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Aula1_A Educação que se Encena

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Prévia do material em texto

Módulo 1 – Educação Tecnológica 
2 
 
 
 
Presidente da República 
Dilma Vana Rousseff 
Ministro da Educação 
Renato Janine Ribeiro 
Secretário da Educação a Distância 
Carlos Eduardo Bielschowky 
Diretor de Educação a Distância da UAB 
Celso José da Costa 
Diretor-Geral do CEFET/RJ 
Carlos Henrique Figueiredo Alves 
Diretora de Ensino 
Gisele Maria Ribeiro Vieira 
Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação 
Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco 
Coordenação UAB no CEFET/RJ 
Maria Esther Provenzano 
Mônica de Cássia Vieira Waldhelm 
Coordenação de Curso 
Leydervan de Souza Xavier 
Equipe de professores-pesquisadores 
José Antônio Assunção Peixoto 
Leydervan de Souza Xavier 
Lílian Martins da Motta Dias 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
3 
MÓDULO 1 
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA 
 
CARGA HORÁRIA - 70 HORAS 
Considerando-se os diversos contextos de uma sociedade globalizada, 
em expansão e em busca de maior inclusão social, espera-se que o(a) 
cursista desenvolva as seguintes competências: 
 
- Compreender a perspectiva histórica da educação, identificando as prá-
ticas educacionais ao longo do tempo como uma opção social, construída 
ideologicamente sob a influência de diversos fatores; 
 
- Reconhecer as diferentes concepções de ―tecnologia‖, refletindo acerca 
das suas relações com educação, cultura e trabalho, na dependência de 
como tecnologia é conceituada; 
 
- Entender como o fazer pedagógico influencia a prática cotidiana na 
relação professor-aluno, ao mesmo tempo em que interfere na construção 
da sociedade; 
 
- Reconhecer as crises de conhecimento e formação profissional, associ-
ando abordagens pedagógicas em disputa na institucionalização da Edu-
cação Geral e Educação Profissional no Brasil; 
 
- Distinguir as terminologias específicas relacionadas aos debates gerais 
sobre mudanças na Educação Profissional e Tecnológica (EPT); 
 
- Interpretar processos-chave da produção de informação e conhecimento 
científico-tecnológico na atualidade; 
 
- Compreender as características gerais do industrialismo e do mercado 
de trabalho e algumas de suas relações com a Educação Tecnológica; 
 
- Estabelecer relações de sentidos entre teorias concorrentes envolvidas 
nos debates gerais sobre mudanças na EPT; 
 
- Aplicar todas as competências esperadas em sua prática profissional. 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
4 
Algumas palavras iniciais... 
 
 
 
 Neste módulo, Educação Tecnológica, o trabalho foi produzido 
por três autores, que, como pesquisadores e docentes, atuam no mundo 
da pós-graduação, da graduação, do ensino fundamental e técnico e que 
se interessam, particularmente, pelo tema tecnologia. Na concepção do 
material, os três pontos de vista se complementam, mas geralmente e, de 
forma original, não coincidem. Por isso mesmo este conteúdo se constitui 
em um convite à sua reflexão e crítica, conduta natural à formação de 
pós-graduação. 
 Há mais respostas em sua capacidade de pensar e criar, do que 
perguntas, arregimentadas em um espaço como este e isso é muito bom! 
É preciso, portanto, fazer-se mais perguntas e, com elas, construir mais 
conhecimento. 
 O projeto do Curso, de que este material é apenas parte do pri-
meiro módulo, está comprometido com o desenvolvimento pessoal de 
todos nós no tempo-espaço de nossa sociedade e, por isto mesmo, o per-
curso está orientado para a construção, muito mais do que para a repro-
dução do conhecimento. A crítica e a reflexão se enriquecem com uma 
base analítica de conhecimento e de método. Assim, foi construída uma 
narrativa com algumas referências, para nós, importantes. 
 Há que se conhecer sempre mais e, para isto, ler muito mais do 
que o material compilado neste trabalho, recomendação deixada aqui 
com toda a ênfase possível. Nesse sentido e, preservando o valor da críti-
ca, haverá, certamente, outros autores com diferentes pontos de vista que 
contribuirão com o entendimento do leitor. 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
5 
 Quanto ao método, que seja a aventura do experimento! Este 
trabalho reflete um projeto e, por que não dizer, um experimento peda-
gógico...a ser desvelado aos poucos! 
 Em alguns momentos foram adotados dois formatos de letra. O 
texto em itálico contém visões críticas e, às vezes pessoais, do restante do 
material, mais formal e referenciado às fontes da literatura. 
 A leitura é como a respiração, cada um tem seu ritmo, que é in-
fluenciado por muitos e variados fatores. Uma sugestão: de vez em 
quando, feche os olhos e visualize uma imagem do que está sendo trata-
do, como quem lembra de um filme. E reflita como a imagem formada 
espontaneamente se correlaciona com a narrativa que você lê. O que você 
percebe que está acontecendo é CONHECIMENTO! Então abra os olhos! 
 Nos tópicos ―para pensar‖ procure debruçar-se sobre a paisagem 
do texto percorrido e contemple o sentido do todo. As questões elabora-
das têm esta pretensão... 
 Metade do que está escrito, possivelmente, não é verdade... Pelo 
menos para as pessoas que costumam ler pela metade. Para as outras, 
restarão muitas dúvidas, é o que, sinceramente, esperamos! 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
6 
Professor Titular do CEFET/RJ, instituição em que atua, desde 1993, nos cur-
sos de Engenharia e, entre 1998 e 2012, no Programa de Pós-graduação em 
Tecnologia (PPTEC). Graduado Engenheiro Mecânico pela UERJ (1986), Mes-
tre em Engenharia Mecânica (1990) e Doutor em Ciência dos Materiais (1996) 
pelo IME. Desenvolve, junto aos departamentos de Disciplinas Básicas e Ge-
rais, Engenharia Mecânica e de Produção, projetos pedagógicos e atividades 
de ensino especialmente orientados para a formação de engenheiros, particu-
larmente no campo do desenho de concepção, do projeto mecânico com su-
porte numérico e computacional, manutenção e avaliação de ciclo de vida... 
Integra o grupo de pesquisa e estudo sobre o Desempenho nos Processos de 
Trabalho e através da orientação de dissertações de mestrado e projetos de 
iniciação científica discute e desenvolve modelos de representação e sistemas 
de informação para organizações e processos de trabalho. Tem interesse es-
pecial pela discussão conceitual de tecnologia e suas relações com a ciência, a 
educação e a sociedade. Pesquisa e desenvolve trabalhos na área do Pensa-
mento Orientado ao Ciclo de vida e Avaliação de Ciclo de Vida, voltados 
para o desenvolvimento sustentável de produtos. 
 
 
Leydervan de Souza Xavier 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
7 
 
 
 
 
José Antônio Assunção Peixoto 
 
 
Graduado em Engenharia Operacional Eletrônica pelo Centro Federal de 
Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (1973) e em Engenharia 
Elétrica — Modalidade Eletrônica — pela Faculdade de Engenharia Ge-
neral Roberto Lisboa (1979). Posteriormente, concluiu o mestrado em 
Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(1992) e o doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Fe-
deral do Rio de Janeiro (2000). Atualmente é professor do CEFET/RJ, no 
Curso de Engenharia de Produção e no Mestrado em Tecnologia, de 2003 
a 2012. Realizou Estágio Pós-doutoral na Faculdade de Economia da Uni-
versidade de Coimbra, em 2010. Possui experiência na área de Engenha-
ria de Produção, com ênfase em Gerência da Produção e Gerência da 
Qualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: análise organi-
zacional, aprendizagem organizacional, desenvolvimento sustentável, 
gerência da manutenção, em setores diversos, e pesquisas multidiscipli-
nares do desempenho na organização do trabalho. 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
8 
 
 
 
LílianMartins da Motta Dias 
 
 
Fui professora do curso Técnico em Mecânica, do CEFET/RJ, durante 34 
anos. Fui professora do curso de Eng. Mecânica durante 16 anos e atuei 
no Programa de Mestrado em Tecnologia por 8 anos. Participei de proje-
tos de pesquisa e orientei dissertações nesse programa e iniciação científi-
ca na graduação. Sou formada em Pedagogia pela UERJ e sou mestre e 
doutora em Engenharia de Produção pela UFRJ/COPPE. 
Atualmente sou professora/pesquisadora na Universidade Aberta do 
Brasil /Cefet-RJ e consultora na área de Gestão, Qualidade, Educação 
Profissional e Tecnológica e Educação Superior. Desenvolvo projetos de 
ensino na área de educação, alinhados com as políticas institucio-
nais/públicas, órgãos de fomento e outros. Desenvolvo também projetos 
na área de Gestão e Qualidade, realizo consultoria em orientação de car-
reiras para jovens e adultos baseado em método próprio e individualiza-
do. 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
9 
 
A Educação que se Encena... 
Leydervan de Souza Xavier 
José Antônio Assunção Peixoto 
Lílian Martins da Motta Dias 
 
 Seja bem vindo! Nós esperamos, sinceramente, que goste desta 
experiência artística e pedagógica! Já conhece a Chave dos espetáculos? 
Por favor, fique à vontade, temos ainda 15 minutos para a primeira cha-
mada para o espetáculo de hoje. 
 Ao ouvir a terceira sineta, pedimos que se dirija para cadeira 
numerada. Se tiver alguma dúvida, peça ajuda às pessoas com crachá, 
para encontrar seu lugar. Depois do terceiro sinal, só será permitido en-
trar no intervalo do segundo ato. Aqui está seu programa! 
 A simpática atendente se dirige a outro convidado e Você enten-
de que deve prosseguir através do ambiente a sua frente. Ato contínuo 
Você avança, lentamente, pelo salão e escolhe um canto, quando, então, 
começa a folhear o programa em suas mãos, com alguma curiosidade. 
Entre uma vista d'olhos e outra, examina o lugar, as pessoas, pensando se 
reconhece alguém. 
 Você se lembra quando se inscreveu, há algum tempo atrás, no 
Curso, revê espontaneamente algumas expectativas... De verdade não 
imaginava que este momento existisse. E agora ainda se pergunta "o que 
está acontecendo?". Examina o programa mais atentamente e descobre 
que o espetáculo de hoje está previsto para três atos: 
 
 
 
 
AULA 
01 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
10 
 
 
 
 
 
 Você anda por aqui e por ali, olha bem o lugar, que nunca tinha 
tido oportunidade de conhecer. O tempo passa e soa o primeiro sinal. 
Você resolve achar seu lugar com calma e se acomodar antes do último 
aviso. Vem o segundo e o terceiro sinais e, por fim, as luzes são atenua-
das. Você observa que o auditório está repleto e pensa ―quanta gente está 
fazendo esse curso, eu nem imaginava.‖ 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
11 
 
Primeiro Ato 
 
Qual de vocês se interessa por educação tecnológica? 
 
 
 
 
 
 
 Você quase não se contém! Os atores estão no palco, e bem a sua 
frente está Você no palco! Um ator que não apenas se parece com Você, 
mas é como se fosse Você! Você olha para um lado e para outro e as pes-
soas estão surpresas também, mas, aparentemente, com algo que não é 
essa incrível semelhança. Talvez a penumbra do ambiente não as deixe 
reconhecer como Você e Você são idênticos. "Quem é esse ator? Será que 
minha família é maior do que eu imaginava?" 
 Intrigado, Você observa mais e esse Você, que está em cena, apa-
rece em uma sala de aula... e pensando bem, o cenário também lhe parece 
muito familiar: uma reprodução tão perfeita dos ambientes de sua escola, 
que Você poderia jurar que está nela. Mas não é só isto! Alguns dos atores 
em cena lembram demais seus alunos, colegas e outros profissionais de 
seu ambiente de trabalho, mas outros não. O coração acusa a emoção e 
Você não sabe o que está acontecendo. Segura seu Programa e ele é real. 
Isso não é um sonho, mas pode ser uma alucinação! 
 A cena lembra, de alguma forma, o primeiro dia de aula deste 
ano... A sala, o mobiliário, até mesmo as roupas que Você usava, Você 
parece estar usando. Muitos alunos já estão sentados, outros vão chegan-
do e se sentando e a aula começa. 
 Você, em cena, se apresenta à turma e diz que está fazendo um 
curso que está mudando sua forma de ver a escola e a educação. Os alu-
nos ficam curiosos e fazem silêncio. Você explica a eles que a aula de hoje 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
12 
 
1- O que é educação? 
2- O que é tecnologia? 
3- O que é educação tecnológica? 
vai ser diferente e que vão ser discutidas três questões importantes para o 
trabalho do ano inteiro. "Quem vai dar a aula são vocês", diz Você à tur-
ma. "O espetáculo é de vocês hoje!" No quadro branco é projetada uma 
imagem com três perguntas, que Você e Você lêem, quase ao mesmo tem-
po: 
 
 
 
 
 
 
 Essa parte Você não se lembra de ter vivido. Você não discutiu 
essas questões com seus alunos, o que só faz aumentar seu interesse pelos 
diálogos entre os personagens. 
 Você, em cena, pergunta aos alunos o que eles acham sobre a 
primeira questão e, alguns deles, prontamente mostram como seus novos 
smartphones e tablets são exemplos da tecnologia mais recente e mais 
poderosa. Com alguns aplicativos eles arrasam, inclusive buscando na 
hora, na web respostas para as três questões que Você acabou de fazer. Os 
demais lembram o computador, a televisão digital, o microondas e a 
Fórmula 1 como exemplos de tecnologia. 
 Um aluno com grave deficiência visual levanta a mão e diz: "pra 
mim a tecnologia é o Braille. Sem ela eu posso ouvir, mas não posso ler. 
Quase nenhum desses aparelhos dos colegas serve para mim. Eles não 
mudam minha vida em nada. Tecnologia tem que servir para alguma 
coisa e, nesse caso, o que serve para mim, não serve para eles. No meu 
mundo, a luz é quase uma imaginação, eu mal vejo sombras e, à noite, 
não vejo nada, nem usando a lanterna do celular!" 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
13 
 
"Nossa, eu não tem esse aluno em minha turma", pensa Você, "mas ele 
tem razão!" 
 
 Um aluno levanta a mão e, após seu sinal, comenta: ―eu vi um 
filme sobre escolas missionárias na África, em regiões longe das grandes 
cidades. Lá não tem luz, nem água tratada. E as aulas são à sombra de 
grandes árvores, que nem temos por aqui. Todos estão sentados no chão, 
sobre panos, como num piquenique, com suas roupas comuns. Não tem 
nada ou só um quadro negro preso no tronco da árvore e as pessoas con-
versando. Eles fazem isto aproveitando os costumes dos nativos. Lá eu 
acho que não tem nenhuma tecnologia! Será que aquilo é educação?‖ Um 
aluno com Down levanta a mão e comenta: "professor!, minha mãe diz 
que educação começa em casa! Se eles estavam sentados estudando, são 
pessoas educadas, porque estão se comportando bem!" Você pensa, "ou-
tro que eu não reconheço, mas tem razão também!" 
 Outro aluno questiona: ―educação tipo do pai e da mãe parece 
que eles têm, mas não educação tipo como essa que nós temos, como isso 
vai acontecer se não tem tipo escola!‖ Uma jovem intervém: ―mas o filme 
não era sobre escola missionária? Isso era a escola ou o filme mostrava 
outro lugar em que tinha uma escola?" E outro acrescenta: ―ah, mas nes-
ses lugares assim, não tem tecnologia. As pessoas vivem na miséria, no 
atraso. Para resolver, ou leva tecnologia para lá, ou tira as pessoas de lá 
para uma escola de verdade, com internet e tudo mais‖. Outro aluno, sem 
smartphone sobre a mesa, comenta: ―eu fui visitar meus primos no inte-
rior do estado e lá tem escola, tem aula, mas não tem internet nem com-putador. Eles não estão como no caso daquelas escolas missionárias, mas 
todo mundo é muito pobre. A cidade é pequena, tudo lá é muito simples, 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
14 
não é como aqui. Meu tio me disse todo orgulhoso que, no ano passado, 
um aluno dessa escola ganhou um prêmio nacional na Olimpíada de 
Matemática e ele nem tinha computador. Meu tio comentou que esse 
menino tinha mais tempo para estudar, porque não perdia tempo usando 
essas coisas modernas! Esse menino também é do time de vôlei da escola 
e joga muiiito!‖ Ah! mais não pode ter educação tecnológica num lugar 
desses! Os malucos estão vivendo no século passado, tá ligado! Eu não 
guentava ficar lá cinco minutos, sem rede, sem falar com os amigos no 
face‖. Disse uma jovem bem conectada, entre um giro e outro de sua tela. 
 Você, em cena, então, se questiona, como que pensando em voz 
alta: ‖mas o que é tecnologia? Como essas outras pessoas, que vivem em 
outros mundos sociais, como no caso contado sobre as escolas missioná-
rias na África e nas cidades mais pobres, responderiam isso?‖. Os alunos, 
preocupados com o tempo que avança, resgatam Você desta reflexão e 
perguntam ―Professor, e as três perguntas? É pra responder hoje ainda? 
Não vai dar tempo! O que a gente faz?‖. Alguém acrescenta: explicar o 
que é educação a gente sabe, tecnologia também, mas e educação tecno-
lógica? Isso acho que é Você quem vai ter que dizer pra gente, não é, Pro-
fessor?‖ Você se prepara para responder, mas o sinal do recreio resolve 
tocar antes... ―Na semana que vem a gente continua pessoal, ok? Para 
enriquecer, peço que vocês pesquisem o tema na net ou na biblioteca e 
tragam o que acharem interessante sobre educação tecnológica para dis-
cutirmos, ou então, postem na rede, no face ou no grupo do what’s-up da 
turma, combinado?‖ E Você pensa, mas não fala: "como seria essa discus-
são nos outros lugares? Que educação seria essa?" 
 A cortina corre e as luzes se acendem. Hora do primeiro interva-
lo. Você, curioso, se levanta de seu lugar na platéia e busca a galeria de 
informações... 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
15 
 
Cuidado: discurso em obras! Desculpe o transtorno, es-
tamos perguntando para melhorar esse lugar para você! 
 
A Arte, a escola e a tecnologia: conheça sua biografia! 
 As pessoas saem também e em uma ala lateral Você encontra 
uma série de quadros nas paredes, em alguns deles está escrito "Para 
pensar!" Noutros ―Atenção‖ e em alguns ―Recapitulando‖. A ala é longa 
e o tempo é curto, mas Você olha um deles em particular: 
 
 
 
 
 
 
 
"O que isso tem a ver com minha biografia?" Você fica curioso! "será que 
esta galeria é trocada para cada espetáculo ou aqui só se apresentam pe-
ças sobre esse tema?" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
16 
"A vida é uma trama infinda e espetacular de viventes e vividos. Um drama 
de atos e fatos, em eventos, todos eles consequentes, já que ninguém há, que 
deles seja mero espectador, porque todos, tecnicamente, atuam e às vezes, 
se dirigem, fazendo sua arte, por um momento, de verdade." 
Quando começa o seu drama? e o dos outros? Aqui e agora? Ou, antes, 
quando foi representado no teatro dos gregos, em comédias e tragédias? 
Numa arte que busca, deliberadamente, retratar a vida humana, com suas 
emoções e fazer sentir e se emocionar, aquele que a presencia e com ela in-
terage? Ou muito antes, no medo da tribo, clamando sem palavras aos seus 
deuses? ou no ventre da mãe, gestante de expectativas? 
No teatro-lugar preparado para o teatro-espetáculo? Ou antes, e fora dele, 
em ritos, danças, expressões faciais e mesmo no absoluto silêncio? Os dramas 
da vida são encenados? Quando começaram? 
O que faz o ator e o que o ator faz? Educa? Educa-se? Imita alguém ou para 
alguém? A educação é drama? Existe um teatro-espetáculo e um teatro-
lugar para ela? O educador é um ator? E o ator é um educador? Sempre? 
Existe uma vida sem drama? Um drama sem educação? Uma educação sem 
teatro? Um teatro sem texto? Um texto sem autor? Um autor sem curso? 
Qual o seu papel no momento? Qual é o texto? E seu diretor? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 "Algumas coisas fazem sentido. Nessa lógica, aqueles atores e 
Eu....estamos fazendo parte do drama da educação! Nossa, mas essa pa-
lavra parece alguma coisa pesada ou ruim...como tragédia. Mas trocar 
por comédia seria ainda pior! E como inserir a tecnologia nisso? O teatro 
ou mesmo a arte seria uma tecnologia? Uma tecnologia de educação, por 
exemplo? Acho que o menino com deficiência visual e os alunos sob as 
copas das árvores africanas talvez concordassem com essa ideia! Mas isso 
seria teatro?" Você ouve o sinal e avança pela galeria, buscando seu lugar 
na platéia. 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
17 
 
Segundo Ato 
 
Tecnologia: eu quero uma pra viver! 
 
 
 
 
 
 
 
 Você sai da sala de aula, mas não de cena e entra na sala de reuni-
ões dos professores. Uma água e um cafezinho, que ninguém é de ferro. E 
Você pensa: "incrível! até o pote dos biscoitos é igual ao lá da escola! Será 
que eles pediram emprestado?" 
 Um colega se aproxima, pergunta como foram as merecidas férias 
e se Você, em cena, está sabendo das novidades...‖Não, o que houve?‖ 
Você responde. 
 "Logo no final do ano, quando a maioria do pessoal estava de 
férias, o prefeito e o secretário de educação estiveram aqui. A mídia deu 
ampla cobertura, pensei que Você tivesse visto. Eu estava aqui por acaso, 
sabe como é.... Houve muita pressão do Estado, porque nossos indicado-
res de desempenho ficaram abaixo do esperado! E ele convocou todos 
para informar que vai começar um projeto de "Educação do Futuro". Co-
mo assim? Você pergunta. "Ele anunciou que vai implantar wi-fi banda 
larga pública e vai distribuir para cada professor um laptop ou tablet de 
última geração. É preciso usar tecnologia na educação, disse ele. Ele fez 
questão de afirmar que nossa educação será de primeiro mundo e, que 
chega de papel, que simboliza o atraso!" 
 "E os problemas da escola, que o sindicato levantou?" Você per-
gunta quase enfurecido. "Ah! sei não! Disto ele não falou nada...‖ 
"Agora, a secretaria escolar vai ser toda informatizada, digitalizada e em 
rede, ainda este ano! Disse que já ia fazer licitação para não perder tem-
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
18 
po" "Eh, deve ser tecnologia impermeável, né? Porque com o telhado do 
jeito que está, só vai durar um verão, se não for tudo à prova d'água!" 
Você ironiza! E Você pensa: "esse personagem está me realizando!" 
 O colega, de muito boas relações políticas, perde a cor e descon-
versa...mas, se lembra de um detalhe importante. "Ah, tem outra coisa 
que Você talvez não saiba. Como esse projeto é pra toda a escola, vai co-
meçar com uma fase piloto e a sua turma vai ser a primeira! Todas as 
suas aulas serão digitalizadas e vão estar numa plataforma digital cha-
mada Moodle. Assim os alunos vão poder consultar o material on line em 
sala ou em qualquer lugar da cidade. Não é o máximo?" 
Você se aflige e pergunta: "mas eu não sei usar isso, esse Mudoul! Como 
vamos aprender a fazer isto com as aulas já começando nesta semana?" 
―Ah! isto eu perguntei, porque também fiquei preocupado pensando em 
quando for a minha vez, mas o secretário nos disse que nos próximos 
domingos, vamos ter dois turnos de treinamento extra nas escolas. Ele 
disse que o município ia oferecer merenda para nós e para o pessoal de 
apoio. Vai poder fazer a distância o curso, quem já tiver compromissos 
neste período. Quem fizer os cursos pode fazer uma avaliaçãoe se atingir 
as metas, vai ganhar uma gratificação nesse semestre, além do computa-
dor ou tablet.‖ 
"E quando é que eu vou preparar minhas aulas nessa nova plataforma? 
Vai ter alguém para ensinar ou ajudar?" Você pergunta. 
"Ah!, não se preocupe! Com essas novas tecnologias sua vida vai mudar! 
É só Você se acostumar. Não vê como nossos alunos aprendem sozinhos, 
para eles isso é uma tremenda brincadeira! Você vai ter outra qualidade 
de vida!" 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
19 
Você, em cena, se lembra do aluno com deficiência visual e pensa: "eu 
quero uma tecnologia que me ajude a viver! Essa daí, não sei não!" e Vo-
cê, de platéia, lhe dá toda razão! 
 Vem o segundo intervalo e Você, preocupado com o tempo, se 
apressa para achar a tal Galeria de Imagens. Outra ala que parece não ter 
fim. Mas desta vez, só figuras, pinturas, imagens mesmo! Algumas telas 
tem hiperlinks, mas não dá tempo de testar agora para onde eles levam. 
"Outro dia tenho que vir aqui de novo, com mais calma", Você se prome-
te! "Será que esse espaço fica aberto para visitação, ou só quando tem 
espetáculo? Seria bom se fosse como o tal do Moodle, que o secretário 
está empurrando para nós!" 
Há diversas plantas e esquemas sobre o lugar, sua história, a distribuição 
dos espaços, saídas entradas, como as cortinas são acionadas, o que está 
nos bastidores do palco e várias visões de dentro para fora e de fora para 
dentro, considerando o mundo exterior. 
 Uma tela chama a sua atenção. Você examina a planta, sorri dos 
nomes sugestivos dos lugares, que despertam sua curiosidade e imagina-
ção, e localiza seus percursos do dia: a entrada na Chave, a recepção, 
depois o lugar na platéia, o caminho de saída, depois do primeiro ato, até 
a outra galeria e, agora, Você se localiza na Galeria das Imagens. 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
20 
 
 
 
 "Parece meio complexo, não é?" Uma voz gentil atrai seus olhos 
entretidos na parede. É um rapaz com crachá de Tutor – chamado 
D’olhos, ao seu lado. 
Bastidores
Palco
Platéia
Galeria
Das 
Imagens
Galeria 
Das 
Informações
Recepção
Entrada
Praça dos Encontros
B
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Você está aqui!
Mirante do 
Futuro
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Bosque das Artes
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 v
id
a
A sociedade
A Chave 
Palco 
Travessa da Tecnologia
A ch
ave 
dos
Espetáculos
Espaço: o mundo da vida
Convenções e Instituições: as regras sociais
Drama: a educação
Direção: políticas públicas
Liberdade: o papel do educador
Platéia
Curso
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
21 
 "Quando há algum evento, eu procuro acompanhar os Cursistas, e aju-
dar, com a Chave, quando necessário. Neste ponto em que Você está, alguns, 
ficam com muitas dúvidas. Você já sabe onde está? O seu silêncio e esse olhar, eu 
conheço! Quando Você entender o nome deste lugar, tudo vai fazer sentido, os 
horizontes vão se abrir, mas isso é como um enigma! Enquanto isto, algumas 
informações podem ajudar. Por exemplo, o quadro maior com essas molduras, 
umas dentro das outras, vêm de estudos sobre performances feitos por Richard 
Schechner, com algumas adaptações. 
 Esse autor trabalhou em parceria com Victor Turner, antropólogo que 
estudou ritos tribais e outros fenômenos humanos, e, também, se apoiou no traba-
lho de Erving Goffman, sociólogo canadense, que estudou as diversas formas de 
representação das pessoas na vida cotidiana, comparando isto com o que os artis-
tas fazem em cena. Na Galeria de Informações, Você pode encontrar mais deta-
lhes sobre eles. 
 Schechner explorou os diversos contextos (dramas) do desempenho de 
papéis (atuação, ou em inglês "performance") que realizamos. Ele propôs esse 
modelo (de frames) como um método para representar e compreender as atuações 
(como ações de atores em um espetáculo) das pessoas em seus diversos contextos. 
Cada moldura dessas representa um conjunto de significados, valores, objetos, 
espaços físicos. 
 Quando Você está participando de um espetáculo, Você, os atores, os 
diretores e todos os recursos do ambiente compõem o drama, criam o clima e dão 
vida ao que ocorre, interagindo uns com os outros. 
 Numa partida de futebol isso fica claro: os jogadores e os juízes estão no 
campo, ao redor, mas "entrando no campo" está a torcida e olhando para fora, há 
uma superposição de outras coisas, diversos contextos, todos eles conectados. 
Assim há mais frames que representam outras interações com a sociedade como 
um todo e o mundo que contém a sociedade. 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
22 
 Há uma dinâmica integrando estas molduras, de dentro para fora e de 
fora para dentro, numa interação incessante. Cada ator no seu palco particular da 
vida, é uma pessoa do mundo. O mesmo acontece com a pessoa atuando como 
espectador. Todos têm outras conexões para além do momento e do lugar em que 
estão atuando em um drama. Como cada um percebe isso e se influencia ou influ-
encia os outros é uma campo de discussão importante. 
Essa forma de ver pode ser aplicada para um operário em sua máquina no interior 
de uma fábrica, para uma mãe amamentando seu filho, para um soldado em com-
bate, na guerra e, por que não? pode ser aplicado a um professor em sua sala de 
aula, entendeu? Então, também pode ser aplicada para nós dois, aqui e neste 
momento. 
 Quando o ator desempenha seu papel, ele está sob muitas influências, 
precisa ou pretende seguir muitas regras e alcançar resultados combinados com a 
sociedade, mas o que ele faz, nunca se resume a isto. Como o jogador de futebol, 
que tem uniforme, time, regras, as expectativas do campeonato e até a família ali 
pertinho, torcendo. Mas o que ele faz em campo é com ele e seus colegas e depende 
muito da inspiração. Não se diz que o craque faz a diferença e desequilibra o jo-
go? Na lógica dos frames, todo mundo tem seu espaço de craque. Cada gesto, 
fonema, expressão facial, cada desempenho de cada ator, atuando, tem uma parte 
de criatividade, de liberdade, que é única. 
 Isto ocorre em diversos momentos da vida, inclusive quando fazemos 
coisas, aparentemente repetidas, mas nunca idênticas. Você pode olhar nosso 
Curso desta forma, assim como qualquer atuação sua, na vida em geral. É uma 
metodologia baseada em fundamentos interdisciplinares, tais como: filosofia, 
linguística, sociologia, antropologia e arte dramática. Acho que vale à pena Você 
examinar essas imagens mais uma vez, para ver se há novos sentidos para Você, 
agora. Procure pensar em quais frames estão em torno desse nosso encontro, que 
ocorre neste momento. Mais tarde nos encontraremos, eu preciso ir agora, foi um 
prazer!". 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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Quem é Richard Schechner? 
 
 Richard Schechner é Professor Universitário e Professor de Estudos da 
Performance na Tisch School of the Arts, da Universidade de Nova York, e editor do 
TDR: The Drama Review. Richard Schechner recebeu seu diploma de Bacharel em 
Artes pela Universidade de Cornell em 1956, um curso de mestrado da Universida-
de de Iowa, dois anos depois, e um Ph.D. da Universidade de Tulane, em 1962. Ele 
editou The Drama Review, anteriormente o Tulane Drama Review, 1962-1969; e 
novamente a partir de 1986, na década de 2010. Schechner passou a se tornar um dos 
fundadores do departamento de Estudos da Performance da Tisch School of the 
Arts, da Universidade de Nova Iorque. Ele fundou o grupo de Desempenho de 
Nova York em 1967 e foi seu diretor artístico até 1980, quandoTPG mudou seu 
nome para The Wooster Group. A casa de ambos TPG e TWG é a Performing Gara-
ge no distrito de SoHo, em Nova York, um edifício adquirido por Schechner, em 
1968. Naquele ano Schechner assinaram o "Escritores e Editores Guerra Fiscal Pro-
testo" penhor, prometendo a recusar o pagamento de impostos, em protesto contra a 
guerra do Vietnã. Em 1992, fundou a Schechner East Coast Artists, da qual ele era 
O tutor some na longa galeria, entre muitas pessoas indo e vindo. Você se 
pergunta: "se esse lugar se chama a Chave dos Espetáculos, deve servir 
para abrir... mas qual o sentido de se abrir um espetáculo?" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
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o diretor artístico até 2009. Ele adicionalmente escreve para revistas em todo o mun-
do. Na década de 1990, Schechner originou "rasaboxes", uma técnica de treinamento 
emocional para performers e outros. Em março de 2005, o Centro de Richard Sche-
chner para Estudos da Performance foi inaugurado como parte do Shanghai Theatre 
Academy, onde Schechner é professor honorário. A partir de 2007, o Centro de Ri-
chard Schechner para Estudos da Performance no Shanghai Theatre Academy co-
meçou a publicar o bi anual TDR / China. Com o grupo de Desempenho Schechner 
dirigido muitas produções, incluindo Dionísio em 69 baseado em Eurípedes As 
Bacantes, Makbeth baseado em Macbeth, de Shakespeare, grupo Comuna concebeu 
peça, de Sam Shepard O Dente de Crime, Mãe Coragem de Bertolt Brecht e seus 
filhos, O Projeto de Marilyn de David Gaard , de Sêneca Édipo, Cops de Terry Cur-
tis Fox, e Jean Genet do The Balcony. Com East Coast Artists, Schechner dirigiu 
Faust / gastrônomo, de Anton Tchekhov Três Irmãs, Hamlet, de William Shakespe-
are, e de Schechner e YokastaS de Saviana Stanescu, Natação de Lian Amaris para 
Spalding, imaginando O. Schechner também dirigiu na Ásia e África: Cereja ka 
Baghicha de Anton Chekhov, em Nova Delhi, Black Bottom do Sol Huizhu Mingri 
Jiuyao Chu Shan agosto de Wilson Ma Rainey no Festival de Grahamstown, África 
do Sul, de Ésquilo A Oresteia, e Hamlet, de Shakespeare. Enquanto em Nova Orle-
ans 1960-67, Schechner foi diretor produzindo com John O'Neal e Gilbert Moses do 
Teatro Livre Sul e diretor fundador com Franklin Adams e Paul Epstein do Grupo 
New Orleans. Schechner foi fundamental na identificação de muitos escritores ex-
cepcionais, incluindo Sam Shepard, Jean Claude VanItallie, Murray Mednick, Ro-
nald Tavel e Canadian treinado Megan Terry, cujas técnicas ele comparou a Shakes-
peare. Ele descreveu de Terry "Viet Rock" como "elizabetano em escopo e tom." 
Plays, Schechner mantido, deve ser "feito" em vez de "escrita", e ele deu a entender 
que Shakespeare "forjado" grande na virada do século XVII, trabalhando em estreita 
colaboração com florescentes companhias teatrais de Londres. Schechner procura-
ram imitar essa técnica no final dos anos sessenta com o desempenho do grupo. 
Schechner é atualmente editor da série de emenda publicado pela Gaivota Livros e 
editor dos Mundos de série Desempenho publicados pela Routledge. 
 
 
 
fonte: http://finslab.com/enciclopedia/letra-r/richard-schechner.php 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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Você sabe quem foi Erving Goffman? 
Erving Goffman nasceu em Manville, Alberta, no Canadá em 11 de Junho de 1922 e 
faleceu em Filadélfia no Estado da Pensilvânia nos Estados Unidos da América no 
dia 19 de Novembro de 1982. Obteve o grau de bacharel pela Universidade de To-
ronto em 1945, tendo feito o mestrado e doutoramento na Universidade de Chicago, 
onde estudou tanto Sociologia como Antropologia Social. Em 1958 passou a integrar 
o corpo docente da Universidade da Califórnia em Berkeley, tendo sido promovido 
a Professor Titular em 1962. Ingressou na Universidade da Pensilvânia em 1968, 
onde foi professor de Antropologia e Sociologia. Em 1977 obteve o prémio Gugge-
nheim. Foi presidente da Sociedade Americana de Sociologia, em 1981-1982. Efectu-
ou pesquisas na linha da sociologia interpretativa e cultural, iniciada por Max We-
ber. Em ―La mise en scène de la vie quotidienne‖, Goffman desenvolve a ideia que 
mais identifica a sua obra: o mundo é um teatro e cada um de nós, individualmente 
ou em grupo, teatraliza ou é actor consoante as circunstâncias em que nos encon-
tremos, marcados por rituais posições distintivas relativamente a outros indivíduos 
ou grupos. Goffman aplicou ao estudo da civilização moderna os mesmos métodos 
de observação da antropologia cultural: assim como, nas sociedades indígenas, há 
ritualizações que permitem distinguir indivíduos e grupos, também, nas sociedades 
contemporâneas, a origem regional, a pertença a uma classe social ou quaisquer 
outras categorias se marcam por ritualizações que distinguem indivíduos e grupos, 
tomando por exemplo pequenos aspectos, como as formas de vestir ou de se apre-
sentar publicamente. No contexto descrito, Goffman considera a interacção como 
um processo fundamental de identificação e de diferenciação dos indivíduos e gru-
pos; de resto, os mesmos, isoladamente, não existem; só existem e procuram uma 
posição de diferença pela afirmação, na medida em que, justamente, são "valoriza-
dos" por outros. Estudou a interacção social no dia-a-da, especialmente em lugares 
públicos, principalmente no seu livro ―A Representação do Eu na Vida Quotidiana‖. 
Além disso, em seu livro intitulado ―Estigma, Notas Sobre a Manipulaçao da Identi-
dade Deteriorada‖, aborda aspectos interessantes a respeito das marcas vistas nega-
tivamente em relaçao aos aspectos corporais, raciais, ou mesmo de paixões tirânicas. 
Para Goffman, o desempenho dos papeis sociais tem a ver com o modo como cada 
indivíduo concebe a sua imagem e a pretende manter. Estudou também com especi-
al atenção o que chamava de "instituições totais", lugares onde o indivíduo era iso-
lado da sociedade, tendo todas as suas actividades concentradas e normalizadas. 
Pode-se citar com exemplo as prisões, os manicómios, os conventos e algumas esco-
las internas. No campo da linguagem Erving Goffman contribui com o estudo da 
interação humana, introduzindo o conceito de "footing". Footing representa o "ali-
nhamento, a postura, a posição, a projecção do 'eu' de um participante na sua rela-
ção com o outro, consigo próprio e com o discurso em construção." 
Fonte: RIBEIRO, Branca Telles & GARCEZ, PEDRO M. disponível em 
http://jabarata.blogspot.com.br/2011/02/os-pais-da-sociologia-erving-goffman-n.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
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Quem foi Victor Tuner? 
Victor Turner casou-se em 1943 com Edith Davis, com quem teve filhos e em 1949 
gradua-se em Antropologia na U.L. tendo estudado com Leach, Radcliffe-Brow, 
Forde e Firth. Possuia interesse em estudar o movimento hippie, as peregrinações, 
os heróis nacionais, os franciscanos, o mundo religioso e o seu profundo interesse 
pelo caminho da santificação, analisados através dos ritos e dos símbolos. Como 
escocês Victor Turner, enfrentou obstáculos para conseguir visto de trabalho quando 
aceitou a oferta da Universidade de Cornell, transferindo-se de Manchester, Ingla-
terra para Ithaca, Estado de Nova York, nos Estados Unidos. Entre os anos de 1951 
até 1954, Turner fez pesquisa de campo junto ao povo Ndembu, localizados no no-
roeste da Zâmbia, no centro sul da África observando o sistema ritual desse povo 
juntouseus ensaios na Floresta de Símbolos, através dos quais delineou um novo 
modo de lidar com os rituais e com os símbolos. Após seus estudos com o povo 
Ndembu, Turner retorna para os Estados Unidos e nos anos 60 do século passado, o 
autor viveu os períodos mais significativos para a sociedade e a cultura americana, 
foi uma década histórica para os americanos, no entanto Victor não residiu toda a 
década naquele país, mas intercalou, entre uma vida dura de pesquisas etnológicas e 
ensino universitário, e viagens rotineiras entre o Rio e Niterói e jornadas que leva-
ram-no ao sertão paraense e goiano do médio rio Tocantins, para visitar as aldeias 
dos índios Gaviões e Apinayé e, a partir de agosto de 1963 ao riquíssimo ambiente 
material e intelectual do então Departamento de Relações Sociais da Universidade 
de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos. Nos períodos entre 
1964 e 1967, suportou o endurecimento do clima político nacional brasileiro, viven-
do em aldeias indígenas isoladas, quase como um renunciante do mundo, após 
voltou a Harvard como candidato a doutorado em 1967, e ali viveu ininteruptamen-
te até 1970. Nesta instituição obteve seu doutoramento em antropologia na década 
de 1973. Em 1969 o autor publica The Ritual Process: structure and anti-structure, 
onde desenvolveu as noções de liminaridade e communitas a última sendo baseada 
na liminaridade de Van Gennep, pois como explica Turner (2005, pág. 137), o ―perí-
odo liminar‖ que Arnold Gennep caracterizou como ritos de passagem, definidos 
como ―ritos que acompanham qualquer mudança de lugar, estado, posição social ou 
idade‖. Gennep mostrou que todos os ritos de transição vêm marcados por três 
fases: separação, margem (ou limen) e agregação. Turner foi criador de uma antro-
pologia do drama e do ritual, o qual propunha um programa de análise no qual a 
vida ritual deveria ser vista como um mecanismo privilegiado de valores negativos 
e ou reprimidos que eles trazem a tona, através de objetos especiais e gestos bizarro, 
um conjunto de ―símbolos‖ interligados, verdadeiros caminhos ou sendas, que vis-
tos em conjunto parecia uma floresta cuja exploração transformava. Outro elemento 
importante é a noção de que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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os símbolos fazem coisas, e com isso transformam situações, estados e pessoas. Tur-
ner, foi obrigado a descobrir o papel dos símbolos, quando foi estudar os conflitos 
endêmicos da sociedade Ndembu, sem dispensar a questão de um centro pelo qual 
passavam os atos rituais. Os seus trabalhos são fortemente influenciado pelo estru-
tural-funcionalismo britânico do período, mas aparecem neles uma forte tendência a 
uma ruptura da perspectiva estrutural passando a uma abordagem simbólico-
interpretativa nas sociedades por ele estudadas. Sendo esta a sua contribuição para a 
Antropologia, onde os símbolos são uma forma de interpretação cultural de uma 
sociedade. 
 
fonte: SILVA, C.S.C.G. Vida e Obra de Victor Turner, Dissertação de Mestrado. 
Universidade Federal de Pelotas, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Richard Schechner Ervin Goffman Victor Turner 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
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Terceiro Ato 
 
o que é real? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você, em cena, depois do intervalo do cafezinho, vai assistir uma palestra 
com os colegas e alunos de várias turmas. Em cena está um auditório 
grande, quase do tamanho daquele de onde Você assiste o espetáculo. A 
expectativa é grande, pois o tema é Educação e virtualização, o futuro da 
escola. Você está ainda mais preocupado, depois da notícia que recebeu 
sobre sua tarefa de montar aulas no Moodle. "Será que isso vai explicar o 
que é essa Educação do Futuro, que o prefeito quer implantar?" 
Você pensa com os botões de seu smartphone: "tá aí uma palestra que eu 
gostaria de assistir em nossa escola, no meu mundo real!" 
No auditório dentro do palco, uma tela enorme aparece e Você, em cena, é 
informado que será uma palestra não-presencial. E pensa em voz baixa: 
"que pena, gostaria de conhecer pessoalmente esse autor, já li algumas 
entrevistas com ele. Assim não vai ter a mesma graça!" 
 No lado de cá, um colega assume o papel de apresentador-
entrevistador (E). 
(E) Boa tarde Professor! Como o Senhor sabe, todos aqui temos interesse na 
educação tecnológica e gostaríamos de ouvir algo sobre a educação e suas 
perspectivas nesses tempos de cyberspaço e ambientes virtuais! Que futuro nos 
espera, ou podemos construir! 
(P) Boa tarde, prezado amigo! Boa tarde a todos! Hoje estamos convivendo com 
expressões como empresas virtuais, economia virtual, educação virtual. E 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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precisamos pensar um pouco sobre o que é essa virtualidade toda! Para isto, vou 
me apoiar na abordagem de Pierre Lévy, basicamente, no conteúdo deste livro. 
O palestrante mostra o livro: ―O QUE É O VIRTUAL? ― de Pierre Lévy. 
(E) Acho que todos conseguiram visualizar, mas quem precisar de maiores 
informações, basta nos procurar depois da apresentação. Você reconhece esse 
autor em um dos quadros da Galeria de Informações. 
(P) Neste livro, que não poderemos esmiuçar neste espaço de tempo, Lévy trata de 
um processo que denomina de Virtualização e defende que precisamos estudá-lo e 
nos adaptarmos a ele, para enfrentarmos as mudanças intensas que estão 
ocorrendo em nossa sociedade e que, mesmo fazendo parte de um processo social 
natural, podem trazer impactos terríveis para todos nós. Educação e educação 
tecnológica têm tudo a ver com virtualização, como pretendo mostrar. 
(E) A virtualização seria uma decorrência da informatização com auxílio de 
computadores e o uso da internet, como está ocorrendo em larga escala desde o 
século XX? 
(P) A virtualização seria um processo tão antigo quanto o homem, mas que se 
acentua com a disponibilidade dos meios de informação, transporte e 
comunicação mais recentes. 
Para entendermos isso, é preciso começar com os quatros modos de ser propostos 
por Lévy: o real, o potencial, o atual e o virtual. A virtualização, como veremos, é 
uma transformação de outro modo de ser para o modo virtual. 
(E) E como este processo ocorre? 
(P) Vou dar um exemplo, para tentar resumir. Primeiro uma questão: vocês 
aceitariam um bolo com café após esta sessão? Pelo horário, a proposta me deu 
água na boca! Eu acho que senti até o cheiro do café! E vocês? Também, não é! 
Mas curioso é que cada um pensou em um bolo e em um aroma de café. Mas nos 
causaram sensações físicas reais. Tudo começou com meu convite, com as 
palavras bolo e café, que estão em nosso imaginário, digamos assim. Mas se eu 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
30 
tivesse sugerio geléia de agar agar, ocorreria o mesmo? Pela expressão torcida de 
vocês, acho que não! 
Bom, agora imagine na Europa após o Renascimento, quando alguém resolveu 
sofisticar as receitas de pão existentes e inventou um prato novo para agradar a 
nobreza. Esse seria o ancestral dos bolos que comemos hoje nas festas e 
encontramos em diversas formas e receitas. 
Antes do cozinheiro preparar a massa, assar e experimentar, não existia esse 
prato, na sua primeira configuração bem sucedida. Ninguém tinha feito ou sabia 
como fazê-lo. O projeto do prato existia na imaginação do confeiteiro, como um 
problema que ele queria resolver. Ao fazê-lo, o bolo ganha existência material, 
presença física. Com uso dos meios técnicos da época, comconsumo de energia e 
de ingredientes e trabalho sobre a matéria, o bolo foi realizado. Isto, 
possivelmente, após várias tentativas e experimentos que não foram registrados. 
Antes, poderíamos pensar no prato novo como uma possibilidade imaginada, mas 
não prevista ou conhecida de antemão. Ao experimentar e produzir o bolo, o 
cozinheiro “materializou” pela primeira vez uma ideia. Mas, como ele não sabia 
se daria certo, a solução encontrada foi inesperada. 
Na conceituação proposta dizemos que o bolo existia virtualmente, mas ao ser 
feito pela primeira vez, ocorreu uma atualização, ou seja o virtual “ganhou uma 
existência”. Nesse caso também ganhou uma existência física, foi realizado a 
partir dos ingredientes, das substâncias existentes. Basta lembrar que os 
ingredientes, os utensílios e a energia existiam, mas não constiuiam nenhum 
bolo. 
Vamos sublinhar que o bolo feito era real e foi consumido até a última migalha. 
Porém, o acontecimento de sua realização satisfatória, nunca mais acabou. Ficou 
na mente e na vivência de todos que experimentaram e inspirou novas propostas 
e projetos ou problemas para se fazer outros bolos, iguais ou não ao primeiro. 
Esse processo chegou até nós e continuará. Daí haver muitos bolos em nosso 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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imaginário, associados à palavra bolo. Todos são bolos virtuais, que podem ser 
atualizados ou não na hora do lanche. 
Assim, o problema do bolo que estava virtualmente na cabeça do cozinheiro, foi 
atualizado no acontecimento e essa experiência foi novamente virtualizada, até 
que outro acontecimento produza nova atualização. Este problema virtual não se 
consome, não se desgasta e não muda com a existência e o consumo da substância 
do bolo. 
Digamos, agora, que, ao final de muita experiência, chegou-se ao bolo 
considerado ideal e alguém teve a ideia de anotar todos os passos dados e todos 
dos detalhes de como fazer esse bolo, escrevendo um receita. 
Anos mais tarde, fazendo uma pesquisa na biblioteca, uma estudante de 
gastronomia encontra a receita do bolo antigo e resolve reproduzi-la. 
Ela espera produzir o bolo descrito, como alguém que espera encontrar uma 
pessoa no aeroporto, de quem recebeu uma fotografia antiga. Sabe quem é e a 
qualquer momento a possibilidade vai se transformar em fato, quando ela 
aparecer. Essa possibilidade, na abordagem de Lévy, é um estado potencial, 
aguardando as condições para ser realizado, ou seja se tornar real. A receita é o 
bolo em estado potencial. 
A realização do bolo pela estudante não muda a receita, mas a jovem pode ir além 
e se interessar pela questão de como produzir bolos, virtualizando sua 
experiência, colocando a questão em um estado potencial, até que faça novo 
experimento. Nesse caso, não será algo prescrito como a receita, mas algo novo, 
totalmente inesperado e desconhecido. Algo que está virtualmente esperando ser 
atualizado e/ou tornado real. Ela pode escrever uma nova versão da receita que 
vai se somar ao conhecimento ou ao interesse virtual sobre bolos. Assim temos o 
bolo real, que se come; o bolo potencial, na receita; o bolo virtual no imaginário, 
como projeto ou problema e, o bolo atual, como a experiência obtida e, em 
seguida, virtualizada. 
(E) Então o virtual se transforma em atual e o potencial se transforma em real? 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
32 
(P) Isso mesmo! Mas o real não pode ser transformado de volta em potencial. Já o 
atual pode ser virtualizado. O que é virtual pode ser compartilhado e distribuído, 
como um problema, sem ser desgastado. Já o que é real, não. 
(E) E a receita é real, atual ou virtual? 
(P) A receita, como papel escrito é algo real, mas o conhecimento que transporta é 
virtual, está em estado de potência. A informação codificada em texto ou em 
figuras só vai ser atualizada em conhecimento, ou acontecer, quando alguém se 
interessar por ela, ler e entender o que alguém registrou anteriormente. 
(E) Como a virtualização afeta nossas vidas? 
(P) A virtualização significa, em geral, eliminar vínculos de espaço e de tempo, 
papeis e relações sociais. Isto afeta as formas de organização da sociedade, os 
sistemas de valores e as relações humanas. 
Ela produz novas formas de inteligência, interfere na construção de valores e de 
identidades; Lévy afirma que ela é responsável pela nossa sobrevivência como 
espécie. Ele também escreve na página 147 
 
“Creio que o sofrimento de submeter-se à virtualização sem 
compreendê-la é uma das principais causas da loucura e da violência de 
nosso tempo.” 
 
(E) É, esses conceitos são fortes. O Professor pode explicar melhor como isso 
funciona? 
(P) A virtualização é o processo com que compartilhamos informação, 
produzimos cultura, criamos e mudamos nossa sociedade. 
A linguagem é o exemplo fundamental deste processo histórico. Ao criarmos uma 
linguagem, atualizamos uma necessidade virtual de nos comunicarmos, de 
estarmos com o outro. Essa linguagem, primeiro falada e mais tarde escrita, 
virtualizou nosso interior, nossas emoções, ideias e permitiu que os outros 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
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pudessem atualizá-las. Não é preciso detalhar o efeito disto na paisagem terrestre, 
não é mesmo? Os símbolos, números e outros elementos vão na mesma direção. 
Mais tarde, a escrita fez com o que o contexto da interação face a face, fosse 
virtualizado e pudesse ser atualizado em outro tempo, em outro lugar, com 
interpretações singulares a cada leitura. 
A problemática que interessa a um homem de um momento passou a estar 
virtualmente à disposição de todos os demais, com acesso a um suporte material, 
como um texto escrito, em qualquer lugar e em qualquer tempo. 
(E) Esse processo, então, nunca para? 
(P) Não, ele é contínuo e crescente. 
(E) O que gera esse crescimento? 
(E) A disponibilidade de novas velocidades de interação social, de novos suportes 
materiais para registro e comunicação. 
No passado a disponibilidade do virtual era muito mais restrita do que hoje, 
assim como as possibilidades de virtualização em sentido contrário ao da 
atualização. O tempo de interação era mais afetado pelas distâncias entre os 
sujeitos do que hoje, com os meios de transporte e de comunicação do século XX e 
XXI. 
A multiplicidade de contatos aumenta as possibilidades (combinações) e 
frequência de atualizações e de virtualizações, em relação ao passado recente. A 
internet é um exemplo disso. Onde estão essas informações? Em qualquer lugar 
que alguém se conecte; a informação é atualizada em conhecimento. Ao acessar e 
operar, o que o internauta faz, escolhe ou rejeita; compra ou vê, realimenta 
diversos mecanismos que realimenta a rede e aumentam o estoque virtual. 
Quando você usa um buscador repetidas vezes, a sua lista de respostas é diferente 
das dos demais, ela é personalizada como efeito de seu histórico de buscas, para 
atender critérios comerciais e atender patrocinadores que sustentam os sites. 
(E) Como relacionar a educação com esse processo de virtualização? 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
34 
(P) Conceitualmente, começamos com o fato de que a educação pode existir nos 
quatro modos: potencial, real, virtual e atual. Podemos associa-la à realização, à 
atualização e à virtualização. Cada modo de ser e cada processo de transformação 
tem suas características e implicações. Em geral, esses são fenômenos 
complementares e indissociáveis. 
(E) Vamos aprofundar essa abordagem? 
(P) Vamos! A problemática da educação é, virtualmente, atender as demandas da 
sociedade, que variam infinitamente ao longo da história, com o lugar, os 
condicionantes, o contexto político, os valores sociais, morais, entreoutros. Cada 
iniciativa educacional é uma atualização desta problemática virtual, em geral, 
realizada através de um projeto de ação e organização social. 
(E) Então a escola seria uma atualização da educação virtual? 
(P) A escola, como projeto, é virtualmente uma solução desta problemática, 
construída pela sociedade ocidental. Cada projeto de escola, em conformidade com 
uma abordagem particular política, filosófica, religiosa ou econômica, é uma 
forma potencial de educação que pode ser realizada em determinado espaço e 
tempo. Cada vivência em dada escola pode ser, em sentido inverso, virtualizada e 
compartilhada, elevando a complexidade da educação virtual. 
(E) Então quando podemos falar de uma educação virtual? 
(P) Hoje em dia o virtual assume significado de ilusório, ou de algo que acontece 
“dentro da realidade do computador”. Essas abordagens podem, eventualmente, 
apresentar um fundo de verdade, mas são superficiais para lidar com a 
virtualização. 
(P) Acredito que há duas abordagens prioritárias para educação virtual; a 
primeira se refere à virtualização das instituições sociais usadas historicamente 
para promover a educação. Instituições como a escola, o professor, o diploma, o 
curriculum, os projetos pedagógicos de formação geral e técnica; 
(P) A segunda abordagem se refere à educação como processo para nos 
preparamos e às gerações futuras para mediar e explorar o processo de 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
35 
virtualização. Seria uma atualização da educação visando construir uma 
sociedade melhor que a atual, alinhada com valores como inclusão, interação das 
diferenças, cooperação e decisões participativas universais, usando os recursos de 
virtualização deliberada e intencionalmente, ao invés de resistir a esse processo. 
(E) As instituições estão sendo virtualizadas? O que isto significa? 
(P) A escola como espaço exclusivo da educação, o professor como fonte difusora 
do conhecimento e o diploma como reconhecimento de competência, por exemplo, 
estão sendo resignificados ou revalorizados com a virtualização. Um exemplo 
disto é que a disponibilidade em rede e no cyberspaço de informações e relações 
virtuais desconhece as fronteiras de tempo e de espaço da escola, assim como a 
autoridade presencial e estatutária dos atores da escola. 
(E) Resignificar pode ser um eufemismo para eliminar? 
(P) A virtualização, infelizmente, pode implicar exclusão da relação, alienação da 
informação e confisco ou desvalorização do valor. A maioria dos professores se 
ressente de uma forma de perda de identidade, de autoridade e de atenção de seus 
alunos. Outros profissionais sentem o mesmo, em suas áreas. Isto é geral. 
No caso da escola, os alunos têm outros interesses com que querem se conectar e a 
escola parece congelada no tempo, diante da velocidade dos acontecimentos – ou 
diríamos nós- da atualização livre e frenética do virtual, competindo com a 
pesada inércia do real. 
O ritmo das atualizações exclui, aliena, elimina o valor de muitas atividades 
profissionais e isto acontece com os profissionais da educação também. Algumas 
empresas e serviços foram virtualizados, através de sites e formulários 
eletrônicos. O caixa eletrônico dos bancos, parte do imposto de renda, são alguns 
exemplos do nosso dia-a-dia. Antes eram pessoas em carne e osso e localizadas em 
repartições, que faziam esses serviços, ao longo de uma vida inteira. Isso hoje é 
tudo virtual, atualizado pelo acesso a um site. 
(E) O que será a escola do futuro? Virtual? 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
36 
(P) Alguns autores veem a virtualização como uma desumanização terrível, mas 
há outras possibilidades mais otimistas. 
(E) O professor poderia ser virtualizado, como os avatares de alguns sites? Que 
tal um curso a distância, com professores virtuais – atualizados e customizados 
por cada aluno, como a voz do GPS nos carros que podemos escolher? 
(P) Isso já acontece, de certa forma. Essa perspectiva é virtualmente possível, se 
não fizermos opção por outras formas de atualização e realização! Daí a 
importância de se discutir a virtualização em profundidade, pensando nos 
desdobramentos filosóficos, sociológicos e antropológicos do problema, como 
sugere Lévy. E, também, de se usar a educação para produzir uma virtualização 
com outra intencionalidade. 
(E) E por onde começamos, Professor? 
(P) Primeiro é preciso pensar que a virtualização é um processo em curso, que 
não pode ser evitado, mas que as realizações e atualizações podem ser discutidas, 
escolhidas e criticadas. As atividades da economia, da ciência, assim como todas 
as atividades humanas integram esse processo. 
A virtualização pode intensificar as experiências políticas, econômicas sociais e 
ecológicas que conhecemos, em uma direção que parece inviável para a 
humanidade ou, pode ser usada para ativar novas formas de organização e relação 
social, com uma ética capaz de lidar com fenômenos como a desterritorialização, a 
desintermediação e a interação inclusivista e democrática de todos os atores 
sociais, conforme propõe Lévy. 
(E) Então continuamos com o desafio de educar para um futuro melhor, só que 
incorporando a compreensão do processo de virtualização? 
(P) Virtualmente, sim! E com as ferramentas da virtualização à nossa disposição. 
(E) Como a educação tecnológica entraria nesse contexto? 
(P) A técnica é uma das formas históricas de virtualização que vem 
transformando nossa sociedade e nossa espécie. Assim a discussão de tecnologia e 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
37 
de educação tecnológica, seja qual for o enfoque, está diretamente ligada à 
discussão sobre virtualização. 
(E) O Professor pode explicar melhor essa característica da técnica? 
(P) Quando temos um problema para resolver, isto está no campo do virtual. 
Olhamos em volta, pensamos, pesquisamos, imaginamos, experimentamos, até 
conseguirmos resolver o problema. Esta seria uma etapa de projeto, que ocorre no 
interior da consciência. Às vezes desenvolvemos uma ferramenta, um 
procedimento, até que se consolide uma técnica para solução. Essa técnica é uma 
atualização de todo esse processo virtual, assim como a ferramenta. Cada vez que 
for aplicada ou usada, essa informação virtualizada vai ser materializada e sua 
experiência vai ser virtualizada até novos usos. 
(E) Como o bolo, por exemplo? 
(P) Sim, o bolo é um artefato que condensa uma técnica virtual, como um 
martelo, um automóvel, um computador ou uma instituição social, como o 
casamento, a escola, o hospital, a igreja ou a Justiça. As ferramentas e as 
máquinas virtualizam nosso corpo, porque podemos atuar, em outro lugar ou 
tempo através delas, como no caso de um robô que controlamos pela voz ou pelo 
movimento de partes de nosso corpo. Assim discutir técnica é discutir 
virtualidade e virtualização. A educação para lidar com isto, conceitualmente, é 
fundamental para trabalhar a virtualização que ocorre em escala global. 
(E) Professor, o tempo está se esgotando, infelizmente, mas eu lhe pergunto: qual 
o impacto da virtualização sobre a Terra, como um todo? 
(P) A sociedade contemporânea já se deparou com o fato de que realizar o que era 
potencial implica gastos de energia irreversíveis e impactos ambientais, sociais e 
econômicos, que afetam a sustentabilidade de nossa existência e das gerações 
futuras. Nós ainda não conhecemos uma teoria sobre os impactos associados à 
virtualização nesses termos, mas parece razoável pensar que as formas de 
produção, de medição de valores, de definição de direitos e deveres sociais, usadas 
atualmente não são adequadas a níveis mais amplos e inevitáveis de 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
38Como sair do teatro? 
virtualização. Precisamos criar novas teorias e sistemas para lidar com isso. 
Novas concepções de educação também! 
(E) Professor, muito obrigado. Podemos contar com sua presença novamente? 
(P) Eu agradeço o convite e a oportunidade e claro, estaremos juntos novamente. 
 
 Você, em cena, e seus colegas vão deixando o auditório e 
comentam que esse livro de Pierre Lévy deve ser muito interessante. 
Nunca tinham pensado nisto, mas faz sentido…Você pensa "Eu acho que 
deveria falar sobre isso com os garotos na semana que vem! Se o 
Secretário de Educação e o Prefeito estivessem aqui, teriam alguma coisa 
para mudar naqueles seus discursos! Nós vamos acabar sendo 
virtualizados, junto com escola! Mas, pelo menos, acho que os políticos e 
os administradores correm o mesmo risco! O que será que os alunos 
pensam sobre isso? E aquela história da escola missionária da África, 
―onde não há escola‖? Seria uma forma de atualização, do que nós aqui 
entendemos virtualmente por escola? Mas com que tecnologia isso 
ocorre?" 
 
 
 
 
 As luzes se apagam e as cortinas cobrem o palco. Você e os 
demais atores aparecem para cumprimentar o público e são aplaudidos 
com carinho. O espetáculo acaba e, enquanto as pessoas vão deixando o 
lugar, Você aproveita para olhar os detalhes do teto, das paredes, e fica 
pensando como Você mexeu com Você. ― -Como isso foi acontecer? Será 
que alguém me filmou sem eu saber? Era muito real! Será que foi uma 
ilusão ou uma atualização minha? Isso seria uma realidade virtual no 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
39 
teatro? Eu me senti realizado em algumas falas do ator! Ou seria 
atualizado? Será que o Tutor pode me ajudar com isso?‖ 
 
- Com licença! Eu vi que você ficou aí mais um pouco e nós queríamos ouvir sua 
opinião…‖ alguém arranca Você de sua viagem… 
 
 Só então Você percebe que outras quatro pessoas na extremidade 
de sua fileira de poltronas, não tinham saído. São duas mulheres e um 
homem, que conversam animadamente, enquanto aquele outro homem, 
de pé ao seu lado, acaba de chamá-lo. Depois das apresentações, Você 
fica sabendo que todos são cursistas e não se conheciam antes da peça. 
Um é economista, outro pedagogo; uma jovem é socióloga e outra 
psicóloga. Cada um deles estava intrigado com um fato: ao longo da peça 
eles estiveram lá, em um dos personagens e queriam verificar sua 
opinião…se Você se sentiu assim e se reconheceu algum deles nos 
personagens. 
 Você fica surpreso e confuso, porque ao prestar atenção às 
pessoas, não percebeu essa semelhança com os atores, que cada um 
afirmou existir. Eles também não viram a óbvia semelhança entre Você, 
em cena, e Você. Uma coisa paradoxal! Se eu me vi, eles devem ter se 
visto, mas ningúem reconheceu mais ninguém além de si mesmo! 
 Será que eles estão fazendo o mesmo curso, ou o convite para o 
espetáculo foi para diferentes cursos? Você lê os folhetos da peça que 
cada um recebeu: todos eram de um curso de Especialização em 
Educação Tecnológica, mas cada um estava mais convencido de que o 
outro de que a peça era para si, segundo sua área de formação 
profissional, considerando curioso que os demais estivessem ali também. 
Você fica pensando… "será que educação tecnológica para um 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
40 
economista é algo tão difente assim do que se apresenta para um 
educador, como eu?" O debate entre os quatro prossegue ao seu lado, 
mas como uma cena distante para Você, que, agora, se lembra da Galeria 
de Imagens e tenta se localizar em um daqueles lugares e pensa nos 
frames de Schechner. 
 Olha para o palco, pensa na peça e no desempenho dos atores. 
"Quem serão eles? Parecia tão real o drama dos personagens, quanto o 
que Você vive na escola, a diferença é que lá não tem platéia, como aqui. 
Como nós estamos fazendo parte deste drama? Existirá uma direção 
envolvendo os outros atores e nós aqui?" 
 "Seria tão bom se eu pudesse encontrar com Você e os outros 
atores, fora do palco e perguntar quem é ele, como esse texto foi escrito e 
de que forma esses cenários tão realistas foram montados. Conhecer os 
outros frames além do espaço do drama!" 
 "E a palestra a distância? Eu acho que aquele professor não era 
um ator. Não me lembro se ele era o homem de quem eu já ouvi falar. 
Será que ele era como o Você? E será que em toda peça eles entrevistam 
aquele homem? Eu precisava assistir isto outro dia para conferir." Você 
procura seu folheto com o programa, que caiu sob a poltrona e finalmente 
o encontra. Vira a última página em busca da programação para os 
próximos eventos: 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
41 
 
A Chave dos Espetáculos orgulhosamente 
apresenta sua programação: 
 
A educação que se encena 
Educação, uma parte da história 
A Tecnologia Colecionada 
A Tecnologia Conceituada 
As Pedagogias - Parte 
As Pedagogias - Parte 
As Pedagogias - Parte 
... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Você percebe que os outros eventos são diferentes. "Ah! mas 
talvez eu possa entender melhor essa história conversando com os outros 
colegas, saber como vieram parar aqui. E a questão da identificação com 
os atores? Como a psicóloga caiu nessa também? Seria interessante ouvir 
o sociólogo sobre o que ocorreu na peça, essa sensação de virtualidade". 
Você se vira para o lado, mas eles já se despendem de longe, fazendo o 
movimento de sair rapidamente, pois as luzes estão piscando, 
convidando todos a ir embora. 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
42 
 
Os objetivos, o conteúdo, o método e o recapitulando não 
vão ser explicitados, a priori. Esses elementos devem ser 
percebidos pelos cursistas e construídos, mesmo sem con-
senso, nas discussões com os colegas e tutores desde o pri-
meiro fórum e ao longo das atividades. Esse material deve 
se objeto de um fórum ou wiki ao final. 
 
Boa Pesquisa! 
 D’olhos, então, aparece na porta da Galeria das Imagens e acena 
para Você. 
 
"E então? o que Você achou da Chave dos Espetáculos? Conseguiu se localizar 
com a sua atuação de hoje? Quando Você retornar aqui nos outros eventos, vai se 
familiarizar progressivamente com o ambiente, mas agora, precisa voltar para o 
Curso e encontrar seus colegas." 
 
 Então, Você se despede do tutor e segue pela Galeria das 
Imagens, alcança a recepção e atravessa a saída, imaginando encontrar a 
Praça dos Encontros e a Travessa da Tecnologia...ou a Ladeira do 
Educador...Mas isto não acontece. Na realidade, Você chegou na 
página.x,.bem no lugar que escolheu para estudar! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 – A Educação que se Encena... 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Final 
 
Escreva um pequeno texto contando para alguém que não 
faz o curso, o que aconteceu com Você, onde esteve e o que 
achou da experiência pedagógica. Empregue a representa-
ção de frames e personalize-a para adequá-la a sua nar-
rativa. 
 
Bom trabalho e até a próxima aula! 
 
Módulo 1 – Educação Tecnológica 
44 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
RIBEIRO, Branca Telles & GARCEZ, PEDRO M. disponível em 
http://jabarata.blogspot.com.br/2011/02/os-pais-da-sociologia-erving-
goffman-n.html 
 
SCHECHNER, R. Performance Theory, Routledge, NY, 1988. ISBN 0–
415–31455–0. 
 
______. http://finslab.com/enciclopedia/letra-r/richard-schechner.php 
 
SILVA, C.S.C.G. Vida e Obra de Victor Turner, Dissertação de Mestrado. 
Universidade Federal de Pelotas,2011. 
 
GOFFMAN, E. A Representação do Eu na Vida Cotidiana. Editora Vozes, 
Petrópolis, 2002. 
 
TURNER, V. The Ritual Process, Structure and Anti-Structure. Cornell 
Paperbacks, Cornell University Press, ITHACA, NEW YORK ,1966.

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