Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E MOTRICIDADE HUMANA Fabio Ferreira Silva Francisco Ignacio Pastana Neto Gabriel Prevelato Nicolas Augusto Grine do Carmo Modelo de Ensino do Programa “Esporte da Escola” Tênis de Campo São Carlos 2019 Fabio Ferreira Silva Francisco Ignacio Pastana Neto Gabriel Prevelato Nicolas Augusto Grine do Carmo Modelo de Ensino do Programa “Esporte da Escola” Tênis de Campo Trabalho apresentado à disciplina de Fundamentos do Esporte Escolar, como parte dos requisitos necessários ao Seminário referente ao Modelo de Ensino do Programa “Esporte da Escola”, com enfoque no Tênis de Campo. Professor(a): Osmar Moreira de Souza Júnior Disciplina: Fundamentos do Esporte Escolar São Carlos 2019 SUMÁRIO Introdução .............................................................................................................................. 4 Características do Tênis de Campo ....................................................................................... 4 Alguns elementos e desempenho esportivo no tênis de Campo ............................................ 5 Mapa de conhecimento .......................................................................................................... 6 Orientações didáticas gerais a serem observadas no desenvolvimento das aulas ................ 6 Espaço e Materiais ................................................................................................................ 7 O Campeonato da modalidade .............................................................................................. 7 Planos de aula ....................................................................................................................... 7 Referências Bibliográficas...................................................................................................... 9 Anexo 1- Plano de aula proposto para a vivência de tênis ................................................... 10 INTRODUÇÃO O livro denominado “Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo”, faz parte da Coleção de Práticas Corporais e a Organização do Conhecimento, sendo que esta coleção é um material de apoio para profissionais e o livro em questão trata sobre o tema de esporte no contexto escolar, mais precisamente alguns esportes de Marca e de Rede. O presente texto tratará com um melhor parâmetro o capítulo que tange ao tênis de campo, vale salientar que o tênis se apresenta como uma modalidade denominada Esportes de Rede, que segundo Gonzáles e Bracht (2012) são definidos como: “ (...) são aquelas modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra adversária (sobre a rede ou contra uma parede) de tal forma que o rival não consiga devolvê-la, ou a devolva fora de nosso campo ou pelo menos tenha dificuldades para devolvê-la”. O capítulo apresenta estruturalmente organizado em (a) Características do Tênis de Campo; (b) Alguns elementos de desempenho esportivo no tênis de Campo; (c) Mapa de Conhecimentos; (d) Orientações didáticas gerais a serem observadas no desenvolvimento das aulas; (e) Espaço e Materiais; (f) O campeonato da modalidade; e posteriormente os planos de aula referentes a Modalidade de Tênis de Campo. CARACTERÍSTICAS DO TÊNIS DE CAMPO Este tópico inicia-se com uma contextualização e caracterização do Tênis de Campo, abordando rapidamente a contextualização histórica sobre a modalidade desde a sua criação, passando pelo tênis no contexto brasileiro, e finalizando com um breve panorama sobre o tênis em relação a outras na realidade brasileira. O início do Tênis, passou de um passatempo da nobreza, se transformando em esporte institucionalizado, passando pelo processo de profissionalização (GILLMEISTER, 2008; MAZO; BALBINOTTI, 2009) e atualmente é uma modalidade conhecida e praticada por muitas pessoas. Há registros de a prática de tênis de campo ser realizada por volta do século XX na Inglaterra, e o primeiro torneio oficial de tênis ocorreu em 1877 na Inglaterra e de lá para cá o esporte foi se difundido cada vez mais. No Brasil chegou em 1988, junto com os britânicos que vieram construir as ferrovias (MAZO; BALBINOTTI, 2009). O Brasil possuiu dois nomes reconhecidos no esporte, sendo a tenista Maria Esther Bueno (nos anos 50 e 60) e Gustavo Kuerten, popularmente conhecida como Guga (por volta de 2000). Atualmente o tênis apresenta uma pluralidade de sentidos que é atribuída à sua prática, como: preenchimento do tempo livre, saúde, estética corporal, divertimento, profissão entre outras significações. ALGUNS ELEMENTOS E DESEMPENHO ESPORTIVO NO TÊNIS DE CAMPO Gonzáles (2012) apresenta sete elementos para os jogos coletivos com interação entre os adversários, sendo: quatro individuais (técnica, tática individual, capacidade física, capacidade volitiva), dois em grupo (tática de grupo - combinações táticas - e tática coletiva - sistemas de jogo) e uma individual e coletiva simultaneamente (estratégia de jogo). O tênis, no entanto, pode ser jogado de forma coletiva e individual, mas todos com interação entre os adversários. Nesse sentido, na modalidade individual, os elementos de desempenho são: técnica, tática individual, capacidade física, capacidade volitiva e estratégia de jogo. Já na modalidade disputadas em duplas, a tática de grupo e a estratégia de jogo são os elementos presentes e que se diferem no individual. Vale salientar que o tênis apresenta as características de técnica, tática, capacidade física e capacidade volitiva infimamente ligados, visto que esses elementos são decisivos para o resultado do jogo. Então neste quesito vale-se se ensinar a tática previamente para depois ensinar o movimento técnico em si, fazendo com que o aluno entenda as intenções táticas por trás do jogo, que são: 1) criar espaços na quadra adversária para atacar; 2) o que fazer para marcar o ponto; 3) o que fazer para atacar em duplas; 4) o que fazer para defender o seu espaço do lado da quadra; 5) o que fazer para defender um ataque, e 6) o que fazer como defender em duplas (Gonzáles, 2012). Além da técnica, a tática individual também necessita ser central no processo de ensino, visto que os jogadores precisam de resoluções rápidas para solucionar o que fazer, como fazer e quando fazer. Nesse sentido, as combinações táticas se caracterizam por movimentos com um ou mais jogadores da equipe para superar a equipe adversária em situações de ataque ou defesa. Com isto os autores abordam que há diferentes técnicas no tênis sendo os golpes de fundo, golpes de rede, saque, drop-shot e Lob. MAPA DE CONHECIMENTO Neste tópico está abordado o ensino do tênis e as complexidades envolvidas nos conhecimentos acerca da modalidade. Inclusive o autor caracteriza um ponto importante nos esportes de rede, sendo relevante as ações dos jogadores vinculadas aos objetivos táticos da modalidade, neste caso o aluno em questão compreender que sua atuação está ligada ao contexto do jogo e a execução das habilidades necessárias no jogo. Nesse sentido, os autores trazem os conceitos a serem abordados, tanto em construção de objetivos táticos de defesa,ataque e as regras (vide tabela abaixo) a serem abordados com os alunos. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS A SEREM OBSERVADAS NO DESENVOLVIMENTO DAS AULAS Ao chegarmos neste tópico, os autores trazem características a serem observadas e analisadas pelos professores anteriormente e durante as aulas sendo que eles são elencados, levando em consideração, aspectos como iniciar as aulas sem raquete de tênis; analisar o nível de habilidade dos alunos; utilizar os sistemas de agarrar e lançar a bola com a mão e posteriormente introduzir rebatidas; utilizar bolas e redes de pesos e tamanhos diferentes além de valorizar a participação dos alunos ao entender as táticas e valorizar o diálogo entre aluno e professor. ESPAÇO E MATERIAIS Neste tópico, é abordado os espaços e materiais a serem utilizados para as aulas que envolvem o tênis de campo. No que tange ao Espaço, os autores contextualizam esse ser um grande desafio para o ensino de tênis de campo, visto que não há espaços dedicados para o ensino da modalidade, com isto ele propõe a criação de quadras adaptadas para o ensino de tênis aos alunos. As adaptações acerca do espaço seguem ao longo do tópico em 4 sugestões sendo elas a criação de 5 quadras, e com a utilização de 5 mini redes; a segunda sugestão aborda a que cada quadra pode ser jogada por 4 alunos sendo que cada quadra pode ser subdividida em 2 quadras; a terceira sugestão aborda a utilização de estações para o ensino de tênis; e pôr fim a quarta sugestão utiliza o contexto do jogo “família” em que há um número maior de alunos por quadra. Agora no que tange os materiais, ele lista os supostos materiais a serem utilizados para o ensino do tênis (raquetes, redes e bolas de diferentes pesos) e algumas sugestões de adaptação de materiais, sendo elas três sugestões. A primeira sugestão aborda a criação dos materiais alternativos, neste caso a raquete; a segunda sugestão aborda o revezamento da raquete entre os alunos e os alunos ao longo do jogo terem papéis no jogo (árbitros e técnicos por exemplo); e a terceiro utiliza as “raquetes de mão” feitas pelos alunos com o papelão. O CAMPEONATO DA MODALIDADE Neste tópico o autor coloca duas sugestões para a realização de campeonato da modalidade, a primeira sugestão é a homogeneização dos alunos por nível de habilidade e, um esquema de todos se enfrentam colocando o momento e as regras a serem abordadas ao longo do campeonato (tempo de duração, horário dos jogos, jogos curtos);a segunda caracterização se dá por organização das equipes, segundo a proposta de Siedentop, Hastie e Van Der Mars (2011), em que 3 equipes devem ser organizadas: A, B e C. Cada equipe deve ter 3 níveis, sendo Iniciante, Intermediário e Avançado, além das formas de disputas e a sequência de jogos. PLANOS DE AULA Neste tópico temos a apresentação de uma sequência didática de 20 aulas, conforme mostra na tabela abaixo. Notamos que a contextualização das aulas e dos objetivos fazem com que o aluno entenda o objetivo do tênis e não simplesmente em tornar o processo analítico predominante. Notamos que há uma abordagem respeitando as características internas e externas da modalidade, como discussão de gênero no esporte e também a vivência do tênis em cadeira de rodas. Plano de Aula Contextualização Objetivo Aula 1 Marcar o ponto Jogar onde o adversário não está – com a mão. Aula 2 Variação de material para aulas de tênis “Raquete Palmar” Criar material alternativo. Aula 3 Construir as condições para atacar e criar espaço na quadra adversária. Usar os golpes de fundo para manter a bola em jogo Aula 4 Construir as condições para atacar e criar espaço na quadra adversária. Construir o ataque por meio de ângulos com os golpes de fundo e rebatendo no lado fraco do adversário. Aula 5 Marcar o ponto/Defender o seu espaço do seu lado da rede. - Localizar os espaços vazios na quadra para fazer o ponto – winner; - Posicionar-se de forma a não deixar espaços vazios na quadra. Aula 6 Construir as condições para atacar e criar espaço na quadra adversária. Utilizar o saque para começar o rally. Aula 7 Marcar o ponto. Atacar as bolas mais curtas e subir para rede/ Utilizar os voleios para marcar os pontos na rede. Aula 8 Atacar como par/dupla. Atacar com os dois atletas da mesma equipe na rede. Aula 9 Defender o ataque. Tentar a passada, lob ou dificultar o voleio. Aula 10 Festival Visita à uma quadra de tênis oficial, ou encaminhar a sala de informática para a procura de alguns assuntos (Atletas; vídeos sobre o que foi aprendido até o momento). Aula 11 Defender em dupla Cobrir os espaços deixados pelo colega de equipe Aula 12 Marcar ponto Ataque com drop-shot ou deixadinha Aula 13 Construir as condições para atacar e criar espaço na quadra adversária Utilizar o saque para criar espaços Aula 14 Defender um ataque Leitura e antecipação do saque para a devolução Aula 15 Defender um ataque Dificultar o ataque com profundidade e altura. Aula 16 Construir as condições para atacar e criar espaços na quadra adversária Pressionar um saque fraco/segundo saque Aula 17 Atacar em dupla/ defender em dupla Comunicação; elaboração de jogadas combinadas/ comunicação Aula 18 Tênis em cadeira de rodas Fazer os alunos vivenciarem situações parecidas do tênis de cadeira de rodas. Aula 19 Discussão de gênero Fazer com que os alunos percebam a igualdade entre os sexos, tanto no esporte como na vida. Aula 20 Avaliação Avaliar o desempenho de jogo (próprio, do colega e da equipe). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABURACHID, Layla Maria Campos. Esportes de raquete. In: OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli de; PERIM, Gianna Lepre (Org.). Fundamentos pedagógicos para o Programa Segundo Tempo: 1º Ciclo Nacional de Capacitação dos Coordenadores de Núcleo. Maringá: Eduem, 2008. p. 167-182. GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco. Afazeres da educação física na escola: planejar, ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012. MAZO, Janice Zarpellon; BALBINOTTI, Carlos Adelar. A história do Tênis na era moderna. In: BALBINOTTI, Carlos Adelar (Org.). O ensino do tênis: novas perspectivas de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2009. SIEDENTOP, Daryl; HASTIE, Peter A.; MARS, Hans van der. Complete guide to Sport Education. Champaign: Human Kinetics, 2011. ANEXO 1 PLANO DE AULA PROPOSTO PARA A VIVÊNCIA DE TÊNIS PLANO DE AULA Conteúdo: Tênis de Campo Faixa etária: Alunos do Curso de Educação Física Período: Tarde Tempo: 50 min. Data: 04/10/2019 (6ª. feira) Local: Quadra poliesportiva da Universidade Federal de São Carlos. 1. Objetivo Geral: Desenvolver a temática do Tênis de Campo; 1.1 Objetivo Específico: Vivências relacionada a esporte de redes, com enfoque no tênis; 2. Conteúdo: Parte Inicial – conceitual Contextualização do tênis e como ele surgiu. Parte Principal – procedimental Desenvolver atividades que usem a rede como demarcação de campo e jogos de oposição. Parte Final – atitudinal Praticar as atividades e garantir que adquiriu os conceitos do que se trata o tênis. 3. Metodologia 3.1 Estratégia Parte Inicial – 5-7 minutos Iniciar com uma roda de conversa, contextualizar o tênis sua história, origem e características. Iniciar aquecimento em trios, sendo que 1 aluno usa as mãos e os outros 2 usam cones nas mãos, os alunos devem se posicionar a 3 m do bambolê, tentando acertar uma bolano bambolê, e depois de a bola quicar dentro da área do bambolê, os alunos do trio que estão com o cone devem tentar pegar a bola com o cone, e depois tentar novamente acertar a área do bambolê. Marca um ponto sempre que o time acerta a área do bambolê e um dos outros membros do time consegue agarrar a bola depois do quique da bola dentro do bambolê (sempre respeitando a regra de que quem usa o cone agarra com o cone, quem usa as mãos agarra com as mãos). Realizar 3 rodadas para que todos os alunos joguem uma vez somente com as mãos, e 2 com o cone. A rodada acaba quando um dos trios conseguir fazer 10 pontos. Parte Principal – 35 minutos Em um semi arco, apresentaremos aos alunos as atividades a qual utilizaremos para o desenvolvimento da aula. Sendo três atividades propostas: 1) ATIVIDADE PRINCIPAL 1 (10 MIN): Dividir o espaço da quadra em 10 quadras menores (desenhadas com fita adesiva no piso e com uma rede dividindo elas, feitas com barbante). Os alunos ainda se dividem em trio, sendo que agora se dividem em 2 alunos de um lado da quadra e 1 aluno do outro. Nesta primeira etapa, eles fazem um exercício cooperativo, sendo que novamente a rodada acaba quando uma das equipes conseguir fazer 10 pontos, e a pontuação agora acontece quando um jogador consegue acertar o outro lado da quadra e um dos seus parceiros consegue agarrar a bola com as mãos depois de a bola dar somente um quique no chão. São 3 rodadas para que todos os alunos consigam jogar uma vez sozinhos; 2) ATIVIDADE PRINCIPAL 2 (15 MIN): Novamente em trios, agora quem estiver sozinho usa uma raquete, e os outros jogadores usam as mãos. São rodadas de 5 minutos, jogando pontos, vence quem fizer mais pontos durante os 5 minutos. Sempre saca (inicia o ponto colocando a bola em jogo, e sempre batendo de baixo para cima, pois pelo tamanho da quadra, se sacar de cima para baixo e tiver boa coordenação para fazer isso, impossibilita que os outros jogadores consigam agarrar a bola) o jogador que estiver com a raquete. 3) ATIVIDADE FINAL (10 min): dividir o espaço em 2 quadras maiores. Cada quadra tem 4 alunos (2 de cada lado), todos com raquete, e uma fila de cada lado da quadra com os alunos restantes. Serão jogados pontos rebatendo a bola, já bem parecidos com pontos de tênis convencionais, porém sempre, o aluno que rebater a bola, deve entregar a raquete para o próximo da fila, depois ir para o final da fila do seu time, e o aluno que recebeu a raquete deve entrar na quadra para jogar no lugar do seu parceiro, assim havendo uma rotatividade rápida entre os alunos que estão jogando, e ninguém fica parado por muito tempo na fila. Vence o time que fizer 7 pontos primeiro (individualmente em sua quadra, não havendo competição entre as duas quadras). Depois, jogar o time vencedor contra o vencedor, e o time perdedor contra o time perdedor. Parte Final (5 minutos) Realizar uma roda de conversa e avaliar pelos relatos de experiências dos alunos sobre como foi a aula, explicar os detalhes da mesma e se houve alguma dúvida. 4. Material: Fita Adesiva, Barbante ou uma corda para fazer a rede, 10 bolas de tênis, 30 cones, 10 raquetes, 10 bambolês 5. Espaço: Quadra poliesportiva da Universidade Federal de São Carlos. 6. Avaliação: A avaliação será feita por meio de uma roda de conversa final, em que ocorrerão questionamentos pelos regentes da aula com relação aos alunos para verificar se os objetivos foram atingidos. Vocês conheciam o tênis? Vocês sentiram dificuldade em algum exercício? Quais os movimentos foram aprendidos? Quais foram os mais difíceis de serem realizados? O que vocês sentiram durante a aula? Posteriormente iremos propor um relato de experiência em que os alunos tragam um texto escrito sobre a aula que fizemos.
Compartilhar