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1. OK Sobre interação medicamentosa: a. OK Ação dos medicamentos (geral) Alguns medicamentos são alterados (metabolizados) quimicamente pelo corpo. As substâncias resultantes do metabolismo (metabólitos) podem ser inativas, ter uma ação terapêutica ou uma toxicidade semelhante ou diferente do medicamento original. Alguns medicamentos, chamados pró-medicamentos, são administrados em uma forma inativa, que é metabolizada em uma forma ativa. Os metabólitos ativos resultantes produzem os efeitos terapêuticos desejados. Os metabólitos podem sofrer metabolização adicional ao invés de serem eliminados do corpo. Os metabólitos subsequentes são, então, excretados. A excreção envolve a eliminação do medicamento do corpo, por exemplo, na urina ou bile. A maioria dos medicamentos deve passar pelo fígado, que é principal local para seu metabolismo. Uma vez no fígado, as enzimas convertem os pró-medicamentos em metabólitos ativos ou convertem os medicamentos ativos em formas inativas. O principal mecanismo do fígado para metabolizar medicamentos é através de um grupo específico de enzimas do citocromo P-450. O nível dessas enzimas do citocromo P-450 controla a taxa em que muitos medicamentos são metabolizados. Dado que as enzimas têm uma capacidade limitada de metabolização, elas podem ficar sobrecarregadas quando os níveis sanguíneos de um medicamento ficam altos.Muitas substâncias (como medicamentos e alimentos) afetam as enzimas do citocromo P-450. Se essas substâncias diminuírem a capacidade de as enzimas quebrarem um medicamento, os efeitos desse medicamento (inclusive os efeitos colaterais) serão aumentados. Se as substâncias aumentarem a capacidade de as enzimas quebrarem um medicamento, os efeitos desse medicamento serão reduzidos. Como os sistemas metabólicos enzimáticos estão apenas parcialmente desenvolvidos no momento do nascimento, os recém-nascidos têm dificuldade de metabolizar certos medicamentos. Conforme as pessoas envelhecem, a atividade enzimática diminui, de modo que pessoas idosas, assim como recém-nascidos, não conseguem metabolizar medicamentos tão bem quanto jovens adultos e crianças. Por isso, recém-nascidos e pessoas idosas precisam de doses menores por quilo de peso corporal do que os jovens adultos e adultos de meia-idade. b. OK Defina interação medicamentosa (medicamento- medicamento e medicamento-alimento). https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082010000300298&script=sci_arttext&tlng=pt#:~:text=Considera-se%20interação%20entr e%20alimentos,o%20estado%20nutricional%20do%20indivíduo. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025271/cfi/68!/4/4@0.00:56.3 ● Medicamento-medicamento: ○ Interações medicamentosas constituem alterações de respostas farmacológicas, em que os efeitos de um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou anterior de outros medicamentos. ○ As interações entre medicamentos são decorrentes de mecanismos farmacocinéticos ou farmacodinâmicos ou interações farmacêuticas (físico-químicas). https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082010000300298&script=sci_arttext&tlng=pt#:~:text=Considera-se%20intera%C3%A7%C3%A3o%20entre%20alimentos,o%20estado%20nutricional%20do%20indiv%C3%ADduo https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082010000300298&script=sci_arttext&tlng=pt#:~:text=Considera-se%20intera%C3%A7%C3%A3o%20entre%20alimentos,o%20estado%20nutricional%20do%20indiv%C3%ADduo ○ As interações farmacocinéticas surgem quando um fármaco modifica a absorção, a distribuição, o metabolismo ou a excreção de outro fármaco, alterando, assim, a concentração desse fármaco ativo no organismo. ○ As interações farmacodinâmicas surgem quando um fármaco modifica a resposta dos tecidos-alvo ou não alvo do outro fármaco. ○ Enquanto as interações físico-químicas ocorrem durante o preparo do medicamento antes da administração ao paciente. ○ OBS: Metabolismo de primeira passagem (também conhecido como metabolismo pré-sistêmico ou efeito de primeira passagem) é um fenômeno do metabolismo dos fármacos no qual a concentração do fármaco é significantemente reduzida (e inativada) pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. ■ Todos VO. ● Medicamento-nutriente: ○ A interação medicamento-nutriente é definida como uma alteração da cinética ou da dinâmica de um medicamento ou nutriente, ou ainda, o comprometimento do estado nutricional como resultado da administração de um medicamento. ○ Farmacocinética: ■ Absorção: ● A maioria das drogas e dos nutrientes é absorvida no intestino delgado. ● As interações droga-nutriente podem alterar essa absorção por meio da redução do tempo de esvaziamento do trato digestório e pela formação de quelatos, originados a partir de reações entre cátions metálicos, presentes na matriz dos alimentos, com os fármacos, devido às suas características físico-químicas, bem como pelas mudanças na absorção de gorduras, das vitaminas lipossolúveis e do colesterol devido às lesões produzidas na mucosa intestinal. ● Cálcio, magnésio, ferro e zinco, por exemplo, formam complexos com a tetraciclina e interferem na absorção e no efeito farmacológico. ■ Distribuição: ● Estudos demonstram que a ligação da droga a uma proteína plasmática pode ser alterada por uma dieta hiperlipídica. ■ Metabolismo: ● Já as alterações no metabolismo das drogas são geralmente afetadas pela inibição enzimática ou pela formação de complexos insolúveis com os nutrientes. ■ Excreção: ● Algumas drogas podem aumentar ou diminuir a excreção renal de certos nutrientes, por meio da filtração glomerular, interferindo na reabsorção renal dos nutrientes. ● Medicamentos podem alterar as concentrações fisiológicas dos minerais em razão de diminuição da absorção, aumento da excreção ou alteração do metabolismo de tais micronutrientes. ○ Os resultados de tais interações podem ser clinicamente insignificantes ou graves. ○ O tratamento prolongado com diuréticos tiazídicos e diuréticos de alça pode levar a deficiências totais de potássio e magnésio, que não são detectáveis utilizando os métodos padrão de análise sérica e podem ocorrer apesar dos suplementos de potássio. ○ A prednisona e outros glicocorticoides causam má absorção de cálcio e aumento da excreção renal, que pode levar à perda óssea e ao hiperparatireoidismo secundário ■ As possíveis interações dos medicamentos com a alimentação dos pacientes podem levar ao prejuízo da ação do medicamento e/ou alimento, podendo causar um aumento da necessidade de utilização dos fármacos em tratamentos crônicos ou desnutrição, ocasionado aumentos no custo e no tempo de internação hospitalar. c. OK Cite quais são os tipos. ● As interações medicamentosas são classificadas de acordo com os mecanismos pelos quais os fármacos interagem, em que temos: ○ Interações físico-químicas ou incompatibilidade farmacêutica: os medicamentos interagem durante o preparo e ocorrem antes mesmo de serem administrados ao paciente; ○ Interações farmacocinéticas: por meio de alteração do processo de absorção, distribuição, metabolismo/biotransformação e excreção. ■ Absorção: ● A absorção gastrintestinal de fármacos pode ser afetada pelo uso concomitante de outros fármacos, seja em razão da quelação das moléculas ou da alteração do pH gástrico ou alteração da motilidade intestinal, em que a absorção pode ser aumentada ou diminuída, acelerada ou retardada. ● No caso de uma absorção diminuída ou retardada, o resultado é que o fármaco pode não atingir os níveis eficazes na corrente sanguínea. ● No caso de uma absorção aumentada, esses níveis podem ser mais elevados do que o desejável, potencializando os efeitos colaterais. ■ Distribuição: ● Os fármacos são transportados na corrente sanguínea por meio de ligação às proteínas plasmáticas (como albumina). ● O principal mecanismo pelo qual as interações medicamentosas alteram a distribuição dos fármacos está relacionado à competição por ligação às proteínas plasmáticas, resultando em deslocamento do fármaco da ligação às proteínas e, consequentemente, aumento dafração livre do fármaco no plasma e aumento do efeito farmacológico, dessa forma podendo causar efeitos adversos. ● Por exemplo, o deslocamento da varfarina dos sítios de ligação às proteínas plasmáticas, causado pela interação com o ácido acetilsalicílico, pode induzir ao aumento do efeito anticoagulante da varfarina com risco de causar sangramentos e/ou hemorragias no paciente. Esse efeito pode ser intensificado em uma situação na qual os níveis circulantes de albumina estão baixos, como em insuficiência hepática, desnutrição (síntese diminuída de albumina) ou síndrome nefrótica (excreção aumentada de albumina). ■ Metabolismo: ● O metabolismo dos fármacos pode ser estimulado ou inibido pelo uso concomitante de fármacos em um mesmo regime terapêutico. ● As enzimas do citocromo CYP450 podem sofrer indução ou inibição, ou seja, um fármaco pode induzir ou inibir enzimas metabolizadoras do outro fármaco e, ainda, competir pelos mesmos sítios de metabolização, alterando a quantidade disponível da forma ativa. ● Interações que levam à indução enzimática geralmente resultam em aumento do metabolismo do fármaco, o que, por consequência, pode resultar em falha na terapia. ○ Exemplos clássicos de indutores enzimáticos são fenobarbital, fenitoína, carbamazepina e rifampicina. ● Por outro lado, interações envolvendo a inibição enzimática resultam em diminuição do metabolismo e aumento da possibilidade de efeitos tóxicos. ● Quando dois fármacos são metabolizados pela mesma enzima P450, a inibição competitiva ou irreversível dessa enzima pode provocar aumento na concentração plasmática do segundo fármaco. ● Por outro lado, a indução de uma enzima P450 específica por um fármaco pode resultar em diminuição das concentrações plasmáticas de outros fármacos metabolizados pela mesma enzima. ○ Exemplos de inibidores enzimáticos incluem a cimetidina e o antifúngico cetoconazol, um potente inibidor da enzima 3A4 do citocromo P450. ■ Excreção: ● A excreção renal do fármaco ativo também pode ser alterada por tratamento concomitante com outros fármacos. ● Interações que afetam a excreção podem ocorrer quando há a administração simultânea de fármacos ácidos fracos ou bases fracas e outros fármacos que afetem o pH urinário. ● Porém, interações em nível de excreção podem também se manifestar por meio da competição entre fármacos, em especial pela glicoproteína P e por transportadores de íons orgânicos. ● Em algumas situações clínicas, pode ser necessária uma interação farmacocinética, como a associação de penicilina e probenecida. A penicilina é eliminada por secreção tubular nos rins e o seu tempo de ação pode ser aumentado se for administrado de modo concomitante com probenecida (um inibidor do transporte tubular renal). ○ Interações farmacodinâmicas: são aquelas em que o efeito de um fármaco é alterado pela presença de outro fármaco no sítio de ação. ■ Quando são administrados simultaneamente medicamentos com efeitos farmacológicos semelhantes, pode ocorrer resposta farmacológica aditiva, sinérgica ou antagônica. ■ Aditiva: ● Fármacos que atuam no mesmo receptor ou no mesmo processo fisiológico, quando administrados concomitantemente, podem apresentar efeito aditivo, como benzodiazepínicos e barbitúricos, ambos depressores do sistema nervoso central (SNC). ● A + B sozinhos = A + B juntos. ■ Sinérgico: ● Os fármacos que atuam em receptores ou processos sequenciais diferentes podem atuar sinergicamente, como a associação de sulfonamida + trimetoprima. ● Ex. ferro com suco de laranja (meio ácido). ○ Também pode-se citar a interação de álcool com depressores do SNC: o álcool deprime o SNC e, se ingerido de forma moderada em pacientes que fazem uso de doses terapêuticas de medicamentos como benzodiazepínicos, pode ter aumento da depressão do SNC; ○ Outro exemplo refere-se à ingestão de álcool e fitoterápicos (como valeriana), em que pode ocorrer aumento da sonolência. ● Porém, em algumas situações clínicas, podem ocorrer interações farmacodinâmicas tóxicas quando dois fármacos ativam vias fisiológicas complementares, resultando em aumento do efeito farmacológico. ○ Por exemplo, esse tipo de interação é observado com a coadministração de sildenafila (para disfunção erétil) e nitroglicerina (para angina de peito), aumentando o risco de hipotensão grave. ● A + B sozinhos < A + B juntos. ■ Antagônico: ● Quando dois fármacos, ou fármaco e nutriente, apresentam atividades contrárias um do outro, pode ocorrer anulação ou diminuição dos efeitos resultantes esperados para cada um individualmente. ○ Por exemplo, a vitamina K (que tem efeito na coagulação sanguínea), proveniente de alimentos e/ou dieta enteral, pode interferir no efeito anticoagulantes das cumarinas, como a varfarina. ● A diminuição de efeito farmacológico pode ocorrer em razão da competição no mesmo receptor celular (antagonismo farmacodinâmico). ● Também pode haver antagonismo farmacocinético: um exemplo é o uso de rifampicina com anticoncepcionais orais (etinilestradiol e noretindrona), em que a rifampicina aumenta a atividade enzimática do fígado e, consequentemente, a taxa da metabolização dos hormônios, podendo comprometer o nível plasmático destes e diminuir sua eficácia contraceptiva. ● Por outro lado, em algumas situações, as interações antagônicas podem ser usadas para a obtenção de efeitos antagônicos terapêuticos, como a administração da N-acetilcisteína para o tratamento dos efeitos tóxicos causados por uma dose excessiva de paracetamol. d. OK Interações medicamentosas clássicas (metronidazol, varfarina e aminofilina). http://www2.far.fiocruz.br/farmanguinhos/images/stories/phocadownload/metronidazol.pdf http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp ● Metronidazol: ○ Indicação: ■ Está indicado na profilaxia e tratamento das infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros bacteróides, Fusobacterium sp; Clostridium sp; Eubacterium sp; e cocos anaeróbios. Está indicado, também, na prevenção e tratamento das infecções pós-cirúrgicas, nas quais os anaeróbios tenham sido identificados ou suspeitados. ○ Mecanismo de ação: ■ O produto da redução do metronidazol tem propriedades citotóxicas (de vida curta), interage com o DNA, inibindo a síntese do ácido nucléico, causando a morte da célula. ○ Álcool: bebidas alcoólicas e medicamentos contendo álcool não devem ser ingeridos durante o tratamento com metronidazol e, no mínimo, 1 dia após o mesmo, devido à possibilidade de reação do tipo dissulfiram (efeito antabuse), com aparecimento de rubor, vômito e taquicardia. ○ Dissulfiram: foram relatadas reações psicóticas em pacientes utilizando concomitantemente metronidazol e dissulfiram. ○ Terapia com anticoagulante oral (tipo varfarina): potencialização do efeito anticoagulante e aumento do risco hemorrágico, causado pela diminuição do catabolismo hepático. Em caso de administração concomitante, deve-se monitorizar o tempo de protrombina com maior frequência e realizar ajuste posológico da terapia anticoagulante durante o tratamento com metronidazol. ○ Lítio: os níveis plasmáticos de lítio podem ser aumentados pelo metronidazol. Deve-se, portanto, monitorizar as concentrações plasmáticas de lítio, creatinina e eletrólitos em pacientes recebendo tratamento com lítio, enquanto durar o tratamento com metronidazol. ○ Ciclosporina: risco de aumento dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Os níveis plasmáticos de ciclosporina e creatinina devem ser rigorosamente monitorizados quando a administração concomitante é necessária. ○ Fenitoína ou fenobarbital: aumento da eliminação de metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos. ○ 5-fluorouracil: diminuição do clearance do 5-fluorouracil, resultando em aumento da toxicidade do mesmo. ○ Bussulfano: os níveis plasmáticos de bussulfano podem ser aumentados pelo metronidazol, o que pode levar a uma severa toxicidade do bussulfano. http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp ● Varfarina: ○ Indicação:■ A varfarina sódica é indicada para a prevenção primária e secundária do tromboembolismo venoso, na prevenção do embolismo sistêmico em pacientes com prótese de válvulas cardíacas ou fibrilação atrial e na prevenção do acidente vascular cerebral, do infarto agudo do miocárdio e da recorrência do infarto. Os anticoagulantes orais também estão indicados na prevenção do embolismo sistêmico em pacientes com doença valvular cardíaca. ○ Mecanismo de ação: ■ A varfarina atua inibindo a síntese de fatores de coagulação dependentes da vitamina K, incluindo os fatores II, VII, IX e X, e as proteínas anticoagulantes C e S. A vitamina K é um cofator essencial para a síntese pós-ribossômica dos fatores de coagulação dependentes dela. A vitamina K promove a biossíntese de resíduos do ácido gama-carboxiglutâmico nas proteínas que são essenciais para a atividade biológica. Supõe-se que a varfarina interfira na síntese do fator de coagulação através da inibição, redução e regeneração da vitamina K1-epóxido. ○ Interação medicamento-medicamento: ■ Deve-se ter cuidado no uso em conjunto de qualquer fármaco em pacientes recebendo tratamento com anticoagulante oral.- ■ A atividade da varfarina pode ser potencializada por esteroides anabólicos, amiodarona, amitriptilina/nortriptilina, azapropazona, aztreonam, benzafibrato, cefamandol, cloranfenicol, hidrato de coral, cimetidina, ciprofloxacino, clofibrato, cotrimoxazol, danazol, destropropoxifeno, destrotiroxina, dipiridamol, eritromicina, neomicina, feprazona, fluconazol, glucagon, metronidazol, miconazol, oxifenilbutazona, fenformina, fenilbutazona, feniramidol, quinidina, salicilatos, tolbutamida, sulfonamidas (ex: sulfafenazol, sulfinpirazona), tamoxifeno, triclofos, diflunisal, flurbiprofeno, indometacina, ácido mefenâmico, piroxicam, sulindaco e, possivelmente, outros analgésicos anti-inflamatórios, cetoconazol, ácido nalidíxico, norfloxacino, tetraciclinas e outros antibióticos de largo espectro, alopurinol, dissulfiram, metilfenidato, paracetamol, fármacos para tratamento de disfunções da tireoide e qualquer fármaco potencialmente tóxico ao fígado. ■ Mulheres em uso de varfarina devem consultar o médico antes do uso concomitante de creme vaginal ou supositório de miconazol, pois pode haver potencialização do efeito anticoagulante. ■ Tanto a potencialização quanto a inibição do efeito anticoagulante têm sido relatadas com fenitoína, ACTH e corticosteróides. ■ A colestiramina e o sucralfato acarretam diminuição da atividade da varfarina. ■ A Colestiramina pode também diminuir a absorção de vitamina K sem, no entanto, aumentar a atividade anticoagulante da varfarina. ■ O efeito anticoagulante pode ser diminuído pela administração de vitamina K, inclusive como constituinte de alguns alimentos, como saladas verdes. ■ A atividade anticoagulante da varfarina pode ser inibida por alguns fármacos, tais como: aminoglutetimida, barbiturato, carbamazepina, etclorvinol, glutetimida, griseofulvina, dicloralfenazona, primidona, rifampicina e contraceptivos orais. ○ Interação medicamento-substância: ■ A atividade anticoagulante pode também ser aumentada com grandes quantidades ou ingestão crônica de álcool, particularmente em pacientes com insuficiência hepática. ○ Interação medicamento-alimento: ■ Alimentos contendo vitamina K alteram a eficácia anticoagulante. http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp ● Aminofilina: ○ Indicação: ■ A aminofilina está indicada para o alívio sintomático da asma brônquica aguda e para o tratamento do broncoespasmo reversível associado com bronquite crônica e enfisema. ○ Mecanismo de ação: ■ A aminofilina causa dilatação dos brônquios e dos vasos pulmonares através do relaxamento da musculatura lisa. ■ Dilata também as artérias coronárias e aumenta o débito cardíaco e a diurese. ■ A aminofilina exerce efeito estimulante sobre o SNC e a musculatura esquelética. ■ Seu mecanismo de ação ainda não está totalmente esclarecido, mas envolve a inibição da fosfodiesterase e o consequente aumento das concentrações de AMP cíclico no músculo liso, bloqueio dos receptores da adenosina, alteração da concentração dos íons cálcio e inibição dos efeitos das prostaglandinas bem como da liberação de histamina e leucotrienos. ■ Estimula o centro respiratório medular, talvez por aumentar a sensibilidade do mesmo às ações estimulantes do dióxido de carbono e aumentar a ventilação alveolar. ○ Adrenocorticóides, glicocorticóides e mineralocorticóides: o uso simultâneo com a aminofilina e injeção de cloreto de sódio pode resultar em hipernatremia. ○ Fenitoína, primidona ou rifampicina: o uso simultâneo pode estimular o metabolismo hepático, aumentando a depuração da teofilina. ■ O uso simultâneo da fenitoína com as xantinas pode inibir a absorção da fenitoína, resultando em concentrações séricas menores de fenitoína; as concentrações séricas dessas substâncias devem ser determinadas durante a terapia, podendo ser necessários ajustes na posologia, tanto da fenitoína como da teofilina. ○ Betabloqueadores: o uso simultâneo pode resultar em inibição mútua dos efeitos terapêuticos; além disso, pode haver diminuição da depuração da teofilina, especialmente em fumantes. ○ Cimetidina, eritromicina, ranitidina ou troleandomicina: o uso simultâneo com as xantinas pode diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em concentrações séricas aumentadas de teofilina e/ou toxicidade. ○ Fumo: a cessação do hábito de fumar pode aumentar os efeitos terapêuticos das xantinas, diminuindo o metabolismo e consequentemente, aumentar a concentração sérica; a normalização da farmacocinética da teofilina pode demorar de 3 meses a 2 anos para ocorrer, podendo ser necessários ajustes da posologia. O uso das xantinas em fumantes resulta em depuração aumentada da teofilina e concentrações séricas diminuídas de teofilina, sendo que os fumantes podem requerer uma posologia 50 a 100% maior. e. OK Doenças que alteram o metabolismo dos medicamentos (renal e hepática) → grupos de risco. ● Pacientes idosos, pacientes em polifarmácia e os pacientes portadores de patologias crônicas (como epilepsia, diabetes e hipertensão). ● Insuficiência renal e hepática, doenças cardíacas, problemas respiratórios (como asma), epilépticos e diabéticos. ● Pacientes imunossuprimidos, com AIDS e transplantados. ● As crianças também constituem grupo de risco em razão da falta de maturidade de algumas vias metabólicas. ● Interações medicamentosas também têm sido associadas a variáveis como sexo, idade, peso, etnia, etilismo e tabagismo. ● Além da variabilidade individual e das características fisiopatológicas do paciente, também é importante conhecer os fármacos com maior propensão a precipitar interações, especialmente aqueles que têm baixo índice terapêutico (em que a dose terapêutica é próxima da dose tóxica), como anticoagulantes, digitálicos, hipoglicemiantes, lítio, antineoplásicos e agentes nefrotóxicos. ● Alguns fármacos, de classes e mecanismos farmacológicos diferentes, são os mais frequentemente envolvidos em interações: ciclosporina, tolbutamida, digoxina, carbonato de lítio, metotrexato, fenitoína, teofilina, heparina e varfarina. ● Portanto, é extremamente importante que os profissionais da área da saúde saibam reconhecer potenciais interações entre medicamento-medicamento, medicamento-nutrientes e possíveis interações entre medicamentos e plantas medicinais ou fitoterápicos. ● Insuficiência hepática, desnutrição grave e síndrome nefrótica podem causar diminuição da albumina, aumentando a concentração plasmática livre e ativa. ● Hipertireoidismo. ● Farmacologia e fígado: ○ Os distúrbios hepáticos podem alterar o modo de metabolização de um medicamento. ○ Alguns medicamentos podem lesionar o fígado. ○ Muitos fatores (como comida ingerida, a genética da pessoa e o uso de outros medicamentos) podem afetar como o fígado metaboliza os medicamentos. ● Os distúrbios do fígado frequentemente alteram o efeito dos medicamentos no organismo,por exemplo, alterando: ○ A quantidade de medicamento absorvido do intestino; ○ A rapidez e a eficiência de metabolização de um medicamento pelo fígado — por exemplo, alterar o medicamento para uma forma ativa ou inativa (uma forma que não provoque efeitos ao organismo); ○ A quantidade de medicamento transportado em todo o organismo; ○ A rapidez com que o medicamento é eliminado do organismo; ○ A sensibilidade do organismo aos efeitos dos medicamentos ○ Relação com os distúrbios ■ O modo pelo qual os distúrbios hepáticos afetam um medicamento depende do tipo de medicamento. ■ O efeito do medicamento é aumentado se o fígado tiver menos capacidade de inativar um medicamento. ■ O efeito do medicamento é diminuído se o fígado tiver menos capacidade de alterá-lo para a forma ativa ou se o fígado tornar o corpo menos capaz de absorver o medicamento ou de transportá-lo pelo corpo. ■ Um distúrbio hepático crônico pode fazer com que as pessoas fiquem mais sensíveis aos efeitos dos medicamentos, mesmo quando o distúrbio não aumenta a quantidade de medicamento no organismo. ● Por exemplo, se as pessoas com distúrbios hepáticos tomarem até mesmo pequenas doses de analgésicos opióides (como morfina) ou sedativos (como lorazepam), o funcionamento mental pode se deteriorar, e elas podem ficar confusas, desorientadas e menos alertas. ● O funcionamento mental se deteriora provavelmente porque o distúrbio hepático torna o cérebro mais sensível aos efeitos desses medicamentos.Como os distúrbios hepáticos são complicados, os médicos frequentemente não podem prever como eles afetarão um determinado medicamento. ● Portanto, pode ser difícil o ajuste das doses do medicamento em pessoas com distúrbios hepáticos. ● Lesão hepática por medicamento: ○ Alguns medicamentos, como estatinas (usadas para tratar altos níveis de colesterol), podem aumentar os níveis de enzimas hepáticas e provocar lesão hepática (geralmente, pequena), mas sem sintomas. ○ Os médicos usam o termo lesão hepática induzida por medicamento (drug-induced liver injury, DILI) para se referir a qualquer dano hepático causado por medicamento, independentemente de provocar ou não sintomas. Esse termo também inclui danos provocados por drogas recreativas, ervas medicinais, plantas e suplementos nutricionais. ○ https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doenças-hepáticas-e-da-vesícula-biliar/ medicamentos-e-o-fígado/lesão-hepática-causada-por-medicamento ○ Medicamentos que podem lesionar o fígado → tabela. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/farmacologia-clínica/farmacocinética/visão-geral-da-farmacocinética ● Farmacocinética: ○ A farmacocinética, às vezes descrita como o que o corpo faz com o fármaco, refere-se ao movimento do fármaco dentro, através e fora do corpo: ■ O tempo de evolução de sua absorção, biodisponibilidade, distribuição, biotransformação e excreção. ○ A farmacocinética de um fármaco determina o início, a duração e a intensidade de seu efeito. ○ A farmacocinética de um fármaco depende de fatores relacionados com o paciente, bem como de suas propriedades químicas. ■ Alguns fatores relacionados ao paciente (p. ex., função renal, constituição genética, sexo e idade) podem ser utilizados para prever os parâmetros farmacocinéticos em populações. ■ Por exemplo, a meia-vida de alguns fármacos, em especial os que exigem biotransformação e excreção, pode ser notavelmente longa no idoso. ○ Outros fatores estão relacionados com a fisiologia individual. ■ Os efeitos de alguns fatores individuais (p. ex., insuficiência renal, obesidade, insuficiência hepática e desidratação) podem ser razoavelmente previsíveis, mas outros fatores são idiossincráticos e, assim, têm efeitos imprevisíveis. Em decorrência de diferenças individuais, a administração dos fármacos deve basear-se na necessidade de cada paciente — tradicionalmente, ela é feita pelo ajuste empírico da dose até que se alcance o objetivo terapêutico. Essa https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/medicamentos-e-o-f%C3%ADgado/les%C3%A3o-hep%C3%A1tica-causada-por-medicamento https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/medicamentos-e-o-f%C3%ADgado/les%C3%A3o-hep%C3%A1tica-causada-por-medicamento abordagem é, com frequência, inadequada, pois pode retardar a resposta ótima ou resultar em efeitos adversos. ● Farmacodinâmica: ○ A farmacodinâmica (às vezes descrita como o que o fármaco faz no corpo), é o estudo dos efeitos bioquímicos, fisiológicos e moleculares dos fármacos no corpo e diz respeito à ligação ao receptor (incluindo a sensibilidade do receptor), aos efeitos pós-receptor e às interações químicas. ○ A farmacodinâmica de um fármaco pode ser modificada por alterações fisiológicas decorrentes de: ■ Um distúrbio ou uma doença; ● Incluem mutações genéticas, tireotoxicose, má nutrição, miastenia gravis, doença de Parkinson e algumas formas de diabetes melito resistentes à insulina. ● Essas doenças podem alterar a ligação ao receptor e o nível de proteínas ligantes ou diminuir a sensibilidade do receptor. ■ Processo de envelhecimento; ● Tende a afetar as respostas farmacodinâmicas por meio de alterações na ligação ao receptor ou na sensibilidade da resposta pós-receptor. ■ Outros fármacos; ● Interações farmacodinâmicas fármaco-fármaco resultam em competição por sítios de ligação de receptor ou alteram a resposta pós-receptor. ● Sinergia: ○ Nos casos em que dois ou mais fármacos administrados conjuntamente têm o mesmo efeito farmacológico. Por exemplo, a administração de trimetoprima e sulfametoxazol tem efeito benéfico pela atuação dos fármacos em etapas diferentes do metabolismo bacteriano cujo resultado é o aumento do espectro bacteriano e o aumento na atividade antimicrobiana, que passa de bacteriostática para bactericida. ○ De outra forma, o efeito aditivo pode ser prejudicial, como nos casos do uso concomitante de depressores do SNC, cujos efeitos vão desde a redução das habilidades psicomotoras até coma e morte. Um importante depressor do SNC é etanol). ○ ● Antagonismo: ○ A administração conjunta de fármacos pode levar à diminuição do efeito, por exemplo, por competição ou bloqueio do receptor. ○ A administração conjunta de levodopa, usada no tratamento da doença de Parkinson, com antipsicóticos, que apresentam parkinsonismo como efeito adverso, leva à redução do efeito da levodopa; hipoglicemiantes têm efeito reduzido pela administração conjunta de glicocorticóides. ○ De outra forma, o antagonismo é benéfico quando uma substância é empregada como corretivo e como antídoto. ○ 2. Sobre intoxicação medicamentosa: https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1334795987Protocolos%20DF_Intox.pdf http://revistas.cff.org.br/infarma/article/view/134 a. Conceito. Intoxicação medicamentosa consiste em uma série de sinais e sintomas produzidos, quando um medicamento é ingerido, inalado, injetado ou entra em contato com a pele, olhos ou membranas mucosas em dose(s) acima da(s) terapêutica(s). As intoxicações medicamentosas podem ser classificadas como agudas ou crônicas e cada droga apresenta um quadro de sinais e sintomas peculiares, de acordo com suas características específicas, incluindo a toxicocinética. Efeitos tóxicos locais dependem apenas de ocorrência de contato e tamanho da dose; já os sistêmicos dependem de absorção, distribuição, biotransformação e excreção do agente tóxico. b. Epidemiologia. ● Notificações segundo: ○ Ano 1º Sintoma(s) ○ Agente Tóxico: Medicamento ○ Período: 2015-2020 ○ Total de notificações: 344.834 ● Nos registros mais recentes do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2016, foram apurados no Brasil 80.082 casos de intoxicação, sendo 27.261 provocados por medicamentos, o que corresponde a 34% do total. ● Esse número é cerca de 20% superior ao da pesquisa realizada uma década antes, quando foram computados 22.552 casos desse tipo. ● Entre as principais causas dasintoxicações medicamentosas, os acidentes individuais predominam (8.911 casos ou 32,7%), seguidos das tentativas de suicídio (8.888 –32,6%), uso terapêutico (5.855 – 21,5%), erro de administração (1.368 – 5%) e automedicação (919 – 3,4%). c. Tratamento geral sobre as intoxicações. ● Identificação: ○ Comumente é difícil, tendo em vista que grande parte dos sintomas iniciais é inespecífico. ○ Assim, se algum das seguintes situações se confirmar devemos considerar que, provavelmente, estaremos perante um caso de intoxicação: ■ História de overdose ou abuso de fármacos ou drogas; ■ Ideação suicida ou prévia tentativa de suicídio; ■ História de outros distúrbios psiquiátricos; ■ Agitação e alucinações; ■ Estupor ou coma; ■ Nistagmo rotatório; ■ Confusão ou delírio; ■ Convulsões; ■ Rigidez muscular; ■ Distonia; ■ Parada Cardio-respiratória; ■ Arritmia cardíaca inexplicável; ■ Hiper ou hipotensão; ■ Insuficiência respiratória; ■ Aspiração do vômito; ■ Broncoespasmo; ■ Insuficiência hepática e/ou renal; ■ Hiper ou hipotermia; ■ Rabdomiólise; ■ Alterações na osmolalidade plasmática; ■ Acidose devido a desequilíbrios eletrolíticos; ■ Hiper ou hipoglicemia; ■ Hiper ou hiponatremia; ■ Hiper ou hipocalcemia; ■ Polimedicação. ● Tratamento geral: ○ Antes de tentar diagnosticar uma intoxicação e de tentar perceber qual o tóxico envolvido, os profissionais de saúde devem analisar os sinais vitais do doente e verificar se este precisa ou não de cuidados urgentes. ○ Assim, primeiro estabiliza-se o doente e só depois se analisa se realmente se trata de uma intoxicação ou não. ○ Desta forma, o tratamento do doente intoxicado num serviço de urgência divide-se em 6 etapas: ■ Realização do ABCDE do trauma e estabilização do paciente. ■ Acesso venoso. ■ Avaliação clínica por anamnese e exame físico minucioso. ■ Análise laboratorial e de exames de imagem. ■ Pode-se utilizar carvão ativado se VO. ■ Raramente é feito o esvaziamento gástrico. ○ O conhecimento das síndromes toxicológicas é essencial para o reconhecimento do agente intoxicante. A síndrome toxicológica é uma constelação de sinais e sintomas que sugerem uma classe específica de envenenamento: Principais grupos causadores de intoxicação medicamentosa: file:///C:/Users/Sabrina%20Angheben/Desktop/Medicina%20T2/Materiais/Geral/MANUAL%20DE%20TOXICOLOGIA%20CLÍNICA%20-%20C OVISA%202017.pdf ● Ácido valpróico: ○ Indicação: tratamento de epilepsia, transtorno bipolar e profilaxia de enxaqueca. ○ Efeito tóxico: ■ Bloqueia canais de sódio e cálcio voltagem-dependentes,estabilizando a membrana e inibindo a condutância responsável pelas crises epiléticas. Antagoniza neuro receptores excitatórios de NMDA (N-metil-D-aspartato) e aumenta níveis de GABA (ácido gama aminobutírico) no SNC, resultando em depressão da atividade neuronal. ■ ○ Manifestações: ■ Intoxicação leve a moderada: ● Letargia, sedação, vômitos e taquicardia. ■ Intoxicação grave: ● Depressão do SNC, coma, pupilas podem estar mióticas, hipotensão, taquicardia, prolongamento de QT no ECG e depressão respiratória. ● Alterações menos comuns: pancreatite, insuficiência hepática e renal. Encefalopatia por hiperamonemia pode ocorrer após overdose ou uso terapêutico; é caracterizada por deterioração do estado mental (letargia, confusão, coma, níveis séricos elevados de amônia); podem também ocorrer alterações metabólicas tais como: hipernatremia, hipercalcemiae acidose metabólica com aumento do anion gap;º ● Depressão da medula óssea: pode ocorrer após 3 a 5 dias de intoxicações graves. ○ Tratamento: ■ Medidas de suporte: ● Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário; ● Monitorizar sinais vitais; ● Manter acesso venoso calibroso; ● Hidratação adequada; ● Correção de alterações eletrolíticas. ■ Descontaminação: ● Lavagem gástrica + carvão ativado devem ser realizados precocemente, até 2 horas da exposição. ■ Antídoto: ● Não há antídoto específico, mas podem ser usadas duas medicações em casos selecionados: ● Naloxona: apesar de ser questionável a sua eficácia,pode ser utilizada a dose de 0,8 a 2 mg IV para a reversão da depressão do SNC em casos graves. ● L-carnitina: indicação em situações de coma, hepatotoxicidade, hiperamonemia ou níveis séricos de ácido valproico acima de 450 mg/mL. ■ Medidas de eliminação: ● Carvão ativado em dose múltipla: administrar a cada 4 horas nos pacientes com ingestão de formulações de liberação prolongada ou quando os níveis séricos de ácido valpróico permanecem em constante elevação apesar do tratamento. Associar catárticos pela sonda nasogástrica a cada duas doses de carvão; ● Hemodiálise: reservada para os casos graves resistentes às medidas de suporte, especialmente quando há alterações metabólicas e níveis séricos de ácido valpróico superiores a 1000 mg/L. ■ Sintomáticos: ● Convulsão: administrar benzodiazepínicos; ● Hipotensão: tratar com hidratação e drogas vasoativas, se necessário. ● Antagonistas de canal de cálcio: ○ Indicação: ■ Os antagonistas de canal de cálcio (ACC) são fármacos utilizados no tratamento da hipertensão arterial sistêmica, cardiopatia isquêmica arritmias cardíacas. ○ 3. OK Intoxicação por paracetamol: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/lesões-intoxicação/intoxicação/intoxicação-por-paracetamol#:~:text=Intoxicação%20pelo %20paracetamol%20pode%20causar,prevenir%20ou%20minimizar%20a%20hepatotoxicidade. https://ciatox.es.gov.br/Media/toxcen/Aulas/Paracetamol-1.pdf a. OK Apresentação. ● Termos: ○ Paracetamol ou acetaminofeno ou N-acetil-aminofenol; ● Isolado: ○ Tylenol ®, Dôrico ®, Tylaflex ® ● Associação: ○ Tandrilax ®, Tylex ®, Buscopan Plus ® ● Visão geral: ○ É um analgésico de ação central e antipirético, com propriedades anti inflamatórias periféricas mínimas. ○ O paracetamol é um inibidor seletivo da ciclooxigenase e sabe-se que ele tem capacidade analgésica porque é capaz de modular o sistema canabinóide endógeno. ○ Por outro lado, este fármaco tem ação no centro da termorregulação do hipotálamo, pois é capaz de inibir o efeito dos pirogênios e deste modo atuar no mecanismo da febre → antitérmico. ○ No entanto possui um fraco poder anti-inflamatório. b. OK Epidemiologia. http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880510/intoxicacao-por-paracetamol.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/7221/1/Felipe%20Miranda%20Santos%20%20Potencial%20terapeutico%20das%20S-nitroglut ationa-.pdf ● A intoxicação por paracetamol está entre as principais causas de falência hepática no mundo, sendo importante o diagnóstico precoce para o estabelecimento do tratamento adequado e consequente diminuição da mortalidade. ● A hepatotoxicidade por paracetamol é a principal causa de IHA nos EUA (BRONSTEIN et. al, 2008) ● No Brasil, não há dados publicados sobre a incidência de IHA. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Hepatologia realizou um inquérito sobre hepatotoxicidade induzida por drogas nos cinco maiores centros de transplantes do país. De um total de 1.622 transplantes, somente 84 (5%) foram por IHA. Apenas 25 casos de IH foram ocasionados por medicamentos. Os principais agentes envolvidos foram os tuberculostáticos, paracetamol, fitoterápicos e a metildopa. c. OK Mecanismo de ação. ● Analgésico: ○ O mecanismo de ação analgésica não está totalmente determinado. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-paracetamol#:~:text=Intoxica%C3%A7%C3%A3o%20pelo%20paracetamol%20pode%20causar,prevenir%20ou%20minimizar%20a%20hepatotoxicidade https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-paracetamol#:~:text=Intoxica%C3%A7%C3%A3o%20pelo%20paracetamol%20pode%20causar,prevenir%20ou%20minimizar%20a%20hepatotoxicidade http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880510/intoxicacao-por-paracetamol.pdf ○ O paracetamol pode atuar predominantemente inibindo a síntese de prostaglandinas-2 ao nível do Sistema Nervoso Central e em menorgrau bloqueando a geração do impulso doloroso ao nível periférico. ○ A ação periférica pode ser decorrente também da inibição da síntese de prostaglandinas-2 ou da inibição da síntese ou da ação de outras substâncias que sensibilizam os nociceptores ante estímulos mecânicos ou químicos. ○ Seu efeito tem início 15 a 30 minutos após a administração oral e permanece por um período de 4 a 6 horas. ● Antipirético: ○ O paracetamol provavelmente produz a antipirese atuando ao nível central sobre o centro hipotalâmico regulador da temperatura para produzir uma vasodilatação periférica que dá lugar a um aumento do fluxo de sangue na pele, de sudorese e da perda de calor. ○ A ação ao nível central provavelmente está relacionada com a inibição da síntese de prostaglandinas-2 no hipotálamo. d. Metabolismo do paracetamol. ● Após ser absorvido, o paracetamol sofre reações de biotransformação no fígado, nomeadamente de Fase I e de Fase II do metabolismo. ○ As reações de Fase II, como a de Glucuronidação e a de Sulfatação, são predominantes no metabolismo do paracetamol. ■ A Glucuronidação é catalisada pelas Uridina5’-difosfato (UDP)-glucuronil transferasas, que transferem um grupo glucuronosil do UDP ácido glucurónico para moléculas alvo, como o paracetamol, tornando-as mais hidrossolúveis. ■ Por outro lado, a Sulfatação é catalisada por sulfotransferases, que transferem um grupo sulfo (proveniente do 3’-fosfoadenosina-5’-fosfosulfato) para um aceitador, como o paracetamol. Os produtos resultantes destas reações são directamente excretadas na urina. ○ Há ainda uma pequena fracção de Paracetamol que é excretado na urina sem qualquer alteração. ○ As reações de Fase I são normalmente mediadas pelo sistema enzimático denominado Citocromo P450, sendo este constituído por monooxigenasas. ■ Desta família de enzimas, a isoenzima CYP2E1é a que tem uma acção mais notória na biotransformação do paracetamol, mediando a formação do metabólito tóxico, uma imina, a N-acetil-pbenzoquinona imina (NAPQI). ■ Em doses terapêuticas, a formação da NAPQI ocorre em baixa percentagem, sendo este eletrófilo rapidamente conjugado pelo “captador”/scavenger de radicais livres, a Glutationa (GSH). ● O NAPQI liga-se ao grupo tiol da GSH, formando-se ácido mercaptúrico ou um conjugado de cisteína, que sofrem excreção renal. ● Esta reação pode ocorrer espontaneamente ou por ação das Glutationa-S-transferases. ○ Em casos de ingestão de doses elevadas de paracetamol, ocorre uma saturação das reações de fase II e um esgotamento das reservas de GSH. ■ Assim, o NAPQI acumula-se em grande quantidade no fígado, alterando a homeostase celular. ■ É ainda de salientar que o metabolismo do paracetamol varia consoante a idade. ● Os recém-nascidos e as crianças têm taxas superiores de Sulfatação em relação aos adultos, taxas inferiores de Glucuronidação e ainda uma imaturidade na isoenzima CYP2E1, responsável pela formação do NAPQI, o que leva a uma menor produção deste metabólito em crianças e consequentemente uma menor probabilidade de desenvolver hepatotoxicidade por excesso de paracetamol no organismo. ○ Eliminação: ■ Em adultos a meia vida de eliminação do paracetamol é cerca de 2 a 3 horas e em crianças é cerca de 1,5 a 3 horas. Ela é aproximadamente umahora mais longa em recém-nascidos e em pacientes cirróticos. O paracetamol é eliminado do organismo sob a forma de conjugado glucoronídeo (45% a 60%)e conjugado sulfato (25% a 35%), tióis (5% a 10%), como metabólito. ○ Precauções: a absorção de paracetamol é mais rápida se você estiver em jejum. Os alimentos podem afetar a velocidade da absorção, mas não a quantidade absorvida do medicamento. e. OK Efeito colateral/adverso. ● Podem ocorrer algumas reações adversas inesperadas. Caso ocorra uma rara reação de sensibilidade, o medicamento deve ser descontinuado. ● As reações adversas identificadas após o início da comercialização, com doses terapêuticas de paracetamol são: ○ Reação muito rara (< 1/10.000): ■ distúrbios do sistema imunológico: reação anafilática e hipersensibilidade; ■ distúrbios da pele e tecidos subcutâneos: urticária, erupção cutânea pruriginosa, exantema. ■ Podem ocorrer pequenos aumentos nos níveis de transaminase em pacientes que estejam tomando doses terapêuticas de paracetamol. ■ Esses aumentos não são acompanhados de falência hepática e geralmente são resolvidos com terapia continuada ou descontinuação do uso de paracetamol. f. OK Dose tóxica (todas as idades). ● Fisiopatologia da toxicidade: ○ O principal metabólito tóxico do paracetamol, imina de N-acetil-p-benzoquinona (NAPQI), é produzido no sistema enzimático do citocromo hepático P450; ■ A glutationa depositada no fígado desintoxica este metabólito. ■ Uma superdosagem esgota o depósito hepático de glutationa. ○ Como resultado, NAPQI se acumula, causando necrose hepatocelular e, possivelmente, dano a outros órgãos (p. ex., rins e pâncreas). ○ Teoricamente, doenças hepáticas decorrentes de álcool ou desnutrição aumentam o risco de toxicidade, pois as enzimas hepáticas pré requisitadas aumentam a formação de NAPQI e a desnutrição (também comum em alcoólatras) reduz o depósito de glutationa hepática. ○ No entanto, as doses terapêuticas de paracetamol para os pacientes alcoólatras não estão associadas a lesões hepáticas. ● Fatores de risco para intoxicação: ○ Níveis de glutationa reduzidos, devido ao jejum, desnutrição e à doença hepática crónica e toma concomitante de paracetamol. ○ Tomar fármacos indutores das enzimas CYP450, como a isoniazida, a rifampicina e o fenobarbital. ● Conforme bula: ● Em adultos e adolescentes (≥ 12 anos de idade), pode ocorrer hepatotoxicidade após a ingestão de mais que 7,5 a 10 g em um período de 8 horas ou menos. ○ Fatalidades não são frequentes (menos que 3-4% de todos os casos não tratados) e raramente foram relatadas com superdoses menores que 15 g. ● Uma superdose aguda de menos que 150 mg/kg em crianças (<12 anos de idade) não foi associada a hepatotoxicidade. ● Toxicidade grave ou casos fatais foram extremamente infrequentes após uma superdose aguda de paracetamol em crianças pequenas, possivelmente por causa das diferenças no modo de metabolizar o paracetamol. ○ Se tiver sido ingerida dose acima de 150 – 200 mg/kg ou se foi ingerida uma quantidade desconhecida, assim que possível deve ser obtido o nível plasmático de paracetamol, mas não antes de 4 horas após a ingestão. ● Intoxicação aguda: ○ Dose adulto: Para causar toxicidade, a superdosagem oral aguda precisa ser em um total de ≥ 150 mg/kg (cerca de 7,5 g em adultos) em 24 h. ● Intoxicação crônica: ○ Adulto: 10g/dia em 2 dias. ○ Crianças: 150mg/kg/dia em 2 dias. ○ O uso excessivo e crônico ou repetidas superdosagens causam hepatotoxicidade em alguns pacientes. Geralmente, a superdosagem crônica não é uma tentativa de auto agressão, mas em resultados de utilizar altas doses de forma inapropriada para tratar a dor. ○ Os sintomas podem estar ausentes ou podem incluir qualquer um daqueles que ocorrem com superdosagem aguda. https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/42909/1/M_Joana%20Moreira.pdf ○ As doses recomendadas para um adulto são entre 325-650 mg, de 6 em 6 horas, não devendo ultrapassar a 4 g por dia. ○ Já para uma criança, a dose varia com o peso da mesma, mas deve ser entre 10-15 mg/kg de 6 em 6 horas, sendo a dose máxima diária recomendada entre 50 mg e 75 mg por kg de peso corporal. ■ Acima das doses anteriormente referidas, a vias da metabolização ficarão saturadas e irá formar-se uma grande quantidade de metabólito tóxico, devido ao esgotamento das reservas de Glutationa (GSH), ocorrendo assim a intoxicação por paracetamol. ■ As intoxicações podem ser intencionais (com o objectivo de cometer suicídio) ou não intencionais, sendo que estas últimas ocorrem em cerca de 50% dos casos. g. OK Quadro clínico. ● Intoxicação aguda: ○ Sinais e sintomas: ■ Intoxicação leve pode não causar sintomas e, quando presente, os sintomas da intoxicação por paracetamol grave são geralmentediscretos até ≥ 48h após a ingestão. ■ Os sintomas que ocorrem em 4 estágios (estágios da intoxicação aguda por paracetamol) compreendem anorexia, náuseas, vômitos e dor abdominal no quadrante superior. ■ Pode ocorrer insuficiência renal e pancreatite, ocasionalmente sem insuficiência hepática. ■ Após > 5 dias, a hepatotoxicidade melhora ou progride para insuficiência de múltiplos órgãos, a qual pode ser fatal. h. OK Diagnóstico. ● Intoxicação aguda: ○ Suspeita: ■ Superdosagem de paracetamol deve ser considerada em todos os pacientes com ingestão não acidental que possam ter tentado suicídio e em crianças com ingestões porque as formulações que contém paracetamol são frequentemente ingeridas e os casos de superdosagem não são relatados. ■ Além disso, como o paracetamol também causa mínimos sintomas durante as fases iniciais, é potencialmente letal, porém tratável, a ingestão também deve ser considerada em todos os pacientes com ingestões acidentais. ○ Níveis de paracetamol no soro: ■ Gravidade e probabilidade de hepatotoxicidade são previsíveis pela quantidade ingerida ou, mais acuradamente, pelo nível sérico de paracetamol. ○ Nomograma de Rumack-Matthew: ■ Utilizado quando se tem o tempo de ingestão. ● É usado para estimar a probabilidade de hepatotoxicidade; ● Se o tempo de ingestão aguda não for conhecido, o nomograma não pode ser utilizado. ○ Laboratorial geral: ■ Laboratorial geral: hemograma, glicemia, eletrólitos; TGO, TGP, TAP/TTPA, INR; Bilirrubinas total e frações; Função renal. ○ Deve-se solicitar provas de função hepática: ■ Os resultados de AST e ALT se correlacionam com o estágio da intoxicação: 1. Níveis de AST > 1000 UI/L tem maior probabilidade de resultar de intoxicação por paracetamol do que de hepatite crônica ou doença hepática por álcool. 2. Se a toxicidade for grave, bilirrubina e INR estão elevados. 3. Pequenos aumentos das aminotransferases (p. ex., até 2 ou 3 vezes o limite normal superior) podem ocorrer em adultos que tomam doses terapêuticas de paracetamol há dias ou semanas. 4. Estes aumentos parecem ser transitórios, geralmente desaparecem ou diminuem (mesmo com o uso continuado do paracetamol), costumam ser assintomáticos e provavelmente são insignificantes. ● Prognóstico: ○ Com tratamento apropriado, a mortalidade é incomum. ○ Indicadores de prognóstico reservado após 24 a 48 h de ingestão da droga incluem: ■ pH < 7,3 depois de adequada reanimação; ■ INR > 3; ■ Creatinina sérica > 2,6; ■ Encefalopatia hepática grau III (confusão e sonolência) ou grau IV (estupor e coma); ■ Hipoglicemia; ■ Trombocitopenia; ○ OBS: a toxicidade aguda ao paracetamol não predispõe o paciente à cirrose. ● Intoxicação crônica: ○ AST, ALT e níveis séricos de paracetamol; ■ O nomograma de Rumack-Matthew não pode ser usado, mas a probabilidade de hepatotoxicidade clinicamente significativa pode ser avaliada por AST, ALT e níveis séricos de paracetamol. ○ Se os níveis de AST e ALT estiverem normais (< 50 UI/L) e o nível de paracetamol for < 10 μg/mL, hepatotoxicidade significativa é improvável. ○ Se os níveis de AST e ALT estiverem normais, mas o nível de paracetamol for ≥10 μg/mL, hepatotoxicidade significativa é possível; ○ Se os níveis de AST e ALT são mensurados novamente após 24 h. ■ Se os níveis estiverem normais, hepatotoxicidade significativa é improvável; ■ Se os níveis estiverem altos, hepatotoxicidade significativa é assumida; ■ Se os níveis de AST e ALT estiverem normais, independente do nível de paracetamol, admite-se hepatotoxicidade significativa. i. OK Tratamento. ● Intoxicação aguda: ○ Carvão ativado ■ Administrado se o paracetamol provavelmente ainda permanecer no trato gastrintestinal. ○ N-acetilcisteína oral ou IV ■ É um antídoto para intoxicação por acetaminofeno. ■ Este fármaco é precursor da glutationa, diminuindo a toxicidade do paracetamol por elevar o depósito de glutationa hepática e também, possivelmente, por outros mecanismos. ■ Ela ajuda a prevenir a hepatoxicidade desativando o metabólito tóxico NAPQI do paracetamol antes que cause dano às células hepáticas. ● No entanto, ela não reverte o dano já causado às células hepáticas. ■ Na intoxicação aguda, N-acetilcisteína é recomendada se a hepatotoxicidade for provavelmente baseada na dose do paracetamol ou em seu nível sérico. ■ O fármaco é mais eficaz se introduzida em 8 h após a ingestão do paracetamol. ■ Após 24 h, o benefício do antídoto é questionável, mas deve ser administrado. ■ Se o grau de toxicidade for incerto, a N-acetilcisteína deve ser administrada até a toxicidade ser descartada. ■ A n-acetilcisteína é igualmente eficaz se for dada por via oral ou IV. ● A terapia IV é feita por infusão contínua. ● Uma dose de impacto de 150 mg/kg, em 200 mL de 5% D/W, dada por 15 minutos, é seguida por doses de manutenção de 50 mg/kg, em 500 mL de 5% D/W, dados a cada 4 h, depois 100 mg/kg, em 1.000 mL de 5% D/W, dados por 16 h. ● Em crianças, a dose deve ser ajustada para diminuir o volume total do líquido descartado; a consulta a um centro de controle é recomendada. A dose de impacto da n-acetilcisteína por via oral é de 140 mg/kg. Esta dose é seguida por 17 doses adicionais de 70 mg/kg, a cada 4 h. ● O gosto da n-acetilcisteína não é agradável; ela é administrada diluída 1:4 em bebida carbonada ou suco de fruta, podendo ainda causar vômitos. Se estes ocorrerem, pode-se utilizar antiemético; se os vômitos ocorrerem após 1 h da ingestão do fármaco, é necessário repetir a dose. No entanto, o vômito pode ser prolongado e pode limitar o uso oral. ● Reações alérgicas não são comuns, mas ocorreram com uso oral e IV. ○ A insuficiência hepática é tratada com medidas de suporte. ■ Nos casos de insuficiência hepática fulminante, o transplante de fígado é indicado. ● Intoxicação crônica: ○ Às vezes, n-acetilcisteína: ■ O papel da n-acetilcisteína no tratamento da intoxicação crônica por paracetamol ou na presença de hepatotoxicidade aguda estabelecida não está esclarecido. ■ Teoricamente, o antídoto pode ter benefícios se dado > 24 h após a ingestão se paracetamol residual (não metabolizado) estiver presente. ■ A seguinte abordagem não se mostrou eficaz, mas pode ser usada: ● Se a hepatotoxicidade for possível (se níveis de AST e ALT estiverem normais e nível de paracetamol ainda estiver elevado), 140 mg/kg de n-acetilcisteína é dada VO, dose de impacto e 70 mg/kg VO, a cada 4 h pelas primeiras 24 h. ● Se os níveis repetidos de AST e ALT (após 24 h) estiverem normais, n-acetilcisteína deve ser suspensa; se os níveis repetidos forem altos, devem ser mensurados diariamente e a n-acetilcisteína é continuada até que os níveis estejam normais. ● Se a hepatotoxicidade for provável (especialmente com AST e ALT iniciais altos), uma série total de n-acetilcisteína é administrada. ● Os fatores prognósticos são similares àqueles da intoxicação aguda por acetaminofen. 4. OK Sobre os AINES: a. OK Mecanismo de ação. ● https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025271/cfi/338!/4/4@0.00:44.1 ● Via do ácido aracdônico: ○ Quando um estresse ou trauma atinge um tecido do organismo, este responde com uma série de reações. ○ A parede celular é formada por uma camada lipídica contendo, dentre outros lipídeos, fosfolipídeos e ácidos graxos. ■ O ácido araquidônico é um dos ácidos graxos que formam as membranas celulares. ○ No momento da lesão, uma pequena parte dos fosfolipídeos constituintes da membrana celular se desprende dela, bem como o ácido araquidônico por meio da ação da enzima fosfolipase A2 (PLA2). ○ A partir daí, o ácido araquidônico pode ser oxidado pela enzima COX, originando as prostaglandinas e os tromboxanos. ○ Primeiramente são formadas a prostaglandina G2 (PGG2) e, a partir dela, a prostaglandina H2 (PGH2). ■ É muito importante identificar os diferentes tipos de prostaglandinas, pois elas têm ações fisiológicas no organismo. ○ A partir da PGH2, podem ser produzidas outras quatro prostaglandinas: ■ prostaglandina D2 (PGD2), prostaglandina E2(PGE2), prostaglandina F2 (PGF2) e prostaglandina I2 (PGI2 ou prostaciclina). ■ As outras prostaglandinas que não são produzidas a partir do ácido araquidônico são derivadas do ácido eicosatrienóico (DGLA) e do ácido eicosapentaenoico (EPA), porém, a síntese também depende da COX. ○ Ações fisiológicas das prostaglandinas: ■ Produção de muco estomacal: ● O ácido clorídrico é um ácido forte e pode causar lesões e úlceras pépticas. ● O muco presente no estômago protege a mucosa desses possíveis danos que podem ser causados pelo ácido. ● O muco protetor é produzido pelas células estomacais em resposta às prostaglandinas (PGE2 e prostaciclina PGI2), que são produzidas pela COX1 e pela COX2, respectivamente. ■ Coagulação sanguínea: ● O tromboxano A2 é um importante indutor da coagulação sanguínea (o tromboxano A2 é produzido pela ação da enzima tromboxano sintase sobre a prostaglandina PGH2) e a prostaciclina PGI2 (produzida a partir da PGH2 por meio da ação da enzima prostaciclina sintase) tem ação anticoagulante, exercendo, desta forma, um equilíbrio para que o sangue não coagule. ■ Renal: ● As prostaciclinas (PGI2) têm uma ação muito importante nos rins, principalmente em pessoas com acometimento renal, como idosos (mesmo que saudáveis) e pessoas com insuficiência renal. ● Maior produção de prostaciclinas é necessária na arteríola aferente renal, pois é preciso maior vasodilatação para manutenção da taxa de filtração glomerular, de modo que os rins sejam minimamente acometidos e possam funcionar. ■ Contração uterina: ● Na gestação ocorre o aumento da concentração de PGF2 (resultado da ação da PGF2 α-redutase sobre a PGH2), resultando na contração endometrial e, por fim, na expulsão do feto. ■ Broncoconstrição: ● Resultado da ação da PGF2 (resultado da ação da PGF2 α-redutase sobre a PGH2). ● Para que um medicamento seja considerado um AINE ele necessariamente precisa ter efeitos: antipirético, analgésico e anti-inflamatório. ● COX: ○ A COX1 é uma enzima presente em todo o organismo e atua em atividades de manutenção da homeostasia vascular, manutenção do fluxo sanguíneo renal e gastrointestinal, função renal e proliferação da mucosa intestinal. ○ Já a COX2 está presente em apenas alguns tecidos, têm funções inflamatórias, na transdução e nos estímulos dolorosos na medula espinhal, adaptação renal, ovulação, placentação e contrações uterinas. ■ Inclusive nas plaquetas. ■ Comunicação placentária com o feto → antiinf: inibe e diminui a vascularização para o feto. ● AINES: ○ Os anti-inflamatórios não seletivos de COX e os seletivos de COX-2 agem inibindo a ação dessa enzima, fazendo com que o produto final dessa cascata bioquímica do ácido araquidônico, as prostaglandinas e os tromboxanos tenham sua produção diminuída. ○ Os chamados AINEs tradicionais inibem tanto a COX1 quanto a COX2 em diferentes graus. ● https://www.sbahq.org/resources/pdf/atotw/405.pdf ● Os AINEs funcionam por meio da inibição da função da enzima ciclooxigenase (COX) e, assim, reduzem a produção de prostaglandinas. ○ A aspirina é um inibidor irreversível da COX; os AINEs restantes funcionam de maneira reversível. https://www.sbahq.org/resources/pdf/atotw/405.pdf ● Fosfolipídios de membrana são inicialmente convertidos em ácido araquidônico pela fosfolipase A2, como resultado de inflamação e dano tecidual. ● O ácido araquidônico é então convertido em prostaglandinas através da via da COX ou alternativamente convertido em leucotrienos pela enzima lipoxigenase. ● O tipo de prostaglandina produzida depende do tecido específico: ● Tipos de COX: ○ A COX existe em 3 isoformas: COX-1, COX-2, e COX-3. A ○ COX-1: ■ É chamada de forma constitutiva; ■ Está presente em tecidos normais e é responsável pela produção de prostaglandinas, que são vitais para processos fisiológicos normais: ● Ex. manutenção do fluxo sanguíneo renal, a proteção da mucosa gástrica e a adesividade das plaquetas. ○ COX-2: ■ Está ausente na maioria dos tecidos, exceto no cérebro, útero, rins e próstata. ■ É induzível e os níveis são super regulados por dano e lesão tecidual. ■ A produção da prostaglandina E2 e prostaglandina F2a resulta em sensibilização de fibras nervosas nociceptivas a estímulos dolorosos após lesão tecidual. ■ Os AINEs causam uma redução em sua síntese e, portanto, promovem analgesia. ○ COX-3: ■ É encontrada dentro do sistema nervoso central, e acredita-se que seja o local de ação do paracetamol; ■ A natureza exata da isoenzima não está clara atualmente. ● Mecanismo da febre: As substâncias que causam febre denominam-se pirógenos. Estes podem ser provenientes do interior ou do exterior do corpo. Os micro-organismos e as substâncias que eles produzem (como as toxinas) são exemplos de pirógenos formados no exterior do corpo. Os pirógenos formados dentro do corpo são geralmente produzidos pelos monócitos e macrófagos. Os pirógenos de fora do corpo podem causar febre ao estimular o corpo a liberar seus próprios pirógenos ou afetando diretamente a área do cérebro que controla a temperatura. ○ A febre como agente da resposta imune: - acelera a quimiotaxia de neutrófilos e causa maior secreção de substâncias antibacterianas; - maior produção de interferons antivirais e antitumorais; - estimula a resposta por macrófagos e células TCD4+ [inibição TCD8+ e NK]; - menor disponibilidade de Fe, restringindo o consumo bacteriano; - ocorre pela ação de citocinas no Centro Termorregulador hipotalâmico; - causa a elevação do “termostato”: ativa mecanismos para a produção e conservação de calor [tremores, vasoconstrição periférica e aumento do metabolismo basal]. - especialmente em neonatos, há o aumento da produção de calor pelo tecido adiposo marrom. ● Analgesia: ○ A eficácia dos AINEs para o tratamento de condições dolorosas é bem conhecida. Geralmente são usados como parte de uma abordagem multimodal à analgesia. ○ Para melhores resultados, devem ser prescritos regularmente junto com paracetamol; também devem ser prescritos em duração mínima, para evitar efeitos colaterais. ● Características dos AINES: ○ Uma ampla gama de AINEs está disponível com diferentes graus de inibição de COX-1 e COX-2. O grau de inibição de cada isoenzima determina seu perfil de efeitos colaterais. ○ Os AINEs têm alta biodisponibilidade devido a um limitado metabolismo hepático de primeira passagem. ○ São moléculas altamente ligadas a proteínas e, como resultado, podem deslocar outras medicações ligadas a proteínas, levando a concentrações mais altas de medicamento livre e maior risco de eventos adversos (p. ex.: deslocamento de varfarina da albumina, levando a maior risco de sangramento). ○ A biotransformação é, em grande parte, hepática, com metabólitos excretados na urina. https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/aines-tudo-que-voce-precisa-saber ● Farmacocinética: ● https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555974/cfi/638!/4/4@0.00:26.4 ○ A maior parte desses fármacos é bem absorvida, e sua biodisponibilidade não é consideravelmente modificada pela presença de alimento. ○ Os AINEs são, em sua maioria, altamente metabolizados, alguns pelos mecanismos de fase I, seguida de fase II, e outros por glicuronidação direta (fase II) apenas. ○ O metabolismo dos AINEs ocorre, em grande parte, pelas famílias CYP3A ou CYP2C das enzimas P450 do fígado (ver Capítulo 4). ○ Embora a excreção renal seja a via mais importante de eliminação final, quase todos os AINEs sofrem graus variáveis de excreção biliar e reabsorção (circulação êntero-hepática). ○ A maioria dos AINEs liga-se altamente às proteínas (cerca de 98%), em geral à albumina. ○ Em sua maior parte, os AINEs (p. ex., ibuprofeno, cetoprofeno) consistem em misturas racêmicas, ao passo que um deles, o naproxeno, é apresentado como enantiômero individual, e alguns não possuem centro quiral (p. ex., diclofenaco). ■ Em Química, uma mistura racêmica ou mistura racêmica é uma mistura em quantidades iguais de dois enantiômeros de uma molécula quiral,cuja atividade ótica não desvia o plano da luz polarizada nem para a esquerda, nem para a direita. É, portanto uma mistura de 50% do enantiômero levógiro e 50% do dextrogiro. ○ Todos os AINEs podem ser encontrados no líquido sinovial após administração repetida. ○ Os fármacos com meias-vidas curtas permanecem nas articulações por mais tempo do que o previsto por suas meias-vidas, já os fármacos com meias-vidas mais longas desaparecem do líquido sinovial em uma taxa proporcional às suas meias-vidas ● Farmacodinâmica e efeitos colaterais: ○ TGI: ■ As prostaciclinas têm vários efeitos gástricos protetores; elas reduzem a quantidade de ácido estomacal produzido e mantêm uma camada de mucosa protetora, aumentando a produção de mucosa e melhorando o fluxo sanguíneo local. ■ Os efeitos colaterais podem variar desde leve dispepsia até hemorragia maciça causada por úlcera gástrica perfurada, como resultado de inibição da produção de prostaciclina. ■ Vale notar que os efeitos colaterais gastrintestinais não se resumem apenas ao estômago. ■ A irritação gástrica também pode ser causada por irritação direta dos próprios medicamentos. ■ Embora os inibidores de COX-2 sejam mais específicos para a enzima COX-2, alguns ainda retêm certa inibição de COX-1, causando risco de sangramento gastrintestinal, embora menos que AINEs não-específicos. ○ Renais: ■ Sob condições fisiológicas normais, a prostaciclina e o óxido nítrico levam ao relaxamento do músculo liso no endotélio vascular e, portanto, à vasodilatação. ■ As prostaciclinas desempenham papel essencial na regulação do tônus arterial aferente e eferente no glomérulo, conhecido por desempenhar um papel vital na preservação da função renal em estados hipovolêmicos. ● Portanto, leva à vasoconstrição da artéria aferente e eferente renal. ■ A inibição de produção de prostaciclinas pode levar a uma taxa menor de filtração glomerular, retenção de sal e água, e lesão renal aguda. ■ Esses mecanismos são particularmente importantes em pacientes com hipovolemia e insuficiência cardíaca crônica que sejam sensíveis a mudanças na pressão de perfusão renal. ○ Respiratórios: ■ Até 10% dos pacientes com asma têm doença exacerbada pelos AINEs. ■ Um mecanismo de ação proposto é que a inibição do metabolismo do ácido araquidônico pela COX leve ao aumento na produção de leucotrienos. Os leucotrienos têm ações broncoconstritoras diretas. ○ Cardiovascular: ■ Inibidores específicos de COX-2 ou ‘coxibes’ foram introduzidos no mercado para evitar os efeitos colaterais comuns e graves sobre o trato gastrintestinal alto pela inibição da COX-1 por AINEs não-específicos. ■ Contudo, as preocupações acerca de sua segurança cardiovascular limitaram seu uso disseminado. ● Há um aumento dependente da dose no risco de eventos trombóticos, tanto cardíacos quanto cerebrais. ■ O risco é mais alto em pacientes com doença cardiovascular preexistente, e, portanto, o uso de inibidores de COX-2 é contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica, e doença vascular periférica e cerebrovascular. ○ Hematológico: ■ Em plaquetas, a COX metaboliza o ácido araquidônico em tromboxano A2, o que leva à maior adesividade de plaquetas e vasoconstrição. ■ Em contraste, no músculo liso vascular, forma-se a prostaciclina, que causa vasodilatação e reduz agregação de plaquetas. ● A hemostasia resulta do equilíbrio delicado entre esses sistemas. ■ Assim, os AINEs levam à redução da função e adesividade das plaquetas, e a um maior tempo de sangramento. ● A aspirina merece menção especial, pois inibe irreversivelmente a COX de plaquetas. Como resultado, as plaquetas se tornam ineficientes durante todo o seu ciclo de vida de 10 dias. ○ Cicatrização óssea: ■ Há um risco teórico de que os AINEs, em particular os inibidores de COX-2, causem redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não-consolidação de fraturas. ■ Após uma fratura, há maior produção de prostaglandinas como parte da resposta inflamatória, o que aumenta o fluxo sanguíneo local. ■ Acredita-se que o bloqueio desse mecanismo seja prejudicial à cicatrização dos ossos; contudo, atualmente, não há provas científicas de alta qualidade para confirmar isso. ● Principais efeitos adversos: ○ Os efeitos colaterais costumam ser bastante semelhantes para todos os AINEs: ■ No sistema nervoso central: cefaleias, zumbido, tontura e, raramente, meningite asséptica. ■ Cardiovasculares: retenção hídrica, hipertensão, edema e, raramente, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). ■ Gastrintestinais: dor abdominal, dispepsia, náuseas, vômitos e, raramente, úlceras ou sangramento. ■ Hematológicos: raramente, trombocitopenia, neutropenia ou até mesmo anemia aplásica. ■ Hepáticos: provas de função hepáticas anormais e, raramente, insuficiência hepática. ■ Pulmonares: asma. ■ Cutâneos: exantemas de todos os tipos, prurido. ■ Renais: insuficiência renal, falência renal, hiperpotassemia e proteinúria. b. OK Principais medicamentos. ● https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025271/cfi/338!/4/4@0.00:44.1 - Inibidores seletivos compensam para tromboxano → maior risco de tromboembolismo. INIBIDORES NÃO SELETIVOS DE COX: - Geralmente bloqueiam as duas isoformas da COX em diferentes graus e reversivelmente. - Todos os AINEs, com exceção de um, são ácidos orgânicos fracos; a exceção é a nabumetona, um profármaco de cetona que é metabolizado ao fármaco ativo ácido. ● Salicilatos: ○ O AAS (Aspirina® ) é o mais antigo dos AINEs, sendo utilizado no tratamento de dor leve a moderada, cefaléia (dores de cabeça), artralgia (dores nas articulações) e mialgia (dores musculares). ○ Outra propriedade do AAS, em baixas dosagens, é o efeito antitrombótico (atua inibindo a formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos), sendo assim utilizado na prevenção e no manejo de infarto do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC). ○ Liga-se irreversivelmente → 5-7 dias até renovação das plaquetas. ● Derivados do ácido propiônico: ○ Ibuprofeno: ■ Analgésico relativamente potente, bastante utilizado para controle de dor pulpar (dor de dente), artrite reumatoide (doença autoimune), osteoartrite, dismenorreia primária (cólicas menstruais) e espondilite anquilosante (inflamação sistêmica crônica que acomete principalmente as articulações da coluna vertebral). ○ Naproxeno: ■ É 20 vezes mais potente que o AAS e tem uma meia-vida plasmática longa (meia-vida é o tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco diminua pela metade). ■ Ou seja, o naproxeno permanece por mais tempo no organismo, aumentando assim o intervalo de dose do medicamento. ■ Também pode ser utilizado nos casos de tratamento de dismenorreia primária, artrite reumatóide, gota e outras doenças musculoesqueléticas. ○ Flurbiprofeno: ■ Pode ser utilizado para as mesmas indicações do naproxeno e do ibuprofeno, além de poder ser utilizado topicamente (pele ou mucosa), antes de cirurgias oculares para prevenção de miose (diminuição do diâmetro da pupila). ● Derivados do ácido acético: ○ Ácidos indolacéticos: indometacina e sulindaco. ■ A indometacina é utilizada para fechamento do canal arterial persistente em recém-nascidos, ao inibir as prostaglandinas vasodilatadoras: prostaglandina E2 (PGE2) e prostaglandina I2 (PGI2). ■ O sulindaco é utilizado no manejo e no tratamento de doenças inflamatórias agudas e crônicas. Tem níveis constantes na corrente sanguínea, o que ajuda a ter uma reduzida ação indesejada no sistema digestório, sendo bem menos irritante para o estômago que outros AINEs (exceto os inibidores seletivos de COX2, que tem mínimos efeitos gastrointestinais) (BRUNTON et al., 2006; DRUGBANK, [2018]). ○ Ácidos fenilacéticos: diclofenaco e cetorolaco. ■ O diclofenaco é um anti-inflamatório mais potente que a indometacina e o naproxeno. Utilizado em dores nas costas, dor no ombro, artrite, reumatismo, crises de úlcera, torções, distensões, pequenas lesões e pós-cirurgia,pois tem a capacidade de penetrar na cápsula articular. ■ Também utilizado em inflamações das vias aéreas, inflamações ginecológicas e também no período menstrual. ● Derivados do oxicam: ○ Piroxicam: é tão eficaz quanto o AAS, o naproxeno e o ibuprofeno no tratamento da artrite reumatoide e a osteoartrite. Ele tem uma meia-vida longa, proporcionando assim um tempo de ação maior. ○ Meloxicam: utilizado para aliviar os sintomas da artrite e da dismenorreia primária, além de ser antitérmico e analgésico, especialmente onde há um componente inflamatório. ● Derivados de fenamato: ○ Mefenamato e meclofenamato: têm menor atividade anti-inflamatória e são mais tóxicos que o AAS, sendo assim menos utilizados. O mefenamato é utilizado somente para controle da dismenorréia primária (cólicas menstruais) e o meclofenamato é utilizado para artrite reumatoide e osteoartrite. ● Cetonas: ○ A nabumetona tem eficácia no tratamento da artrite reumatoide e da osteoartrite e no tratamento de lesões de tecidos moles (tendões, músculos e pele). INIBIDORES DE COX-2 ● Os inibidores seletivos de COX2 são derivados do ácido sulfônico, com seletividade 100 vezes maior para COX2 do que para COX1. ○ Muitos retirados do mercado por risco cardiovascular → tromboembolismo. ● Celecoxibe: ○ O celecoxibe é um medicamento AINE usado no tratamento da osteoartrite, da artrite reumatoide, da dor aguda, da dismenorreia primária, dos sintomas menstruais e para reduzir o número de pólipos no cólon e no reto em pacientes com polipose adenomatosa familiar. ● Valdecoxibe: ○ O valdecoxibe é utilizado por suas atividades anti-inflamatória, analgésica e antipirética no manejo da osteoartrite e no tratamento da disme-norreia ou da dor aguda. Ao contrário do celecoxibe, o valdecoxibe não tem uma cadeia de sulfonamida e não requer enzimas CYP450 (enzimas hepáticas) para o metabolismo. ○ Risco aumentado de eventos cardiovasculares. ● Rofecoxibe: ○ O rofecoxibe é utilizado no tratamento da osteoartrite, da artrite reumatoide, da dor aguda em adultos e da dismenorreia primária, bem como no tratamento agudo de crises de enxaqueca com ou sem auras. Em 2004, o fabricante voluntariamente retirou o rofecoxibe do mercado em razão das preocupações com o aumento do risco de ataque cardíaco e derrame associado ao uso prolongado de alta dosagem. OUTROS AINES ● Nimesulida: ○ A nimesulida é um medicamento AINE relativamente seletivo para COX2, com propriedades analgésica e antipirética. ○ Suas indicações aprovadas são o tratamento da dor aguda, o tratamento sintomático da osteoartrite e o tratamento da dismenorreia primária em adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade. ○ Em razão das preocupações com o risco de hepatotoxicidade, a nimesulida foi retirada do mercado em muitos países, porém, ainda continua sendo vendida no Brasil. ○ Não é considerada uma boa alternativa para pacientes que pretendem deixar o tratamento com coxibes, em razão do risco de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares OBS: o meloxicam e a nimesulida inibem preferencialmente COX-2 a COX-1, em especial quando administrados em doses terapêuticas mais baixas. Não são TÃO seletivos quanto os coxibes, podendo ser considerado “preferencialmente seletivo”. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS AINES https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/aines-tudo-que-voce-precisa-saber ● Anti-hipertensivos: ○ AINES inibem a COX → inibição da prostaglandina → PGl2 inibida, perda da vasodilatação renal → vasoconstrição da arteríola aferente renal → menor TFG → menos água filtrada + aumento da reabsorção de sódio → aumento da PA ● Anticoagulantes: ex. varfarina ○ AINEs têm um efeito de hipocoagulabilidade. ● Diuréticos: ○ Porque os AINEs reduzem o fluxo sanguíneo renal. 5. OK Como funciona o citocromo P-450. ● Geral: ○ São importantes para a biotransformação de endógenos (esteróides e lipídeos) e exógenos (xenobióticos). ○ A CYP é uma família de isoenzimas que contém heme na maioria das células, localizadas no fígado, rins, TGI, pele e pulmões. ○ Origem: se dá pela ligação do CO ao Fe2+ (ferro ferroso), que forma um composto que tem picos de absorção à 450 nm. ○ Função: essas enzimas têm a capacidade de modificar diversos substratos. Além disso, um fármaco individual pode ser substrato para mais de uma isoenzima. A maioria das catalisações acontecem pela CYP3A4/5, CYP2D6, CYP2C8/9 e CYP1A2. ■ As pessoas possuem quantidades diferentes dos tipos de citocromo. https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/aines-tudo-que-voce-precisa-saber ○ Indução: ■ Alguns dos substratos de fármacos quimicamente dissimilares do citocromo P450, com a administração repetida, induzem a expressão de P450 pelo aumento da velocidade de sua síntese ou pela redução de sua velocidade de degradação. ■ A indução resulta em metabolismo de substrato acelerado e, em geral, em uma diminuição da ação farmacológica do indutor e, também, de fármacos co administrados. ■ Contudo, no caso de fármacos transformados em metabólitos reativos, a indução de enzimas pode exacerbar a toxicidade mediada por metabólitos. ○ Inibição: ■ Ocorre mais comumente pela competição, sendo um importante inibidor das enzimas responsáveis pela varfarina o omeprazol. ■ Fármacos que contêm imidazol, como cimetidina e cetoconazol, ligam-se fortemente ao ferro do heme P450 e reduzem com efetividade o metabolismo de substratos endógenos (p. ex., testosterona) ou de outros fármacos coadministrados, por meio de inibição competitiva. ■ Antibióticos macrolídeos, como troleandomicina, eritromicina e seus derivados, aparentam ser metabolizados por CYP3A a metabólitos que fazem complexo com o heme do ferro do citocromo P450 e o tornam cataliticamente inativo. ■ (Inibidores suicidas) alguns substratos inibem de modo irreversível o P450 por meio de interação covalente de um intermediário reativo gerado de forma metabólica, que pode reagir com a apoproteína P450 ou com a metade heme, ou mesmo causar a fragmentação do heme e modificar a apoproteína de forma irreversível. ● O antibiótico cloranfenicol é metabolizado por CYP2B1 de forma que modifica a proteína P450 e, assim, também inativa a enzima. ○ Reações de fase I que não necessitam do sistema P-450: oxidação das aminas, desidrogenação do álcool, esterases e hidrólise. ○ Muitas enzimas metabolizadoras de fármacos localizam-se nas membranas do retículo endoplasmático lipofílico do fígado e de outros tecidos. ○ Quando são isoladas por homogeneização e fracionamento da célula, essas membranas lamelares tornam-se vesículas chamadas de microssomos. ■ Os microssomos retêm a maioria das características morfológicas e funcionais das membranas intactas, inclusive os aspectos de superfície lisa e rugosa do retículo endoplasmático rugoso (salpicado de ribossomos) e liso (sem ribossomos). ■ Enquanto os microssomos rugosos tendem a ser dedicados à síntese de proteínas, os lisos são ricos em enzimas responsáveis pelo metabolismo oxidativo de fármacos. ■ Em particular, contêm a importante classe de enzimas conhecidas como oxidases de função mista (MFO) ou monoxigenases. ● A atividade dessas enzimas requer tanto um agente redutor (fosfato de dinucleotídeo de nicotinamida e adenina [NADPH]) como oxigênio molecular; em uma reação típica, uma molécula de oxigênio é consumida (reduzida) por molécula de substrato, com um átomo de oxigênio aparecendo no produto e o outro na forma de água. ● Nesse processo de oxidação-redução, duas enzimas microssomais desempenham um papel-chave. ○ A primeira dessas é uma flavoproteína, a NADPH-citocromo P450 oxidorredutase (POR). ○ A segunda enzima microssômica é uma hemo-proteína chamada de citocromo P450, que serve como oxidase terminal. De fato, a membrana microssômica abriga múltiplas formas dessa hemoproteína, e essa multiplicidade é aumentada pela administração repetida ou exposição a produtos químicos exógenos. ● O nome citocromo P450 (abreviado como P450 ou CYP) deriva das propriedades espectrais dessa hemoproteína.
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