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aula psicologia juridica

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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA
Tereza Cristina S. Erthal
Abordagem existencial
Por existencialismo entende-se “o conjunto de doutrinas segundo as quais a filosofia tem como objetivo a análise e a descrição da existência concreta, considerada como ato e como uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou fundamento esta afirmação de si” (Jolivet).
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA
Tereza Cristina S. Erthal
Abordagem existencial
“existência precede a essência”, Sartre.
A essência de uma coisa é o que resta despojando-se-lhe de todo o contingente. É a coisa em si sem precisar de algo que a qualifique. 
A existência, por outro lado, é algo concreto, definida por suas características peculiares. Dependendo da primazia de uma sobre a outra, a doutrina recebe o nome de existencialismo ou essencialismo.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Sartre diz que cabe ao homem criar a essência, dentro de sua própria existência. O homem é aquilo que ele escolhe ser e não uma procedência de uma essência comum a todos os homens. O que importa, primeiramente é que ele existe, surge no mundo e só depois se define. A idéia que o homem poderá ter de si próprio dependerá dessa existência.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
É a série de atos durante sua existência que define o ser e sua essência. 
É ao ser que cabe dar sentido a sua existência, através de seu projeto de vida. Essa é uma característica predominantemente humana, porque só o homem é livre, afirma Sartre. 
Segundo ele, o homem existe e as coisas ou objetos são. O homem precisa escolher a cada momento o que será no momento seguinte.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Heidegger diz que existência e essência são na verdade uma mesma coisa. O ser constrói a sua essência de tal forma que a essência não é senão a própria existência. 
As características (são) ao modos possíveis do existente (do ser que vive) e não potências que precisam ser atualizadas (como no Humanismo).
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Suporte na fenomenologia de Husserl, que vem a ser uma forma de descrever objetos tal como são vistos, sem nenhuma ideia prévia a respeito deles. 
Fenômeno: como os objetos se manifestam na consciência de forma precisa, irredutível e imediata. A fenomenologia busca chegar à essência das coisas, preocupando-se em descrever a experiência tal como acontece. 
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
O mundo objetivo é colocado entre parênteses pondo na consciência apenas aquilo que não pode ser negado. Consciência e fenômeno são inseparáveis, ou seja, não é possível se conhecer um objeto separado do sujeito que o conhece.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
O auge do existencialismo ocorreu em plena II Guerra, na Europa. Diante dos acontecimentos duros e angustiantes que o homem passava, ficava difícil formular uma filosofia que se apoiasse na crença do potencial humano. A América, mais otimista a respeito da vida, faz surgir aquela forma especial de existencialismo que é o humanismo.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Sartre diz não haver doutrina mais otimista que o existencialismo, pois o destino do homem está nas suas próprias mãos. Sendo assim, o existencialismo é humanismo, pois preocupa-se com o ser humano e é ao mesmo tempo individualismo, por caber ao ser fazer aquilo que quer de si.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Potencialidade humana
A posição existencial nega a potencialidade humana e a tendência ao crescimento defendida pelos humanistas.Existe uma possibilidade para ser, como afirma Heidegger, não uma atualização de algo que já existe.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Potencialidade humana
Os existencialistas afirmam que cabe ao homem criar suas possibilidades, os humanistas falam que seu papel é de descobrir as potencialidades que lhe são inerentes. Entretanto, essa criação não é arbitrária, pois o indivíduo só pode fazer de si mesmo aquilo que está dentro dos seus próprios limites
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Nas duas doutrinas, o homem é visto como fonte e centro de valores. Ele está em permanente fluxo como uma forma de superar a si mesmo. 
A capacidade de escolha, crescimento e responsabilidade pelas ações e envolvimento com as mesmas são princípios comuns às duas orientações. 
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
A abordagem apoia-se na premissa de que os seres humanos não podem fugir a sua liberdade e de que essa liberdade não é uma escolha feita ao acaso, como se observa na doutrina do livre-arbítrio. Não se trata simplesmente de fazer ou não fazer. Trata-se de uma escolha responsável.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Essa liberdade, entretanto, não é absoluta. O homem é livre, mas sua escolha é limitada pelo seu mundo individual. Existem as condições psico-químico-biológicas, as leis de sua cultura, as limitações e regras de sua sociedade e convenções, que o homem acata por se submeter, já que é um ser aí (DASEIN). Essa é a origem dos conflitos que o indivíduo enfrenta em seu meio social. 
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Ele não é subjugado por essas forcas. Em busca de sua própria verdade, o homem as ultrapassa. O indivíduo é livre, mas dentro dos limites de suas possibilidades.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Ao reconhecer as possíveis forças a está exposto, o homem se orienta de uma forma própria frente aos dados e se compromete com alguma escolha. 
Torna-se consciente das múltiplas forças que o caracterizam como ser-no-mundo, mas não espera passivamente por seu destino. Cabe a ele dar ou não valor a essas forças.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Sabendo-se que não é uma vítima, pode influir na forma como levará a sua sorte. Como exemplo disso pode-se dizer que ser baixo independe do indivíduo, e só dele, depende a sua atitude com relação a esse determinação. Ele é livre para assumir sua condição. Portanto, a existência do homem consiste na sua própria liberdade, que só é liberdade enquanto inserida no mundo.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
A autoconsciência, expressão própria do indivíduo como ser-no-mundo, é que lhe confere identidade. O autoconhecimento revela que ele é finito e tem um tempo limite para existir, que tem potencialidades e que só existindo pode atualizá-las; que tem que realizar escolhas; que é um ser sozinho e que ao mesmo tempo se relaciona com outros.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Autoconsciêcia e liberdade
Quanto mais o indivíduo tiver consciência dessas condições, mais ele é livre, pois é através da autoconsciência que ele aumenta sua liberdade de escolha.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
A norma de vida é o risco. Arriscar-se a todo instante realizando escolhas (ou não realizando escolhas). Não se pode ter certeza do seu resultado. A consciência da liberdade e da responsabilidade, em si mesma, é geradora de angústia.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Porque a escolhaé inevitável
A angústia existencial é essa responsabilidade inata à ameaça, à existência e à segurança. A forma de reduzir a ansiedade resultante é diminuindo suas opções, ou seja, evitando significativamente sua interação com acontecimentos. Na luta contra o que pode vir a destruir o seu ser, o indivíduo acaba deixando de ser completamente
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Ao reduzir suas possibilidades de escolha, nega sua liberdade, nega sua possibilidade de ser. Advém daí a culpa que nada mais é do que o fracasso no projeto, isto é, naquilo que se é capaz de vir a ser. 
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Em função do vazio em seu interior, do indivíduo não concretizar seu projeto, de não ter um sentido pessoal de existência, ele submerge ao anonimato. O medo de ficar só o leva ao conformismo ou ao totalitarismo. Mas não é terminando com a solidão que o indivíduo preenche seu vazio. É a conscientização de que ela existe que a torna menos esmagadora
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
É sozinho que o sujeito terá que eleger e realizar seu projeto de vida. Cabe a ele, e somente a ele, se responsabilizar pela sua escolha. Somente através do contato consigo mesmo, na sua plena solidão, que o indivíduo torna-se capaz de viver com o outro.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
O indivíduo busca valores para tornar sua vida mais consistente. ..um significado que preencha sua vida ... O sentido da vida nada mais é que o produto de buscas de um propósito particular. Há uma constante reestruturação dos valores... É confirmado na capacidade de se descobrir que o indivíduo vai chegando a reconstruir sua vida.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Morte
torna presente a ideia de limitação do tempo para a atualização das potencialidades
A simples ideia da morte faz com que as pessoas parem para avaliar sua existência total, os seus sucessos e fracassos em termos de suas metas significativas. Os existencialistas questionam muito esse conceito, embora cada filósofo tenha dele uma visão particular
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
O existencialismo tem enfocado a morte não como um fim de vida puro e simples, mas como uma parte dela mesma. Somente através da integração dos dois conceitos se pode chegar a uma existência autentica. 
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Heidegger
É o medo de não viver o aqui-e-agora que leva o indivíduo a se preocupar com o lá-e-então. Com medo de enfrentar a morte, a possibilidade do não-ser, o indivíduo refugia-se na existência inautêntica. É uma forma de fugir à angústia diante do nada. Mas é através dessa angústia sentida e não adiada que o indivíduo se questiona e procura sua realização na sua autenticidade.
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
(Heidegger: filósofos ateriores “congelaram” o ser para entendê-lo. O ser deve ser estudado a partir do seu sentido, o ente – ser em uma realidade concreta.
Para conhecer o sentido do ser é preciso uma reflexão do existente, que começa com a análise do Dasein (sein=preseça, da=aí), o ser-aí.)
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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA Tereza Cristina S. Erthal
Para Sartre que o homem é incondicionalmente livre: não é nada ao nascer, e retora ao nada ao morrer. Só é alguma coisa durante a sua existência, alguma coisa que conseguir fazer de si mesmo. 
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A PSICOTERAPIA EXISTENCIAL-HUMANISTA 
Tereza Cristina S. Erthal
A relação terapêutica só ocorre mediante um encontro autêntico – a psicoterapia está destinada a facilitar o crescimento pessoal e utiliza como meio para esse fim o relacionamento interpessoal. Neste, o terapeuta compreende o mundo vivencial do cliente fazendo com que ele também o compreenda. 
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A PSICOTERAPIA EXISTENCIAL-HUMANISTA 
Tereza Cristina S. Erthal
O principal objetivo da psicoterapia existencial-humanista é proporcionar uma maximização de autoconsciência para favorecer um aumento do potencial de escolha; é proporcionar uma ajuda efetiva ao cliente no sentido de se descobrir e a seus potenciais; é ajudá-lo a aceitar os riscos de suas próprias decisões responsáveis, enfim, de aceitar a liberdade de ser capaz de utilizar suas próprias capacidades para existir.
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A PSICOTERAPIA EXISTENCIAL-HUMANISTA 
Tereza Cristina S. Erthal
Como é a experiência o ponto mais importante desse trabalho, a ênfase só pode ser sobre o momento presente. Não há negação do passado ou do futuro, mas estes somente são valorizados na medida em que estão atuando no presente. 
Estar no aqui-e-agora é encontrar um significado individual para sua própria vida.

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