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Educação Inclusiva e Atendimento Especializado na Perspectiva Psicopedagógica

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FACULDADE ARAGUAIA
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA PERSPECTIVA PSICOPEDAGOGICA 
GOIANIA
2018
JOELMA FERNANDA DE SALES CARNEIRO DUTRA
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA PERSPECTIVA PSICOPEDAGOGICA
Artigo apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização em Psicopedagogia sob a orientação da Professora Ma. Miriam Gomes Avelar de Morais.
GOIANIA
2018
SUMÁRIO
Resumo ...................................................................................................................... 3
1. Introdução ............................................................................................................... 3
2. A contribuição da Psicopedagogia nas dificuldades de aprendizagem ..................................................................................................................................... 5
3. O Atendimento Educacional Especializado – AEE ................................................. 8
6. A política nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva ................................................................................................................................... 13
7. Considerações Finais ................................................................................................ 17
Abstract .......................................................................................................................... 19
8. Referencias .......................................................................................................... 19
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA PERSPECTIVA PSICOPEDAGOGICA
Joelma Fernanda de Sales Carneiro Dutra[1: Autora. Formada em Letras, Psicopedagogia Institucional. josales10@hotmail.com]
Miriam Gomes Avelar de Morais[2: Orientadora Profa. Formada em Pedagogia, Psicopedagogia, Mestrado em Educação. miriamgomes4m@hotmail.com ]
Resumo
O presente artigo discorre sobre a inclusão escolar, especificamente o atendimento educacional especializado. Busca-se como objetivo geral estudar a importância da inclusão escolar de alunos com necessidades educativas especiais, bem como analisar como é realizado o atendimento educacional especializado com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, para que esta ocorra de forma efetiva, indo além da inclusão social meramente. A partir daí, discute-se sobre a contribuição da Psicopedagogia nas dificuldades de aprendizagem e sua importância dentro do atendimento educacional especializado. Para tanto, foram considerados conceitos e políticas educacionais na perspectiva da educação especial até chegar à formação dos docentes e a importância da família na educação dos alunos com necessidades educacionais especiais. Assim, realizou-se uma revisão bibliográfica de autores que discutem a inclusão escolar na perspectiva psicopedagógica. Percebe-se que é função e dever de cada escola possibilitar a melhor aprendizagem possível em cada criança, entendendo ser necessária criar uma mentalidade crítica com base nas reflexões sobre os assuntos que permeiam a Educação. Sendo assim, é de fundamental importância que os governos cumpram a legislação vigente através de suas políticas públicas, que promovam ações integradoras e inclusivas nas escolas para efetivar a inclusão escolar dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, disponibilizando um atendimento educacional especializado com qualidade.
Palavras chave: Inclusão. Psicopedagogia. Docentes. Atendimento educacional especializado. Políticas Educacionais.
Introdução
A inclusão é um processo que visa trazer para dentro da sociedade pessoas que foram marginalizadas historicamente. De acordo com Mantoan (1997, p.20), “enquanto a pessoa está adequada às normas, no anonimato, ela é socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela cometa qualquer infração ou adquira qualquer traço de anormalidade para que seja denunciada como desviante”.
Este artigo busca, a partir de uma análise histórico-social do indivíduo e suas dificuldades, discutir sobre atendimento educacional especializado (AEE) nas escolas de ensino especial e regular, juntamente com a intervenção do psicopedagogo. 
Será abordado o tema inclusão escolar, buscando argumentar sobre a contribuição da Psicopedagogia nas dificuldades de aprendizagem, a importância da formação do professor e da família; o atendimento educacional especializado e as políticas educacionais na perspectiva da educação inclusiva. 
Intenciona-se discutir sobre o assunto para mostrar a importância de uma educação inclusiva com qualidade, no qual o educando com necessidades especiais seja tratado igual os demais considerados “normais” respeitando suas diferenças. E o psicopedagogo por ser um pesquisador, pode contribuir com os profissionais da escola para que os mesmos estejam preparados para lidar com a diversidade no ambiente escolar. 
A inclusão escolar tem trazido, ao âmbito educacional, novos desafios, tornando fundamental um novo olhar, novas práticas e objetivos de ensino e aprendizagem. Que desafios são esses? Como enfrentá-los e aprender com eles? 
Quando Mantoan (2006) afirma que o pensamento que conduz o atual sistema educacional é muito mecanicista, e discrimina claramente os normais e os deficientes, o ensino regular e o especial, como também cada uma das disciplinas estudadas na escola, percebe-se que tal fato é um agravante para a transformação dos espaços escolares em ambientes inclusivistas. Em consonância com Mantoan, Relvas (2009) afirma que novas posturas educacionais precisam ser estruturadas para que os educandos despertem para o aprender escolar e saibam enfrentar os desafios da vida. 
É mister a participação da família neste processo para o desenvolvimento do aluno, por meio de encontros periódicos, nos quais o professor explica em que se baseiam as flexibilizações curriculares, feitas para atender às necessidades da criança. É importante explicar à família que a flexibilização do currículo não é definida pela deficiência, mas pelo repertório e pelos conhecimentos do estudante. 
É relevante reconhecer as mudanças que têm ocorrido nas diversas fases de desenvolvimento da criança, pois a infância e a adolescência já requerem novos olhares por parte dos educadores, psicopedagogos, psicólogos e pediatras. Diante disso é primordial que haja uma reflexão a respeito do processo da qualidade da educação e a contribuição de outros profissionais neste processo. Nesse sentido, é extremamente essencial um trabalho de estudo e análise que reflita sobre a função e a contribuição de um psicopedagogo no contexto escolar, ou seja, diante do desafio de lidar com as dificuldades de aprendizagem.
Por fim, será abordado a importância das atividades práticas para o sucesso da inclusão, citando a legislação específica sobre o assunto e apontando para alguns avanços que vem despontando especialmente nas instituições.
2. A contribuição da Psicopedagogia nas dificuldades de aprendizagem
O trabalho psicopedagógico não é uma aplicação de conhecimentos da Psicologia a Pedagogia, ou vice-versa, e sim uma área própria de trabalho inter e multidisciplinar, que busca conhecimentos na Psicologia, na Pedagogia e muitas outras áreas, como a Neurologia, Psicanalise, Psicologia Social, Linguistica, Sociologia, que visa compreender os processos de aquisição do conhecimento do educando e assim identificar as dificuldades que decorrem deste processo. 
Cunha (2010, p.105) relata que o psicopedagogo deve ser um bom observador para atingir os “demais passos: entendimento, prevenção, atuação e intervenção”, pois possibilita assim, a seleção de estímulos que favorecem ao educando a recepção de práticas pedagógicas.Considera-se que as dificuldades de aprendizagem podem ser diagnosticadas em diversas origens e naturezas como cognitiva, neurológica, motora, emocional ou social, cabe portanto, ao psicopedagogo realizar uma investigação a fim de identificar não só a origem da dificuldade, mas também auxiliar os educandos em sua produção escolar e oferecendo aos mesmos, condições para o desenvolvimento de suas potencialidades cognitivas.
Diagnosticar e intervir são práticas decorrentes da Psicopedagogia, o diagnóstico permite ao psicopedagogo investigar e levantar hipóteses provisórias que identificam as causas que acarretam as dificuldades de aprendizagem, na intervenção são adotados procedimentos que interferem no processo. Souza (2009) considera que “é importante destacar as relações mútuas entre as duas atividades, já que um bom diagnóstico é necessário para o planejamento de uma intervenção adequada”. (p.113).
Vale ressaltar que neste trabalho de diagnóstico e intervenção, a inter-relação entre a família, a escola e os professores é muito importante, pois fazem parte do mundo afetivo e social da criança. Durante a avaliação psicopedagógica o psicopedagogo realiza algumas atividades como observação e análise da história de vida do educando e de sua família, realiza testes com jogos e brincadeiras, além de conversar com os educadores e familiares que fazem parte do processo avaliativo. No entanto estas atividades não são realizadas apenas pelo psicopedagogo, mas também fazem parte do processo, a família, a escola, equipe interdisciplinar e os professores. O psicopedagogo no processo de intervenção tem como objetivo compreender a criança, a fim de construir vínculos entre a mesma e a figura do ensinante e com o processo de aprendizagem, além e atingir outros sintomas apresentados.
Todas as atividades que são realizadas em um acompanhamento psicopedagógico tem como finalidade superar ou minimizar as dificuldades de aprendizagem, por meio do levantamento do perfil familiar e escolar do educando e identificação do problema, para a partir daí articular todas as informações levantadas com todos os envolvidos neste processo, para elaborar novas estratégias para o ensino e aprendizagem, bem como novos conteúdos e sugestões de materiais a serem utilizados na aplicação destes conteúdos com intermediações psicopedagógicas. É importante que durante o acompanhamento psicopedagógico o educando seja estimulado, para que realize suas atividades com autonomia, desse modo aproveitando suas potencialidades e superando suas dificuldades. 
 E a família sendo o núcleo central do desenvolvimento global da criança, assume um papel primordial na educação por ser o primeiro apoio, significativamente, importante para a sua escolarização, pois poderá criar uma parceria positiva com a escola e, em consequência, terá uma fonte de informações seguras sobre as necessidades específicas da mesma, transmitindo confiança, segurança e proporcionando a criança a exploração do mundo que a rodeia e a formar sua personalidade, capacidade e autonomia. 
 Portanto, uma família constante, que passe segurança, formará educandos independentes e que poderão tornar-se seguros. É necessário promover um ambiente familiar agradável, que favoreça um desenvolvimento harmonioso. Neste contexto, a criança adquire valores morais, regras básicas de conduta, afeto, compartilha experiências enriquecedoras que auxiliam na evolução do seu desenvolvimento. Desse modo, pode-se afirmar, através dessa reflexão, que os pais são, indiscutivelmente, os primeiros educadores das crianças com necessidades educacionais especiais.
Assim, “(...) o psicopedagogo auxiliará o sujeito a reelaborar sua história de vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e a retomar o percurso normal de sua aprendizagem.” (PORTO, 2011, p.91). 
Nesta perspectiva a Inclusão Escolar não diz respeito apenas à inserção dos alunos com deficiência e, sim, algo mais amplo, uma verdadeira ruptura com o sistema educacional da atualidade. Como afirma Mantoan (2006 p.12), “a Inclusão implica mudança desse atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da educação escolar que estamos traçando”.
Segundo Gomes (1999) a escola é um ambiente sociocultural em que as diferentes presenças se encontram. Para Fávero (2004), a escola é o espaço privilegiado da preparação para a cidadania para o pleno desenvolvimento humano.
Dessa forma, o papel da educação escolar e da psicopedagogia em relação as pessoas com dificuldades de aprendizagem, necessita de novos olhares e novas práticas. Tal olhar amplia-se de dentro da escola, para fora dela e vice-versa. Na verdade, possibilitar as diferentes presenças é um desafio. A escola será um espaço sociocultural, em que as diferentes presenças se encontram, assim como o espaço privilegiado de cidadania, se criarmos condições para tanto. Para isso, mudanças precisam acontecer, a começar pelos profissionais da educação. 
De acordo com Malheiro (2010), a escola ideal é aquela que sabe conjugar duas forças complementares: as características temperamentais, psicológicas e físicas da criança com o ideal de educação que a família pretende dar à criança. É onde seja possível conjugar ensino-lúdico com exigência, buscando cada vez mais a individualização no ensino-aprendizagem, isto é, buscar a riqueza e a individualidade do aluno. Percebe-se que a escola inclusiva aproxima-se desse parâmetro por proporcionar o encontro com a diversidade, levando tanto o professor quanto o aluno a “abrirem os olhos” para as diferenças.
5. O Atendimento Educacional Especializado – AEE
A Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) em seu Art. 27. Expõe que a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Em seu parágrafo único assegura que é dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. E no seu art.28. inciso III declara que o projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia. 
Neste interim percebe-se que desde antes uma das inovações trazidas pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), um serviço da educação especial que "[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).
O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncional. Portanto, é parte integrante do projeto político pedagógico da escola.
São atendidos, nas Salas de Recursos Multifuncionais, alunos público-alvo da educação especial, conforme estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto N.6.571/2008. Alunos com deficiência que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2006). Alunos com transtornos globais do desenvolvimento que apresentam alterações qualitativas das interaçõessociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. (MEC/SEESP, 2008). E alunos com altas habilidades/superdotação que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (MEC/SEESP, 2008).
A matrícula no AEE é condicionada à matrícula no ensino regular. Esse atendimento pode ser oferecido em Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou privada, sem fins lucrativos. Tais centros, contudo, devem estar de acordo com as orientações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (MEC/SEESP, 2009).
Na perspectiva da educação inclusiva, o processo de reorientação de escolas especiais e centros especializados requer a construção de uma proposta pedagógica que institua nestes espaços, principalmente, serviços de apoio às escolas para a organização das salas de recursos multifuncionais e para a formação continuada dos professores do AEE.
Os conselhos de educação têm atuação primordial no credenciamento, autorização de funcionamento e organização destes centros de AEE, zelando para que atuem dentro do que a legislação, a Política e as Diretrizes orientam. No entanto, a preferência pela escola comum como o local do serviço de AEE, já definida no texto constitucional de 1988, foi reafirmada pela Política, e existem razões para que esse atendimento ocorra na escola comum.
O motivo principal de o AEE ser realizado na própria escola do aluno está na possibilidade de que suas necessidades educacionais específicas possam ser atendidas e discutidas no dia a dia escolar e com todos os que atuam no ensino regular e/ou na educação especial, aproximando esses alunos dos ambientes de formação comum a todos. Para os pais,quando o AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia-lhes viver uma experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização de seus filhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à escola.
Conforme as leis de 2008/2015 sobre a inclusão, elas avançam na cidadania das pessoas com deficiência ao tratar de questões relacionadas a acessibilidade, educação e trabalho e ao combate ao preconceito e à discriminação. Ela cria um novo conceito de integração total. Porém ainda é um começo. Os desafios ainda são imensos. É preciso qualificar os sistemas de ensino; melhorar o oferecimento de serviços de qualidade para os educandos com NEEs; refletir e fazer mudanças nos planos de ação pedagógica; ampliar e qualificar a educação especial; garantir a aprendizagem; ampliar o acesso a recursos de adaptação e tecnologias assistivas e assegurar a presença de apoio e atendimento qualificado em todo processo de inclusão escolar. E, principalmente, a mudança de paradigma entre família e escola, que essas duas instituições, tão importantes na formação do educando, sejam parceiras, ouvindo-se mutuamente e respeitando suas funções.
Entretanto, para que o AEE aconteça com qualidade é necessário que o professor do ensino especial reveja suas práticas e possibilidades de atuação num contexto em que discute e se implementa a inclusão. 
O docente que atua no ensino regular e que não recebeu em seu curso de formação conhecimentos sobre necessidades especiais, não discutiu criticamente a inclusão, as políticas públicas para inclusão, precisa receber formação continuada. 
Os alunos dos cursos de formação de docentes e das licenciaturas devem ter acesso aos conhecimentos sobre deficiências, necessidades educacionais especiais, inclusão e práticas pedagógicas com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, durante o curso. Está presente na legislação como exigência de formação, mas é preciso também propiciar uma formação pessoal que os instrumentalize para uma atuação consciente e crítica no sentido de concretizar uma prática pedagógica, que possibilite a aprendizagem do aluno, respeitando e considerando as diferenças como elementos constitutivos da relação pedagógica, que conheça as políticas públicas, a legislação, trabalhe e lute para diminuir a exclusão social e educacional, exigindo dos poderes públicos transformações.
Na Lei n° 10.172, de 9 de janeiro de 2001 e na Resolução n° 2 do CNE/ Câmara de Educação Básica, de 11 de setembro de 2001, há orientações legais para a formação docente. 
Nesse sentido, conhecimentos sobre inclusão devem ser garantidos a todos os professores em formação e também em formação continuada. Propostas de formação devem levar em conta suas características. Prieto (2006, p. 59) aponta para a necessidade de se proceder a um levantamento do perfil acadêmico desses alunos e professores e de suas experiências com alunos com necessidades especiais, para que se organizem e implementem ações que promovam o acesso aos conhecimentos necessários para sua formação e atuação. 
No entanto, não bastam apenas conhecimentos sobre necessidades especiais, é preciso garantir que o conjunto de professores se aproprie desses conhecimentos e se transforme, transformando sua práxis pedagógica. Isso só acontecerá se estes tiverem “consciência de suas razões e benefícios, tanto para os alunos, para a escola e para o sistema de ensino quanto para seu desenvolvimento profissional e pessoal”, defende Prieto (Id.).
Desse modo, considerar as diferenças individuais, a diversidade e suas implicações pedagógicas é condição fundamental para a elaboração do planejamento pedagógico e para a implantação de propostas de ensino e de avaliação da aprendizagem que atendam ao princípio da educação inclusiva.
É de fundamental importância que as políticas públicas considerem primordial a oferta de programas de capacitação e formação continuada de professores para atuação no ensino regular, frente à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, cabendo ao sistema público de ensino garantir e prover essa capacitação e não ao professor procurar por ela.
Cabe, ainda, mencionar que inserir alunos em classe comum sem que os professores estejam dispostos a recebê-los e preparados para o trabalho pedagógico pode aumentar a resistência e dificultar o processo. Garantir uma formação crítica e de qualidade em relação à inclusão é importante nos cursos de formação, mas implementar propostas de formação continuada e dar subsídios para que a formação do professor e a práxis pedagógica se efetive com qualidade é um compromisso a ser assumido pelas políticas públicas de educação em âmbito nacional, estadual e municipal.
 Há leis que garantem ao aluno com necessidades educacionais especiais a inclusão em uma escola de ensino regular, mas as escolas e os professores que ali lecionam nem sempre estão dispostos e/ou preparados para atender a essas necessidades.
 Mantoan (1997, p. 123) destaca que, para que a inclusão se efetive, é preciso “(...) um esforço efetivo, visando capacitar os professores para trabalhar com as diferenças, a diversidade, nas suas salas de aula”. O que deve ser colocado em prática nos cursos de formação de professores.
É preciso formar o professor crítico e comprometido com o ensino e aprendizagem de seus alunos. Um professor que esteja preparado para trabalhar com as diferenças num contexto crítico; que aceite, valorize e discuta a diferença, compreendendo que precisa ser competente no ato de ensinar e estar comprometido em garantir o direito desse aluno à aprendizagem. È um desafio, pois muitos desses futuros professores são ou foram excluídos social e educacionalmente, são diferentes, têm necessidades educacionais especiais, têm dificuldades de aprendizagem, desejam superar limites e ascender socialmente.
Formar um professor pesquisador, produtorde conhecimento, crítico e comprometido com a sua função social de educar e de promover transformações é um compromisso que deve ser assumido pelas instituições formadoras, pelos educadores formadores, mas também pelos sistema educacional através das políticas públicas.
No caso de uma formação inicial e continuada direcionada à inclusão escolar, estamos diante de uma proposta de trabalho que não se encaixa em uma especialização, extensão ou atualização de conhecimentos pedagógicos. Ensinar, na perspectiva inclusiva, significa ressignificar o papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do nosso ensino, em todos os seus níveis. A inclusão escolar não cabe em um paradigma tradicional de educação e, assim sendo, uma preparação do professor nessa direção requer um design diferente das propostas de profissionalização existentes e de uma formação em serviço que também muda, porque as escolas não serão mais as mesmas, se abraçarem esse novo projeto educacional (MANTOAN, 2006, p. 54- 55).
Nesse contexto, ensinar exige, então, que o professor se comprometa com a educação, respeite seus alunos, considerando as diversidades social, econômica, cultural e pessoal, sem reafirmá-las como causas de desigualdade ou de exclusão, o que se expressa em suas relações como mediador e por atitudes efetivas que expressam sua disposição para ensinar enquanto atividade profissional. Tarefa complexa e que exige uma formação docente consistente e crítica que se traduz em uma práxis pedagógica transformadora.
6. A política nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva
A nítida ampliação das referências à educação especial na perspectiva inclusiva nos textos de políticas públicas desse gênero, remetem-nos a um olhar para possível compreensão da implementação e do impacto no âmbito escolar.
Sabemos que educação implica refletir sobre sua importância e necessidade iminente para vivermos com plenitude como pessoa e como cidadão envolvido na sociedade. No entanto, o paradigma educacional atual requer políticas educacionais que atendam aos anseios exigidos nas diversas áreas da educação, com ênfase ao essencial de toda a educação, o ser humano. Nesse contexto, a implementação das políticas públicas de educação inclusiva no âmbito educacional é relevante, pois contribui, efetivamente, com uma educação que fará a diferença.
 Na procura de constituição de um percurso abrangendo as políticas públicas de educação especial inclusiva, relatamos de início a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que apresenta, como um dos seus objetivos fundamentais, o compromisso político brasileiro com a educação de forma a estabelecer a igualdade no acesso à escola, sendo dever do Estado proporcionar atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino. 
Entretanto, as políticas públicas educacionais surgiram para garantir ao ser humano que respeitem suas diferenças e possibilitem a eles estar na escola, interagir, socializar-se e aprender, podemos acreditar que as políticas assim estarão cumprindo o seu papel. Para tanto, não basta o aumento das matrículas em escolas comuns e em classes especiais, pois, mesmo sendo satisfatórios os dados quantitativos, eles não substituem o atendimento especializado a esses alunos. Quando em uma proposta política, o direito ao acesso e ao acompanhamento educacional for para todos os que possuem necessidades educacionais especiais. A implementação dessa política não deve acontecer somente em algumas realidades, para um pequeno contingente de alunos e de forma fragmentada, principalmente, na ausência de professores-monitores com especialização para auxiliar o professor titular e o aluno. Sendo que o primeiro não está preparado para atuar com o aluno com necessidade especial e este deseja aprender.
Após um ano da Constituição da República Federativa do Brasil (CF 88), foi implementada a Lei 7.853 de 24 de outubro de 1989, que estabelece, em seu art. 1º, as normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei. Em seu § 1º, na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito. Está presente no art. 2º que ao Poder Público e seus órgãos cabem assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem estar pessoal, social e econômico. Em seu capítulo IV, na área de recursos humanos, requer a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas de conhecimento, inclusive de nível superior, atendam à demanda e às necessidades reais das pessoas portadoras de deficiências.
Nesse ínterim, em 1990, perpetuaram as aspirações por uma educação pública em bases realmente democráticas, para todos, como mencionadas na Declaração Mundial de Educação para Todos e na Declaração de Salamanca, realizada em 7 e 10 de junho de 1994, na Espanha, documentos que passaram a influenciar a formulação das políticas públicas de educação inclusiva.
 Desse modo, a Declaração de Salamanca, quando se refere aos princípios, políticas e práticas na área das necessidades educacionais especiais, demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema educacional e reafirma o compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de que seja providenciada educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e reendossa a Estrutura de Ação em Educação Especial, em que, pelo espírito de cujas provisões e recomendações, governo e organizações sejam guiados.
Diante dessa afirmação, a Declaração de Salamanca acredita e proclama que toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, pois ela possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
Os sistemas educacionais deveram ser designados e programas educacionais deverão ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades. Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deve acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos, além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. 
Assim, congrega que todos os governos atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais, no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais, que adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma, que desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva e estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para criançase adultos com necessidades educacionais especiais. Que encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais e invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva. E por fim, garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas (BRASIL, 1994). 
De acordo com à Declaração de Salamanca, podemos dizer que, além de contribuir para o fortalecimento da educação inclusiva e futuras modificações da política educacional, constitui uma reestruturação das instituições educacionais voltadas para a filosofia inclusiva. Considerando que a escola deve oferecer os serviços adequados para acolher e atender à diversidade da população, estas são ações incorporadas a passos lentos, mas promissoras a uma educação que visa contemplar as especificidades de cada indivíduo e a construção de uma sociedade que respeite as pessoas e suas diferenças. 
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no art. 58 § 1º, garante que haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. Neste artigo, há a afirmação do dever do Estado de fornecer, quando necessário, serviços de apoio especializado na escola regular, visando atender às necessidades especiais dos alunos, sabendo que a efetivação desses serviços devem ser permanentes, visto as próprias “peculiaridades dos alunos da educação especial”. Ainda o art. 59 preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos com necessidades educacionais especiais currículo, métodos, recursos e organizações específicas para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar.
Assim, entendemos que devemos levar em conta a realidade e as potencialidades de cada aluno até que se tenha uma definição da proposta pedagógica para a educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, de preferência uma política que contemple toda a estrutura e organização educacional e, principalmente, o processo de desenvolvimento e aprendizagem de todos os alunos.
 Desse modo, a Resolução CNE/CEB nº 2/2001, que institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no art. 1º, em seu parágrafo único, determina que o atendimento escolar desses alunos tenha início na educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado. Também define, no art. 2º, que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
Nesse aspecto Mantoan afirma:
A inclusão escolar tem sido mal compreendida, principalmente no seu apelo a mudanças nas escolas comuns e especiais. Sabemos, contudo, que sem essas mudanças não garantiremos a condição de nossas escolas receberem, indistintamente, a todos os alunos, oferecendo-lhes condições de prosseguir em seus estudos, segundo a capacidade de cada um, sem discriminações nem espaços segregados de educação (MANTOAN, 2006, p. 23).
Segundo Mantoan (2006, p. 35), “é inegável que as ferramentas estão aí para que as mudanças aconteçam e para que reinventemos a escola, desconstruindo a máquina obsoleta que a dirige, assim como os conceitos sobre os quais ela se fundamenta, os pilares teóricos metodológicos em que ela se sustenta”. 
Dessa forma, busca-se abordar nesta breve discussão, alguns documentos produzidos referentes às políticas públicas de educação especial na perspectiva inclusiva, considerados uns dos mais relevantes, sabendo que há outros que, em outro momento, poderão contribuir na continuidade do debate. 
Neste momento, constata-se, em relação aos apontamentos direcionados às políticas públicas de educação especial inclusiva, que a tarefa e missão é grandiosa e constante na busca do compromisso de acompanhar as ações e intervenções das organizações financiadoras e dos governos Estadual e Federal para com a educação, e que a implementação das políticas públicas educacionais vise uma escola que vivencie em seu dia a dia uma educação especial na perspectiva inclusiva.
7. Considerações Finais
Ao concluir o presente trabalho, revisando a literatura sobre inclusão escolar, conclui-se que a inclusão traz para as escolas alunos com todos os tipos de necessidades especiais.
Percebe-se que há muita discussão sobre conceitos e terminologias sobre o assunto. Um deles reflete ao psicopedagogo, que deve buscar na escola a realização de uma práxis psicopedagógica capaz de fomentar no educando o seu potencial para aprender, desenvolvendo no professor a compreensão da importância de educar para o desejo de aprender. Segundo Ramos (2010), o primeiro passo para a inclusão na escola é realmente desfazer a ideia de homogeneidade e ter consciência das diferenças, reconhecendo que a aprendizagem é algo individual. A convivência com outras crianças é fundamental, porque isso permite o confronto com o “outro”. Se ela convive apenas com crianças que possuem as mesmas necessidades, não terá outros parâmetros. Respeitar as diferenças é também respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um, considerando-se que aprender é para a vida toda. Como nos lembra Freire (1996), “... aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de renovação..." Então, ajudar um sujeito a (re)encontrar a vontade de aprender e a superar o que limitava/bloqueava esse desejo, é abrir portas e janelas para uma nova vida.
Conjectura-se que para que haja uma inclusão mais eficaz, necessita-se de mais preparo dos professores, uma formação apontada para educação especial e políticas públicas norteadas à educação inclusiva.
 Sobre o atendimento educacional especializado, que seria o ideal, o sonho dos educadores para incluir os alunos com necessidades especiais, constata-se que está muito no início nas instituições de ensino em geral. Espera-se que reflexões simples como o presente artigo também sirva para divulgar e incentivar a importância desta prática. Autores renomados foram citados no trabalho, informando sobre a importância do atendimento especializado para atender às diferentes necessidades dos alunos de inclusão, indo além da inclusão meramente social.
Pela abordagem feita, acredita-se que este trabalho acendeu o desejo de aprender mais e continuar lutando pela inclusão escolar. As pequenas intervenções de cada um podem levar a resultados profícuos.
Acredita-se que ações simples podem afetar o curso da inclusão escolar, construindo uma ética que se reflita em novas formas de compreender e tratar com o alunado de inclusão.
A inclusão de alunos numericamente e sem resultados deve ser superada. Profissionais comprometidos devem superar seus medos, confiar no seu potencial e apostar em resultados que as mudanças produzem, passando a ter, assim, uma prática pedagógica bem sucedida. Como se sabe, tudo muda, acredita-se, então, que a forma de efetivar a inclusão escolar precisa evoluir com urgência. O conhecimento evolui e todos precisam nos renovar.
Em suma, para que haja uma inclusão verdadeira e não apenas por palavras, é necessário abdicar de velhos hábitos e buscar um novo olhar não somente por parte do professor, como também do psicopedagogo, da sociedade,da família e do governo, para que juntos possam colaborar na vida dos alunos de forma a cumprir todos os seus direitos e realmente se sentirem incluídos e não inseridos. 
Abstract 
This article deals with school inclusion, specifically the specialized educational service. The general objective is to study the importance of the inclusion of students with special educational needs, as well as to analyze how the specialized educational service is performed with students who have learning difficulties, so that this occurs in an effective way, going beyond inclusion merely. From this, it is discussed the contribution of Psychopedagogy in the learning difficulties and their importance within the specialized educational service. For that, educational concepts and policies were considered from the perspective of special education until the training of teachers and the importance of the family in the education of students with special educational needs. Thus, a bibliographic review of authors was carried out that discusses the inclusion of school in the psychopedagogical perspective. It is perceived that it is the function and duty of each school to enable the best possible learning in each child, understanding that it is necessary to create a critical mentality based on the reflections on the issues that permeate Education. Therefore, it is of fundamental importance that governments comply with the current legislation through their public policies, which promote inclusive and inclusive actions in schools to implement the school inclusion of students who have special educational needs, providing a specialized educational service with quality. 
Keywords: Inclusion. Psychopedagogy. Teachers. Specialized educational assistance. Educational Policies.
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