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Artigo Científico ECA

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Histórico e cenário 
O ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela lei xxx, de 1990, é 
considerado um marco na defesa dos direitos da criança e do adolescente no Brasil. 
Motivado pelo movimento de proteção ao público infantil e juvenil, que ganhou 
visibilidade no Ano Internacional da Criança em 1979, o ECA busca reproduzir o teor 
da Convenção Internacional sobre os direitos da Criança, aprovados pela ONU, 
Organização das Nações Unidas, em 1989. 
O ECA representa o primeiro código brasileiro que busca a garantia de proteção integral 
dos direitos da criança e do adolescente de forma justa e igualitária, sucedendo outros 
documentos menos completos intrínsecos. 
Desde 1916 o Brasil possui um Código Civil que regula os direitos individuais, o direito 
de propriedade e o Direito de Família que, basicamente, especifica as obrigações dos 
pais com os filhos em relação ao direito de filiação, a sucessão no nome e na herança, a 
alimentação, a educação e a saúde. Neste documento, o Estado representa apenas um 
título complementar, em casos onde falta a proteção familiar. 
O trabalho infantil e o aumento da violência urbana e de crianças em situação de rua, 
provenientes do fim da escravidão, levaram a sociedade e o governo brasileiro a discutir 
medidas de proteção para crianças e adolescentes. 
 
Somente em 1927, com o 2º Código de Menores, o Brasil estabeleceu a proteção 
integral para as crianças e os adolescentes na legislação. Possuía o objetivo de reduzir o 
número de menores em estado de rua e abandono, eliminando, por exemplo, a “roda dos 
expostos”, uma maneira de doar recém-nascidos onde quem os recebia não conseguia 
visualizar quem entregava. Contudo, a lei além de inferiorizá-los como cidadãos, tratava 
abandonados, órfãos e infratores da mesma forma, colocando todos sob uma mesma 
classificação e jurisdição. 
Destinada, especificamente para jovens e crianças de 0 a 18 anos, em estado de 
abandono, sem moradia, com pais falecidos ou desaparecidos, declarados incapazes ou 
presos há mais de dois anos, a lei denominou como “expostos”, os menores de sete 
anos; “abandonados”, os menores de 18 anos; “vadios”, os meninos de rua; “mendigos”, 
os que pedem esmolas ou vendem coisas nas ruas; e “libertinos”, os que frequentam 
prostíbulos. 
Essa questão tardou a ser aprimorada na lei brasileira. As alterações no Código de 27, 
nos anos subsequentes foram apenas relacionadas ao tratamento e especificação da 
natureza do “menor infrator”. 
A Doutrina da Situação Irregular, por exemplo, que substituiu a Doutrina do Direito do 
Menor em 1979, passou a designar as crianças sem uma representação legal e condições 
essenciais de sobrevivência; vítimas de maus tratos e exploração; ou que apresentassem 
desvios de conduta e forem autoras de atos infracionais, como em “situação irregular”. 
O Código de 79 partiu do Instituto Interamericano del Niño, órgão do qual o Brasil 
participa juntamente aos Estados Unidos, Canadá e demais países da América. A 
transição entre as duas leis ocorreu, efetivamente, a partir da Fundação Nacional do 
Bem-Estar do Menor, em dezembro de 1964. 
A mobilização social no final da ditadura e as investigações parlamentares sobre 
violência nos reformatórios, como as Febems, também tiveram um papel importante na 
contribuição para a garantia dos direitos da criança e do adolescente. 
Já mais próximo ao Estatuto, o artigo 227 da Constituição Federal de 1988 estabeleceu 
como dever da família, da sociedade e do Estado "assegurar à criança, ao adolescente e 
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão". 
 
 
Direitos da Criança e do Adolescente no Mundo 
Em 1923 foi publicado o primeiro documento internacional em defesa da criança, o qual 
foi incluído à “Declaração dos Direitos da Criança”, conhecida como Declaração de 
Genebra, em 1924. 
O documento garantia às crianças condições para seu desenvolvimento natural, isto é, 
que sejam alimentadas, tenham liberdade e sejam protegidas de qualquer forma de 
exploração. Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, foi instituído a “Declaração 
Universal dos Direitos do Homem”,porém, mesmo na concepção de abarcar todos os 
seres humanos, dentro dessa declaração foi implementado outro documento que trata 
especialmente dos direitos das crianças 
No ano de 1959, a Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovou por universalidade a 
Declaração dos Direitos da Criança. 
O documento mais atual sobre os direitos das crianças e dos adolescentes é a Declaração 
de Barcelona, de 2007, que expõe métodos para preservar as crianças e os adolescentes 
da pobreza, de todos os tipos de abuso e discriminação, bem como garantir cuidados 
com a saúde, educação e participação social 
 
 
 
 
 
Críticas ao ECA 
Durante os 27 anos em que esteve vigente, o ECA já foi alvo de grandes críticas. Um 
dos episódios mais recentes e repercutidos ligados ao Estatuto é a votação pela redução 
da maioria penal. 
Em 19 de agosto de 2015, a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a PEC, 
Proposta de Emenda à Constituição, ​nº 171/93​, que reduz a maioridade penal de 18 para 
16 anos nos casos de crimes hediondo (estupro ou latrocínio), homicídio doloso e lesão 
corporal seguida de morte. No entanto, a proposta original sofreu alterações. 
 
As disposições da PEC aprovada determinam que os jovens entre 16 e 17 anos, que 
praticarem os crimes mencionados, deverão cumprir pena em local separado de outros 
jovens que cumprem penas socioeducativas e de maiores de 18 anos. 
 
O Código que visa garantir os direitos das crianças e adolescentes é, muitas vezes, 
taxado como uma forma de proteção a jovens infratores. 
Para a colaboradora da Frente de Defesa dos Direitos da 
Criança e do Adolescente de Minas Gerais, Maria Alice da 
Silva, a discussão da redução da maioridade (...) traz reflexões. 
“Isso nos faz repensar se não nos descuidamos um pouco de 
informar melhor a sociedade do que é previsto no estatuto. O 
ECA não é para passar a mão na cabeça de menino. Ele prevê 
deveres e direitos, além da punição de quem os viola”, afirma. 
(fonte: em.com.br) 
Além disso, muito se questiona sobre o cumprimento do Estatuto, visto que muitos artigos são 
violados diariamente na sociedade brasileira. 
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e 
do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil 
(OAB-MG), Renata Roman, destaca avanços promovidos pelo 
ECA como a criação da rede de proteção, mas aponta barreiras 
para o cumprimento do estatuto. “O ECA é uma lei 
bem-sucedida, mas falar que todas as crianças têm acesso alazer e cultura não é algo real. Não conseguimos o avanço 
necessário”, diz. 
(fonte: em.com.br) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
https://www.youtube.com/watch?v=F_y3p4UmaxY&t=1221s​. Acesso em 
30.abr.2017 
http://www.faneesp.edu.br/site/documentos/estatuto_crianca_adolescente.pdf 
Acesso em 30.abr.2017 
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/07/13/interna_politica,667750/es
tatuto-da-crianca-e-adolescente-completa-25-anos-com-direitos-violad.shtml​. 
Acesso em 29.abr.2017 
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo-direitos-
criancas-e-adolescentes ​ Acesso em 29.abr.2017 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
=5554&revista_caderno=12​ Acesso em 29.abr.2017 
https://examedaoab.jusbrasil.com.br/noticias/364174845/reducao-da-maioridad
e-penal. Acesso em 25.abr.2017

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