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Sujeito e predicado

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Sujeito e predicado
Um sujeito com muitos predicados...
A frase do título poderia ser usada tranquilamente para definir uma pessoa que tem muitas qualidades, afinal é esse o sentido que as palavras “sujeito” e “predicado” têm no dia a dia.
Leonardo da Vinci (1452-1519) sem dúvida foi um sujeito de muitos predicados. Cientista, inventor, pintor, anatomista, escultor, poeta, matemático... Seus predicados são predicado na oração? Nesta aula, você verá que nem sempre. 
Acontece que, em qualquer ramo do conhecimento, e não apenas na terminologia gramatical, as palavras devem ser usadas no sentido mais especializado possível. É por isso que, no universo da análise sintática, os conceitos de “sujeito” e “predicado” não devem ser confundidos com os sentidos que essas palavras possuem nas conversas cotidianas.
Nos dois vídeos a seguir, vamos definir esses conceitos, iniciando nossas discussões a respeito da sintaxe do período simples.
Questão 1
O fragmento a seguir pertence ao sétimo capítulo de Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco:
O ferimento de Simão Botelho era melindroso demais para obedecer prontamente ao curativo do ferrador, enfronhado de aforismos de alveitaria. A bala passara-lhe de revés a porção muscular do braço esquerdo; mas algum vaso importante rompera, que não bastavam compressas a vedar-lhe o sangue.
Os núcleos dos sujeitos das formas verbais “era”, “passara” e “bastavam” são, respectivamente,
Origem: Geekie
a) 
ferimento, bala, compressas.
b) 
Simão, porção, vaso.
c) 
curativo, braço, sangue.
d) 
ferrador, alveitaria, braço.
e) 
melindroso, revés, porção.
RESOLUÇÃO
O sujeito da forma verbal “era” é “o ferimento de Simão Botelho”, cujo núcleo é “ferimento”. O sujeito da forma verbal “passara” é “a bala”, cujo núcleo é “bala”. O sujeito da forma verbal “bastavam” é “compressas”
Questão 1
A estrofe a seguir foi extraída do samba “Pisei num despacho”, composto por Geraldo Pereira e Elpídio dos Santos. Leia-a com atenção.
Desde o dia em que passei
Numa esquina e pisei
Num despacho,
Entro no samba, meu corpo está duro,
Bem que procuro
A cadência e não acho.
Observando as formas verbais destacadas, pode-se dizer que todas têm sujeito elíptico (oculto), exceto
Origem: Geekie
a) 
passei.
b) 
pisei.
c) 
entro.
d) 
está.
e) 
acho.
RESOLUÇÃO
Na primeira estrofe, temos apenas um caso de sujeito simples (“meu corpo está duro”). Nas demais orações o sujeito está implícito na desinência verbal.
Questão 2
A estrofe a seguir é a continuação do samba “Pisei num despacho”:
Meu samba e meu verso
Não fazem sucesso,
Há sempre um porém,
Vou à gafieira,
Fico a noite inteira,
No fim não dou sorte com ninguém.
Acerca das formas verbais destacadas, pode-se dizer que o sujeito delas
Origem: Geekie
a) 
é determinado em todas as ocorrências.
b) 
é composto em apenas uma ocorrência.
c) 
não é inexistente em nenhum dos casos.
d) 
é indeterminado em duas orações.
e) 
é simples nos três versos finais.
RESOLUÇÃO
O sujeito da forma verbal “fazem” é composto (“Meu samba e meu verso”). Na oração com a forma “Há”, o sujeito é inexistente. Nas três últimas orações, com os verbos “Vou”, “Fico” e “dou”, o sujeito está implícito na desinência verbal (eu).
Você viu nesta aula
Sujeito e predicado são considerados os termos essenciais da oração, pois são a base da análise sintática do período simples.
O sujeito é o termo da oração sobre o qual se diz algo ou, mais tecnicamente, sobre o qual recai a afirmação feita pelo predicado. O predicado, que sempre tem um verbo, é o termo da oração que contém a afirmação feita pelo predicado.
Existem cinco tipos de sujeito: sujeito inexistente (que, na verdade, ocorre nas orações sem sujeito), sujeito indeterminado, sujeito determinado simples, sujeito determinado composto e sujeito determinado implícito na desinência verbal (também chamado de sujeito elíptico ou sujeito oculto).

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