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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO RELATÓRIO DE ESTÁGIO EMPRESA: BP BIOCOMBUSTÍVEIS ALUNO: KELLEN DA SILVA DOS SANTOS Ouro Branco- MG 2017 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO KELLEN DA SILVA DOS SANTOS Monografia apresentada ao Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de São João Del-Rei como parte dos requisitos necessários à convalidação da disciplina Estágio do Curso de Graduação em Engenharia Química. Ouro Branco-MG 2017 3 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUBMETIDO À COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI COMO PARTE DOS REQUISITOS PARA CONVALIDAÇÃO DA DISCIPLINA ESTÁGIO . SUPERVISOR DE ESTÁGIO: DÉBORA BRITO DOS SANTOS ESPECIALISTA DE PROCESSOS INDÚSTRIAS BP BIOCOMBUSTÍVEIS EDÉIA-GO 2017 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO 9 3. REVISÃO DA LITERATURA 10 3.1. Características da cana de açúcar 10 3.2. Descrição do Processo da Cana de Açúcar 11 3.2.1 Recepção, Preparo e Extração de Caldo 11 3.2.2 Tratamento de Caldo e Evaporação 13 3.2.3 Fabricação de Açúcar VHP 15 3.2.4 Produção de Álcool 17 3.2.5 Tratamento de Água - ETA 19 3.2.6 Tratamento de Esgoto - ETE 20 3.2.7 Geração de Vapor 21 3.2.8 Geração e Cogeração de Energia Elétrica 24 4. ÁREAS DE ATUAÇÃO 26 5. CONCLUSÃO 27 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28 5 1. INTRODUÇÃO Em 1908, a BP Biocombustíveis iniciou sua trajetória com a descoberta de petróleo na Pérsia. Sua história sempre foi marcada por transições, do carvão ao petróleo, do petróleo ao gás, do on-shore às águas profundas, e agora em frente a uma nova mistura de fontes de energia à medida que a sociedade se move para um futuro com menos utilização de carbono. A BP está acompanhando a rápida mudança do mundo. Novas fontes de energias renováveis estão sendo difundas e impulsionadas pelos avanços tecnológicos e preocupações com questões ambientais. A BP se compromete a caminhar junto com essa transição no mix de energia trazendo um futuro melhor. Os negócios da BP incluem toda a rede de energia do mundo. Tem a ações no oceano, deserto, plataformas, locais de varejo e centros de pesquisa. As novas tecnologias estão ajudando a produzir mais energia, de forma mais eficiente, a partir de recursos existentes de maneira que nunca se pensou ser possível. A BP é uma multinacional que está presente em 80 países. Possui em torno de 70 mil funcionários no mundo. No Brasil iniciou suas atividades em 1957 com a instalação da fábrica Castrol, exploração e produção de petróleo e gás natural (BP Energy), distribuição de combustíveis marítimos (BP Marine/NFX) e de aviação (Air BP). Com um quadro de funcionários no Brasil de aproximadamente 7 mil pessoas, a BP atua em 15 estados ( Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo) e no Distrito Federal. 6 Figura 1. Atuação da BP no Brasil com atividades Air BP, Biocombustíveis, BP Energy, Castrol, BP Marine. Fonte: BP, 2016. Sendo a primeira empresa internacional a investir no etanol brasileiro, a BP está comprometida com o progresso energético do país. Participa ativamente de diversos fóruns de discussão acerca do tema em nível nacional, tanto na esfera pública como privada. É membro do instituto brasileiro de petróleo, gás e biocombustíveis (IBP), que tem como objetivo a promoção do desenvolvimento do setor nacional de petróleo, gás e biocombustíveis, visando uma indústria competitiva sustentável, ética e socialmente responsável. A BP no Brasil possui 21 concessões de petróleo e gás natural em quatro diferentes bacias geológicas. Possui 3 usinas para operar com capacidade produtiva de 10 milhões de toneladas de cana de açúcar por ano. Desenvolve produtos para os setores automobilístico, aeronáutico, industrial, marítimo e energético. Está presente em 24 aeroportos do país, abastecendo aeronaves comerciais e particulares. A NFX é uma joint-venture da BP e Prumo Logística para a distribuição de combustíveis marítimos no Brasil. O grupo BP trabalha visando garantir e aprimorar a segurança e gestão de riscos, agregar valores e construir relacionamentos de confiança. A BP acredita que é possível haver a construção de um futuro sustentável para a energia mundial. Contribuindo com projetos sociais, a BP busca gerar impactos que irão beneficiar as comunidades das regiões as quais ela atua. A empresa disponibiliza profissionais locais para desenvolver as atividades e criando oportunidades para 7 fornecedores presentes na região. No meio ambiente adota sistemas e metodologias de gerenciamento e mitigação de impactos ambientais. Acreditando que o sucesso vem da energia das pessoas que trabalham na empresa, a BP trabalha para atrair, motivar, desenvolver e reter os melhores talentos. Sempre visando pessoas que se identifiquem com os valores de Segurança, Respeito, Excelência, Coragem e Uma Equipe a BP para criar um ambiente de trabalho inclusivo valorizando a diversidade de pessoas opiniões. A BP estabelece que todos sejam tratados com respeito e dignidade. Pois é justamente em um ambiente que incentiva a diferença que vemos grandes oportunidades de desenvolvimento de ideias, capacidades e projetos. Para a BP segurança é prioridade. A organização está sempre comprometida com a ética nos negócios e agindo seguindo normas rigorosas e em conformidade com as leis. Mediante qualquer situação de risco a BP para suas operações até que todos os potenciais sejam mitigados. A companhia tem uma extrema preocupação com que cada pessoa volte para casa sem se machucar. Atualmente BP possui 3 unidades de produção de cana-de-açúcar no Brasil, duas no estado de Goiás, nas cidades de Edéia e Itumbiara e outra no estado de Minas Gerais, na cidade de Ituiutaba. O produto final dessas unidades são açúcar e etanol. A Tropical, unidade da cidade de Edéia, teve uma parte comprada em 2008 pela BP. Logo, depois em 2011 a BP adquiriu o restante das ações da Tropical Bioenergia. Essa unidade possui uma capacidade de moagem anual igual às de Itumbiara e Ituiutaba juntas (5 milhões de toneladas). Produz-se açúcar VHP e etanol na Tropical, há produção de açúcar cristal nas outras unidades também. Todas as unidades exportam energia gerada no processo de produção. A cana de açúcar é originária de regiões quentes e tropicais da Ásia. Sua introdução no Brasil se deu durante o século XIV para fins de produção de garapa e rapadura contribuindo de forma significativa para a formação econômica brasileira. Atualmente é cultivada, no Brasil, Austrália, Índia, China, Tailândia, Colômbia e entre outros países com clima semelhante a estes. A lavoura de cana- de-açúcar movimenta um grande volume de capital e colabora de forma muitoimportante com o Produto Interno Bruto brasileiro. Hoje a cana de açúcar do Brasil ganha destaque no cenário agrícola mundial. Destaca-se como o principal produtor e exportador de açúcar, com 38,69 8 milhões de toneladas produzidas e 24 milhões de toneladas exportadas na safra 2016/2017, em etanol está na segunda posição como maior produtor (ranking liderado pelos Estados Unidos da América) com 27,81 bilhões de litros e, além de ser o país com maior participação relativa em biocombustíveis na sua matriz de transportes. Para a safra de 2017/2018 segundo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), teremos 647,63 milhões de toneladas de cana, volume 1,5% menor em relação à colheita de 2016/2017, que atingiu 657,18 milhões de toneladas. Esta retração é resultado da diminuição da área, que passou de 9,05 milhões de hectares no ano de 2016 para 8,84 milhões de hectares no ciclo atual. Entretanto essa redução não terá impacto expressivo na produção em decorrência da alta de 0,9 % na produtividade, que passou de 72,62 para 73,27 toneladas por hectare. Para a produção de açúcar devemos atingir 38,70 milhões de toneladas (volume semelhante a safra anterior) e para etanol devemos ter redução de 4,9 %, passando de 27,81 para 26,45 milhões de toneladas. Com base neste levantamento realizado pela CONAB podemos prever que o mercado esteve e estará mais favorável para a produção de açúcar, graças a redução da safra na Índia e à abertura de novos mercados na União Europeia. Diante deste cenário promissor que a BP começou a investir em biocombustíveis e açúcar no país. Investindo na formação e capacitação de excelentes profissionais para atender o mercado que cada vez se torna mais exigente e técnico. Tendo em vista a necessidade desta capacitação e profissionalização, o estágio é uma das ferramentas utilizadas para preparar o acadêmico para este mercado de trabalho cada vez mais competitivo e promissor. 9 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO Conhecer a dinâmica de uma multinacional. Acompanhar e aprender todo o fluxo do processamento da cana-de-açúcar. Conhecer todas as áreas do processo. Compreender como solucionar desvios no processamento da cana-de-açúcar. Fazer melhorias na empresa. Adquirir conhecimentos em relação à gestão de pessoas e processos industriais. Aprender sobre o mercado de trabalho com profissionais experientes. 10 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1. Características da cana de açúcar A cana-de-açúcar, pertence ao gênero Saccharum da família das gramíneas e é constituída por partes aéreas: colmo, folhas e flores, e partes subterrâneas: rizomas e raízes. Para o setor sucroalcooleiro, a cana-de-açúcar é constituída de fibra e caldo, que são a matéria prima de interesse para o processo. É composta por cerca de 20% de fibra sólida e 80% de caldo. O caldo ainda não tratado é constituído de 80% de água e 20% sólidos solúveis. Esses sólidos solúveis são agrupados em açúcares e não açúcares orgânicos e não orgânicos. Sacarose, glicose e frutose compõem os açúcares. Já os não açúcares orgânicos são substâncias nitrogenadas, gorduras, ceras, pectinas, ácidos e matérias corantes. Os açúcares não açúcares inorgânicos são compostos por cinzas que tem: sílica, potássio, fósforo, cálcio, sódio, magnésio, enxofre, alumínio, cloro entre outros. O açúcar da cana, cuja fórmula geral é C12H22O11, um dissacarídeo que consiste de dois compostos monossacarídeos: D-glicose e D-frutose, resulta de uma ação fotossintética. Após ser formado, esse açúcar é armazenado no colmo com cerca de 12% de fibra e 88% de caldo. Somente quando cessa o crescimento da planta, o teor de sacarose no caldo aumenta, tornando assim uma cana maturada. Nessa fase, a cana se encontra com um teor de água e temperatura mais baixo. Há decréscimo também dos não açúcares, ocasionando melhora na pureza do caldo. Como consequência, aumenta- se também a quantidade de fibra, fator importante para ser usada como combustível. Para se analisar a qualidade da cana é preciso quantificar algumas variáveis: Pol: porcentagem aparente de sacarose (g/100g) contida em uma solução de açúcares (exemplo, caldo de cana). Valores de pol de acordo com maturação: cana precoce: 11 – 13%; cana média: 15 – 17%; cana tardia: até 19%. 11 Brix: porcentagem, em peso, dos sólidos solúveis contidos em uma solução de sacarose, medindo o teor de sacarose na solução: cana precoce: 12 – 14%; cana média: 16 – 18%; cana tardia: até 20%. Pureza: porcentagem de sacarose contida nos sólidos solúveis: pureza muito baixa < 80%; pureza baixa 80 a 85%; pureza média 85 a 90%; pureza alta > 90%. AR: açúcares redutores são os monossacarídeos, glicose e frutose, não sofrem cristalização no processo de fabricação do açúcar. ART: açúcares redutores totais são todos os açúcares da cana na forma de açúcares redutores ou invertidos (glicose e frutose resultantes da reação de inversão da sacarose). Quando a cana é cultivada sob irrigação e o fornecimento de água é seguro, há pouca alteração na composição de uma safra para a outra. Todavia, quando a área de plantio não é irrigada, a qualidade da cana é alterada por variações pluviométricas. A tabela 1 mostra esses efeitos em períodos de quatro safras em plantações de cana. Anos Precipitação pluviométrica Pol em g/100 g cana Fibra em g/100 g cana Relação cana/açúcar Pureza caldo bruto em % Recuperação global em % 1986 - 1991 Normal 12,8 15,2 9,1 85,9 86,3 1992 - 1995 Seca 12,7 15,7 9,4 83,5 83,9 1995 - 2001 Normal 13,1 15,1 8,8 86,1 86,3 Tabela 1. Efeitos em períodos de quatro safras de cana. Fonte: Peter Rein et. al. 3.2. Descrição do Processo da Cana de Açúcar 3.2.1 Recepção, Preparo e Extração de Caldo No início do processo, caminhões com cana são pesados e a mesma analisada e descarregada diretamente nas mesas alimentadoras. Através de guinchos que são içados com argolas metálicas, nas quais são presos cabos de aço fixados na carroceria do caminhão. 12 Nas mesas a cana é lavada, em circuito fechado, para se retirar o excesso de terra, areia e outras impurezas. A água de lavagem é enviada para o tanque de sedimentação, que é drenado regularmente para a retirada da matéria orgânica sedimentada. Depois, a cana é descarregada na esteira metálica e essa é responsável por transportar a cana até o desfibrador. No desfibrador, o colmo da cana é completamente desintegrado. Esse equipamento é composto de 172 martelos divididos em 8 eixos que são fixos ao rotor próximos a uma chapa. A cana desfibrada é conduzida então ao difusor por esteiras de borracha que possuí um separador eletromagnético para retirar possíveis materiais ferrosos evitando que o processo seja comprometido. O caldo é extraído por difusão e lixiviação de caldo diluído e água de embebição (geralmente condensado do processo) através da cana desfibrada. O difusor é composto de um gamelão horizontal de 54m de comprimento e 10m de largura e 16 captadores ao fundo que recebem o caldo que é passado pela cana desfibrada. O sistema opera em esgotamento em contracorrente, com uma bomba retirando o caldo do captador e enviando ao distribuidor seguinte. No processo de difusão os dez primeiros captadores recebem caldo de recirculação, nos próximos quatro captadores, o caldo bombeadopassa por aquecedores antes de ser enviado ao distribuidor e nos dois últimos captadores o caldo com maior teor de sacarose passa uma peneira rotativa para retirar o excesso de bagaço do mesmo. Após a peneira o caldo vai para o setor de tratamento de caldo para produção de açúcar e álcool. No difusor há dois conjuntos de roscas afofadoras que servem para descompactar a cana desfibrada, permitindo assim melhor percolação do caldo. O bagaço resultante é levado por uma esteira transportadora até os rolos desaguador e de secagem. O rolo desaguador tema função de prensar a cana desfibrada extraindo o caldo residual do bagaço. Composto por três rolos cilíndricos, sendo um rolo entrada um superior e um de saída. Logo após, o bagaço é enviado a moenda que é constituída de quatro rolos, dois superiores e dois inferiores tornando a prensagem mais eficaz. O caldo resultante desta etapa é chamado caldo prensado. Este caldo passa por uma peneira rotativa e depois é enviado ao difusor para ser utilizado como caldo de embebição. 13 Depois de sair da moenda ou Terno de secagem, o bagaço mais seco passa por um desagregador, equipamento que possui facas triangulares giratórias, para descompactá-lo melhorando a queima na caldeira, onde é utilizado como combustível. Figura 2. Fluxograma da Recepção, Preparo e Extração de Caldo 3.2.2 Tratamento de Caldo e Evaporação O setor de tratamento de caldo é o responsável por retirar do caldo a maior quantidade de impurezas que o mesmo contém, dissolvidas e suspensas, com o objetivo principal de não comprometer o teor de sacarose. Logo depois de se moer a cana, é necessário o tratamento do caldo para evitar que ocorra ação de enzimas e fermentos. O caldo advindo do setor de extração do caldo, chamado caldo misto, é armazenado no tanque de caldo misto para álcool e tanque de caldo misto para açúcar. Guincho Hillo Tombamento Difusor Extração Caldeira Tratamento de Caldo Bagaço Caldo Mesa Alimentadora Recepção Desfibrador Desfibração Rolo desaguador e Terno de secagem Extração e Secagem Caldo Residual 14 O caldo misto açúcar recebe adição de leite de cal, denominada calagem. Essa solução que é preparada nos hidratadores de cal possui concentração adequada entre (4,0 a 7,0° Baumé) para a formação de flocos e redução da acidez do caldo, melhorando assim a decantação. Em seguida, o caldo é enviado para aquecedores tipo casco e tubos para elevar a temperatura (aproximadamente 105°C) por troca térmica com vapor de escape ou vapor vegetal com a finalidade de facilitar a eliminação das impurezas na decantação e reduzir os microrganismos presentes. Para eliminar partículas em suspensão que estão agregadas a bolhas de ar (visto que a 105°C existe evaporação instantânea) e que impediriam que houvesse a decantação, o caldo passa por um balão de flash e em seguida segue para os decantadores, onde é realizada clarificação por adição de polímeros e decantação. O polímero agrega flocos formados nas reações químicas e assim estes decantam mais rápido. A dosagem dos polímeros é da ordem de 1 a 3 ppm (g/tonelada de cana), usados em solução numa concentração de 0,01 a 0,05%. O lodo formado no fundo do decantador é retirado pelo fundo e enviado para o tanque de lodo. Entretanto, este lodo possui quantidade considerável de açúcar. Assim, este lodo é enviado para o filtro rotativo que separa o caldo filtrado que retorna ao processo da torta do lodo que é enviada para irrigação como fertilizante. O caldo decantando é enviado para os filtros Mecat para retirar resíduos remanescentes do caldo e depois o mesmo é armazenado nos tanques de caldo clarificado açúcar e caldo clarificado etanol. O caldo clarificado passa posteriormente por aquecedores antes de ser enviado para a evaporação, onde é concentrado para se transformar em xarope com 60-70°brix, sendo recomendado 64°brix. O aumento da concentração do caldo é realizado em evaporadores de múltiplos efeitos aquecidos a vapor e trabalhando com pressões decrescentes do primeiro ao último efeito. Evita-se assim a necessidade do uso de bombas para deslocar o xarope. O primeiro efeito da evaporação utiliza vapor de escape das turbinas, que transfere calor para o caldo e evapora a água do mesmo. Esse vapor se condensa e este condensado é utilizado para repor a água da caldeira. O segundo e demais efeitos são aquecidos pelo vapor vegetal (vapor produzido pela evaporação de água 15 do caldo) do efeito anterior. Nos efeitos terceiro em diante utiliza-se vácuo para o xarope se concentrar em baixas temperaturas evitando degradação do mesmo. Após a evaporação, o xarope é destinado à flotação onde ocorre separação física de sólidos insolúveis contidos no xarope com a finalidade de diminuir a cor do mesmo. Depois, o mesmo é enviado para cozimento e cristalização. O caldo tratado para o álcool é muito parecido com o caldo para açúcar. Todavia, não ocorrem neste as etapas de calagem, reaquecimento, evaporação e flotação. Figura 3. Fluxograma Tratamento de Caldo Açúcar. 3.2.3 Fabricação de Açúcar VHP O início do processo de fabricação do açúcar consta no cozimento do xarope. No cozimento, evapora-se a água supersaturando a solução e fazendo com que o açúcar se deposite na semente ou nos cristais já existentes. Realizada a vácuo, a evaporação a baixa temperatura (65-70°C) evita a degradação térmica da sacarose. 16 No primeiro cozimento é gerada a Massa B. Nessa etapa é realizada a cristalização a partir de uma semente e alimenta-se o cozimento com solução açucarada (mel ou xarope) para desenvolvimento de cristais de sacarose que serão centrifugados e formarão o magma utilizado no cozimento da Massa A. Antes de ser enviada para as centrífugas, a Massa B é descarregada nos cristalizadores de massa B, para ser um pulmão para as centrífugas que operam continuamente. A Massa B é lavada com água nas centrífugas contínuas. A separação centrífuga ocorre no cesto cônico, sobre telas para filtração de sólidos. Com a massa sobre a tela, os méis são separados dos cristais de açúcar. Nesta etapa são gerados magma e mel final. O mel final é armazenado nos tanques para a destilaria. O magma é bombeado para a magmeira e de lá é enviado aos cozedores de Massa A. Os cristais de sacarose ocorrem durante o cozimento da Massa A, que são obtidos através da adsorção dos méis e xarope pelo cristal. Esta etapa é realizada por cozedores a vácuo, onde o crescimento dos cristais de sacarose é feito em condições controladas (tipo de alimentação, vácuo, entre outros). Após o cozimento, a Massa A é descarregada nos cristalizadores de Massa A para servirem como pulmão antes de ser processada nas centrífugas. As centrífugas promovem a separação entre o açúcar e os méis. A massa é descarregada na centrífuga e lavada com água. Primeiro sai mel pobre e depois quando se faz lavagem com vapor sai mel rico. O açúcar advindo das centrífugas possui alto teor de umidade (0,5 e 2,0%) e temperatura entre 56-60°C. Assim faz-se a secagem para evitar empedramento e desenvolvimento de microrganismos. Os secadores funcionam com circulação de ar quente em contra corrente com o açúcar em movimento. Após ser seco, o açúcar é transportado por esteira até o armazém de açúcar a granel e despejado de forma contínua diretamente no piso. Depois de ter o certificado de qualidade o produto está livre para ser carregado. Para isso, é necessário também que o produto estejaatendendo a todas as informações contidas no Checklist. 17 Figura 4. Fluxograma Tratamento de Caldo Açúcar 3.2.4 Produção de Álcool O início do processo de produção de álcool é baseado na preparação do mosto. Quando se da inicio a safra ocorre a multiplicação do fermento, onde o mesmo é hidratado e recebe uma solução açucarada, objetivando o crescimento da cultura. A mistura de caldo clarificado do setor de tratamento de caldo, mel final e água condensada, nas proporções que demanda o processo, gera o mosto. Este passa por resfriamento em trocadores tipo placa de uma temperatura de 60 para 32°C. Assim, o mosto segue para a dorna que já foi adicionado o fermento. Durante o processo, faz-se o acompanhamento do brix e da temperatura do vinho em fermentação. 18 A fermentação consiste na atividade enzimática da levedura sobre a matéria- prima açucarada (mosto), conforme a reação simplificada de Gay Lussac: Reação 1: Gay Lussac C12H22O11 + H2O C6H12O6 + C6H12O6 C6H12O6 2CH3CH2OH + 2CO2 + 23,5 kcal Durante a reação, ocorre intensa liberação de gás carbônico que é conduzido por tubulações a uma torre de recheio para lavagem e recuperação do álcool evaporado. O gás CO2 é dissipado na atmosfera. O tempo de fermentação é contínuo e dura em média oito horas. Ao fim da fermentação o teor alcoólico nas dornas é de 7% a 10%. O vinho depois que termina essa etapa é denominado vinho bruto. O processo de fermentação libera muito calor e há a necessidade de se manter a temperatura em torno de 32°C para evitar formação de produtos secundários ou prejuízo ao fermento. Assim, é preciso realizar um constante resfriamento do vinho em trocadores de calor com água em contra corrente. O vinho bruto é armazenado na dorna pulmão; Antes de ser centrifugado, o vinho passa por filtros para retirar possíveis impurezas provenientes do caldo. Na centrifugação o vinho é separado em vinho centrifugado e creme de levedura. O vinho deslevedurado vai para a dorna volante para ser bombeado para o aparelho de destilação. A levedura do processo é recuperada em cubas, onde recebe água diluída com ácido sulfúrico até alcançar ph de 1,6 a 3,0, no caso de infecção bacteriana. Esta suspensão de fermento diluído e acidificado permanece em agitação e aeração por quatro horas para estimular a multiplicação e retornar a dorna de fermentação. Para produzir álcool o vinho presente na dorna volante é enviado para as colunas de destilação. Vapor vegetal de 0,9 Kgf/cm² e vapor de 10 Kgf/cm² são utilizados para aquecer o vinho e produzir álcool etílico e álcool anidro. Existe também óleo fúsel como subproduto nas colunas A e B. Na coluna A se forma vinhaça (usada como fertilizante) como subproduto e na coluna B flegmaça (usada para desinfecção). O álcool é desidratado com monoetilenoglicol (MEG) nas colunas de desidratação. O MEG absorve e arrasta a água para o fundo da coluna e os vapores de álcool anidro saem pelo topo da coluna. O MEG misturado a água e pouca quantidade de água é direcionado a uma coluna de recuperação. O álcool separado 19 retorna ao processo. E os álcoois produzidos são direcionados a tanques de armazenamento. Figura 5. Fluxograma da Produção de Álcool. 3.2.5 Tratamento de Água - ETA A primeira etapa do tratamento de água é a floculação mecanizada, a qual se formam flocos agregados em partículas em suspensão, a serem eliminados por posterior decantação ou flotação. Logo depois, a água é enviada para os filtros, onde os flocos leves que foram arrastados do clarificação convencional (coagulação, floculação e decantação) começam a penetrar no leito de filtragem através de espaços vazios entre as partículas do meio filtrante. Conforme os flocos vão enchendo os espaços, o leito filtrante começa a resistir ao fluxo. Quando a queda de pressão se torna muito elevada, o filtro deve ser retrolavado. Utilizam-se também alguns produtos químicos para tratar a água. O hidróxido de sódio para corrigir o ph. Sulfato de alumínio, sulfato ferroso e polieletrólitos são agentes floculantes. Cloro é usado para desinfeccionar a água. Ainda que filtrada, a água pode ter a necessidade de ter um tratamento mais intensivo dependendo do seu uso no processo. Assim, existe outra etapa na ETA, a 20 ultrafiltração realizada por membranas. Essa etapa oferece qualidade de água superior, removendo bactérias, vírus e microrganismos que não foram eliminados nas etapas anteriores. Da ultrafiltração, a água é enviada para a Osmose Reversa, que realizará a desmineralização. Antes de entrar nesses vasos, a água passa por um filtro cartucho que retém partícula suspensas maiores que 5 micrômetros presentes na alimentação da Osmose Reversa. A desmineralização reduz a salinidade através das resinas de troca iônica. Para dar início ao processo de troca iônica faz-se necessário realizar um pré- tratamento com filtros de areia e/ou carvão ativado. Depois, faz-se abrandamento utilizado para remover sais catiônicos de cálcio e magnésio por leito de resina catiônica, onde os íons de Ca e Mg são permutados por íons Na. A resina é reativada com solução de cloreto de sódio. A Osmose Reversa gera dois fluxos água desmineralizada e água com alta concentração de sais (rejeito). Para retirar sólidos remanescentes da osmose reversa utiliza-se o trocador de leito misto que tem por objetivo fazer polimento da água desmineralizada. Dessa maneira, garante-se a qualidade da água com um analisador de condutividade, monitorando a elevação de fuga dos íons. Ao sair do leito misto, essa água é enviada para o Tanque de Água Desmi. 3.2.6 Tratamento de Esgoto - ETE O tratamento biológico é realizado na presença de bactérias que decompõem matéria orgânica, que o próprio esgoto já contém grande variedade. Temperatura, nutrientes, disponibilidade de oxigênio, ph, insolação entre outros são fatores determinantes no crescimento de culturas. O sistema de tratamento de esgota é feito em quatro etapas: etapa anaeróbia, etapa aeróbia, decantação secundária, desinfecção por cloro. Antes de se iniciar a etapa biológica é necessário dar um tratamento físico ao efluente, removendo materiais em suspensão através da utilização de grelhas e crivos grossos. Primeiramente, o esgoto é direcionado ao reator UASB para degradar aproximadamente 60% da matéria orgânica presente no esgoto. O reator também funciona como decantador, pois o esgoto se direciona ao fundo do reator para iniciar um fluxo ascendente, retendo sólidos não digeríveis pelos microrganismos. 21 Microrganismos para oxidar o restante de matéria orgânica aerobicamente com uso de oxigênio molecular. Aeradores responsáveis pela formação de micro bolhas de ar que percorrem um conjunto de anéis pall em polietileno responsáveis pela fixação de colônias de microrganismos. Na etapa seguinte ocorre sedimentação das colônias de microrganismos, lodo ativado, que se desprendem do meio suporte devido a um processo de aeração presente. Após a decantação o lodo retorna ao início do processo de tratamento. Opcionalmente, realiza-se a desinfecção do efluente através do contato do mesmo com pastilhas de hipoclorito de cálcio. 3.2.7 Geração de Vapor As demandas energéticas da planta, relacionadas a calor, eletricidade e energia mecânica, são atendidas pela área de cogeração. Nessa parte da planta, o bagaço é consumido como combustível nas caldeiras. Entre os principais componentes da caldeira, encontram-se: Aquecedor de Ar: pré-aquece o ar utilizado na queimade combustível utilizando o calor residual dos gases de combustão. Temperatura entre 120 e 300°C. Câmara de Combustão: mantém a chama da fornalha numa temperatura elevada com duração suficiente para que o combustível queime totalmente antes dos produtos alcançarem os feixes (dutos) de troca de calor. Caldeira de Vapor: é um vaso fechado à pressão contendo água que será transformada em vapor. Chaminé: retira os gases da instalação lançando-os na atmosfera (tiragem). Cinzeiro: local de deposição das cinzas e restos de combustível que caem da fornalha. Economizador: aquece a água de alimentação. É normalmente instalado após os superaquecedores. Além de melhorar o rendimento da unidade, sua instalação minimiza o choque térmico entre a água de alimentação e a já existente no balão. Fornalha: responsável por realizar a mistura ar-combustível, a atomização e vaporização do combustível e a conservação de uma queima contínua da mistura. Grelhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha, podendo ser fixas, rotativas e inclinadas. 22 Reaquecedor: utilizado para se elevar a temperatura do vapor proveniente de estágios intermediários de uma turbina. Lavador de gases: tem como função separar a fuligem, resultante da queima não estequiométrica do combustível, dos gases antes dos mesmos saírem pela chaminé. Superaquecedor: consiste de um ou mais feixes tubulares, destinados a aumentar a temperatura do vapor gerado na caldeira. Controladores de Nível: controlam o nível de água na caldeira. Podem ser constituídos de várias formas, sendo os mais usados os de eletrodos e o sistema de boia. Indicadores de Pressão (manômetros): são instrumentos utilizados para medir a pressão de líquidos, gases e vapores. Válvulas de Segurança: têm como função promover o escape do excesso do vapor caso a pressão de trabalho venha a ser ultrapassada e os outros dispositivos não atuem. Visor de Nível: é um tubo de vidro colocado no balão de vapor, que tem por finalidade dar ao operador a noção exata da altura onde se encontra a água da caldeira. A cana que entra no processo possui cerca de 13% de fibra. Essa fibra é suficiente para ser utilizada na geração de vapor, geração de energia e funcionamento dos equipamentos de processo (como evaporação, aquecimento, destilação), o excesso pode também ser vendido ou utilizado para cogeração de energia elétrica para venda de empresas distribuidoras de energia elétrica. O bagaço após sair do terno de secagem é enviado pra caldeira pela esteira elevadora de bagaço com umidade inferior a 52% para que a queima seja efetiva. O combustível entra no sistema pela esteira de taliscas e esteira distribuidora de bagaço, que descarrega o bagaço nos alimentadores, os quais têm a função de dosar a quantidade de bagaço necessária para manter a pressão e temperatura do vapor que sai da caldeira e executar a selagem de ar mantendo uma coluna permanente entre a esteira e alimentador, garantindo o percentual de excesso de ar dentro da fornalha. O tipo de alimentação que é utilizada no bagaço, do tipo alimentador- espargidor, faz com que maior parte da queima em suspensão. Há grelhas rotativas permitem a queima do remanescente e são eficazes na remoção de cinzas. O 23 combustível sólido é distribuído na fornalha pelo ventilador de ar pneumático. Existem bocais de ar de sobrefogo que aumentam a turbulência e complementam a combustão. A limpeza da grelha é feita automaticamente com velocidade de translação regulada para que para que a queima do combustível seja realizada em tempo suficiente, sendo as cinzas enviadas para uma bica projetada com remoção via úmida e depois segue para o tratamento de fuligens através de canaletas. A água utilizada na alimentação para a geração de vapor é o condensado do vapor gerado. Isso porque a água de alimentação deve ser livre de contaminantes que podem vir a causar incrustações ou corrosão à caldeira. Entretanto, o condensado não é suficiente, assim, água bruta passa por um processo de tratamento que remove sólidos insolúveis, precipitação, aumento do ph e remoção por troca iônica de partículas solúveis. Após de ser tratada e desmineralizada, a água de alimentação é bombeada para o desaerador e depois para a caldeira, onde é distribuída uniformemente no interior do tubulão de vapor. Assim, nesse sistema a água é transformada em vapor. A porção de vapor gerado na caldeira é coletada no tubulão superior e direcionada, por intermédio de chicanas, aos separadores de vapor que permitem a passagem do vapor retendo as gotículas de água. Além de separar a água do vapor, os separadores garantem que o vapor deixe o tubulão extremamente puro e seco. O vapor saturado que deixa o tubulão superior é encaminhado para o superaquecedor, o qual é constituído de serpentinas tubulares, instaladas na parte superior da fornalha. Após passar pelos superaquecedores, o vapor atinge a temperatura de aproximadamente 390 °C, ideal para alimentar as turbinas e sofrer redução de pressão, gerando vapor para o processo. Os gases gerados na queima do bagaço são dirigidos a região superior da fornalha e passam pelo superaquecedor, feixe tubular, pré-aquecedor de ar e economizador. Logo após, são enviados para o lavador de gases e aos exaustores e saem pela chaminé. A água utilizada na lavagem dos gases é tratada no setor de tratamento de fuligens. As técnicas utilizadas nessa etapa se baseiam no peneiramento, sedimentação e filtração para remover os sólidos, areia, terra e fuligem. A água tratada retorna ao processo, enquanto que a torta retirada do filtro é usada na lavoura como fertilizante. 24 3.2.8 Geração e Cogeração de Energia Elétrica O excedente de bagaço não utilizado para processamento da cana-de-açúcar é utilizado na geração de energia elétrica. Esse processo baseia-se na obtenção de duas ou mais formas de energia simultâneas a partir de um mesmo combustível. Assim, a caldeira produz o vapor, no qual é utilizado para girar as turbinas, que por sua vez girão os geradores que farão a transformação de energia mecânica em elétrica. O sistema de cogeração utilizado nas usinas da BP para a geração de energia elétrica é o classificado como “bottoming” distinto por produzir primeiramente vapor que é então utilizado na produção de energia mecânica (e/ou elétrica) e depois repassado ao processo. A unidade BP Tropical conta com três unidades geradoras de energia. Por meio desse processo de produção, o excedente de energia elétrica de aproximadamente 40MW de demanda é vendido no mercado energético brasileiro. A injeção dessa energia no sistema integrado passa por uma subestação elevatória existente em cada usina que, eleva a energia gerada em 13,8kV à 138kV possibilitando a transmissão com perdas reduzidas no sistema. 25 Figura 6. Fluxograma da Produção de Álcool. 26 4. ÁREAS DE ATUAÇÃO Apoio nas demandas diárias da engenharia de processos em atividades relacionadas à segurança de processos. Participação na reunião diária de KPI’s da indústria: nesta reunião são expostos todos os desvios do processo e são discutidas as possíveis soluções para os mesmos, objetivando sempre otimização do processo. Participação na reunião semanal de segurança: avalia-se nesta reunião todas as condições de risco que possam levar a um incidente de baixo ou alto potencial, atingindo pessoas, patrimônio ou meio ambiente. Assim, são estabelecidas medidaspreventivas e mitigadoras de risco. Participação na reunião semanal do planejamento da produção: faz-se nessa reunião o planejamento de todas as variáveis do processo, quantidade de energia, matéria prima, água, entre outros. Além de planejamento de paradas necessárias ao processo para se realizar manutenções nos equipamentos. Estudo estatístico e definição dos limites operacionais de segurança das variáveis de pressão, temperatura e nível da destilaria da planta: nesta atividade fez- se uma validação estatística para definir qual faixa operacional é mais frequente no processo. Elaboração e apoio aos líderes na elaboração dos MoCs (gerenciamento de mudanças) e liderar o comitê de governança Moc: o MoC é uma importante ferramenta para se avaliar os procedimentos necessários e seguros para se realizar mudanças em uma planta. Já no comitê de governança faz-se a gestão do andamento da conclusão das ações de cada mudança e se apresenta em uma reunião o status dos Moc, e suas respectivas ações, com todas as partes envolvidas. Elaboração da IT (Instrução de Trabalho) da gestão de MoC (governança MoC): nesse documento são descritas com devem ser realizados todos os procedimentos em qualquer atividade industrial. Nesse caso, a IT relata como devem ser preparadas as reuniões de governança MoC e como se deve gerir os MoCs vigentes. Elaboração de escopo de MoCs: quando há uma mudança na planta é necessário ser documentado como essa mudança será feita, bem com metodologia, 27 materiais utilizados, mão-de-obra, imagens antes e pós mudanças, período d realização, entre outros. Investigação de incidentes de processo: quando ocorrem desvios no processo, muitas vezes podem ocorrer problemas que comprometem tanto a produção como a segurança patrimonial e de pessoas. Torna-se necessário investigar esses desvios quando os mesmos acontecem, para evitar a recorrência dos mesmos. Pode-se nessa atividade identificar problemas relacionados a integridade de equipamentos, que promovem desvios em variáveis de processo. Nestes desvios foi possível identificar problemas correlatados com fenômenos de transporte, termodinâmica e operações unitárias. Entre esses desvios pode se destacar vazamentos, estudo de comportamento de válvulas de evaporadores e aquecedores, erros de dimensionamento de acessório de equipamentos, entre outros. Cálculo da perda de carga da bomba de xarope para os tachos da fábrica de açúcar: pode-se nesta atividade aplicar conhecimentos de operações unitárias para dimensionar se uma bomba tinha capacidade para elevar xarope aos tachos do setor de produção de açúcar. 5. CONCLUSÃO O programa de estágio realizado na BP Biocombustíveis foi uma experiência muito positiva, visto que a estagiária pôde conhecer um pouco mais sobre o mercado de trabalho e sobre o setor sucroalcoleiro. Além dos conhecimentos técnicos foram adquiridos muitos conhecimentos na área de gestão, área que não tem muita abrangência no curso de Engenharia Química. Aprendeu-se também como fazer apresentações em reuniões corporativas, seguir uma liderança que nos tira da zona de conforto para maior crescimento e como se portar em uma multinacional. No programa de estágio da BP tem-se o diferencial de colocar os procedimentos de segurança acima de qualquer meta de produção. Valor que ainda não está bem difundido em grande parte das empresas brasileiras. O período de estágio pode ser considerado como um grande passo que terá reflexos em toda a carreira profissional do estudante. 28 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1-Disponível em: <http://www.bp.com/en/global/corporate/about-bp.html>. Acesso em 16 de Junho de 2017. 2-Revista Nova Cana Disponível em: <https://www.novacana.com/usina/>. Acesso em 07/09/2016. 3- CONAB: Boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/16_12_27_16_30_01_boletim _cana_portugues_-3o_lev_-_16-17.pdf>. Acesso em 15 de Junho de 2017. . 4-CORTEZ, L. A. B. et al. BIOETANOL DE CANA DE AÇÚCAR: P & D PRODUTIVIDADE E SUSTENTABILIDADE. São Paulo – Blucher ed. 1, 2010. 5-UNICA: FAQ. Disponível em:< http://www.unica.com.br/faq/>.Acesso em 15 de Junho 2017.
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