Consumir? 1.1 Consumo X Consumismo 2. Antropologia do Consumo Referências
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