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Psicologia Jurídica Psicólogia Jurídica no Brasil e o papel do psicólogo judiciário Luiz Henrique Aguiar UNIP Psicologia Jurídica Ausência de um marco histórico sobre a aproximação entre Psicologia e Direito Preocupação histórica com a avaliação do criminoso – sobretudo do doente mental delinquente Idade Média – loucura como fenômeno privado Liberdade de circulação. Tratamento só para abastados Meados do Século XVII – Exclusão dos doentes mentais Estabelecimentos para a internação em toda Europa – indivíduos que ameaçassem a ordem moral e social opositores políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, indigentes, entre outros grupos marginalizados na sociedade Barbacena – Holocausto Brasileiro Dos 60 mil mortos, cerca de 70% dos pacientes do Colônia não possuíam diagnóstico de transtorno psicológico algum Aproximação da Psicologia com o Direito Psiquiatria – psicologia colabora com os exames psicológicos criminais e em sistemas de justiça juvenil Século XX - Psicanálise – valorização do sujeito de forma mais compreensiva e enfoque dinâmico Psicodiagnóstico passa incluir aspectos psicológicos Diagnósticos da Psicologia Forense poderiam ser melhores Psicólogo como testólogo – Positivismo 1ª metade do Século XX Psicodiagnósticos vistos como instrumentos que forneciam dados matematicamente comprováveis aos operadores do Direito Estratégias de investigação para encontrar objetivos definidos Psicologia Jurídica no Brasil Inserção lenta, gradual e informal da Psicologia na área criminal – trabalhos voluntários Presídios – registros antigos do trabalho do psicólogo, mas o reconhecimento legal veio com Lei de Execução Penal em 1984 Reconhecimento da Psicologia em 1962 Direito Civil TJSP (1979) - Trabalhos voluntários – famílias carentes TJSP (1985) – Concurso Público Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) Extinção do Juizado de Menores e criação do Juizado da Infância e Juventude Divisão entre medidas de proteção e medidas socioeducativas Ampliação da atuação do psicólogo neste âmbito Estatuto da Criança e Adolescente ART. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. ART. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. Psicologia Jurídica no Brasil Concursos Públicos em outras áreas Psicologia Jurídica e área acadêmica UFRJ pioneira em 1980 com a criação do curso de especialização Psicologia para Fins Jurídicos Não são todos os cursos de Psicologia que oferecem Optativa para Psicologia e obrigatória para o Direito Déficit de aprendizagem leva a déficit profissional para os que atuam na área e precisam “correr atrás” do prejuízo. Resolução CFP nº 02/2001 – Titulo Profissional de Especialista O papel do psicólogo no âmbito judiciário Forense: 1. Respeitante ao foro judicial Termo se aplica exclusivamente ao poder judiciário Não contempla relação entre psicologia e direito que acontece em outros âmbitos, como no Poder Executivo, por exemplo. Psicologia Jurídica é o termo mais abrangente. Objeto da avaliação psicológica forense: Uma pergunta cujo interesse de resolução reside em uma questão legal, do Direito. Objetivo: será dado pela demanda que é feita ao psicólogo em sua avaliação Desafio: responder a questões legais/do Direito a partir dos aspectos psicológicos inerentes e da ética psicológica O papel do psicólogo no âmbito judiciário Agente Judiciário Psicólogo Sujeito Triangulação diferente do enquadre clínico tradicional Resposta do profissional pode ser ou não benéfica ao sujeito Demandas obrigatórias: dissimulação, manipulação (em testes) Como lidar com a desconfiança e com o distanciamento??? Contexto específico deverá orientar a intervenção Quem é o seu cliente??? O papel do psicólogo no âmbito judiciário A Ética como limite de atuação Diferente da ética da clínica??? Texto, pag. 5 Deve-se deixar claro desde o inicio que as informações que o sujeito entrevistado trouxer serão resguardadas em sigilo, contudo, o que for relevante para a questão penal será remetido ao destinatário; Cuidado com o repasse das informações às partes envolvidas – medidas protetivas (prisão), uso para benefícios contra a outra parte; Cuidados éticos para o direcionamento aos órgãos destinatários – Código de Ética: Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. RESOLUÇÃO CFP N.º 007/2003 - Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo O papel do psicólogo enquanto perito Perito imparcial O profissional deve simplesmente apresentar as descobertas, opiniões e previsões de forma imparcial e neutra; Não oferece recomendações conclusivas - Por quê??? Incorrer em julgamentos é uma competência do juiz. Posicionamento moral que requer uma autoridade legal Qual a função do psicólogo no âmbito jurídico, então??? Discriminar os fatores psicológicos em jogo e expor o nível de congruência entre o que se faz (habilidades dos pais, por exemplo) e o que se necessita (interesse maior da criança). Avaliação não irá responder à questão final, mas descreve habilidades pessoais, demandas situacionais e grau de congruência Subir no muro!!! Psicologia Jurídica Psicólogia Jurídica no Brasil e o papel do psicólogo judiciário Luiz Henrique Aguiar UNIP O papel do psicólogo enquanto perito Perícia: o saber de uma área a auxiliar uma avaliação Testemunha: “aquele que sabe porque viu ou ouviu”. Convoca-se não a sabedoria do perito, mas o conhecimento do sujeito que viu ou observou alguma coisa A sua participação em audiência é compulsória, sob pena de desobediência civil em caso de descumprimento; Orientação do CFP: o profissional devera comparecer às audiências mas não atender ás exigências da justiça que extrapolarem o código da profissão; Deverá prestar informações de fatos concretos que tenha presenciado e que podem auxiliar na resolução do caso em questão O papel do psicólogo enquanto perito Perito parcial – assistente técnico Quando contratado por uma das partes, ou advogado Será parcial por estar condicionado à uma parte da esfera de atuação Deverá agir com isenção e conduzir o trabalho a partir do referencial técnico e ético da sua área de atuação Pode e deve tentar avaliar todos os envolvidos na historia Advogados muitas vezes orientam a não entrar em contato com psicólogos da outra parte Nunca extrapolar sua área de atauçao – processos éticos CRP O papel do psicólogo enquanto perito Perito “pistoleiro” Atua pela lógica adversarial – pretende que o seu laudo atenda às demandas de quem o contratou – à priori Tendencioso, pode omitir informações para alcançar os interesses do seu “cliente”; Lógica adversarial faz parte da ética do Direito – direito ao contraditório Advogado pode orientar cliente a omitir informações, psicólogo não – antiético O papel do psicólogo enquanto perito Perito adversarial Aquele que escolhe alguém emite laudos conclusivos em relação ao mérito da ação julgada Ex: R. Gardner (SAP) – uma avaliação deve ser imparcial, mas concluída a sua posição o avaliador devera colocar-se ativamente do lado da parte escolhida comoa mais adequada Não age de maneira tendenciosa e omissa, observada no “pistoleiro”
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