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Toxicocinética e Toxicodinâmica

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Toxicocinética e 
Toxicodinâmica 
nteração organismo x toxicanteI : 
1º momento - oposição à movimentação 
(absorção, distribuição) 
2º momento - destruição e eliminação 
(metabolização e excreção) 
 
Absorção e distribuição 
A ​absorção ​é a passagem de substâncias 
do local de contato para a circulação 
sanguínea. Nessa passagem, os agentes 
atravessam várias barreiras que são as 
membranas, tais como epitélio 
estratificado da pele, dos pulmões, do TGI 
e endotélios capilares. As membranas 
celulares geralmente têm a espessura 
variável de 7 a 9 nm e são constituídas de 
dupla camada de fosfolipídios com grupos 
polares voltados para as faces externas e 
ácidos graxos enfileirados 
perpendicularmente, voltados para o 
espaço interno. 
Os xenobióticos atravessam as 
membranas por diferentes mecanismos, 
dependendo da sua propriedade 
físico-químicas. 
Mecanismos de transporte 
Transporte passivo ​(mais comum): ​é 
dependente exclusivamente do gradiente 
de concentração. Esse processo 
compreende a filtração, que é a passagem 
de moléculas polares, hidrossolúveis, 
pelos poros aquosos da membrana e, a 
difusão lípidica que é a passagem de 
moléculas hidrofóbicas por difusão através 
de membranas. Os eletrólitos fracos, 
representados pelas substâncias de 
natureza ácida ou alcalina possuem na 
sua forma ionizada pouca afinidade por 
lípidios, impossibilitando assim sua 
passagem por difusão lipídica. Somente 
sua forma não ionizada consegue transpor 
membranas. 
Transporte ativo: ​caracterizado pelo 
consumo de energia, movimento de 
substâncias contra gradiente de 
concentração e a existência de proteínas 
carreadoras de moléculas, as quais 
apresentam seletividade perante as 
substâncias e se saturam em altas 
concentrações. 
Difusão facilitada: ​nesse processo, a 
substância é transportada por carreador, 
sem contudo haver consumo de energia. 
A passagem através de membranas se 
faz a favor do gradiente de concentração. 
Pinocitose: ​é um processo especial de 
passagem de partículas líquidas através 
de células, por mecanismo de fagocitose, 
que é a ingestão de partículas sólidas por 
células especiais. 
Vias de exposição de toxicantes: 
Especiais: ​iv, sc, im (medicamentos) 
Respiratória: ​ambientais 
Dérmicas: ​ambientais 
Gastrointestinal: ​ambientais 
 
Distribuição: são transportados pelo 
sangue e pela linfa para os diversos 
tecidos. Portanto, a distribuição depende 
muito dos fluxos sanguíneos e linfáticos 
nos órgãos. Naturalmente, o equilíbrio de 
distribuição é atingido rapidamente 
atingido nos tecidos que recebem grande 
circulação dos fluidos (coração, cérebro, 
fígado) e lentamente nos órgãos pouco 
irrigados (ossos, unhas, dentes). 
As partículas ou moléculas de substâncias 
tóxicas saem do leito vascular para os 
espaços extracelulares, dispersando-se 
no fluido intersticial. Daí, para atingir o 
fluído intracelular, devem atravessar as 
membranas celulares. Os processos 
fisiológicos determinam a concentração e 
a velocidade com que a substância tóxica 
atinge os órgãos-alvo, nos quais vai 
produzir seu efeito deletério. 
 
Fatores que interferem com o volume 
de distribuição: 
- fluxo sanguíneo 
- volume hídrico 
- integridade de barreiras 
- ligação às proteínas do plasma 
- fixação celular preferencial 
Ligação às proteínas sanguíneas 
A albumina representa o componente 
mais importante pela afinidade que tem a 
grande número de substâncias. Os 
fármacos de caráter ácido ligam-se quase 
exclusivamente à albumina, enquanto os 
de caráter básico ligam-se em menor 
proporção. 
A competição entre dois xenobióticos, 
frente a sítio comum de fixação de 
moléculas protéicas, tende a impedir 
mutuamente a fixação, aumentando suas 
porções livres Esse mecanismo é de 
suma importância entre os medicamentos, 
podendo haver potencialização dos seus 
efeitos terapêuticos e tóxicos. 
Os xenobióticos livres são transportados 
aos tecidos, onde podem se fixar aos 
componentes teciduais. 
As concentrações alcançadas nos tecidos 
dependem portanto, do fluxo sanguíneo e 
da afinidade dos xenobióticos aos 
componentes teciduais. 
Nos tecidos, os xenobióticos fixam-se a 
vários componentes celulares, de acordo 
com a sua natureza química. 
 
Biotransformação e eliminação 
Biotransformação: ​modificação química 
enzimática de endobióticos e xenobióticos 
dentro do organismo vivo 
Metabolização ​- metabólito → subproduto 
Objetivos: ​tornar a molécula mais polar; 
aumentar o tamanho e o peso molecular; 
facilitar a excreção. 
Consequências: 
Diminui a meia vida biológica do toxicante; 
reduz o tempo de exposição; reduz a 
possibilidade de acumulação; provável 
modificação da atividade biológica; 
alteração na duração da atividade 
biológica; bioativação. 
A biotransformação é toda alteração que 
ocorre na estrutura química da substância, 
no organismo. A biotransformação de 
xenobióticos se dá geralmente sob 
atuação de enzimas inespecíficas. 
A biotransformação se dá geralmente no 
fígado, nas enzimas microssomais 
localizadas no retículo endoplasmático 
liso. 
De modo geral, esses agentes são 
inativados por biotransformação. 
Fase I: oxidação, redução, hidrólise 
Fase II: conjugação e síntese 
Após passar pelos dois tipos de reação, 
ocorre a excreção dos metabólitos. 
Reações hepáticas: 
Sistema citocromo P-450: ​as enzimas que 
compõem o sistema citocromo P-450 
(CYP) são de maior importância entre as 
envolvidas nas reações da fase I de 
biotransformação. Nesse sistema, o 
citocromo P-450 é a enzima terminal com 
afinidade aos diversos substratos, 
enquanto a NADPH citocromo P-450 
redutase é a enzima intermediária 
responsável pela transferência de elétrons 
provenientes da fonte geradora. 
Outros sistemas enzimáticos: 
- Monoaminaoxidades 
- Ciclo-oxigenases 
- Hidrolases 
- Redutases 
- Flavinas 
Função: ​converter compostos lipofílicos 
(apolares) em compostos hidrofílicos 
(polares) por introdução de um grupo 
funcional 
Enzimas de conjugação - ​fase II 
Função: ​converter compostos eletrofílicos 
e compostos nucleofílicos, em compostos 
hidrofílicos (polares) por conjugação com 
substratos endógenos. 
 
Excreção de primeira passagem: é o 
fenômeno do metabolismo dos fármacos 
no qual a concentração do fármaco é 
significantemente reduzida (e inativada) 
pelo fígado antes de atingir a circulação 
sistêmica. 
Fatores que modificam a 
biotransformação: 
- constitucionais - etnia 
- genéticos 
- sexo (interferência hormonal) 
- patologias (cirrose, hepatite) 
- idade 
- estado nutricional 
- indução enzimática por fatores 
externos 
A inibição enzimática envolve 
mecanismos múltiplos, desde a inibição 
da síntese protéica até a competição com 
os substratos nos centros ativos comuns 
das enzimas. 
Síntese “de novo” de proteínas/enzimas 
- Praguicidas (organoclorados e 
piretróides) 
- Álcool 
- Medicamentos (gardenal) 
- Benzopireno (cigarro) 
Excreção: 
Principais (ou primárias): 
Renal - substâncias polares e 
hidrossolúveis 
Pulmonar - ​substâncias gasosas ou 
voláteis 
Biliar - ​substância com muita 
lipossolubilidade 
Fecal - ​substâncias não absorvidas 
quando administradas via oral 
Secundárias- leite materno (praguicidas, 
medicamentos, metais) 
- saliva 
- lágrima 
- suor 
- secreção nasal 
- fâneros: unhas e cabelos (metais) 
 
Toxicodinâmica  
A parte da toxicologia que estuda a 
natureza da ação tóxica de substâncias 
químicas em um sistema biológicos 
A intoxicação pode ser classificada como 
agudas e crônicas, conforme o número e 
a persistência de contato do sistema 
biológico com o agente. A intoxicação 
aguda é decorrente de um único contato, 
ou múltiplos contatos com o agente tóxico, 
num período de 24 horas. Os efeitos 
surgem de imediato ou no decorrer 
máximo de 2 semanas. 
Os parâmetros mais utilizados para 
expressar o grau de toxicidade aguda de 
substâncias químicas são a DL​50 ​e a DL​10 ​. 
A intoxicação crônica resulta de contatos 
repetidos com o agente tóxico, num 
período de tempo prolongado, de meses 
ou anos. 
Muitos compostos não chegam a causar 
danos após alguns contatos, porém, em 
contatos prolongados, podem promover 
efeitos lentos e graves, como são os 
casos de mutagenicidade e 
carcinogenicidade 
Mecanismos gerais da toxicidade 
 
Passo 1 - ​fase cinética: transferência do 
sítio de exposição ao alvo 
Passo 2 - ​fase dinâmica: reação do 
toxicante (metabólito) com o alvo 
(molecular ou não) 
Passo 3 - ​disfunções celulares e 
toxicidades resultantes 
Passo 4 - ​reparação ou não reparação 
Exemplos de mecanismo de ação que 
levam à toxicidade: 
Alteração da energia celular ​- aumento da 
permeabilidade da membrana 
mitocondrial. levando a inibição da 
respiração celular 
Ligação à macromoléculas críticas para a 
vida celular - genotoxicidade e câncer 
 
provocados por ligação de agentes ao 
DNA. 
Estresse oxidativo - formação de 
peroxigenados, induzindo peroxidação de 
lipídeos. 
Inibição do reparo do DNA​. 
Interferência com a neurotransmissão ​- 
piretróides como antagonistas de GABA 
Interferência com funções de membrana ​- 
alteração no fluxo de íons 
Perturbação da homeostase do cálcio - 
alteração do cálcio celular por piretróides 
e organo-clorados 
Interferência com a produção de energia - 
desacoplamento da fosforilação oxidativa 
Ligação com biomoléculas ​- interferência 
com funções enzimáticas 
Efeitos tóxicos especiais 
Embirofetotoxicidade 
- mutagênese 
- teratogênese 
- reprogramação fetal: os agentes 
químicos ou ambientais quando 
expostos a uma rata gestante, 
podem originar alterações no 
nascimento e na vida adulta da 
sua ninhada, podendo ser de 
caráter comportamental, 
endócrino, de expressão gênica e 
modificações epigenéticas. 
Desregulação endócrina 
 
Avaliação de risco e de toxicidade para 
agentes químicos ​- prejuízo de uma ou 
mais funções orgânicas; reversível ou 
permanente. 
Tipos de risco 
Ambiental ​- população em geral 
(alimentos, água, ar) 
Ocupacional - ​exposições ocupacionais 
(manufaturadores, misturadores, 
carregadores, aplicadores, colhedores, 
manipuladores) 
Envenenamento - ​acidental, suicida 
 
O que é avaliação de risco? 
caracterização de efeitos adversos sobre 
a saúde resultantes da exposição a 
agentes químicos perigosos 
Principais áreas e problemas: 
Agropecuária - ​praguecidas, metais 
Atividade industrial em geral - 
particulados, químicos 
Oficinas (mecânica/funilaria, soldagem), 
gráficas, pinturas - ​particulados, metais 
pesados, solventes orgânicos. 
Gasolinas e óleos 
Limpeza e desinfecção (​capina química, 
dengue, atividade hospitalar, …) - 
praguicidas, domisanitários, cloro, 
aldeídos, cetonas. 
Laboratórios: ​químicos em geral. 
Objetivos da avaliação de risco 
1. Fazer o balanço risco x 
benefício: ​drogas praguicidas, 
metais pesados, etc 
2. Determinar origens e fontes de 
risco: ​contaminantes alimentares, 
poluição de água, solo, ar, etc 
3. Estabelecer prioridades de 
programas: ​através de agências 
regulatórias, manufaturadores, 
organizações ambientais, 
consumidores, etc 
4. Estimar risco residual 
5. Promover a redução de dano 
Problemas: 
- Limitação de informações 
- Ignorância fenomenológica 
- Altos custos 
Fase 1 - Identificação do perigo 
Avaliação qualitativa dos efeitos adversos 
à saúde, provocados por um agente 
químico em animais ou humanos → 
avaliação de toxicidade 
Métodos de avaliação de toxicidade: 
- relação da estrutura - atividade 
- bioensaio com animais 
- testes in vitro 
- uso de dados epidemiológicos 
(evidências de uma associação 
 
positiva entre a exposição e 
doença) 
Fase 2 - Caracterização de risco 
isco probabilidade de perigo r = 
Modelos de estudos para 
caracterização de risco: 
1) Avaliação de consequências da 
exposição: avaliação 
dose-resposta; observações 
clínicas; 
2) Previsão de risco (pressuposições 
a partir de modelos matemáticos) 
3) Monitorização de exposição 
(susceptibilidade dos indivíduos) 
Finalidade da avaliação da exposição: 
- Definir toxicidade intrínseca do 
agente 
- Prever toxicidade para espécies 
alvo e o perigo para espécies não 
alvo 
- Determinar as espécies mais 
susceptíveis 
- Identificar órgãos alvo 
- Prover informações para o sistema 
médico (poder fazer o diagnóstico 
e tratamento) 
Exposição ​(quanto ao tempo/frequência 
de exposição) 
- Aguda (único evento) 
- Sub-crônica ou subaguda (≤ 10% 
da vida do indivíduo) 
- Crônica (10 a 100% da vida do 
indivíduo) 
Termos que descrevem a relação 
dose-efeito 
Noel - ​nenhum nível de efeito observado 
Loel - ​baixo nível de efeito observado 
Noael - ​nenhum nível de efeito adverso 
observado 
Loael - ​baixo nível de efeito adverso 
observado 
Fel - ​alto nível de efeito 
A classificação toxicológica também usa 
dados obtidos da: ​toxicidade a curto 
(dados sub-crônicos) e a longo prazo 
(crônicos) 
- dados sobre lesões oculares 
- dados sobre lesões dérmicas 
- dados sobre sensibilização 
dérmica 
- dados sobre neurotoxicidade 
- dados sobre propriedades 
carcinogênicas; mutagênicas e 
teratogênicas. 
- Dados sobre efeitos tóxicos à 
reprodução e ao desenvolvimento 
(pré e pós-natal) 
Observações clínicas (sinais e 
sintomas) durante o processo de 
caracterização de risco: ​respiratórios, 
atividade motora, convulsão, reflexos, 
sinais oculares, gastrointestinais e 
cardiovasculares, salivação, piloereção, 
dor, analgesia, tônus muscular, pele, etc. 
Monitorização da exposição: 
Utilização de bio-indicadores 
- De exposição (dose interna ou 
primária): chumbo no sangue; 
fenol urinário para compostos com 
anel benzênico 
- De efeito: atividade da 
acetilcolinesterase para 
organosfosforados e carbamatos 
- De função: comportamento para 
avaliar a neurotoxicidade 
- Ambiental: ar respirado, agaricus 
(Pb), peixes e pássaros 
 
(praguicidas) - importância da 
bioconcentração 
Fase 3 - Gerenciamento de risco 
Aplicação de índices de segurança 
Diminuir ou fazer cessar a incidência de 
efeitos adversos à saúde humana e 
animal. 
Limites de tolerância biológica (ex. valor 
limite sanguíneo - metais, praguicidas) 
Limites de tolerância ambiental (ex. valor 
limite em água de beber - metais, 
praguicidas, fármacos) 
Valores limites limiares 
Concentração máxima permissível - ​para 
contaminantes ou aditivos em alimentos 
ou em água (IDA - ingestão diária 
aceitável) 
Para o ambiente de trabalho- ​% de 
substâncias no ar inspirado 
 
Fase 3- restauração ambiental 
Métodos biológicos 
- biorestauração 
- fitorestauração 
Métodos químicos 
- neutralização 
- desestabilização molecular 
(ruptura) 
- extração 
Confinamento e manejo 
Uso do biocarvão para enriquecer e 
proteger o solo: 
Biocarvão: feito a base da queima de 
bambu e palha de milho a altas 
temperaturas e sem oxigênio. Se 
complexa a metais pesados como 
chumbo, cádmio, e outros como zinco, 
impedindo sua solubilização na água dos 
solos. 
Risco ocupacional: ​avalia o ambiente e 
as condições de trabalho 
Presença da substância ou metabólito 
(biondicador primário) 
+ 
Presença da substância no ambiente 
(bioindicador ambiental) 
+ 
investigação clínica positiva - 
sintamotologia 
Toxicologia de 
animais venenosos 
 
Animais venenosos: possuem o veneno 
nos seus tecidos, entretanto, não existe 
nenhuma estrutura capaz de injetá-lo. 
Portanto, o envenenamento é passivo, por 
contato (taturana), compressão (sapo), 
ingestão (peixe baiacu – toxina produzida 
pela contaminação de bactérias, portanto, 
a ingestão sem manipulação correta, 
culmina na contaminação), etc. Os 
venenos têm como finalidade a proteção. 
Animais peçonhentos: produzem 
substâncias tóxicas e apresentam um 
aparelho inoculador. As substâncias 
tóxicas são produzidas e armazenadas 
em glândulas que se comunicam com o 
aparelho inoculador – permite a 
inoculação do veneno. Portanto, o 
envenenamento é ativo. Tem como 
finalidade proteção bem como predação. 
Serpentes, aranhas, escorpiões, etc. 
O veneno é estudado: 
- Esclarecimento de 
fenômenos fisiológicos e 
fisiopatológicos – a análise do que 
os venenos promoviam no 
indivíduo, podem ser úteis para a 
compreensão da fisiologia e 
fisiopatologia do indivíduo – 
permitiu o conhecimento de 
receptores, como nicotínicos, bem 
como melhor compreensão de 
processos de coagulação 
sanguínea, inflamação. 
- Novos tratamentos – produção de 
soros 
 
- Novas substâncias terapêuticas 
produção de fármacos como 
analgésicos​, para ​hipertensão 
(Captopril), utilizados para o 
tratamento de tumores​, por sua 
capacidade citotóxica, ​fontes 
de substâncias para análises 
clínicas (indivíduo faz teste 
para análise do tempo de 
coagulação – produto a partir do 
veneno de serpente), ou seja, 
interesse investigacional. 
- Esclarecer relações 
taxonômicas 
Alta incidência de acidentes se dá pelo 
clima (favorece a biodiversidade), 
população potencialmente agrícola sem 
condições sanitárias adequadas bem 
como um crescimento desordenado, ou 
seja, invasão do homem do ambiente dos 
animais peçonhentos (grande quantidade 
é tida como acidente de trabalho). 
Maior incidência nos últimos anos: 
crescimento da população. 
Caracterização dos acidentes facilita o 
tratamento: 
- Identificação do animal para soro 
específico – imunoterapia passiva 
(específica). Pegar o animal e 
levar até o local de tratamento não 
é aconselhado, devido ao fato de 
que a chance de agravar é grande 
- Sintomatologia 
Composição dos venenos: são compostos 
por uma mistura 
- Proteínas (enzimas) ​– tem 
elevada afinidade e especificidade 
de alvos críticos – 
receptores, canais iônicos, 
enzimas – atuam em diferentes 
sistemas do organismo 
simultaneamente, promovendo 
uma característica de 
sinergismo ao veneno 
- Peptídeos 
- Aminas biogênicas 
- Carboidratos 
- Lipídeos 
- Componentes inorgânicos 
Ações farmacológicas: 
 Atuam em vários órgãos e 
sistemas: 
- Ações diretas ou indiretas – 
veneno de jararaca causa necrose 
por ação direta (no veneno, 
há miotoxinas que são toxinas que 
tem afinidade pelo tecido 
muscular) e por ação indireta (no 
veneno, há hemorraginas – 
metaloproteinases – que causa 
lesão de vasos sanguíneos, 
e, portanto, compromete a 
chegada de nutrientes, 
componentes inflamatórios, etc, o 
que amplia o quando de necrose) 
- Locais – dor, edema, eritema, 
necrose 
- Sistêmico – SNC ou SNP – a 
maior parte dos venenos são 
proteínas, portanto, o alcance 
do SNC é barrado por uma 
hematoencefálica, portanto, os 
que tem ação são um número 
pequeno, entretanto, muito dos 
venenos atinge o SNP, por 
tendência a promover paralisia, 
sistema cardiovascular, renal, 
muscular. Entretanto, tem um 
predomínio sempre. 
 
Escorpião: 
- Distribuição geográfica ampla, 
exceto polos gelados. 
 
- No Brasil, é tido como um 
problema de saúde pública. 
- Período do ano que ocorre 
acidente – meses quentes e 
chuvosos 
- Grupo de maior risco – crianças 
maior concentração quando 
comparado a um adulto 
- Faixa etária – 15 a 49 anos. 
- Local da picada – mãos e 
antebraços (65%). 
- Principais espécies de 
importância médica: ​Tityus 
serrulatus (letalidade e 
acidentes de maior gravidade – 
amarelo)​, Tityus bahiensis 
(marrom)​, Tityus stigmurus ​(preto) 
- Apresenta bastante proteínas e 
peptídeos, além de algumas 
proteínas de baixo peso 
molecular, permitindo a passagem 
pela barreira hematoencefálica 
além de prejudicar a mesma, 
quando há uma alta 
concentração do veneno 
- Tem efeito nos canais de sódio 
voltagem-dependentes mudando 
sua atividade (despolarização 
das terminalizações nervosas 
pós-ganglionares, com liberação 
de catecolaminas e acetilcolina). 
Permitem que o canal de sódio 
fique aberto mais tempo, há um 
maior tempo do potencial de ação 
– PA em qualquer sinapse há a 
abertura de canais de cálcio, 
entrada de cálcio bem como 
exocitose do neurotransmissor. 
Nesse contexto, o indivíduo tem a 
informação ampliada (dor 
normal dor amplificada). 
- Manifestações de efeitos 
simpáticos ou parassimpáticos – 
sistemicamente, há uma grande 
quantidade de neurotransmissor 
sendo liberada. 
- Quadro clínico: dor local, 
hipo ou hipertermia, sudorese 
profusa, náuseas, vômitos, 
sialorréia, alterações 
cardiovasculares, insuficiência 
cardíaca congestiva, alterações 
respiratórias e edema pulmonar 
agudo, agitação, sonolência, 
confusão mental, hipertonia e 
tremores, priapismo (ereção 
peniana duradoura e espontânea) 
– ​estímulo de SNA simpático e 
parassimpático 
- Tratamento – soro 
anti-escorpiônico 
- Manutenção das funções vitais 
quando o quadro é agudo – 
controle da função cardíaca e 
respiratório. 
Aranhas: 
- Distribuição a nível mundial, 
exceto regiões muito frias 
- Phoneutria, Loxoceles 
(aranha-marrom)​, Latrodectus 
(viúva-negra). 
Phoneutria ​– não constroem teias, 
“errantes”, caçam a noite e 
apresentam-se em posição de 
ataque quando ameaçadas – é 
conhecida como armadeira. 
Aranha de bananeira – comumente 
encontrada em bananeiras. 
- Local – é encontrada intra e 
peridomicílio (áreas urbanas). 
- Relacionadas ao ato de calçar, no 
manuseio de frutas e legume. 
- Veneno – mecanismo de 
ação: semelhante ao do escorpião, 
pois também afeta canais de 
sódio – despolarização das fibras 
musculares e de terminações 
nervosas sensitivas, motoras e do 
SNA – promove a liberação de 
neurotransmissores do SNA como 
catecolaminas e acetilcolina – 
 
com sintomatologia semelhante 
(estímulo simpático e 
parassimpático, como taquicardia, 
hipertensão, sudorese profusa, 
agitação psicomotora, visão turva, 
vômitosocasionais, dores 
abdominais,priapismo, convulsões, 
edema pulmonar agudo e parada 
cardiorrespiratória – crianças, 
idosos, contato constante). 
- Tratamento – antiveneno 
específico e controle dos sinais 
vitais. 
- Acidentes leves são mais 
frequentes 
Loxoceles ​– Acidentes mais graves – na 
hora não causa sintomas e demora para 
procurar tratamento. 
- Intradomiciliar (limpeza, 
calçados), pequena, causa 
necrose. Não são agressivas e 
picam quando são comprimidas. 
- Não causa dor no ato, demora 
na busca de ajuda e após 12 horas 
demonstra dor, edema, febre e 
hiperemia local . 
- Composição de enzimas – dentre 
as quais está a esfingomielinase-D 
(grande importante para o 
estabelecimento da 
dermatonecrose). Atua na 
membrana das células do 
endotélio e hemácias, promove 
uma cascata do SC e em etapas 
da coagulação e formação de 
plaquetas. 
- Quadro clínico local: dor, 
eritema, edema e necrose. Há 
hemólise intravascular de 
natureza multifatorial e quando há 
evolução há uma insuficiência 
renal aguda. Lesão vascular 
promove a liberação de 
mioglobina que se precipitam nos 
rins. 
- Tratamento: anti-veneno, 
corticosteróides e em casos graves 
é necessária hemodiálise 
Latrodectus 
- Podem apresentar hábitos 
domiciliares. 
- Não são agressivas, e picam 
quando são comprimidas contra o 
corpo. 
- São pequenas, mas o veneno é 
potente – mecanismo de ação do 
veneno (alfa-latrotoxina – atua 
sobre terminações nervosas 
sensitivas, provocando quadro 
doloroso no local da picada e 
promove liberação de 
neurotransmissores adrenérgicos e 
colinérgicos. Altera a 
permeabilidade aos íons sódio e 
potássio na terminação nervosa 
motora) 
- Causa manifestações locais – dor 
local, sensação de queimadura, 
hiperestesia, presença de placa 
urticaliforme e enfartamento 
ganglionar. Manifestações 
sistêmicas – tremores, ansiedade, 
excitabilidade, insônia, cefaleia, 
prurido, eritema de face e 
pescoço 
- Dor irradiada para membros 
inferiores, contraturas musculares 
periódicas, movimentação 
incessante, contratura facial – 
trismo dos masseteres, 
caracteriza o fácies latrodectísmica 
- Cardiovasculares: opressão 
precordial com sensação de morte 
iminente, taquicardia inicial e 
hipertensão seguidas de 
bradicardia. Outras: náuseas e 
vômitos, retenção urinária, dor 
testicular, priapismo e 
ejaculação, protse e edema, 
 
- Tratamento: soro 
Serpentes: 
- Alta incidência 
- Período do ano – quentes e 
chuvosas 
- Grupo de pessoas – trabalhadores 
do campo e sexo masculino 
- Faixa etária: 15-49 anos 
- Local da picada: membros 
inferiores (62,75%) e superiores 
(12,15%) 
- Bothrops (90,5%) (jararaca) – 
solenóglifas – família viperidae 
- A maioria dos venenos são 
constituídos por proteínas 
(fosfolipase A2, hialuronidases, 
cininogenase, trombina, esterases, 
endopeptidases, fosfatases, 
metaloproteinases, miotoxinas), 
maioria, e uma fração não proteica 
(carboidratos, lipídicos, aminas 
biogênicas e componentes 
inorgânicos – auxiliam na ação das 
proteínas). 
Mecanismo de ação: 
 Ação neurotóxica: coral e 
cascavel. Alto índice de letalidade. 
Pode evoluir para 
paralisia cardiorrespiratória. Agem 
na junção neuromuscular. 
Presença de neurotoxinas que 
interagem com receptores 
nicotínicos, podendo ter ação 
pré-sinaptica cascavel- (impedindo 
a liberação de acetilcolina = não 
há sinapse) ou pós-sináptica – 
coral- (bloqueando receptores 
nicotínicos) 
 
- Ação hemorrágica: é mediada 
por metalo-protínases 
(hemorraginas), que afetam a 
lamina basal dos capilares, 
aumentando a permeabilidade - 
Bothrops 
- Ação coagulante: 
presença da enzima trombina 
símile, que converte fibrinogênio 
em fibrina (semelhante a trombina) 
e quando faz isso gera micro 
coágulos instáveis, podendo 
causar hemorragia a longo prazo, 
pois consome todo o fibrinogênio 
para a formação de 
fibrina que não evolui para um 
coágulo - Bothrops 
- Ação proteolítica: causada por 
miotoxinas (fosfolipase A2), que 
pode causar efeito miotóxico 
local (difícil de tratar porque a 
ligação da toxina com o músculo é 
muito rápida) ou efeito miotóxico 
sistêmico – Crotalus – (presença 
de mialgia e urina cor de coca cola 
– rabidomiólise – pois esse veneno 
é distribuído, cai na corrente 
sanguínea e se liga em diversos 
músculos, causando lesão na 
membrana desses músculos, 
liberando mioglobina) 
- Tratamento: Soroterapia, com 
soro espécie-específico 
- Nem toda pessoa picada precisa 
de soro, pois ele possui riscos por 
ser uma substância anômala ao 
indivíduo.É necessária observação 
prévia, pois, as vezes a serpente 
fez uma picada branca 
 
Lepdópteros: Borboletas (diurnas) e 
mariposas (noturnas) – asas 
recobertas por escamas que 
causam os problemas alérgicos e 
inflamatórios. Holometabolia 
(desenvolvimento completo: ovo 
larva pupa adulto) 
 
- Podem promover acidentes 
na forma larvária (taturana/lagarta) 
ou formas adulta 
- Forma larvária – quase 100% dos 
acidente. 
- O acidente é denominado 
erucismo 
- Principais famílias: 
megalopygidae, saturniidae ou 
arctiidae. 
- Megalopygidae – lagarta de fogo 
- Cerdas verdadeiras, pontiagudas 
contendo glândulas basais de 
peçonha. 
- Cerdas mais longas, coloridas e 
inofensivas. 
- Saturniidae: Espinhos ramificados 
pontiagudos com glândulas de 
peçonha nos ápices. Tonalidade 
esverdeada e o dorso e laterais 
contém manchas e listas. 
- Gênero Lonomia – causam a 
Síndrome Hemorrágica. 
- Gênero ​Hylesia sp. e o contato 
com a pele causa dermatite 
papuloprurigiona. Quando batem 
as asas, liberam as cerdas – 
quadro alérgico e dermatite. 
- Actiidae:Espécie ​Premolis semirufa 
- Na forma larvária, causa a 
pararamose que é uma doença 
ocupacional que atinge 
trabalhadores nos seringais. 
- Acidentes: Dermatites urticantes: 
causado por lagartas de vários 
gêneros. Comum em todo o Brasil 
e o curso é agudo porém de 
evolução benigna. As exceções 
são acidentes com a ​Lonomia sp. 
- Ações da peçonha são pouco 
conhecida, mas se atribui aos 
líquidos da hemolinfa bem como 
da secreção das espículas 
contendo histamina 
conjunto de substâncias que induz 
a liberação de histamina pelos 
mastócito.Consequente a 
histamina – manifestações 
dermatológicas, dor local intensa, 
edema, eritema, prurido local. 
- Tratamento:compressas frias, 
analgésicos locais, elevação do 
membro acometido, 
corticosteróides tópicos e 
anti-histamínicos 
- Dermatite urticante 
papulopruriginosa: 
- Fêmeas do gênero ​Hylesia 
sp. ​que liberam as espículas no 
ambiente e, quando em contato 
com a superfície cutânea, causam 
uma dermatite aguda 
- Causa um intenso prurido e o 
tratamento é semelhante a 
dermatite causada pelas lagartas 
- Periartrite falangeana 
(pararamose). Causada pela larva 
da ​Premolis semirufa (​pararama) 
- 90% dos acidentes comprometem 
as mãos – localizadas em 
seringais. 
- Lesões crônicas que 
comprometem as articulações 
falangeadas que leva a 
deformidade e incapacidade 
funcional.Não há conduta 
específica. 
- Semelhante ao da dermatite 
urticante no início, mas as formas 
crônicas tem as alterações. 
- Síndrome Hemorrágica. 
- Atinge trabalhadoresrurais sendo 
as espécies de maior importância: 
Lonomia achelous e ​Lonomia 
obliqua 
- Mecanismo de ação do veneno: 
não é esclarecido, tem a presença 
de fosfolipase A2, substância 
caseinolítica e ativadora do 
complemento. Tem ação 
pró-coagulante moderada 
(diminuição dos níveis do fator XII 
 
que é responsável pela 
estabilização da fibrina bem como 
controle da fibrinólise) bem como 
ação sobre as membranas. Não há 
alteração das plaquetas 
- Quadro clínico: equimoses 
espontâneas a distância do 
contato com a ​Lonomia sp.​, 
hematúria macroscópica. 
Intoxicações por 
medicamentos  
Os benzodiazepínicos, antigripais, 
antidepressivos e anti-inflamatórios são as 
classes de medicamentos que intoxicam 
em nosso país. 
 
Pilares do tratamento da intoxicação: 
- Tratar todas as manifestações 
clínicas, independente do tóxico - 
suporte geral 
- Interromper/diminuir absorção do 
tóxico - se chegar a tempo 
- Aumentar a eliminação do tóxico - 
se for possível 
- Neutralizar a ação tóxica - se há 
fármaco adequado 
Antídoto - conceito: ​agente terapêutico 
que age biologicamente diminuindo ou 
neutralizando a ação de um agente tóxico, 
ou opondo-se aos seus efeitos, através de 
diferentes mecanismos. Quando o 
antídoto age por competição com o 
agente tóxico pelo mesmo receptor no 
sítio de ação ele é chamado de 
antagonista. 
Mecanismos de ação: 
- Da ação física de 
adsorção/absorção 
- Bloqueadores da biotransformação 
- Que atuam sobre o receptor 
- Bloqueadores da ação 
farmacológica 
- Que atuam por quelação. 
Carvão ativado: ​indicado para a maioria 
das intoxicações por medicamentos, 
agrotóxicos ou plantas. Age realizando a 
adsorção do agente tóxico através de 
poros presentes na partículas do CA 
Características: ​pó finamente dividido, da 
polpa da madeira e submetido a 
processos especiais de ativação. 
A administração é realizada através da v.o 
ou sonda de lavagem. E possui como 
principal efeito adverso a constipação 
intestinal. 
O carvão ativado é inefetivo contra: álcalis 
caústicos, lítio, álcoois e sais de ferro. E 
possui pouca efetividade contra 
organoclorados e digoxina. 
Ácido valproico: ​medicamento utilizado 
no tratamento da epilepsia, transtorno 
bipolar e na profilaxia da enxaqueca. 
Mecanismos de efeitos tóxicos: 
bloqueia canais de sódio e cálcio 
voltagem-dependentes, estabilizando a 
membrana e inibindo a condutância 
responsável pelas crises epiléticas. Os 
efeitos tóxicos decorrem da 
potencialização dos efeitos 
farmacológicos e resultam em depressão 
do SNC. Ocorre também alteração no 
metabolismo liídico e também 
hiperamonemia. 
Dose tóxica: 
- Intoxicação leve > 200mg/kg; 
depressão do SNC; 
- Intoxicação moderada: > 
400mg/kg, efeitos em múltiplos 
órgãos. 
- Intoxicação grave: > 750mg/kg, 
potencialmente letal. 
 
Manifestações clínicas: 
- Intoxicação leve a moderada: 
letargia, sedação, vômitos e 
taquicardia. 
- Intoxicação grave: depressão do 
SNC, coma, pupilas podem estar 
mitóticas, hipotensão, taquicardia. 
Tratamento: 
Medidas de suporte: 
- Desobstruir vias aéreas e 
administrar oxigênio suplementar 
quando necessário 
- Monitorizar sinais vitais 
- Manter acesso venoso calibroso; 
- Hidratação adequada 
- Correção de alterações elitrolíticas. 
Descontaminação: ​lavagem gástrica + 
carvão ativado devem ser realizados 
precocemente, até 2 horas da exposição. 
Antídoto: ​não há antídoto específico 
 
Anti-inflamatório não esteróides 
(AINEs) 
A maioria dos seus efeitos tóxicos são 
causados pela inibição da enzima COX. 
A dose tóxica ocorre após a ingestão de 5 
a 10 vezes a dose terapêutica. 
O uso crônico/inadequado pode trazer 
maiores prejuízos tais como: alterações 
gastrointestinais, renais e 
cardiovasculares. 
Tratamento 
Medidas de suporte: 
- desobstruir vias aéreas e 
administrar oxigênio suplementar 
quando necessário 
Descontaminação: ​lavagem gástrica e 
carvão ativado não têm indicação de 
rotina, no entanto devem ser considerados 
para pacientes com ingestão de dose 
maciça ou uso de preparações de 
liberação prolongada. Em casos de 
intoxicações graves, a diálise não é 
indicada devido alta ligação protéica. 
Anticolinérgicos: 
Macanismos de efeitos tóxicos: 
antagonizam os efeitos da acetilcolina por 
competição em receptores muscarínicos 
periféricos e centrais. As glândulas 
exócrinas e os músculos lisos são 
frequentemente afetados. A inibição da 
atividade colinérgica muscarínica no 
coração leva à taquicardia. 
Manifestações clínicas 
Intoxicação leve: ​sonolência, midríase, 
rash cutâneo, febre, boca seca, 
taquicardia … 
Intoxicação grave: ​delírio, psicose, 
alucinações, convulsões, hipertermia e 
coma. 
Descontaminação: ​a lavagem gástrica 
não é necessária nas pequenas 
ingestões; pela diminuição da motilidade 
gastrintestinal a descontaminação pode 
ser realizada em pacientes que chegam 
mais tardiamente. 
Antídoto: ​fisostigmina 
 
Antidepressivos ISRS: ​medicamento 
utilizados no tratamento da depressão e 
de outros transtornos psiquiátricos. 
Manifestações clínicas: 
Intoxicação leve a moderada - ataxia e 
letargia 
Intoxicação grave: bradicardia, 
hipotensão, depressão do snc e coma 
Descontaminação: ​lavagem gástrica + 
carvão. 
Não há antídoto. 
Antidepressivos tetracíclicos e 
tricíclicos: ​medicamentos utilizados no 
tratamento da depressão maior, insônia e 
síndromes dolorosas crônicas. 
Mecanismo de efeitos tóxicos: ​ações 
em diversos receptores no organismo, 
gerando antagonismo colinérgico, 
bloqueio de canais de sódio e potássio e 
depressão respiratória e do sistema 
nervoso central. 
Síndrome complexa: evidente caráter 
anticolinérgico 
Fase 1 (12-24h): ​excitação, delírios, 
alucinações, hipertermia, mioclonias, 
convulsões tônico-clônicas, distonias. 
Fase 2 (24-72h): ​coma, depressão 
respiratória, hipóxia, hiporreflexia, 
hipotermia e hipotensão. 
Fase 3 (> 72h): ​retorno ao quadro de 
agitação, delírios e marcada síndrome 
anticolinérgica. 
 
Descontaminação: 
Realizar lavagem gástrica precoce, e 
posteriormente administrar carvão ativado. 
Não há antidoto. 
Paracetamol: 
Efeito terapêutico: ​inibe a síntese de 
prostaglandinas no sistema nervoso 
central e na periferia através da inibição 
da COX 
O subproduto obtido através do sistema 
P450 é hepatotóxico, normalmente a 
NAPQI reage com os grupamentos -SH da 
glutationa (GSH), produzindo o ácido 
mercaptúrico-cisteina. Em superdosagem, 
a produção do NAPQI excede a 
capacidade de conjugação com GSH e o 
NAPQI reage diretamente com as 
macromoléculas hepáticas. 
Manifestações clínicas: 
Fase 1 (30 min a 24h): ​Sintomatologia 
inespecífica 
Fase 2 ( 24 a 72h): ​sintomatologia mais 
evidente → elevação de enzimas 
hepáticas e bilirrubinas. Função renal 
começa a alterar 
Fase 3 (72h a 96h): ​caracterizada pelas 
sequelas da lesão hepática → alteração 
da coagulação sanguínea, icterícia, 
náuseas e vômitos; insuficiência renal; 
coma; ÓBITO 
Fase 4 (4 dias a 2 semanas)​: recuperação 
hepática com fibrose residual nos 
pacientes que sobrevivem. 
Descontaminação: ​considerar realização 
de lavagem gástrica e a administração de 
carvão ativado após uma ingestãopotencialmente tóxica; É mais eficaz 
quando realizado no prado de 1 hora após 
a ingestão. 
Antídoto: ​N- acetilcisteina (NAC) 
 
Desreguladores 
endócrinos 
ambientais 
 
Substâncias naturalmente presentes no 
ambiente ou de origem antropogênica que 
podem interferir com o sistema endócrino 
de vertebrados, promovendo ações de 
desregulação e modulação. 
Essas interferências dependem do tipo 
molecular, modo de ação, da 
concentração do organismo e da 
frequência e do tempo de exposição 
Em humanos, a desregulação endócrina 
foi observada pela primeira vez a partir do 
uso da Talidomida, no início dos anos 60, 
esse medicamento tinha como objetivo 
combater os enjoos matinais no início da 
gravidez, entretanto, a exposição à esse 
medicamento causava mal formações 
congênitas no embrião. 
No ambiente ecológico, a bióloga Rachel 
Carson denunciou os efeitos nocivos que 
os agentes químicos originavam na vida 
selvagem, e sua luta a favor do meio 
ambiente inspirou a criação do EPA 
(agência de proteção ambiental 
americana). 
O reparo biológico pode se dar: 
Molecular​: 
- Proteína 
- Lipídio 
- DNA 
Celular​: 
- Inflamação/Necrose 
Tecido​: 
- Apoptose 
- Proliferação 
- Regulamentação endócrina 
O sistema endócrino sustenta o equilíbrio 
biológico, mantendo a homeostasia. 
 
Entretanto, esse sistema pode sofrer 
interferência dos poluentes ambientais. 
Em animais selvagens, os desreguladores 
endócrinos podem afetar os processos 
evulocionários, dentre eles os fatores 
sócio-sexuais (associados com agressão 
competitiva, comportamento territorial, 
selecção do par para acasalamento, 
cuidado materno) e comportamentos não 
sociais (exploração e fatores 
homeostáticos) 
Os fatores que podem influenciar 
favorecendo a desregulação endócrina 
podem ser: espécie, sexo, idade, 
estresse, desordens herdadas, estado 
nutricional, hábito de fumar, consumo de 
álcool, uso de medicação, e a exposição 
concomitante a outros produtos químicos 
ou fatores físicos. 
As fases susceptíveis aos desreguladores 
endócrinos são: gravidez, infância e 
puberdade, podendo ter efeitos sobre a 
reprodução, fertilidade, desenvolvimento e 
até mesmo câncer do sistema endócrino. 
Os estrógenos são hormônios sexuais 
extremamente importantes para o sistema 
reprodutivo feminino, desempenhando 
papel chave no: 
- desenvolvimento fetal masculino e 
feminino 
- essenciais para o crescimento, 
diferenciação e função dos tecidos. 
A avaliação da alteração nas atividades 
reprodutivas de fêmeas incluem 
manifestações como: subfertilidade ou 
infertilidade, retardamento do crescimento 
intra-uterino, abortos espontâneos, 
malformações, defeitos de nascimento, 
morte pós-natal, deficiências da 
aprendizagem, alterações do 
comportamento de filhotes e 
envelhecimento prematuro. 
A avaliação da alteração nas atividades 
reprodutivas de machos incluem: 
tamanho/peso do testículo, qualidade do 
sêmen, função secretória da próstata. 
função secretória das vesículas seminais, 
função endócrina reprodutiva, impotência 
ou libido reduzida, câncer de próstata. 
 
Os desreguladores endócrinos podem agir 
em doses de exposição baixissímas, 
possuindo um efeito sutil e na maioria das 
vezes tardio que é persistente em seus 
descendentes. 
 
O que são e como agem? 
São xenobióticos com estrutura química 
geralmente análoga aos endobióticos, 
influenciam negativamente os processos 
fisiológicos e bioquímicos, regulados 
através de glândulas endócrinas, por 
serem “confundidos” pelo organismo, 
alterando assim a homeostase celular. 
 
Os estudos recentes com fluoroquímicos 
(repelem água e óleo simultaneamente, 
utilizados para revestir papel e placas de 
papelão, encontrados principalmente em 
revestimento de embalagens de 
alimentos) mostraram que eles podem 
afetar a esteroidogenese, diminuindo o 
nível de andrógenos e aumentando o nível 
de estrógenos. 
 
Desregulação endócrina por ação 
sobre os corticoesteróides (menos 
conhecida) 
Podem interferir com: 
- Glucocorticóides: cortisol em 
humanos e corticoesterona em 
roedores 
 
- Mineralcorticóides - aldosterona e 
deoxicorticosterona. 
Podem provocar vários tipos de doença, 
dentre elas: neurológicas, imunológicas e 
síndrome metabólica. 
Agentes com capacidade de 
desregulação endócrina: 
- Hidrocarbonetos aromáticos 
policíclicos (PHAs) 
- Poluentes orgânicos persistentes 
(POPs) 
- Dietilstilbestrol (usado na gravidez) 
- Ftalato de dietila (cosméticos e 
perfumes) 
- Bisfenol A (BPA - plásticos) 
- Benzofenona (fotoquímica) 
- Cloroflorocarbonados 
- Praguicidas 
- Metais 
- Samicarbazida (embalagens de 
alimentos) 
Possuem efeito sobre: o desenvolvimento 
reprodutivo, comportamental e alterações 
hormonais diversas. 
 
Os metais pesados e praguicidas podem 
causar desregulação endócrina por: 
- Ações no SNC que provocam 
efeitos comportamentais 
(ansiedade, hiperatividade, 
agressividade, depressão e 
emocionalidade alterada) 
- Perda progressiva de células 
dopaminérgicas da substância 
nigra, e consequente perda do 
controle sobre a função motora 
(parkinson) 
Estudos com cádmio mostram que pode 
ser um importante indutor de câncer de 
próstata. 
Em animais, doi testado os herbicidas 
PARAQUAT (bipiridilo) e MANEB (Mn + 
carbamato), dos dias 5 ao 19 pós natal, e 
foi observado sintomas de parkinson 
quando jovem, e a re-exposição quando 
adulto intensificou os sintomas. 
As substância ambientais, podem ainda 
alterar a programação fetal, afetando 
assim aspectos do desenvolvimento 
intra-uterino e pós-natal (imediato ou 
tardio) 
 
Hipótese da origem da saúde e doença 
durante o desenvolvimento (DOHaD) 
O início do desenvolvimento da vida é um 
período extraordinariamente sensível, os 
estressores (agentes ambientais), podem 
alterar a expressão gênica, níveis de 
proteínas, o número, a origem ou a 
localização de células, causando 
alterações na função dos tecidos e 
órgãos. 
Essas mudanças persistem após o 
estressor ir embora e provoca 
susceptibilidade aumentada para e 
disfunções, que ocorrerão mais tarde na 
vida adulta do indivíduo. 
Hipótese da obesidade: DEs agem 
como agentes obesogênicos 
Os DEs obesogêncios agem: 
- aumentando o nº e tamanho das 
células gordurosas 
- estocando calorias 
- alterando a taxa metabólica basal; 
- alterando a microbiota intestinal 
para estocar alimento; 
- alterando o controle hormonal do 
apetite e da sociedade; 
- alterando os circuitos cerebrais 
controladores da ingestão de 
alimentos e gasto energético. 
Alguns DEs impactam negativamente os 
níveis de insulina, e junto, as funções 
imune, hepática e cardiovascular. 
Os DEs considerados obesogênicos são: 
dietil-etil-bestrol, bisfenol A, DDT, 
tributiltin, perfluorooctanoates, ftalatos. 
 
Plásticos 
Ftalatos: ​usados em objetos domésticos 
infantis, para dar mais flexibilidade 
 
Bisfenol A: ​compõe o material das 
garrafas PET, embalagens de alimentos, 
cosméticos, insumos médicos e 
farmacêuticos. 
 
Urina 
Fêmeas de mamíferos eliminam: 
estrógenos, anticoncepcionais, 
medicamentos de reposição hormonal. 
Embora os estrógenos naturais não 
persistam por muito tempo, a 
aglomeração urbana garantesua 
constante renovação no esgoto 
doméstico. 
Obs: não são eliminados no tratamento da 
água 
 
Agropecuária 
ISOFLAVONAS (fitoestrógenos) 
- São excretadas na urina de 
humanos e animais, não sendo 
eliminadas no tratamento da água. 
INSETICIDAS: 
Diuron e finopril atualmente utilizados na 
cultura de cana-de-açúcar, tem atividade 
estrogênica. 
Poucos solúveis em água, os praguicidas 
tentam a se acumular no solo, nos 
sedimentos aquáticos e na cadeia 
alimentar, não sendo eliminados na água 
METAIS: 
Aparecem como contaminantes de 
fertilizantes fosfatados (bastante utilizados 
em grandes culturas) 
Arsênio, cádmio, chumbo, zinco e 
cobre: 
São solúveis em água e se acumulam no 
solo, nos sedimentos aquáticos e vão 
parar na cadeia alimentar. São captados 
por plantas e aparecem em produtos 
manufaturados. Não são eliminados no 
tratamento de água. 
Herbicidas: 
Atrazina é um dos maiores contaminantes 
de água, não sendo eliminado no 
tratamento. 
 
Fluídos elétricos 
São bifenilas policloradas (mais 
conhecidas como ascarel). 
Eram usadas como fluidos de 
equipamentos elétricos (principalmente 
transformadores), até sua proibição em 
1980, entretanto, um grande número de 
máquinas antigas ainda operam com 
ascarel. São insolúveis em água e se 
disseminaram pelo planeta via cadeia 
alimentar. 
 
Transporte marítimo 
Compostos orgânicos à base de estanho, 
como tributilestanho (TBT) - conhecida 
como “tinta envenenada” 
- Usados no revestimento externo 
das embarcações 
- Interferem no desenvolvimento 
sexual de moluscos e crustáceos, 
podendo estar causando a 
extinção de várias espécies. 
- No brasil são vendidos sem 
restrições. 
 
Poluição atmosférica 
Queima de combustíveis fósseis e 
biomassa gera: hidrocarbonetos 
policíclicos aromáticos (HPA), dioxinas e 
furanos. 
Contaminam o ar, água e esgoto e se 
incorporam à cadeia alimentar (são 
interferentes endócrinos) 
Dioxina - cancerígena 
 
 
 
Uso Abusivo de Drogas 
e Farmacodependência 
Grupo de fármacos que afetam o humor e 
o comportamento: 
- Fármacos Ansiolíticos e 
Sedativos (Tranquilizantes 
menores): reduzem a ansiedade e 
causam o sono. 
- Fármacos Antipsicóticos 
(Neurolépticos ou Tranquilizantes 
Maiores): são usados para tratar a 
esquizofrenia. 
- Fármacos antidepressivos: são 
usados para tratar depressão. 
- Psicoestimulantes (Fármacos 
estimulantes psicomotoroes): 
produzem estados de alerta e 
euforia (anfetamina, cocaína e 
cafeína). 
- Fármacos alucinógenos e 
psicodislépticos: causam distúrbios 
da percepção (alucinações) e do 
comportamento (dietilaminda do 
ácido lisérgico – LSD). 
 
O uso abusivo de substâncias está 
relacionado com a via de recompensa – 
vias neuronais que participam dessa via 
são a dopaminérgicas. 
Drogas ilícitas exacerbam as sensações 
de prazer. 
Dependência dos fármacos: descreve a 
situação em que seu consumo assume 
uma qualidade compulsiva, ocorrendo 
prioridade sobre outras necessidades e 
desenvolve-se com resultado da 
administração repetida do fármaco. Todos 
os fármacos que causam dependência 
têm efeitos importantes sobre o Sistema 
Nervoso Central. Substâncias podem 
causar dependência física, psicológica e 
mental, social. 
Vício aos fármacos: geralmente implica o 
estado de dependência física. 
Abuso dos fármacos ou de substâncias: 
qualquer uso recorrente de substância 
ilegal ou que causa dano ao indivíduo. 
O que os une é que as pessoas acham o 
seu efeito agradável (hedônico): as 
pessoas tendem a procura-lo para 
repeti-lo, uma ação que reflete o efeito 
(comum a todos os fármacos que causam 
dependência). 
Natureza da dependência dos fármacos: a 
característica comum dos fármacos que 
podem produzir dependência é que 
produzem um efeito de recompensa, 
fazendo com que o indivíduo desenvolva 
um desejo compulsivo e resultando em 
administração repetida da substância. 
Característica comum dos fármacos que 
causam dependência: 
- Reforço positivo ou 
“recompensa” (comportamento que 
leva a nova administração) que 
leva a nova administração. 
Aumento da probabilidade de 
ocorrência de qualquer 
comportamento que resulta no 
fármaco sendo administrado 
(repetidamente), como isolamento, 
interação com pequenos 
grupos. Isso causa uma 
habituação seguida de uma 
tolerância, que é a diminuição do 
efeito farmacológico quando a 
administração é repetida; 
- Reforço negativo (não 
administração após uma 
habituação) que leva a 
síndrome de abstinência – é 
possível avaliar as respostas 
psicobiológicas dos 
indivíduos, ou seja, efeitos 
adversos físicos e 
psicológicos. Efeito aversivo, no 
qual o indivíduo tentará 
escapar da autoadministração do 
fármaco; 
 
Indivíduo que utiliza há dias x há anos. O 
primeiro expressa mais receptores e se 
 
torna dependente, ou seja, precisa utilizar 
uma menor quantidade da droga para ter 
o mesmo efeito. Após o uso de anos, há a 
redução dos receptores, logo, maiores 
quantidades farão o mesmo efeito. 
Via dopaminérgica: 
- Via extrapiramidal-nigroestriatal: 
locomoção e coordenação 
(Parkinson). Quando há o uso 
abusivo de drogas, a desinibição 
das vias dopaminérgicas 
pertencentes a essa via e o 
indivíduo apresenta sinais e 
sintomas de Parkinson 
(parkinsonismo); 
- Via mesolímbica-mesocortical: 
estende-se através do feixe medial 
do pró-encéfalo, a partir da 
área tegumentar ventral do 
mesencéfalo até o núcleo 
accumbens e região límbica. 
Integração de emoções e 
comportamentos. 
- Quando há o uso de 
drogas de abuso, há uma 
hiperativação ou 
desinibição da via dopaminérgica 
na região 
mesolímbica-mesocortical, 
enquanto que em situações 
normais essa via está 
inibida e controlada. As drogas de 
abuso não se limitam 
apenas a essa via. 
- Quando não há o contato com a 
droga de um usuário, ou seja, 
durante a crise de abstinência a 
quantidade de dopamina era baixa 
e isso causava os sintomas 
referentes a emoções e 
comportamentos. 
Os fármacos que causam dependência 
aumentam a liberação de dopamina no 
núcleo accumbens. 
Ativação da via dopaminérgica: a tirosina 
é um precursor para a formação da 
dopamina (tirosina DOPA dopamina) que 
é armazenada em vesículas e liberada 
para atuar em neurônios pós-sinápticos. 
Endogenamente, há um transportador de 
dopamina responsável pela receptação 
que é responsável por inibir a via. Quando 
há o uso contínuo de drogas de abuso, 
como cocaína, anfetamina (fármaco 
estimulante anorexígeno), há a inibição 
desse transportador e a dopamina fica 
mais tempo na fenda sináptica (desinibe a 
via dopaminérgica, por agir sobre o 
inibidor da via). 
Efeito hedônico dos fármacos que causam 
dependência resulta da ativação desta via. 
Além da ativação da via dopaminérgica, 
alguns fármacos também ativam a via 
noradrenérgica: a ativação da via 
noradrenérgica é responsável por outros 
efeitos como: alerta e desinibição. 
Morfina – é um fármaco opioide 
analgésico que tem capacidade de causar 
dependência – inibe a adenil ciclase que é 
responsável por mediar a conversão de 
ATP em AMPc, ou seja, reduz a formação 
do AMPc. Com o uso da morfina, a 
expressão daadenilato ciclase aumentou 
e a formação do AMPc diminuiu, 
inicialmente, entretanto, com o uso 
contínuo, posteriormente, há o aumento 
da produção de AMPc, pois passa a 
expressar mais a enzima e a necessidade 
da concentração da morfina deve 
aumentar, ou seja, desenvolve tolerância 
e a dose anterior não tem o mesmo efeito. 
Após a interrupção do uso contínuo da 
morfina, a expressão da adenilato ciclase 
e do AMPc voltam próximos da 
normalidade. É nessa fase que o indivíduo 
passa a ter abstinência. 
Efeitos farmacológicos e tóxicos do etanol 
agem sobre o SNC e o SNP. 
Efeitos farmacológicos do álcool: promove 
variação do humor (normal excitação 
[liberação da dopamina] depressão 
[liberação de dopamina e GABA] ausência 
de álcool plasmático). 
A faixa de concentração plasmática 
necessária para promover efeitos 
 
farmacológicos varia de 10 mmol/L até 
100 mmol/L. 
Excitação em doses baixas (desinibição 
sobre neurônios dopaminérgicos da via 
mesolímbica). 
Depressão (doses altas) potencialização 
da inibição mediada pelo GABA. Caso a 
dose se mantenha alta, há a inibição da 
entrada de Ca pelos canais de cálcio 
voltagem-dependentes. Inibição da função 
do receptor NMDA. 
O receptor do GABA é do tipo canal iônico 
(o GABA é um neurotransmissor inibitório) 
que interage com o álcool por meio de um 
sítio alostérico (etanol interage 
seletivamente com o subtipo de receptor 
GABA​A​). Dessa forma, aumenta a 
afinidade do receptor com o GABA 
através do sítio central que induz uma 
transmissão sináptica inibitória rápida, 
através do SNC. 
Etanol inibe a liberação do 
neurotransmissor em resposta 
despolarização das terminações nervosas, 
ao inibir a abertura dos canais de cálcio 
sensíveis à voltagem nos neurônios. O 
local envolve a membrana pré-sináptica 
redução da liberação de neurotransmissor 
ao nível das vesículas interrupção da 
exocitose interferem na formação de 
neurotransmissor interferem na atividade 
de receptores pós-sinápticos. 
Os efeitos excitatórios do glutamato são 
inibidos pelo etanol (em concentrações 
que produzem depressão do SNC). Após 
uma série condicionada de estímulos, 
ocorre liberação suficiente do glutamato 
(NT excitatório). NO facilita a liberação de 
glutamato. 
A intoxicação crônica pode causar 
disfunções neurológicos irreversíveis: 
alcoólatras mostram um grau de demência 
e degeneração do cerebelo (deficiência de 
tiamina). 
Intoxicação por etanol: limites para efeitos 
brandos e não visíveis é de 50mg para 
cada 100ml de sangue. Conforme a 
concentração sobe, como entre 
50-100mg, há alterações na fala, 
coordenação motora, autoconfiança 
aumentada, euforia, sendo que esses 
efeitos podem variar entre os indivíduos 
(maioria falantes ou alguns melancólicos e 
reservados), em 300mg há o coma 
alcoólico e entre 400-500mg há falência 
respiratória e morte. O organismo 
metaboliza o álcool que implica na 
presença de enzimas, como álcool 
desidrogenase, que converte etanol em 
acetaldeído. Depois, há a participação da 
acetoaldeído desidrogenase há a 
formação do acetato, através de uma 
reação de oxidação. O metabolismo 
ocorre no fígado. 
Efeitos periféricos após a intoxicação pelo 
etanol (aguda ou crônica): 
A intoxicação se dá principalmente pelo 
etanol e por seu metabólico. No fígado, há 
três principais enzimas responsáveis pela 
conversão de etanol em acetaldeído, 
como a álcool desidrogenase, catalase e 
acetaldeído desidrogenase é responsável 
pela conversão de acetaldeído em acetato 
é convertido em acetil-CoA e é utilizada 
para a produção de energia. 
No fígado: 
- Há a elevação de lactato e 
acidose metabólica. Como o 
lactato, inibe a secreção renal de 
ácido úrico, pode precipitar 
ataques de gota; 
- O aumento de NADH, estimula a 
síntese de ácidos graxos no 
fígado, enquanto que a oxidação 
via ciclo de Krebs está bloqueada; 
- Acúmulo de triglicerídeos neutros 
no fígado e lipidemia. 
- O aumento de NADH e a 
diminuição de piruvato provocam 
redução de gliconeogênese. 
Consequentemente, se o 
suprimento de glicogênio hepático 
estiver depletado pela falta de uma 
ingesta alimentar adequada, o 
etanol pode causar hipoglicemia 
(na metabolização do etanol, há 
 
um consumo muito grande de 
glicose, portanto, se o indivíduo 
não estiver bem alimentado, há o 
recrutamento de toda a energia 
para essa metabolização). Se o 
nível glicêmico abaixa, há o coma 
alcoólico, pois o SNC não há 
reserva energética de glicose; 
 
A ingestão crônica e acentuada de álcool 
aumenta o consumo de O2. 
Consequentemente, o risco de hipóxia no 
fígado está aumentado causando necrose 
das células hepáticas nos alcoólatras. 
Ação irritante do etanol promove lesão da 
mucosa gástrica, gastrite crônica, 
hemorragias gástrica e intestinal, lesão 
duodenal e pancreatite. 50% dos asiáticos 
apresentam variante genética ALDH-1 
inativa e aldeído desidrogenase com 
atividade reduzida (polimorfismo no gene 
que promove atividade inexistente ou 
reduzida). Causa a sensação, mas na 
realidade aumenta a perda de calor 
corporal. Caracterizado por vasodilatação 
cutânea rubor facial.

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