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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA – ITANA DA SILVA AQUINO a escolarização de jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolarização SALVADOR 2019 ITANA DA SILVA AQUINO a escolarização de jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolarização Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Metodologia Científica, Educação de Jovens e Adultos, Fundamentos da Educação, Educação Formal e não Formal, Didática e Práticas Pedagógicas: Identidade Docente. Professores: Tutora eletrônica: Claudia G. Nascimento SALVADOR 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................... 04 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL........................................ 05 DESAFIOS E POSSIBILIDADES.............................................................. 07 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ............................................................... 09 FUNÇÃO DO PROFESSOR X AVALIAÇÃO............................................. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 14 INTRODUÇÃO: A educação de jovens e adultos (EJA) é um curso, ofertado pela Secretaria de Educação, voltado para jovens e adultos a partir dos 15 anos de idade que por algum motivo/problema não conseguiram iniciar ou concluir o ensino na idade adequada. Esta modalidade educacional foi criada logo após o fim da escravidão, das guerras e da ditadura, dando início a um período de redemocratização política e da industrialização no país, modificando o cenário político e social da sociedade. Mediante essas transformações, houve uma necessidade do poder público em qualificar a mão de obra para o trabalho e aumentar as bases aliadas, já que naquela época só poderiam votar quem fosse alfabetizado. De 1947 até os dias atuais foram criadas várias campanhas com o intuito de erradicar o analfabetismo no Brasil, porém sem muito sucesso, devido a inúmeros problemas, sejam eles pessoais, institucionais, políticos ou sociais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.304, de 1996, no artigo 37, inciso 1º, destaca que os sistemas de ensino devem assegurar gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam estudar em idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do alunado, assim como seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Entretanto, o que encontramos no cenário educacional para esse público, são professores despreparados, que não conhecem a realidade e interesse dos seus alunos, projeto pedagógico inadequado para esta demanda, um sistema avaliativo que não leva em consideração os problemas nem tão pouco as dificuldades enfrentadas por essas pessoas, instituições de difícil acesso ou com horários com pouca flexibilidade. Segundo o IBGE, em números absolutos, ainda existem 11,5 milhões de pessoas que ainda não sabem ler e escrever no país. Este resultado é fruto de um país com muitos problemas sociais, de políticas públicas ineficazes e sem comprometimento com sua nação e principalmente um país que não se preocupa com a educação. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO E SOCIAL). Antes de mais nada, é fundamental voltar o olhar para o passado e analisar o processo de colonização no Brasil. Fruto de incessáveis explorações, trabalho escravo e desigualdade social, o país sofre até hoje com os efeitos colaterais de uma história suja e opressora. Visto isso, pode-se perceber que o programa de Educação de Jovens e Adultos, apesar de seus interesses políticos e econômicos, trata-se de uma dívida histórica e social para com a população marginalizada por uma sociedade elitista e desigual. A necessidade de se alfabetizar os jovens e adultos culturalmente iletrados surgiu no século XIX, entre a década de 30/40, com o processo de industrialização que ocorria no país. Neste período, mais da metade da população adulta era analfabeta o que necessitou letrar essas pessoas tanto para qualificá-las para o trabalho, quanto para tentar colocar o país em um patamar desenvolvido. De acordo com Carvalho (2009), A alfabetização ou a educação de adultos chegou ao final do século XIX de maneira irregular e deficiente. A partir do terceiro Censo Nacional, em 1900, é que se iniciou o cálculo do índice de analfabetismo da população com mais de 15 anos de idade, revelando a existência de 65,3% de analfabetos nessa faixa etária. Carvalho (2009, p. 16). Carvalho (2009), aponta que “[...] essa elevadíssima taxa de analfabetismo refletia o sistema de estratificação dual da sociedade, e constituía um indicador da marginalização econômica de amplos segmentos da população”. Além disso, a “guerra” política travada nesse momento histórico tornou necessário a busca por cada vez mais votos, sendo assim, além de assegurar o voto feminino em 32, o governo procurou alfabetizar a população (maior parte dela) que seria capaz de votar caso fossem letrados. No entanto, não eram contratados professores/alfabetizadores formados para o trabalho; visando um corte de custo, qualquer pessoa podia se voluntariar para alfabetizar os cidadãos que não sabiam ler - estes eram, sobretudo, do norte-nordeste, pobres e de zonas rurais. Ademais, a necessidade de uma população trabalhadora qualificada logo se tornou prioridade para a parcela empregadora, isto é, as indústrias e os empresários. Então, as campanhas contra o analfabetismo tomaram grandes proporções, sendo criadas escolas com cursos profissionalizantes de curtos períodos de duração e propagandas pesadas de incentivo à alfabetização. Diante desse cenário, Ribeiro, (1997, p. 19-20), destaca que: “[...]tudo isso contribuiu para que a educação de adultos ganhasse destaque dentro da preocupação geral com a educação elementar comum. Era urgente a necessidade de aumentar as bases eleitorais para a sustentação do governo central, integrar as massas populacionais de imigração recente e também incrementar a produção”. De 1947 até os dias atuais foram criadas várias campanhas de alfabetização para jovens e adultos com o intuito de erradicar o analfabetismo no Brasil; de 1947 a 1963 tivemos a Campanha de Adolescentes e Adultos (CEAA); A Campanha Nacional de Educação Rural (CNER); A Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA); E o Movimento de Educação de Base (MEB), promovido pela igreja católica; Em 1964 inicia-se o Plano Nacional de Alfabetização com base nas propostas de Paulo Freire, porém devido o golpe militar esse programa passou a ter um caráter assistencialista e em 1967 criou-se o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que perdurou até 1984; Em 1985 , já no governo de José Sarney foi criado a Fundação Educar, extinta em 1990; Na administração do Presidente Fernando Collor (1991/1992) foi criado o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania que ficou até 1995 mesmo com a deposição do Governo para Itamar Franco; Na presidência de Fernando Henrique Cardoso (1996/2002) foi lançado, o (PAS) Programa de Alfabetização Solidária; Já no Governo Lula até os dias atuais foi criado pelo MEC, o Programa Brasil Alfabetizado. Embora tenha conseguido algumas conquistas com relação a alfabetização de jovens e adultos com estas campanhas, ainda existe um longo caminho a ser percorrido para alcançar as metas e objetivos desejados devido a inúmeros desafios e problemas que precisam ser solucionados. DESAFIOS E POSSIBILIDADES Por ser, um ser social, O homem está em constante transformação e aprendizado, capaz de aprender e por meiodo conhecimento e da aprendizagem construir sua própria identidade. Nessa perspectiva, podemos afirmar que o conhecimento liberta e dá esperança de modificar não somente sua qualidade de vida, como também na condição de indivíduo para cidadão. Para os autores, (NOVAES; LOBO, 2006, p. 19), “[...] Indivíduo corresponde a um ser humano “a seco”, considerado apenas quanto a suas características físicas e psíquicas (segundo o Aurélio). Cidadão já é um passo à frente. Cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos que lhe confere o Estado”. A educação para os jovens e adultos seria uma emancipação, uma forma de exercer seus direitos enquanto cidadão, ou seja, uma educação para a cidadania. Herbert (2010) pontua que Paulo Freire defende uma educação para a cidadania. [...] A cidadania em Freire é compreendida como apropriação da realidade para nela atuar, participando conscientemente em favor da emancipação. Para Freire cidadão pode ser e deve ser o lavrador, a faxineira, o assalariado, as mulheres do campo, da faxina, as que vivem do salário, as funcionárias públicas. Todo ser humano pode e necessita ser consciente de sua cidadania. É necessário que seja consciente de sua situação e de seus direitos e deveres como pessoa humana. O humanismo progressista está associado à vivência da cidadania em uma realidade e com a qual o sujeito se encontra. (HERBERT, 2010, p. 67). O direito à educação dos jovens e adultos é assegurado pela Lei 9.394/1996 (LDB), nos artigos 37 e 38. As instituições de ensino têm como função educar pessoas que não tiveram condição de ter acesso à escola ou de terminar seus estudos. Além disso, cabe ao governo, estabelecer políticas públicas que permitam e favoreçam a permanência de trabalhadores nas escolas, auxiliando-os a estudar e continuar suas obrigações do dia a dia sem maiores problemas. Todavia, apesar de a taxa de analfabetismo ter caído consideravelmente nos últimos anos, a frequência dos alunos nas escolas tem reduzido bastante. Isso se deve a vários fatores, tanto sociais quanto políticos e econômicos. A Educação de jovens e adultos possui muitos desafios a ser superados, principalmente por se tratar de uma forma de reduzir a exclusão social. O primeiro desafio a ser superado está na consciência, tanto da população de uma maneira geral, quanto do poder público com relação a educação da sua nação. Segundo Paulo Freire (2002), precisamos conscientizar os jovens sobre a importância da educação na sua vida, de modo a garantir dignidade, criticidade e acima de tudo o direito de exercer sua plena cidadania. Diante do exposto vale ressaltar que: A conscientização, compreendida como processo de criticização das relações consciência-mundo, é condição para assunção do comprometimento humano diante do contexto histórico-social. No processo de conhecimento, o homem ou a mulher tendem a se comprometer com a realidade, sendo esta uma possibilidade que está relacionada à práxis humana. É através da conscientização que os sujeitos assumem seu compromisso histórico no processo de fazer e refazer o mundo, dentro de possibilidades concretas, fazendo e refazendo também a si mesmos. (Freitas, 2010, p.88). Ainda sobre atemática, Feitosa (2015), aborda que a luta em defesa da Educação de Jovens e Adultos com qualidade configura-se como responsabilidade de todos os educadores, todos os gestores e toda a sociedade. Dados referentes ao ano de 2014, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 8,3% dos brasileiros com 15 anos ou mais de idade são analfabetos. De acordo com o IBGE (2017, s/p), é considerada analfabeta a “[...] pessoa que não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece”. Diante desse cenário, o Plano Nacional de Educação traz entre suas 20 metas, três metas específicas para a educação de jovens e adultos, que são: A meta 8 sobre a equalização dos anos de estudo da população entre 15 e 20 anos de idade; A meta 9 que aborda a universalização da alfabetização e a redução do analfabetismo funcional; E a meta 10 que trata da articulação da Educação de Jovens e Adultos com a educação profissional. Essas iniciativas, segundo Feitosa (2015), embora representem um avanço significativo, necessitam ser fortalecidas e consolidadas. No âmbito social, a necessidade por abandonar os estudos para trabalhar ou por conta de uma gravidez precoce é muito comum, principalmente se levarmos em conta a grande parcela pobre e desinformada da população. A pobreza favorece a baixa escolarização, visto que as pessoas priorizam mais o sustento financeiro imediato (por uma questão de sobrevivência) do que investir na educação. Sendo assim, quanto mais velha a pessoa fica, menos vontade e tempo para estudar se tem. No que diz respeito a economia e a política, as verbas para educação não são bem distribuídas, havendo uma desvalorização no que diz respeito a educação pública, dever do Estado e que deveria ser priorizado, pois, na Constituição de 1988 em seu artigo 208, cabe ao estado garantir a seus cidadãos, uma vida digna, com educação, saúde e segurança. Todavia, na prática, não é o que ocorre, deixando as escolas em situações precárias e professores insatisfeitos. Além de não haver uma motivação para os alunos frequentarem as instituições. A falta de interesse na criação de políticas públicas eficazes é um grande problema no governo brasileiro, transformando a efetivação do EJA um enorme desafio. 2.2 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA Não podemos falar da função social da escola, sem adentrarmos em um assunto tão importante que é o currículo escolar. Segundo Silva e Fonseca (2011, p. 49), Afirmam que o currículo é temporal e histórico, mediando as relações entre escola, conhecimento e sociedade. Assume caráter relacional. “[...] Busca a compreensão das permanências e das transformações no que se refere aos objetivos da escola (o que ela faz) e com quem ela estabelece relações (a quem ela atende e de que modo)”. Os autores pontuam ainda, que o currículo é compreendido como um campo de relações e intenções sociais, políticas, econômicas e culturais, sendo parte constitutiva do contexto produzido e produtor de relações, saberes e práticas escolares. Dessa forma, discutir o que ensinar e como ensinar é refletir sobre o currículo. Ademais, a escola precisa adaptar o currículo escolar ao contexto e realidade desse público alvo de uma forma que aflore o interesse do aluno em estar no ambiente escolar. As escolas têm como função social o desenvolvimento humano e a formação do indivíduo como um todo, não apenas intelectualmente, mas social e criticamente. Partindo da premissa que apenas a educação liberta, os educadores têm como missão aflorar a criatividade e o senso crítico dos educandos, fazendo-os perceber seu lugar no mundo e a importância de exercer sua cidadania plena. Pensar e questionar é essencial para se livrar de explorações, como também, proteger-se de sistemas opressores. Visto isso, é dever das escolas incentivar as perguntas, fazendo com que os alunos não se contentem com respostas prontas e pré-determinadas. Assegurar a democracia é dever de todos, sobretudo daqueles cuja missão é educar. Freire (2002, p. 120) destaca que o importante em uma educação que seja libertadora é que os homens “[...] se sintam sujeitos do seu pensar, discutindo o seu pensa, sua própria visão do mundo, manifestada implícita ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus companheiros”. Desenvolver uma criticidade pode ser bastante difícil, ainda mais quando se trata de jovens e adultos com valores e conceitos formados, mas é aí que se encontra a função social das escolas que fornecem escolarização para a população analfabeta; formar cidadãos conscientes e engajados com seu meio é, além de inspirador, comprometer-se socialmente com os outros, é assegurar que as pessoas tenham seus direitos assegurados e se tornem a melhor versão de si mesmos. FUNÇÃO DO PROFESSOR X AVALIAÇÃO O professor tem um papel fundamental no processo educacional dosjovens e adultos, por isso ele precisa estar preparado para atender esta demanda, com uma linguagem mais próxima dos alunos. Este pedagogo precisa estabelecer um diálogo com os alunos de forma a trocar ideias, tornar as aulas mais prazerosas e enriquecer os conteúdos que serão trabalhados, visto que estas pessoas já possuem um grande conhecimento de vida. Mizukami (2013, p. 101) pontua que, “A educação, portanto, é uma pedagogia do conhecimento, e o diálogo, a garantia deste ato de conhecimento [...]”. O pedagogo que trabalha com o público jovem e adulto deve planejar suas aulas levando em consideração o contexto social dos discentes, sua cultura, sua história de vida, seus problemas e principalmente seus conhecimentos prévios, para que de posse dessas informações, as aulas possam ser mais proveitosas e interessantes para esse público. “[...] O professor deve escolher o modelo que melhor atenda a sua realidade e a dos alunos, isto é, que seja funcional e possível de ser agilizado na sala de aula e que dê bons resultados no ensino" (MENEGOLLA; SANT'ANNA, 2002, p. 46). O educador, enquanto mediador do conhecimento, precisa ensinar aos seus educandos muito mais do que saber ler e escrever, ele precisa também despertar o senso crítico, de forma que eles possam refletir sobre a realidade na qual está inserido e buscar alternativas para modificá-la caso seja necessário. É imprescindível uma educação mais qualitativa do que quantitativa, onde o aluno seja respeitado nas suas diferenças e avaliado no processual, ou seja, seja avaliado não somente com uma prova escrita, mas na sua participação na sala de aula, na sua oralidade, com trabalhos em grupo, com apresentação ou seja de formas variadas. conforme pontua Hoffmann (2002), é necessário perceber e acompanhar a construção de conhecimento em sua própria diversidade e que não é possível delimitá-la em tempos fixos e analisá-la partindo de critérios objetivos e medidas de caráter quantitativo. Avaliar pessoas e seu grau de aprendizado é bastante complicado, tendo em vista que ainda se é utilizado métodos arcaicos e não muito eficazes. Sabendo que uma prova tradicional pode não medir, de fato, o nível de aprendizado de alguém, torna-se necessário que o corpo docente das escolas se mostre preocupado em buscar métodos inovadores e menos invasivos. Hoffmann (2002, p. 74) destaca que: “Mediação é aproximação, diálogo, acompanhamento do jeito de ser e aprender de cada educando, dando-lhe a mão, com rigor e afeto, para ajudá-lo a prosseguir sempre, tendo ele a opção de escolha de rumos em sua trajetória de conhecimento”. Dessa forma, por se tratar de jovens e adultos que buscam por uma escolaridade tardia, é imprescindível que os professores utilizem formas diferenciadas de avaliar esses alunos. Uma prova tradicional pode servir para fazer uma análise superficial e momentânea de como anda o aprendizado do aluno, no entanto, uma avaliação individualizada pode ser mais eficaz. Cada um tem uma forma de aprender e de exteriorizar esse conhecimento. Um se sai melhor falando, outro escrevendo ou desenhando. Portanto, cabe ao professor fazer pequenas atividades, explorando todas as opções avaliativas a fim de conhecer seus alunos e avaliá-los em pequenas parcelas, não os julgando apenas por um teste ou prova. Nesse sentido, Luckesi (1998) afirma que a prática da avaliação da aprendizagem somente será possível na medida em que se estiver, de fato, interessado na aprendizagem do aluno. O diretor, juntamente com a coordenação, deve orientar os professores quanto aos métodos avaliativos, mas sempre abertos à sugestões e inovações, afinal, estamos vivendo um momento onde a tecnologia está inserida em todos os âmbitos sociais, não podendo os educadores descartá-las; assim como deve-se levar em consideração a formação atual, onde os jovens aprendem maneiras mais atualizadas e eficazes de se educar e ensinar. Em suma, a avaliação não deve ser uma coisa simplesmente objetiva e única. Deve ser processual e subjetiva, analisando o aluno em todo o seu processo de aprendizagem e extraindo todo e qualquer tipo de conhecimento que ele tenha aprendido. Conhecer e entender as necessidades de seu aluno é um dever de cada professor, tornando o aprendizado mais fácil e eficaz para cada um, assim como a sua avaliação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesse contexto, pode-se notar que os interesses para alfabetizar jovens e adultos não eram puramente nobres e/ou apenas visando o desenvolvimento da população brasileira. O Brasil tem um governo interesseiro e egoísta, o que torna as políticas públicas ineficazes e falhas. No entanto, os programas de combate ao analfabetismo são essenciais para a formação cultural e intelectual da população, assegurando seu direito à educação, independentemente da idade. Hoje a maioria dos alunos se sentem desmotivados com relação a forma como alguns professores apresentam os conteúdos, não conseguem relacionar o conhecimento visto em sala de aula com o que é usado no cotidiano, fazendo com que o mesmo se torne algo morto e sem sentido para eles. Precisamos trazer inovações para sala de aula utilizando os conteúdos através do uso de vídeos, aulas de campo e conteúdos voltados para uma educação profissionalizante, visto se tratar de jovens e adultos, para que através destas ferramentas e utilizando metodologias adequadas, os alunos sintam-se mais estimulados e atraídos à participar das aulas e futuramente inseridos no contexto social. É de suma importância que o poder público esteja realmente engajado e preocupado com o quadro educacional brasileiro desde a sua base, para que em longo prazo não precise educar os adultos. Entretanto, no contexto atual é preciso que as autoridades efetivem as leis existentes, tornando-as eficazes não só no combate ao analfabetismo no Brasil, mas na educação como todo. Ademais, é importante preparar os professores que trabalharão com o público de jovens e adultos de modo a não julgá-los e sim ajudá-los na conquista do conhecimento. Sabemos que temos um longo caminho a percorrer para erradicar o analfabetismo no Brasil, principalmente por não ser prioridade dos governantes. Entretanto se todos engajarem nesta luta, principalmente cobrando das autoridades ações e resultados mais eficazes, quem sabe conquistaremos o tão sonhado Brasil alfabetizado. 4.0 REF14ERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Ministério da Educação. 1996. CARVALHO, M. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. 2. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2005. Constituição Federal de 1988. Disponível em http://www.mec.gov.br/ Acesso: 12 de abril de 2019. FEITOSA, S. C. S. Educação de jovens e adultos: memórias e lutas. Direcional Educador, São Paulo, ed. 122, ano 11, p. 24-25, mar. 2015. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 33. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. FREITAS, A. L. S. de. Conscientização. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Orgs.). Dicionário Paulo Freire. 2. ed. 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