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Proteção do Meio Ambiente

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Proteção do Meio Ambiente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília-DF. 
 
 
 
 
Elaboração 
Luiz Roberto Pires Domingues Junior 
Marcel Anderson Borges Bento 
Paulo Celso dos Reis Gomes 
Produção 
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração 
 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 
UNIDADE I 
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE.............................................................................................................. 9 
CAPÍTULO 1 
MEIO AMBIENTE ....................................................................................................................... 9 
CAPÍTULO 2 
CAUSAS DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS ................................................................................. 24 
CAPÍTULO 3 
CONTROLE DA POLUIÇÃO........................................................................................................ 38 
UNIDADE II 
GESTÃO AMBIENTAL............................................................................................................................. 56 
CAPÍTULO 1 
SUSTENTABILIDADE................................................................................................................ 56 
CAPÍTULO 2 
GESTÃO AMBIENTAL EM EMPRESAS/INSTITUIÇÕES.............................................................. 64 
UNIDADE III 
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA NO CONTROLE DE EMISSÕES ........... 97 
CAPÍTULO 1 
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE .................................................... 97 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 156 
 
 
 
Apresentação 
Caro aluno 
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e 
modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – 
EaD. 
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e 
atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a 
formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao 
mundo contemporâneo. 
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a 
facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial4 
 
 
Organização do 
Caderno de Estudos e 
Pesquisa 
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, 
subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão 
abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre 
outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os 
estudos com leituras e pesquisas complementares. 
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa. 
Provocação 
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado 
assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho 
pertinente para o autor conteudista. 
Para refletir 
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça 
uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o 
ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, 
suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a 
construção de suas conclusões. 
Sugestão de estudo complementar 
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para 
aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros 
presenciais quando for o caso. 
 
 
Praticando 
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo 
didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 
Atenção 
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam 
para a síntese/conclusão do assunto abordado. 
Saiba mais 
Informações complementares para elucidar a construção das 
sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. 
Sintetizando 
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, 
facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. 
Para (não) finalizar 
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar 
a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o 
módulo estudado. 
 
 
Introdução 
O presente Caderno de Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de 
propiciar conhecimentos acerca do contexto educacional com foco na 
Proteção do Meio Ambiente. 
A cada capítulo pensamos nas horas que você dedica ao trabalho destinado 
às atividades educativas bem como às práticas desenvolvidas no cotidiano de 
um ambiente universitário. Lembrando sempre de que você é protagonista 
da história que estamos construindo a partir de agora. 
Para nos conceituarmos, os estudantes de Engenharia de Segurança do 
Trabalho de hoje, serão a próxima geração de pesquisadores e profissionais 
altamente capacitados a exercer profissões diversas (áreas de segurança e 
saúde do trabalho). Ainda estamos longe de entender completamente os 
sistemas ambientais. Faz parte deste contexto, voltar-se ao meio ambiente 
como um todo para entender e integrar as funções de cada ecossistema. 
Desde o início dos tempos, quando o homem tentava dominar a energia 
através do controle do fogo, ele passou a interferir diretamente no meio 
ambiente. Os impactos ambientais sofridos pela Terra devido à ação 
antrópica já são discutidos há muito tempo, mas para confrontar a ideia de 
que os recursos naturais são ilimitados a questão ambiental passou a ser 
objeto de intensa preocupação para vários países, principalmente, após 1970, 
com a primeira crise do petróleo, quando a sociedade de uma forma geral 
despertou para os limites dos recursos naturais. 
A origem do movimento global de defesa do meio ambiente de forma 
pragmática se efetivou após o manifesto do Clube de Roma na década de 70, 
que fez uma previsão dos riscos decorrentes do crescimento econômico 
continuo sedimentado em recursos naturais escassos. 
Na última década do século XX, a tomada da consciência mundial quanto à 
importância das questões ambientais, dissemina as abordagens que se 
fundamentam na premissa que: “os custos da qualidade de vida em seu 
orçamento, pagando o preço de manter limpo o ambiente em que vive” (Vale, 
1996). Desta forma, várias instituições econômicas e produtivas (fábricas, 
 
 
firmas, comércio...) passaram a inserir em sua cadeia produtiva os custos 
necessários para manter a qualidade de vida e o bem-estar coletivo. Paradigma 
este que fez com que na metade da década de 90, diversos normativos 
internacionais, do porte da ISO, concretizassem de forma coerente tal 
demanda da sociedade, passando as instituições a buscarem marcosconceituais e metodológicos como: “certificação ambiental” e “gestão 
ambiental”. Esta apostila lhes fornecerá uma visão integrada da proteção do 
meio ambiente para o início de uma carreira profissional respeitado o real 
entendimento da complexidade deste processo. 
Bons estudos! 
 
 
 
Objetivo 
» capacitar o aluno para compreensão das principais conceitos 
associados à preservação do meio ambiente; à poluição 
ambiental, ao desenvolvimento sustentável e aos 
instrumentos de gestão ambiental. 
 
 
10 
 
 
 PROTEÇÃO UNIDADE I 
DO MEIO AMBIENTE 
CAPÍTULO 1 
Meio Ambiente 
Introdução 
O Engenheiro de Segurança do Trabalho tem um papel importante de avaliar a diversidade de 
ambientes laborais e garantir que um ou mais trabalhadores tenham qualidade em sua 
jornada de trabalho, para tanto uma das principais atribuições deste profissional visa: 
» assegurar que o trabalhador não corra riscos de acidentes em sua atividade 
profissional, sejam eles danos físicos ou psicológicos. 
» administrar e fiscalizar o atendimento aos requisitos de segurança no ambiente 
laboral (Indústria da Construção e Setor Industrial). 
» Elaborar e implementar programas de prevenção de acidentes. 
» Acompanhar e verificar a eficácia dos planos de prevenção de riscos ambientais. 
» Inspecionar e emitir laudos técnicos. 
Por meio deste arranjo de atribuições este profissional interage para que o meio ambiente do 
trabalho esteja em conformidade com os conceitos atuais e em conformidade com a 
legislação. 
Conforme artigo publicado no sítio do Ministério Público do Trabalho, o trabalho consiste em 
legítimo instrumento de concretização da dignidade da pessoa humana, erigido a fundamento 
da República Federativa do Brasil, na condição de Estado Democrático de Direito, nos termos 
do artigo 1o, inciso III, da Constituição da República. 
 
11 
No entanto, o direito ao trabalho, encontra-se previsto no artigo 6o da Carta Magna, deve ser 
interpretado à luz das diretrizes fundamentais da dignidade da pessoa humana e do valor 
social do trabalho. 
Logo, a todo cidadão tem o direito de possuir um trabalho digno ou decente, ou seja, que 
corresponda às condições mínimas de higiene, de saúde e de segurança, até porque a redução 
dos riscos inerentes ao trabalho também configura direito social constitucionalmente 
atribuído à classe trabalhadora (CF/1988, art. 7o, XXII). 
Para tanto, o atendimento protetivo conferido ao trabalhador, visa resguardar a sua 
integridade física e psíquica, esta tutela deve ser direcionada à manutenção da higidez do meio 
ambiente do trabalho, eliminando, ou neutralizando, a ação de agentes nocivos, e prevenindo 
a ocorrência de infortúnios e doenças ocupacionais. 
A implementação de medidas preventivas, que venham a reduzir os riscos à saúde e à 
segurança do trabalhador, é direito fundamental consolidado em nosso ordenamento jurídico 
pátrio. 
O objetivo principal de todos os atores envolvidos no meio ambiente do trabalho é garantir 
condições seguras e saudáveis ao trabalhador. Estas ações visam, sobretudo a prevenção de 
acidentes do trabalho e a ocorrência de doenças ocupacionais. 
Qualidade e preservação da vida do trabalhador, este e o único proposito entre as partes: 
Entidades públicas, privadas, o meio ambiente e os trabalhadores. 
O meio ambiente do trabalho e os princípios da precaução 
e prevenção 
A Política Nacional de Meio Ambiente conceitua meio ambiente como um conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas (Art. 3o, inciso I, da Lei no 6.938/1981, que instituiu 
a Política Nacional do Meio Ambiente). 
O conceito permitiu o surgimento de um espaço positivo de incidência da norma legal, 
tutelando todos os aspectos inerentes ao meio ambiente, sejam de ordem natural, artificial, 
cultural ou do trabalho. 
Entendendo-se o meio ambiente do trabalho como um conjunto de fatores físicos, climáticos 
ou quaisquer outros que interligados, ou não, estão presentes e envolvem o local de trabalho 
 
12 
do indivíduo, é natural admitir que o homem passou a integrar plenamente o meio ambiente 
no caminho para o desenvolvimento sustentável preconizado pela nova ordem ambiental 
mundial. Grott (2003), afirma que o meio ambiente do trabalho faz parte do conceito mais 
amplo de ambiente, de forma que deve ser considerado como bem a ser protegido pelas 
legislações para que o trabalhador possa usufruir de uma melhor qualidade de vida. 
A defesa do meio ambiente incorporou-se definitivamente como uma das principais 
reivindicações dos movimentos sociais no Brasil e no mundo. 
Tradicionalmente, classificado em quatro espécies distintas, quais sejam: 
1. Meio ambiente natural. 
2. Meio ambiente artificial. 
3. Meio ambiente cultural. 
4. Meio ambiente laboral. 
No quarto: cabe ao Ministério Público do Trabalho zelar pela defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais. 
Existe uma sinergia entre o meio ambiente do trabalho, dentro da conceituação de meio 
ambiente artificial. É o local onde o trabalhador exerce suas funções laborativas e que passa 
grande parte de sua vida. Não necessariamente o ambiente de uma empresa ou fábrica, mas 
o local onde se trabalha, que pode ser externo como o caso dos agricultores ou em máquinas 
como carros e ônibus. Vejamos cada definição para compreender estas quatro vertentes de 
meio ambiente. 
Meio ambiente natural ou físico 
É composto pelos recursos naturais: água, solo, ar atmosférico, fauna e flora. 
Está explicitado mediatamente no Art. 225 da Constituição Federal, sendo que sua tutela 
imediata se encontra no Parágrafo I, incisos I e VII do referido Artigo: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
 
13 
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações. 
§ 1o – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas 
(...) 
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies 
ou submetam os animais a crueldade. 
Meio ambiente artificial 
O meio ambiente artificial é formado pelos espaços urbanos, incluindo as edificações que são 
os espaços urbanos fechados, como por exemplo, um prédio residencial e os equipamentos 
públicos urbanos abertos, como uma via pública, uma praça, dentre outros. 
Meio ambiente cultural 
Considera-se meio ambiente cultural o patrimônio cultural nacional, incluindo as relações 
culturais, turísticas, arqueológicas, paisagísticas e naturais. 
Este patrimônio está previsto expressamente nos Artigos 215 e 216 da Constituição Federal: 
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e 
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a 
difusão das manifestações culturais. 
§ 1o - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas 
e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo 
civilizatório nacional. 
§ 2o - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação 
para os diferentes segmentos étnicos nacionais. 
 
14 
§ 3o - A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, 
visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do 
poder público que conduzem à:I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; 
II produção, promoção e difusão de bens culturais; 
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas 
múltiplas dimensões; 
IV democratização do acesso aos bens de cultura; 
V valorização da diversidade étnica e regional. 
Meio ambiente do trabalho 
O meio ambiente do trabalho é o local onde homens e mulheres desenvolvem suas atividades 
laborais. 
Deste modo, para que este local seja considerado adequado para o trabalho, deverá 
apresentar além de condições salubres, ausência de agentes que coloquem em risco o corpo 
físico e a saúde mental dos trabalhadores. 
A tutela mediata do meio ambiente do trabalho se encontra no Art. 225, já transcrito, em 
quanto que no Art. 200, VIII, a CF/1988, tutela imediatamente o meio ambiente do trabalho, 
ao afirmar que compete ao Sistema único de Saúde – SUS, colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
(...) 
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
Proteger o meio ambiente do trabalho significa proteção aos trabalhadores, mas também à 
saúde de agentes indiretos (comunidades periféricas aos estabelecimentos de labor), posto 
que um meio ambiente poluído por indústrias, por exemplo, afeta o meio ambiente interno e 
externo. 
 
15 
Para tanto, entender-se importante o estudo e a aplicação dos princípios da “prevenção” e da 
“precaução” no âmbito do meio ambiente do trabalho. Necessário é distinguir tais princípios, 
sabendo-se que a prevenção diz respeito aos danos previsíveis, e a precaução aos danos sobre 
os quais ainda não há certeza científica. 
Precaução e prevenção 
O ordenamento jurídico brasileiro no âmbito do direito ambiental tem como pilares diversos 
princípios, dentre eles os da prevenção e da precaução. Milaré (2005, p. 165) afirma que 
especialistas fazem uso do princípio da prevenção, enquanto outros se reportam ao princípio 
da precaução. “Outros, utilizam a ambas as expressões, supondo ou não diferença entre elas”. 
Apesar de aparentemente terem o mesmo significado, são princípios distintos, mesmo que 
sutilmente, possuem relação entre si de gênero e espécie. Como bem destaca Sirvinskas 
(2008, p. 57): 
“prevenção é gênero das espécies, ou seja, agir de forma a antecipar um fato. 
Precaução é agir com cautela, ou seja, ser preditivo e tomar atitudes de 
forma antecipada para evitar danos ao meio ambiente ou a terceiros. O 
conceito de prevenção é mais amplo do que precaução ou cautela.” 
O princípio da prevenção é aquele que impõe a adoção de medidas mitigatórias de danos 
previsíveis. Antunes (2008) considera que o princípio está atrelado aos impactos ambientais 
já conhecidos e desta forma, é possível estabelecer um conjunto de ações baseadas na 
casualidade sendo suficientes para a identificação de impactos futuros. O processo de 
licenciamento ambiental pode ser considerado a uma ação focada no princípio da prevenção 
e, além disso, os estudos de impacto ambiental e os relatórios de controle ambiental são 
ferramentas importantes que integram a conceituação da prevenção. As condicionantes 
ambientais emitidas em cada fase do licenciamento ambiental tem o objetivo de prevenir os 
danos ambientais e age de forma a eliminar (sempre que possível) os danos que uma 
determinada atividade degradante causaria ao meio ambiente, caso não fosse solicitado ao 
órgão de licenciamento ambiental. 
É no âmbito da prevenção/precaução que se destacam os estudos de impacto ambiental, os 
processos de licenciamento prévio e também as medidas punitivas, como forma de 
“estimulante negativo contra a prática de agressões ao meio ambiente” (FIORILLO, 2009). 
 
16 
O princípio da precaução, segundo Milaré (2005) a incerteza científica milita em favor do meio 
ambiente, carregando-se ao interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas 
não trarão consequências indesejadas para o meio ambiente. Por sua vez, o postulado da 
precaução pretende-se evitar o risco mínimo ao meio ambiente, nos casos de incerteza 
científica acerca de sua degradação (RODRIGUES, 2002). 
Os princípios da prevenção e da precaução sejam eles entendidos como expressões sinônimas 
ou distintas, mas inter-relacionadas, apresentam-se como normas basilares do direito 
ambiental, ao passo que impõem que se deve priorizar medidas prévias de proteção ambiental 
ante a usual impossibilidade de reparação efetiva do meio ambiente. Nesse sentido, Milaré 
(2005), afirma que sua atenção está voltada para o momento anterior ao da consumação do 
dano – o do mero risco. Ou seja, diante da pouca valia da simples reparação, sempre incerta 
e, quando possível, excessivamente onerosa, a prevenção é a melhor, quando não a única, 
solução. 
Feitas essas considerações acerca dos princípios da prevenção e da precaução, abordar-se-á a 
sua aplicabilidade no meio ambiente do trabalho. 
Os conceitos e definições a respeito dos princípios da prevenção e da precaução no âmbito do 
direito ambiental podem e devem ser utilizados para o entendimento no meio ambiente do 
trabalho, visto que as ações aplicadas em saúde e segurança do trabalho possuem o objetivo 
principal de prevenção e precaução. As ferramentas utilizadas neste processo são os 
programas de prevenção, controle, laudos e registros para liberação e acompanhamento de 
atividades. 
Como exposto, os princípios da prevenção e da precaução apresentam-se como base do 
direito ambiental. O meio ambiente do trabalho, como aspecto do conceito amplo de meio 
ambiente, por óbvio, não poderia ser uma exceção da influência desses dois princípios. Com 
efeito, o meio ambiente, inclusive o do trabalho, é correlacionado diretamente na 
Constituição Federal ao bem objeto de direito sobre o qual incide o interesse da coletividade: 
a saúde humana (DINIZ, 2009). Sabe-se que a legislação constitucional atrelada às convenções 
internacionais e as normas regulamentadoras, procuram dar consistência ao meio ambiente 
do trabalho e desta forma, represente a garantia de um ambiente seguro e que apresente 
menos riscos. 
A constituição federal, ao tratar especificamente da saúde em seu art. 196, deixa claro o 
caráter preventivo das políticas públicas. Evidencia que as normas constitucionais impõem 
 
17 
caráter preventivo não só às políticas públicas diretamente relacionadas ao meio ambiente, 
mas também àquelas que com ele se relacionam: 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. (...) 
Fonte: Constituição Federal, 1988. 
A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu capítulo V, dispõe sobre as normas de 
segurança e a medicina do trabalho. De uma forma geral, esse capítulo se dedica a estabelecer 
a necessidade de promover os direitos e deveres dos empregados e empregadores a todas as 
normas legais vinculadas que tratem da segurança do trabalhador bem como da obrigação do 
Estado de regular, coordenar e fiscalizar a aplicação dessa normatização. 
Nele percebe-se o tratamento das medidas necessárias a prevenção de acidentes ou de 
doenças adquiridas no ambiente laboral. Para tanto, recorre-se a necessidade da realização 
de exames admissionais, periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho. 
O capítulo aborda também a aquisição e fornecimento de equipamentos de proteção 
individuais e estabelece critérios para a construção de ambientes de trabalho, desde a 
estruturafísica até as condições de conforto acústico, térmico e de iluminação. 
As Normas Regulamentadoras – NR, aprovadas pela Portaria no 3.214/1978, tratam 
justamente do capítulo V, título II da CLT e tem como meta dar tratativa as condições 
ambientais do trabalho e apresentam caráter eminentemente preventivo. Destacam-se 
dentre elas as NR nos 2, 3, 7, 9, 15, 16 e 18, que prevê inspeções prévias nas instalações de 
estabelecimentos antes do início de suas atividades e ainda quando submetidas essas 
instalações a modificações substanciais; situações que existe a possibilidade de embargo e 
interdições; a proposta para a elaboração e gestão do controle de saúde médico ocupacional 
bem como a elaboração de programa de prevenção de riscos ambientais onde existe uma 
interface com os estudos de avaliações ambientais para a conclusão de ambiente laboral 
salubre ou insalubre e condições de trabalho periculosa. Por fim, a NR no 18, vem tratar 
justamente do projeto do meio ambiente do trabalho e das proteções coletivas necessárias 
para a condução segura. Para Diniz (2009) a mera semelhança advém, por exemplo, dos 
Estudos de Impactos Ambientais - EIA visto que a implementação de projetos depende 
efetivamente destes estudos para assim garantir a preservação e conservação dos recursos 
 
18 
naturais para as atuais e futuras gerações. Logo esta ação é uma imposição constitucional. A 
experiência jurídica brasileira, no entanto, demonstra que a norma constitucional tem 
suscitado muitas dúvidas e divergências no que se refere a sua adequada compreensão 
(ANTUNES, 2008). Assim, difícil é afirmar categoricamente que se trata de instituto preventivo 
e de precaução que presta a tutelar com eficiência prática o meio ambiente do trabalho, dadas 
as peculiaridades desse aspecto do meio ambiente e o fato de ter sido o EIA um instituto 
pensado especialmente para o meio ambiente em seu aspecto natural, porém as normas 
regulamentadoras buscaram tratar do assunto afim de, permitir que o meio ambiente do 
trabalho possua os seus institutos conforme um Laudo Ambiental, PPRA, PCMSO, PGR e/ou 
PCMAT. 
A Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei no 6.938/1981, escolheu como um 
dos instrumentos de gestão ambiental as ações preventivas a serem realizadas pelo Estado, 
dentre elas a avaliação de impactos ambientais para a instalação de obras ou atividades 
potencialmente poluidoras. Milaré (2005, p. 482) ressalta que a avaliação de impacto 
ambiental: 
pode ser implementada tanto para projetos que envolvam execução física de 
obras e processos de transformação como para políticas e planos que 
contemplem diretrizes programáticas, limitadas ao campo das ideias, neste 
caso denominada Avaliação Ambiental Estratégica. 
Nos termos do art. 1o, III, da Resolução CONAMA no 23719/1997, a Avaliação de Impacto 
Ambiental, por ela denominada de “Estudos Ambientais”, é gênero do qual são espécies todos 
os estudos para análise da licença ambiental, tais como: relatório ambiental, plano e projeto 
de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de 
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. Essas outras 
espécies de Estudos Ambientais poderão ser requisitadas na hipótese de não se exigir o EIA. 
Nesse contexto, a conteúdo previsto na NR nos 9, 15 e 16 pode ser considerada como uma 
medida de avaliação de impacto sobre o ambiente do trabalho, funcionando como mecanismo 
de prevenção e também de precaução, na medida em que pode se prestar a apontar situações 
em que não se tenha certeza científica quanto aos possíveis danos ao ambiente e determinar 
a aplicação de medidas preventivas e até corretivas. 
 
19 
Meio Ambiente do trabalho e o princípio do poluidor 
pagador 
O conceito de Meio Ambiente do Trabalho, diferentemente das outras divisões didáticas do 
Direito Ambiental, relaciona-se direta e imediatamente com o ser humano trabalhador no seu 
cotidiano, em sua atividade laboral exercida em proveito de outrem. De acordo com Fiorillo 
(2003) o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou 
não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que 
comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da 
condição individual (por gênero: homens ou mulheres, idade: maiores ou menores de idade, 
vínculo empregatício: celetistas, servidores públicos, autônomos etc.)”. 
Convém salientar que há distinção entre proteção ao meio ambiente de trabalho e a proteção 
do direito do trabalho, pois, o primeiro tem por objeto jurídico a saúde e a segurança do 
trabalhador, para que desfrute a vida com qualidade, por meio de processos adequados para 
que se evite a degradação e a poluição em sua vida. Já o direito do trabalho vincula-se a 
relações unicamente empregatícias com vínculos de subordinação (ENDO, 2014). 
A regulamentação dessa divisão – Meio Ambiente do Trabalho, segurança e saúde do 
trabalhador – está baseada na Constituição Federal de 1988, pois foi ela que elevou à categoria 
de direito fundamental a proteção à saúde do trabalhador e aos demais destinatários inseridos 
nas normas constitucionais (ENDO, 2014). 
Dois são os patamares dessa regulamentação. Como ação imediata está inserida no art. 200, 
VIII, que específica: Ao sistema único de saúde, compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
O artigo 225, caput , IV, VI e § 3o: afirma que Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. (…) 
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (…) 
 
20 
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente. 
Cabe ao empregador atender ao estabelecido no inciso VI por meio da adoção e implantação 
de um programa de treinamento em atendimento aos requisitos estabelecidos no item 18.28 
(NR no 18) onde torna obrigatório o cumprimento de realizar treinamento admissional e 
periódico, visando a garantir a execução das atividades com segurança, no entanto, este 
treinamento deverá abordar os riscos a que estão submetidos os trabalhadores e as medidas 
de controle e prevenção. 
Convém também lembrar o art. 170 da Constituição, argumenta a necessidade de valorização 
do trabalho humano e ter, por finalidade, assegurar a todos existência digna conforme os 
ditames da justiça social, tendo como princípio a defesa do meio ambiente – no caso em tela 
o meio ambiente do trabalho como novo direito da personalidade. 
Outras fontes que direcionam para a proteção do meio ambiente do trabalho são encontradas, 
conforme a seguir: 
» Constituição Federal. 
» Leis estaduais, municipais e do Distrito Federal. 
» Consolidação das Leis do Trabalho, Capítulo V – Segurança e Medicina do Trabalho. 
» Normas Internacionais da Organização Internacional do Trabalho - OIT. 
» Normas Regulamentadoras – NR (Portaria no 3.214/1978). 
» Código de Penal. 
» Lei de Crimes Ambientais. 
Destaca-se, portanto, como princípio basilar o art. 1o, III da referida Carta Magna, que é o 
princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Portanto, todo ser humano tem 
direito a uma vida digna, e o meio ambiente do trabalho deve tê-lo como parte integrante de 
sua plataforma,pois, como preceitua o art. 225, a vida deve ser de qualidade, e para que o 
trabalhador tenha uma vida com qualidade, torna-se necessário um trabalho decente e em 
condições seguras (ENDO, 2014). 
 
21 
A validação deste contexto depende da compreensão de alguns princípios, para tanto, eles 
devem ser mencionados e avaliados, como o da Prevenção e da Precaução. Para Endo (2014) 
prevenção significa adoção de medidas tendentes a evitar riscos ao meio ambiente e ao ser 
humano. No meio ambiente do trabalho é o homem trabalhador que é atingido direta e 
imediatamente pelos danos ambientais, portanto esse princípio é um dos fundamentais 
previstos na Constituição Federal de 1988, inserido em seu artigo 7o, inciso XXII, que 
estabelece como direito do trabalhador urbano e rural a redução dos riscos inerentes ao 
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança. 
Entretanto, dois outros princípios devem ser mencionados, o da informação e o princípio do 
poluidor-pagador. 
A informação é entendida pelo relacionamento entre os trabalhadores, sindicatos e 
federações, logo, ela acaba criando um elo entre os atores com o intuito comum de garantir a 
defesa da vida e da saúde dos próprios trabalhadores, e da população direta e indiretamente 
afetada, como é o caso da emissão de poluentes em ambientes fabris. 
O princípio do poluidor-pagador possui duas razões fundamentais: primeiro, prevenir o dano 
ambiental e segundo, em não havendo prevenção, impõe-se a reparação da forma mais 
integral possível, ou seja, o poluidor deve prevenir danos a sua atividade para evitar problemas 
maiores ao meio ambiente, cabendo-lhe o ônus de utilizar todos os equipamentos e meios 
necessários para evitá-lo. Por isso, o meio ambiente do trabalho deve ser visto e integrado às 
ações de prevenção, cabe ao empregador garantir total segurança no tocante a exposição do 
trabalhador aos agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. 
Infelizmente, no Brasil, a falta de cultura empresarial adequada para prevenir e precaver os 
riscos ambientais no trabalho, que ainda tem no lucro o foco principal e que acaba deixando 
de lado o fator humanitário, impossibilita uma aplicação adequada de regras voltadas à 
Educação Ambiental necessária nesse contexto. Necessitamos criar uma cultura 
ambientalista, destacando a do trabalho, pois é nesse enfoque que os danos atingem 
diretamente as pessoas, e os empresários devem criar uma cultura solidária e de 
responsabilidades para com todos os seres humanos, bem como para com o sistema em si. 
Assim, como indicam os índices, os acidentes do trabalho ocorrem por práticas inadequadas 
no meio ambiente do trabalho, podendo-se mencionar: 
a. falta de investimento na prevenção de acidentes por parte das empresas; 
 
22 
b. falta da criação do setor especializado em saúde e segurança do trabalho 
(SESMT); 
c. barreira entre a classe patronal e profissional no que diz respeito a priorização da 
prevenção dos acidentes do trabalho; 
d. falta de atendimento as normas regulamentadoras; 
e. foco no lucro e na produtividade elevada; 
f. ineficiência dos órgãos reguladores quanto a fiscalização dos ambientes de trabalho; 
g. falta de qualificação dos profissionais lotados nos ministérios e superintendências; 
h. normas com aplicação genérica sem embasamento técnico científico. 
Meio Ambiente do Trabalho e o Atendimento aos 
Requisitos 
A implementação de medidas preventivas, que venham a reduzir os riscos à saúde e à 
segurança do trabalhador, é direito fundamental (...). 
O que diz o Art. 157, inciso I, da CLT: 
» não basta o empregador (contratante e contratada) cumprir as normas de saúde 
e segurança do trabalho, mas também deve fazê-las cumprir, de modo a dar 
efetividade a às ações de qualquer das partes; 
» comprovado o descumprimento o empregador poderá ser julgado como poluidor 
pagador? Lei de Crimes Ambientais. 
O atendimento as normas regulamentadoras do trabalho denotam a adequação quando 
necessário de ambientes laborais que existam riscos, porém específicos para cada caso. O 
trabalho em espaços confinados requer avaliações ambientais constantes e o monitoramento 
intenso. A exposição de trabalhadores em altura superior a 2,0 m requer estudos detalhados 
conforme a evolução de um empreendimento, logo, as proteções coletivas e individuais 
deveram estar presentes no PCMAT, conforme NR 18. No tocante protetivo de máquinas e 
equipamentos, a NR no 12 visa garantir que todo o trabalhador faça uso de maquinários e 
equipamentos com a segurança necessária. 
 
 
23 
 
 Figura 1. Figura 2. Figura 3. 
 
Fonte: <https://twitter.com/ Fonte: <http://www.espacoconsultoria. 
Fonte: <santanasegurancadotrabalho. 
conectonline> 
com/texto.php?id=2> 
com.br> 
O cumprimento deverá ser comprovado por meio da emissão de listagem de presença, 
emissão de certificado e permissões de trabalho. 
 
Figura 4. Exemplo de Certificado de Trabalho em Altura. 
 
 
Fonte: <http://segurancadotrabalhonwn.com/certificado-para-curso-de-nr-35-download/> 
Este atendimento trata-se, pois, de direito de ordem fundamental cujos os titulares 
encontram-se dispersos no seio da sociedade, de nítido caráter difuso, transcendendo a esfera 
do direito meramente individual, de forma a beneficiar, de uma só vez, todos os componentes 
de um meio social. 
 
24 
Portanto, a impossibilidade de se assegurar um meio ambiente salubre e a apenas uma parte 
de determinada coletividade, sem alcançá-la em sua plenitude. A observância do direito de 
um perpassa necessariamente pelo cumprimento do direito de todos. 
O art. 225, caput, da Constituição da República, após destacar o direito de 
todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...). 
(...) de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. 
Faça uma avaliação do seu ambiente de trabalho. Como a instituição onde você trabalha 
está atendendo a carta magna e as normas regulamentadoras? 
Atividades complementares 
 
Questão 1. Em sua opinião, como podemos atender aos requisitos da proteção do meio ambiente 
do trabalho? 
Questão 2. O que são ações Preditivas, preventivas e corretivas? Qual a sua importância na ótica da 
proteção do meio ambiente do trabalho? 
Questão 3. As atividades operacionais e de gestão em segurança do trabalho estão focadas em 
qual princípio (prevenção, precaução)? Na Segurança do Trabalho agimos com os princípios da 
prevenção ou da precaução? 
Questão 4. Você acha que os ambientes laborais estão inseridos no princípio do poluidor pagador? 
Questão 5. Quais as ferramentas de controle que estão intrinsecamente ligadas ao conceito de 
poluidor pagador? (Ex.: Programas de Gestão em SST). 
Questão 6. Quando é perceptível a conduta de poluidor pagador no meio ambiente do trabalho? 
Quais as medidas propostas para descaracterizar tal princípio? 
Questão 7. Como profissionais de segurança do trabalho, apenas o uso do EPI ou a Proteção Coletiva é 
o melhor meio para garantir às futuras gerações a qualidade de vida necessária? 
 
25 
CAPÍTULO 2 
Causa dos Problemas Ambientais 
Introdução 
A gestão ambiental deve ser entendida como uma atividade voltada para a formulação de 
princípios e diretrizes, estruturação de sistemas gerenciais (como gestão de custos, de 
recursos humanos...) e tomada de decisão (planejamento), tendo por objetivo final promover, 
de forma coordenada, o uso, proteção, conservação e monitoramento dos recursos naturais 
e socioeconômicos em um determinado espaço geográfico, com vistas ao desenvolvimento 
sustentável1 . 
Com a necessidadede a gestão embrenhar-se no processo de consolidação e crescimento das 
instituições econômicas, fez de suma importância a sua inserção no contexto organizacional 
liderado pela alta direção, por meio de planejamento estratégico. Por força do mercado 
consumidor em última instância, as instituições econômicas encontram-se na necessidade de 
aprimoramento continuo como um todo e particularmente de seus processos. Para se obter 
este aprimoramento, principalmente no que se refere atender ao mercado consumidor e 
assim obter resultados, é fundamental a conjunção das ações de planejar, executar, verificar 
e agir, de tal modo que ao se evidenciarem desvios, suas causas sejam eliminadas, 
principalmente os de cunho ambiental. 
Os problemas ambientais decorrem de deficiências (falta de definição de papéis e de 
mecanismos de articulação entre os agentes sociais envolvidos no processo). 
Os níveis de degradação ambiental encontrados não podem ser justificados, apenas, pelo 
estágio atual do conhecimento científico sobre o funcionamento dos ecossistemas e sua 
interação com os sistemas econômicos e sociais e pela dificuldade de acesso a tecnologias de 
prevenção e controle de danos ambientais. Nas condições atuais, certamente, o fator mais 
importante a ser considerado são as inequações e falhas no próprio processo de gestão 
ambiental, que dificultam ou impedem os diferentes agentes sociais de apossar-se do 
conhecimento e das tecnologias disponíveis, aplicando-os no cotidiano da gestão. 
 
1 É um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos e do desenvolvimento 
tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e melhoram o potencial existente e futuro para satisfazer as 
necessidades humanas. Sendo, portanto, o cenário que associa ao crescimento econômico atual e futuro, a equidade social e 
a sustentabilidade ambiental. 
 
26 
O quadro 1 mostra os problemas ambientais brasileiros, que permanecem sem solução, que 
seriam passíveis de controle, ainda que muitas vezes, de forma parcial, se utilizados o 
conhecimento e a tecnologia atualmente disponíveis. 
QUADRO 1 – Alguns dos principais problemas ambientais brasileiros 
PROBLEMA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS DE FORMAS DE 
CONTROLE 
Poluição urbana, industrial e de 
mineração 
Contaminação continua do ar, das 
águas e do solo. 
Tratamento reciclagem dos 
resíduos, mudanças para 
tecnologias não poluentes e 
restrição à implantação de 
atividades agressivas em locais 
sensíveis ambientalmente. 
Impactos ambientais em 
empreendimentos de grande porte 
Ex: construção de reservatórios que 
inundam grandes áreas e/ou 
alteram as vazões líquidas e sólidas 
(sedimentos) dos cursos de água; 
desmatamentos, aterros e 
dragagens para implantação de 
rodovias, ferrovias e hidrovias; 
construção de polders para 
controle de cheias. 
Alterações ecológicas localizadas 
nos projetos, recomposição da 
vegetação, repovoamento de 
espécies, implantação de 
corredores de fauna etc. 
Poluição originada na atividade 
agropecuária 
Carreamento sazonal de 
agrotóxicos, contaminando o solo, 
águas superficiais e subterrâneas. 
Uso controlado de agrotóxicos, 
controle biológico de pragas 
mudança para agricultura orgânica 
ou ecológica. 
Diminuição das vazões fluviais pela 
irrigação 
Aumento do consumo de água em 
projetos de irrigação, causando 
conflitos com outros usos 
antrópicos e com o ambiente. 
Coordenação do uso da água por 
meio do sistema de outorga, dos 
direitos de uso; aumento da oferta 
mediante regularização de rios, 
controle de perdas e adoção de 
tecnologias de baixo consumo. 
Degradação do solo Degradação acelerada dos 
processos físicos químicos e 
biológico dos solos em decorrência 
da ação antrópica. 
Uso de técnicas de controle: manejo 
agrosilvopastoril, terraceamento. 
Desmatamentos Motivado, principalmente, para a 
formação de pastagens ou áreas 
agrícolas. 
Controle da população e criação de 
áreas para desmatamento. 
Ameaças a fauna Localização de empreendimentos 
que afetam os hábitos da fauna, 
muitas vezes desconhecidos, 
além da predação por caça e os 
problemas causados por 
desmatamentos. 
Controle e discriminação de áreas 
de preservação, criação de 
corredores, proteção de áreas de 
procriação, recomposição da flora. 
 
 
27 
Antes de prosseguirmos, é necessário a fixação de alguns conceitos, para que a 
linguagem seja a mesma: 
Gestão Ambiental – é o processo de articulação das ações dos diferentes 
agentes sociais que interagem em um dado espaço, visando garantir, com base 
em princípios e diretrizes previamente acordados/ definidos, a adequação dos 
meios de exploração dos recursos ambientais (naturais, econômicos e 
socioculturais) às especificidades do meio ambiente. 
Política Ambiental – é o instrumento legal que oferece um conjunto consistente 
de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou 
governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, 
controle, proteção e conservação do ambiente. 
Impacto Ambiental – são as consequências sofridas, pelo meio ambiente, 
em função dos aspectos ambientais. 
Avaliação de Impactos Ambientais – é o instrumento orientador do 
processo de avaliação dos efeitos ecológicos, econômicos e sociais que 
podem advir da implantação de atividades antrópicas (projetos, planos e 
programas), bem como do monitoramento e controle desses efeitos pelo 
poder público e pela sociedade. 
Poluição – é a contaminação e consequentemente a degradação do meio 
ambiente por um ou mais fatores prejudiciais ao equilíbrio natural do meio. 
IMPACTOS AMBIENTAIS 
Antes de iniciar o estudo da gestão ambiental stricto senso, é preciso ter conhecimento dos 
considerados cinco maiores impactos ambientais da atualidade, onde após analisar os 
aspectos macro e suas consequências, poderemos fazer valiosas inferências no universo micro 
(empresa, escola, em casa), alterando inicialmente o local em que vivemos e trabalhamos. 
Neste caderno, voltaremos nossos esforços para os seguintes impactos ambientais: a explosão 
demográfica, a poluição do ar, do solo e da água e o uso da energia. Esses impactos serão 
discutidos um a um detalhando suas causas, seus efeitos e as suas formas de controle. 
2.1. Explosão Demográfica 
No início da era cristã, a população mundial era de apenas 200 milhões de pessoas, e essa 
população cresceu vagarosamente demorando cerca de 1650 anos para atingir o número de 
 
28 
500 milhões de habitantes sobre a Terra. O primeiro bilhão foi atingido em 1850, o segundo 
bilhão foi atingido em 1930, em um intervalo de 80 anos e a população dobrou chegando aos 
quatro bilhões de habitantes em 1975 em apenas 45 anos. 
Atualmente, a cada minuto nascem mais ou menos 190 crianças no mundo, 
em um único dia são 270 mil crianças a mais no planeta, a mortalidade 
mundial gira em torno de 143 mil pessoas por dia, gerando um aumento 
populacional de 127 mil pessoas, por dia, sobre a superfície da Terra. 
A população atual sete bilhões e a expectativa é de que em 2025 sejamos oito bilhões de 
habitantes no planeta. Considerando que a capacidade de saturação da Terra é de 10 a 12 
bilhões de pessoas, verificamos que temos de nos preocupar com medidas de controle para 
estabilizar a população mundial de forma a reduzir com o crescimento populacional. 
No Brasil, atualmente, a velocidade de crescimento populacional está em queda, na década 
de 1960 a taxa de crescimento era de 2,89% caindo para 1,17% em 2010 e a previsão é 
atingirmos a estabilidade em 2075, com uma populaçãoem torno de 265,5 milhões de 
habitantes no país. 
 Principais Causas para a redução: 
» taxas de mortalidade de forma significativa: 
No século XIX, epidemias de cólera, febre tifóide e febre amarela constituíam graves 
problemas nas cidades, levando maiores preocupações quanto à higiene, ao 
aprimoramento da legislação sanitária e à criação de uma estrutura administrativa 
para a aplicação das medidas preconizadas. A explicação das causas das doenças era 
disputadas entre os que defendiam a teoria dos miasmas2 e os que advogavam a 
dos germes3 . 
 
QUADRO 2: Causa mortis da população mundial (2005) 4 
 
 
2 Situa a origem das doenças na má qualidade do ar, proveniente de emanações oriundas da decomposição de animais e plantas. 
A malária, junção de mal e ar, deve seu nome a este modo de transmissão – Maurício Gomes Pereira – Epidemiologia Teoria 
e Prática. 
3 Teoria criada após o desenvolvimento do microscópio, em 1675, por Van Leeuwenhoek (1632 – 1723), que com este engenho 
conseguiu visualizar pequenos seres vivos, aos quais denominou “animálculos”. 
 
29 
DOENÇAS PAÍSES 
DESENVOLVIDOS EM 
% 
PAÍSES EM 
DESENVOLVIMENTO 
EM % 
BRASIL4 
Doenças parasitárias e 
infectocontagiosas 
5,2 40 5,3 
Câncer 15,9 5,0 16,5 
Doenças do sistema 
circulatório e 
degenerativas 
53 19 32,5 
Problemas de parto e 
puertério 
0,5 9,1 1,1 
Envenenamento e causas 
externas 
6,0 5,0 14,5 
Outros 19,4 21,9 30,1 
 
Louis Pasteur (1822 – 1895), considerado o pai da bacteriologia, foi quem assentou as bases 
biológicas para o estudo das doenças infecciosas, onde caracterizou definitivamente de que 
as doenças eram transmitidas por contagio. Pasteur isolou e identificou numerosas bactérias, 
além de realizar trabalhos pioneiros em imunologia. Verificou que líquidos sem germes se 
conservavam livres deles, quando devidamente protegidos de contaminação. Os trabalhos de 
Pasteur, seguidos por Robert Koch (1843 – 1910), defendiam que as doenças poderiam ser 
explicadas por uma única causa, o agente etiológico, possibilitando a comprovação 
laboratorial da presença de um agente. 
Tal descoberta alterou o quadro da saúde pública pois, quando a higiene passou a ser tratada 
de forma importante, foram eliminados, carpetes, tapetes dos hospitais, a roupa dos médicos 
e enfermeiros passou a ser branca e limpas com frequência, e no âmbito da cidade, fortaleceu 
o trabalho de John Snow5, onde destacou a importância do saneamento adequado na baixa 
taxa de incidência de doença. 
A melhoria das condições sanitárias, nas cidades, nas fábricas, corroboradas com uma 
legislação mais forte de saúde pública, fez com que os índices de mortalidade decrescessem 
rapidamente no passar dos anos, enquanto as taxas de natalidade permaneciam altas, 
devemos lembrar que era comum até meados do século XX, famílias com sete, nove, doze 
irmãos, ou mais. 
 
4 http://portaldocoracao.uol.com.br/materias.php?c=cardiologia-preventiva&e=2859 
5 Inglês (1813 * 1858) que determinou que o consumo de água poluída era responsável pelos episódios da doença cólera e traçou 
os princípios de prevenção e controle de novos surtos. 
 
30 
» Melhoria do sistema de transporte: 
Até o desenvolvimento e a proliferação de meios de transporte baratos e eficazes, 
as cidades se resumiam a pequenos espaços urbanos, pois os cidadãos não podiam 
se afastar muito do local de trabalho, se não tornaria inviável o seu deslocamento, 
fazendo com que estas tivessem de certo modo um tamanho pré-definido. As áreas 
destinadas à agricultura deveriam ficar próximas às cidades, pois os produtos 
pereciam e deviam ser vendidos rapidamente, o que impedia uma atividade agrícola 
muito distante dos centros urbanos. A maior cidade do mundo no início do século 
XX, era New York, com pouco mais de um milhão de habitantes. 
Com a melhoria dos sistemas de transporte, primeiramente com os trens no século 
XIX, e depois com os veículos automotores no século XX (graças ao desenvolvimento 
dos motores de combustão interna de ciclo Otto ou Diesel e a viabilidade econômica 
do petróleo6 ), o problema da distância foi quebrado, permitindo que as unidades 
de produção agrícola se afastassem mais das cidades, abrindo espaço físico para a 
ampliação e incremento das cidades. E no campo a ampliação da produção, pois o 
rendimento de um trabalhador, passou a corresponder a dez, doze, no modo de 
produção antiga. 
Crescimento da população mundial: 
* ano 1 200 milhões 
* ano de 1650 500 milhões 
* ano de 1850 1 bilhão 
* ano de 1930 2 bilhões 
* ano de 2000 6 bilhões 
* ano de 2005 6,45 bilhões 
* ano de 2010 7 bilhões 
 
 
6 Até início do século XX, a gasolina não tinha nenhum valor comercial, pois o principal produto extraído do petróleo era o 
querosene para iluminação pública, tornando deste modo, à gasolina um bem econômico muito barato, valendo a mesma 
lógica para o diesel. 
 
31 
» Produção Industrial Mecânica: 
A lógica da produção industrial até fins do século XX privilegiava a força muscular e 
não intelectual, fazendo com que a geração de filhos em uma família tivesse o 
enfoque de criar mais uma fonte de trabalho e, consequentemente, de aumento na 
renda familiar, fortalecendo uma cultura de família numerosa. Aliado a isso, os 
trabalhadores rurais eram atraídos para as cidades pela expectativa de melhoria das 
condições de vida e facilidades como acesso à educação, saúde e aposentadoria e 
pelas dificuldades cada vez maiores de vida nas áreas rurais. 
Atualmente, para cada 100 habitantes no Brasil, 84 vivem nas cidades contra 16 que 
ainda se mantém nas áreas rurais. O estado do Maranhão é o estado mais rural com 
uma população rural de 36,9% e o Distrito Federal o mais urbano, com 96,6% da 
população vivendo na cidade. 
» Revolução Verde: 
Durante a 1a Guerra Mundial, vários compostos químicos foram desenvolvidos e 
testados para serem utilizados como armas, tais como o THC e o gás mostarda. Com 
o termino da guerra esta tecnologia desenvolvida, foi direcionada para o combate 
de pragas da lavoura e no uso de fertilizantes químicos, onde o produto mais 
conhecido foi o DDT. O uso destes produtos fez em alguns casos a produção crescer 
mais que três vezes, quebrando a famosa teoria do Padre Maltus, onde a população 
cresce em progressão geométrica e a população em progressão aritmética, fazendo 
com que a disponibilidade de alimentos para a população mundial aumenta-se 
sobremaneira. Tal fenômeno foi denominado revolução verde e teve seu ápice na 
década de 1970, antes da primeira crise do petróleo. 
Em 1970, a disponibilidade de grãos era de 331 kg/hab/ano em 0,205 
hectares/hab/ano. Em 2005 a disponibilidade era de 344 kg/hab/ano com 0,106 
hectares/hab/ano, graças em grande parte ao plantio de transgênicos (Fonte: FAO). 
Apesar dos transgênicos serem considerados como a nova revolução verde por 
alguns autores, os reais efeitos benéficos e maléficos do seu uso e disseminação 
ainda não foram bem esclarecidos por pesquisas científicas consistentes, de longa 
duração. 
» Baixa escolaridade do sexo feminino: 
 
32 
A participação da mulher no mercado de trabalho e que tem acesso à educação, faz 
com que tenha outros objetivos de vida, pensando não só no número de filhos, mas 
na qualidade de vida dada a estes filhos, além de considerar que um filho adia os 
planos de crescimento profissional e até mesmo pessoal. Uma mulher alijada do 
sistema educacional e do mercado de trabalho, naturalmente vê o casamento e a 
criaçãodos filhos motivo de vida. Para efeito de comparação, uma mulher brasileira 
hoje tem em média 1,8 filhos (IBGE/2010) enquanto que uma do Iraque tem 4,54 
filhos. 
Em 1950, 33% da população mundial estava em países desenvolvidos, no ano 2000, esta 
proporção foi reduzida para 20% e a estimativa para 2025 é de 16% 
Principais Efeitos: 
» Capacidade de suporte do planeta. 
Cientistas alegam que a Terra tem capacidade de abrigar entre 10 e 12 bilhões de 
habitantes, mantendo um mínimo de qualidade de vida a este ser humano, e que 
pela nossa Carta Magna de 1988, incluí como direito básico de todo o cidadão 
brasileiro: alimentação, vestuário, seguridade social, educação, saúde, segurança, 
lazer, trabalho, transporte, habitação. E que em função do nosso “modus operande”, 
não haveria recursos naturais para todos em quantidades satisfatórias, a não ser 
que se mantivessem no mundo bolsões de pobreza e miséria como existentes na 
África, Ásia central e hindu e na América Latina. 
Segundo as Nações Unidas, um índice menor que 2.400 calorias diárias – cidadão médio 
global – pode resultar em desnutrição, reservadas as diferenças climáticas. A disponibilidade 
per capita de alimentos da população mundial considerando 1965 como o ano base, houve 
um incremento de 50% na Ásia, 33% na Europa, 9% na América Latina e houve um 
decréscimo de 30% na África. Na América do Norte o índice permaneceu estável. 
» Extinção de várias espécies vivas 
A devastação das florestas para construção de cidades, estradas e para o plantio 
causa a destruição de cerca de 100 espécies de animais e vegetais, por dia, e 
consequentemente a extinção de várias espécies, ocasionando um desequilíbrio 
ambiental de proporções incalculáveis. 
 
 
33 
» Desemprego 
Hoje já existe um déficit no número de empregos superior a um bilhão, e para 
equacionarmos esses números de forma a zerar e acompanhar esse crescimento 
populacional, seria necessário criar cerca de 38 milhões de empregos, por ano, nos 
próximos 50 anos. 
No Distrito Federal, de 1992 para 2001, a população economicamente ativa – PEA cresceu 
42%, a taxa de vagas na construção civil (que absorve mão de obra menos qualificada), houve 
redução de 32%, a de limpeza e conservação 8%, enquanto que o de serviços especializados 
teve um incremento de 62% (fonte: PED-DF outubro de 2001, trabalhado por 
GVST/DISAT/SES/GDF). 
» Poluição 
Com o aumento populacional cresce também a poluição em todo o meio ambiente, 
o aumento da emissão de dióxido de carbono oriundo dos combustíveis fósseis, 
termoelétricos, sistemas produtivos produz o efeito estufa. Os resíduos sólidos da 
população lançados no meio ambiente poluem o solo e a água e os resíduos líquidos 
descartados sem o devido tratamento poluem também o solo e a água. 
» Agricultura Intensiva 
Com a revolução agrícola os agricultores conseguiram obter uma quantidade maior 
de alimentos com a mesma porção de terra porém os problemas decorrentes dessa 
revolução também aumentaram: a degradação acelerada dos solos, a perda de sua 
fertilidade natural, a contaminação do solo, das águas e do ambiente por 
agrotóxicos e fertilizantes, o envenenamento dos alimentos e a extinção de plantas 
e animais silvestres em consequência da destruição dos seus habitats naturais. 
» Desequilíbrio no ecossistema marinho 
Devido à pesca excessiva e descontrolada para alimentar a população planetária os 
pescadores estão ultrapassando o limite dos oceanos o que tem acarretado um 
desequilíbrio no ecossistema marinho e exaurindo a capacidade de produção e 
fornecimento de alimento do mar. 
» Queda da qualidade de vida 
 
34 
Um terço dos habitantes da Terra não tem acesso à água limpa, com o crescimento 
populacional esse número tende a crescer, e a qualidade de vida tende a cair. 
Quadro 3. Ranking do Brasil comparados a 192 países do Mundo – colocação (2000 e 2010). 
Item 2000 2010 
Expectativa de vida 113 92 
Mortalidade infantil 121 106 
PIB per capita 71 63 
PIB per capita – paridade do poder de 
compra 
– 77 
Alfabetização 104 62 
Escolaridade 114 72 
Desenvolvimento Humano (índice GINI) 82 73 
Economia 11 8 
 
Formas de Controle Populacional: 
» Programas de Planejamento Familiar 
Com o acesso universal aos programas de planejamento familiar, saúde reprodutiva 
e sexual, principalmente, as mulheres passam a conhecer as diversas formas de 
evitar filhos e podem escolher a que melhor se adapta a suas necessidades, podendo 
planejar de forma segura quando e como ter seus filhos. 
» Crescimento Econômico apoiado no Desenvolvimento Sustentável 
O crescimento econômico apoiado no desenvolvimento sustentável é de suma 
importância quando se fala de controle da explosão demográfica. 
» Educação – sobretudo das mulheres 
Quando uma pessoa tem acesso à educação seus objetivos e ambições mudam, 
principalmente as mulheres, que passam a ter uma outra expectativa para suas vidas 
e de seus filhos, e passam a reduzir o número de filhos para poder dar melhor 
qualidade de vida para sua família. 
 
 
35 
» Igualdade entre os sexos 
Com a participação cada vez mais ativa das mulheres na vida da sociedade, faz-se 
necessário que ela tenha as mesmas oportunidades e direitos dos homens para que 
elas realmente assumam o seu papel na sociedade como mulher, trabalhadora, mãe 
e responsável pelo futuro da nação. 
2.2. Energia 
É o recurso natural que possibilita o processamento de materiais e o fornecimento de vários 
recursos utilizados pela sociedade; é a força da natureza que usamos para executar um 
trabalho que seria realizado com muito mais dificuldade pelo homem. 
A primeira fonte de energia utilizada pelo homem foi o fogo produzido pela queima de 
madeira, fornecendo calor para aquecer, cozinhar e espantar animais. Com o passar do tempo 
o homem começou a “domesticar/ controlar” outras fontes de energia como: os ventos para 
mover moinhos e embarcações e a água por meio das rodas d’água além da tração animal. 
O grande problema é que cada vez que o homem utiliza uma fonte de energia em prol de sua 
existência ele causa também um grande estrago na natureza com a poluição do meio 
ambiente e a redução e/ou extinção dos recursos naturais limitados. 
A matriz energética mundial é composta de recursos naturais renováveis e não renováveis, 
com participação maciça dos não renováveis, o que interfere diretamente na qualidade de 
meio ambiente exigido por nossa sociedade. 
A matriz energética mundial está centrada hoje na utilização dos sequintes recursos 
energéticos, classificadas de acordo com suas propriedades de transformação, sendo as mais 
importantes: 
3. energia potencial química – é devido a agregações moleculares: biomassa álcool, 
óleos vegetais, lenha, carvão vegetal, resíduos agrícolas e fl orestais, resíduos 
sólidos; fósseis petróleo, gás natural, carvão mineral, xisto; outras, hidrogênio, 
metanol etc. 
(energia química, calor mecânica e eletricidade); 
4. energia potencial nuclear – devido a agregações nucleares fi ssão e fusão (potencial 
nuclear calor eletricidade); 
 
36 
5. Hidroelétrica – devido a gravidade (mecânica eletricidade); 
6. energia solar direta – devido à ação direta da radiação solar. Célula fotovoltaica (luz 
eletricidade) e aquecedor solar (luz calor); 
7. biodigestores – devido a ação microbiana (matéria orgânica gás, adubo e alimento) 
8. eólica – devido ao movimento dos ventos (mecânica eletricidade e mecânica); 
9. marítima – devido ao gradiente térmico nos oceanos (calor eletricidade); 
10. mares – devido principalmente a gravidade da lua (mecânica eletricidade); 
11. geotérmica – devido ao calor interno da terra. Geiserse erupções vulcânicas (calor 
eletricidade); 
12. magneto-hidrodinâmica – devido à ionização dos plasmas. Carvão (calor 
eletricidade) 
A inclusão de biomassa como fonte de energia potencial química é devido à maneira como é 
transformada em energia útil, mas também podia ser enquadrada como energia solar por 
causa do modo como é produzida. Da mesma maneira, as energias hidráulicas, eólica e 
marítima são resultados da ação atual do sol na atmosfera e na superfície da Terra. Já os 
combustíveis fósseis são também resultado da ação do sol, mas os depósitos em exploração 
foram formados a centenas de milhões de anos. 
Petróleo e Gás Natural: é uma substancia formada principalmente por hidrocarbonetos 
(compostos de carbono e hidrogênio) combinados com diferentes cadeias moleculares. 
Composição do Petróleo: 
NÚMERO DE ÁTOMOS DE CARBONO DERIVADO DE PETRÓLEO FORMADO 
1 a 4 Gases (metano, butano – gás de cozinha, etano, 
propano) 
4 – 10 Gasolina 
10 - 50 Óleos leves (diesel) e lubrificantes 
51 – até centenas Óleos pesados, graxas e asfaltos 
 
 
 
37 
O sistema de exploração de petróleo promove uma verdadeira cadeia de impactos ambientais: 
potencial de poluição do mar (plataformas marítimas) e afundamento e vazamento de navios 
cargueiros; poluição do solo, por derramamento de óleo cru ou de seus derivados após o uso; 
poluição do ar no processo de craqueamento (quebra da molécula de hidrocarboneto) e na 
sua queima já como combustível. 
A capacidade de consumo das reservas mundiais de energia não renovável, 
conhecidas em 1999, indicam que neste ritmo de crescimento e consumo 
as reservas de petróleo se extinguiram em 2.052, a de gás natural em 2.068 
e a de carvão em 2.271. 
CARVÃO MINERAL, HULHA E TURFA: O carvão mineral é o combustível fóssil economicamente 
aproveitável mais abundante da Terra, porém, seu uso sofre algumas limitações sérias devido 
aos problemas de poluição. O carvão mineral tem esse nome porque seu processo de 
formação é similar ao de rochas sedimentares. Entretanto é constituído de compostos 
orgânicos formados a partir de plantas que viveram de 340 milhões a 80 milhões de anos atrás. 
Existem quatro tipos de carvão mineral: linhito, sub-betuminoso, betuminoso e antracito. 
Além da poluição causada pelo seu uso, devemos considerar que a sua extração, além de 
provocar desordem e impacto diretos no meio ambiente na qual se situa a mina, provoca 
sérios problemas de saúde ocupacional, como a silicose, que leva o trabalhador de mina a se 
aposentar com apenas 15 anos de serviço, sendo uma atividade extremamente insalubre. 
BIOMASSA: è a utilização de recursos naturais renováveis para a transformação de energia, 
sendo destaque a produção agrícola, como o álcool, o bagaço de cana, as cascas de arroz e o 
carvão vegetal, mas a sua exploração gera de maneira geral os seguintes impactos ambientais: 
aumento do índice de desmatamento (carvão vegetal), uso intensivo do solo, poluição por 
agrotóxicos, erosão e exportação de nutrientes nobres como fósforo e o potássio. No seu uso, 
os mesmos impactos causados pelo petróleo e o carvão mineral. 
HIDROELÉTRICA: Apesar de ser considerada uma fonte renovável de energia, a sua instalação 
altera grandemente o ecossistema na qual está presente: impedimento de desova de peixes 
(necessidade de construir escadas) rio acima; alagamento de grande área vegetal, provocando 
potencial de extinção de espécies, desabriga a fauna ali existente, diminuição do raio de 
comida para a fauna, empobrecendo a cadeia alimentar local; desvio de rios e córregos; 
possibilidade de introdução de espécies exógenas aquele habitat; deslocamento de 
populações humanas inteiras; necessidade de deslocamento da produção agrícola porventura 
 
38 
existente, ampliando o índice de desmatamento. Tais impactos não consideram ainda os 
impactos causados pelas linhas de transmissão, que indicadores e estudos iniciais, sinalizam 
para a propensão a câncer nas comunidades próximas aos fi os de alta tensão, devido a 
radiação não ionizante gerada por estes. 
NUCLEAR: Produz energia nuclear por meio da fi ssão ou da fusão dos núcleos dos átomos. A 
fi ssão consiste na desintegração de um núcleo de um átomo pesado em núcleos mais leves, 
acompanhada da liberação de nêutrons, enquanto a fusão é um processo em que núcleos 
leves se juntam para formar um núcleo mais pesado. Em ambos os casos, a massa inicial do 
processo é maior que a massa final, a diferença sendo transformada em energia, de acordo 
com a celebre equação de Einstein, ΔE = Δmc2. A liberação de energia, por sua vez, acelera 
violentamente as partículas finais, gerando calor. 
O processo de fusão é o processo que ocorre no interior do sol e a energia liberada é sentida 
na Terra na forma de luz e de ondas eletromagnéticas, processo este que está em estudos na 
Terra, mas com a dificuldade de que só se consegue tais resultados em altíssimas 
temperaturas, tornando este processo, no nosso estágio tecnológico inviável 
economicamente. 
Por outro lado, o processo de fissão, é o mesmo que ocorre na bomba nuclear ou dentro da 
usina nuclear. O princípio básico de funcionamento consiste na captura desta energia liberada 
na fissão nuclear que faz com que a água esquente a temperaturas de 300°C (mas que 
permanece em estado líquido devido a pressão de 150 atm), e em contato com a câmara dos 
geradores (turbinas) está água é descompresada tornando-se vapor o que faz girar as turbinas. 
Os maiores impactos da energia nuclear, consiste no tempo de meia vida do rejeito radioativo 
(maior que 200 anos), quando comparados a vida útil da própria usina (próximo dos 50 anos), 
além do potencial de risco de vazamento no ar e na água, por acidente e como fornecedora 
de plutônio matéria prima básica para a fabricação das bombas atômicas. 
As outras formas de energia de certa forma tem reduzido impacto ambiental, até devido a 
baixa participação na matriz energética mundial, que não ultrapassa a 1%, aconselhando uma 
leitura complementar em publicação mais especializada. 
 
 
39 
CAPÍTULO 3 
CONTROLE DA POLUIÇÃO 
3.1. Poluição do Ar 
É a contaminação provocada pela presença de gases e partículas que, quando 
aspiradas ou absorvidas pelo corpo humano, causam efeitos negativos à saúde. A 
fumaça dos escapamentos dos veículos, as emissões industriais e muitos outros 
tipos de impurezas são os grandes causadores da poluição atmosférica, hoje um grande 
problema de saúde pública. 
O planeta Terra está completamente envolto por uma camada composta de uma mistura de 
gases, dos quais, o nitrogênio é o mais abundante. A esta camada, que se estende a uma 
modesta altura de cerca de 9.600 Km, damos o nome de atmosfera. A atmosfera terrestre é 
composta de 75,51% de nitrogênio, 23,15% de oxigênio, 1,28% de argônio, 0,046% de dióxido 
de carbono, 0,014% dos demais (esta distribuição está em peso e não em volume, se assim 
fosse a distribuição seria 78,09%, 20,94%, 0,93%, 0,032% e 0,004%, respectivamente). O 
conteúdo de vapor d’água é altamente variável, atingindo valores que vão de 0,02% em zonas 
áridas até 6% em zonas equatoriais úmidas, e é este conteúdo que influenciará de maneira 
significativa no comportamento da atmosfera no que se refere a movimento de massas de ar, 
no espalhamento da luz, absorção de calor, e no comportamento aerodinâmico das partículas 
em suspensão e sobre reações térmicas e fotoquímicas. 
Existem referências a poluição da atmosfera, anteriores aos protestos feitos pela nobreza 
contra o uso do carvão durante o reinado de Eduardo (1272 – 1309). No entanto, foi a 
Revolução Industrial quem marcou o início do reconhecimento público dos chamados 
episódios de poluição do ar e cujos exemploshistóricos mais citados são os seguintes: 
Principais episódios: 
Vale do Meuse, 1930 (Bélgica): 
1. Duração: 5 dias. 
 
40 
2. Grande número de pessoas adoeceu com a seguinte sintomatologia: dores no peito, 
tosse, dificuldade de respiração, irritação nasal e dos olhos. 
3. Sessenta pessoas morreram, principalmente pessoas idosas que já estavam doentes 
do coração e pulmões. 
4. Morte do gado. 
5. Presumiu-se que uma combinação de poluentes esteve associada com o episódio; é 
destacada a presença de gotículas de ácido sulfúrico, resultante de altas 
concentrações de dióxido de enxofre em gotículas de água. 
Donora, 1948 (Pensilvânia, EUA). 
1. Duração: 5 dias. 
2. Adoeceu 43% da população de 14.000 habitantes, cuja sintomatologia era: irritação 
no trato respiratório e dos olhos. 
3. Vinte pessoas morreram, principalmente pessoas que já estavam doentes do 
coração e pulmões. 
4. Presumiu-se que a presença de dióxido de enxofre e material particulado em 
suspensão esteve associado ao episódio. 
Poza Rica, 1955 (México). 
1. Duração: 25 minutos. 
2. Foram hospitalizadas 320 pessoas das quais 22 morreram. 
3. A presença de gás sulfídrico, lançado na atmosfera acidentalmente, por uma 
indústria de recuperação de enxofre de gás natural, foi a responsável. 
Londres, 1952 (Inglaterra). 
1. Duração: 5 dias. 
2. Grande número de pessoas adoeceu, sendo que aumentou o número de internações 
por problemas respiratórios. 
3. 3.500 a 4.000 pessoas morreram a mais do que o esperado epidemiologicamente 
para este período, principalmente pessoas idosas que já eram portadoras de 
doenças do coração e pulmões. 
 
41 
4. Atribuiu-se o fato a presença de poeira em suspensão (4,46mg/m3) e de dióxido de 
enxofre (3,75mg/m3). 
Bauru, 1952 (Brasil). 
1. Foram registrados 150 casos de doença respiratória aguda e nove óbitos. 
2. Bronquite e manifestações alérgicas do trato respiratório foram os principais 
efeitos. 
3. O fato ocorreu devido à emissão na atmosfera de pó de mamona (Rícino), por uma 
indústria de extração de óleos vegetais. 
New York, 1953 (EUA). 
1. Duração: 5 dias. 
2. Excesso de mortes do esperado em todos os grupos etários. 
3. Presença de dióxido de enxofre (2,0mg/m3) associada ao fato. 
New Orleans, 1955 (Louziania, EUA). 
1. Aumentada a frequência de asma. 
2. Presumiu-se que o poluente do episódio foi poeira industrial de farinha. 
Bombaim, 1988 (Índia). 
» Diversas mortes de pessoas e animais devido à emissão acidental de ácidos e 
óxidos na atmosfera por uma indústria de produtos químicos. 
Cubatão, década de 1980 (Brasil). 
» Devido a grande concentração de poluentes na atmosfera, várias crianças 
começaram a nascer com hidrocefalia ou até mesmo acéfalas. 
PRINCIPAIS EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR: 
» Efeito Estufa 
É o aumento de temperatura da Terra, pela emissão de toneladas de gases, 
principalmente dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis. 
 
42 
Esses gases atuam como uma estufa de fl ores, permitindo a entrada da luz do sol, 
mas impedindo a Terra de devolver esse calor ao espaço 7 , podendo provocar 
aquecimento e alteração do clima, favorecendo a ocorrência de furacões 
tempestades e até terremotos; o degelo das calotas polares elevando o do nível do 
mar e inundando regiões litorâneas; afetando o equilíbrio ambiental com o 
surgimento de epidemias. 
Considerando que toda atividade econômica humana está centralizada na produção 
de dióxido de carbono, principalmente a indústria americana e chinesa, devido ao 
uso intensivo de fontes energéticas que na sua queima liberam CO2, como petróleo, 
carvão, hulha principalmente, faz com que medidas efetivas que corrijam esta 
distorção necessitem de tempo para serem implementadas, pois mexe com a 
economia dos países e consequentemente no “nível de qualidade de consumo” de 
suas populações. O grande projeto de reorientação da organização industrial 
mundial, com enfoque na redução do nível de emissão de CO2, é o Protocolo de 
Kyoto (Japão) – Vide anexo 1. 
» Chuva Ácida 
A queima incompleta dos combustíveis fosseis (petróleo, carvão mineral) pelas 
indústrias e pelos automóveis, resulta na emissão de gás carbônico junto com outros 
gases, principalmente o dióxido de enxofre (SO2) e formas oxidadas de nitrogênio 
(NOx) que são liberados para a atmosfera. O dióxido de enxofre junto com o vapor 
d’água forma ácido sulfúrico que precipitando cai sobre a superfície terrestre em 
forma de chuva ácida. Como consequência ocorre a acidez dos lagos ocasionando o 
desaparecimento das espécies que vivem neles, o desgaste do solo pela acidificação 
e diminuição e alteração da microfauna, na liberação de metais potencialmente 
tóxicos (do solo) para o lençol freático, como chumbo, cádmio e alumínio, da 
vegetação e dos monumentos, além de desgastar e corroer a infraestrutura baseada 
em concreto armado ou outros metais. A chuva ácida pode ser reduzida, de forma 
significativa, com a alteração do modo de produção industrial adotada, assim como 
 
7 A energia solar que nos chega a Terra, vem em vários comprimentos de onda, variando de ondas com comprimento de microns 
até de quilômetros, mas da faixa de comprimento dos 100mn até 1mm, com destaque para a luz visível (400nm até 700nm), 
passa pela atmosfera terrestre sem problemas, mas quando absorvida pelo solo, ela é reenviada para a atmosfera em 
comprimento de onda diferente, entre 750nm-1mm (infravermelho ou onda de calor), que devido a esta característica é 
refletida pela molécula de CO2, ficando portanto, presa na atmosfera terrestre até perder sua energia, o que aumenta a 
temperatura do planeta e quanto maior a quantidade de gás carbono, maior a intensidade de reflexão e “aprisionamento “ 
deste calor. 
 É bom lembrar que não é a luz solar incidente direta que aumenta a temperatura e sim a sua absorção/refl exão pela superfi 
cie terrestre 
 
43 
a utilização em larga escala de filtros industriais compatíveis com a carga de poluição 
emitida para a atmosfera. 
QUADRO 4: Emissão de gases poluidores que aquecem a atmosfera em %: 
SETOR GÁS 
CARBÔNICO 
METANO ÓXIDO DE 
NITROGÊNIO 
OUTROS TOTAL 
Energia 35 4 4 6 49 
Desmatamento 10 4 14 
Agricultura 3 8 2 13 
Industria 2 22 24 
Participação no efeito 
estufa 
50 16 6 28 100 
O problema da chuva ácida ganhou contornos internacionais, pois os gases tóxicos 
liberados pela indústria do leste americano, tem-se precipitado na Europa ocidental, 
causando grandes prejuízos, reforçando a tese de que todos são responsáveis por 
tudo, e que a soberania de um país não pode prejudicar a qualidade de vida de outro 
em função da poluição gerada por este. 
Os maiores emissores de dióxido de enxofre (SO2), são: EUA com 21 milhões de toneladas, 
ex-URSS com 18,0; a China com 14,0, a Alemanha com 6,7 e a Polônia com 3,9 milhões de 
toneladas. 
Os maiores emissores de dióxido de nitrogênio são: EUA com 19,8 milhões de toneladas ano, 
seguido da Ex-URSS com 6,3; Alemanha com 3,7; Inglaterra com 2,7 e o Canadá com 1,9. 
» Buraco na Camada de Ozônio 
A camada de ozônio atua como um protetor da Terra dos raios ultravioletas do sol, 
que são extremamente prejudiciais à vida de plantas, animais e do ser humano. Os 
gases como os clorofluorcarbonos (CFC), mistura de átomos de carbono e cloro, são 
compostos altamente nocivos a este escudo natural da Terra. O CFC, presente no ar 
poluído, é transportado até elevadas altitudes onde é bombardeado pelos raios 
solares ocasionando a separação do cloro e do carbono. O cloro por sua vez tem a 
capacidade de destruir as moléculas de ozônio, bastando um átomo de cloro para

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