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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO CRIMINAL PF – Direito Contitucional – Licínia Rossi 
Material de apoio elaborado pela monitora Aline Oliveira 
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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO CRIMINAL PF 
Disciplina: Direito Constitucional 
Profa. Licínia Rossi 
Aula nº 05 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Tópicos abordados em aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STJ – PET 9460 
2.2. Súmula 101 do STF 
2.3. Súmula 266 do STF 
2.4. Súmula 267 do STF 
2.5. Súmula 268 do STF 
2.6. Súmula 474 do STF 
2.7. Súmula 510 do STF 
2.8. Súmula 625 do STF 
2.9. Súmula 632 do STF 
2.10. Súmula 629 do STF 
2.11. Súmula 630 do STF 
2.12. Súmula 2 do STJ 
 
 
I. TÓPICOS ABORDADOS EM AULA 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
1. Segurança (continuação) 
1.1. Art. 5º, XXXIII da CF 
1.2. Direitos sociais 
1.3. Art. 144 da CF 
1.4. Guardas municipais 
1.5. Greve 
1.6. Segurança pública x responsabilidade civil do Estado 
1.7. Art. 144, §1° da CF – Polícia Federal 
1.7.1. Atividade de Polícia de Segurança 
1.7.2. Aprofundamento - STJ na PET 9460 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
1. Art. 5°, LXVIII a LXXIII da CF 
 
2. Espécies 
2.1. Mandado de Segurança Individual – art. 5°, LXIX da CF 
2.1.1. Aprofundamento 
2.1.1.1. Lei 12.016/2009 
2.1.1.2. Súmulas STF: 101, 266, 267, 268, 474, 510, 625, 632. 
2.2. Mandado de Segurança Coletivo – art. 5°, LXX da CF 
2.2.1. Legitimidade 
 
 
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2.2.2. Aprofundamento – Súmula 629 e 630 do STF 
2.3. Habeas Data – art. 5°, LXXII da CF 
2.3.1. Conceito 
2.3.2. Legitimidade 
2.3.3. Súmula 2 do STJ 
 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STJ – PET 9460 
PETIÇÃO Nº 9.460 - DF (2012/0196168-7) 
RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
REQUERENTE: UNIÃO 
ADVOGADO: ALEXANDRE ALVES FEITOSA E OUTRO(S) 
REQUERIDO: FEDERAÇÃO NACIONAL DOS POLICIAS FEDERAIS - FENAPEF 
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DIREITO DE GREVE. SERVIÇO PÚBLICO.POLÍCIA FEDERAL. 
ÓRGÃO ESSENCIAL À DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS. CONFLITO ENTRE 
DIREITOS FUNDAMENTAIS. NECESSIDADE DE PONDERAÇÃO. ORIENTAÇÃO DO STF. MI 708/DF. 
1. É indiscutível a relevância jurídico-política do direito de greve dos trabalhadores, alçado pela 
Constituição da República à categoria de direito fundamental social ou de segunda geração (art. 9°), 
conforme clássica definição doutrinária. 
2. A disciplina específica das funções da Polícia Federal é encontrada, na Constituição da República, em 
seu Título V, que versa sobre a defesa do Estado e das instituições democráticas. Daí se depreende a 
centralidade dessa instituição para a preservação da ordem jurídica inaugurada pelo constituinte de 1988. 
3. Indubitável a legitimidade do pleito dos policiais federais por vencimentos adequados às essenciais 
funções exercidas, o que se afigura imprescindível para garantir a atratividade da carreira e uma bem-
sucedida política de recrutamento, de modo a selecionar os melhores candidatos. Em outras palavras, 
mais do que um pleito corporativo, é do interesse da própria sociedade e do Estado brasileiro que seus 
policiais federais tenham remuneração satisfatória. 
4. Entretanto, o caso concreto apresenta sério conflito entre o direito de greve pelo servidor público e o 
direito social à fruição de serviços públicos adequados e contínuos, cuja solução exige a aplicação de juízo 
de ponderação. 
5. No MI 708/DF, o STF reconheceu que, em razão das particularidades do caso concreto e dos serviços 
essenciais em questão, é possível fixar regime mais rígido que o imposto pelos arts. 9° e 11 da Lei 
7.783/1989, bem como conceder Medida Cautelar para a garantia de percentual mínimo de servidores em 
atividade, "ou mesmo a proibição de qualquer tipo de paralisação", o que, evidentemente, requer 
situação de excepcionalíssima gravidade, sob pena de completo esvaziamento de tão relevante direito 
constitucional. 
6. O STJ, por sua vez, vem reconhecendo o direito de greve dos servidores públicos, mas tem imposto 
limites ao seu exercício, com a finalidade de manter a continuidade do serviço público (Pet 7.884/DF, Rel. 
Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe 7/2/2011; AgRg na Pet 7.883/DF, Rel. Ministro 
Benedito Gonçalves, Rel. p/ acórdão Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, DJe 21/6/2010). 
7. O periculum in mora fica suficientemente demonstrado pelo risco de dano aos bens jurídicos protegidos 
pela atuação da Polícia Federal (art. 144, § 1°, da CF), caso prossiga a paralisação, sem qualquer critério. 
8. Por seu turno, o fumus boni iuris encontra-se presente nos limites impostos pela ordem jurídica ao 
exercício do direito de greve em atividades essenciais à sociedade. 
9. Liminar parcialmente deferida para determinar a manutenção em atividade dos servidores da Polícia 
Federal nos seguintes termos: a) 100% (cem por cento) nas hipóteses de plantão em unidades instaladas 
em portos e aeroportos e para o atendimento das requisições da Justiça Eleitoral, nos 1° e 2° turnos das 
eleições; b) 70% (setenta por cento) nas atividades de Polícia Judiciária, de inteligência e em unidades 
de fronteira; c) 50% (cinquenta por cento) nas funções de Polícia Administrativa; d) 30% (trinta por 
cento) nas tarefas residuais. Estabeleço multa diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), em caso 
de descumprimento. 
DECISÃO 
Trata-se de Ação Cominatória com pedido de liminar inaudita altera pars proposta pela União contra a 
Federação Nacional dos Policiais Federais � FENAPEF, que busca estabelecer limites ao 
movimento grevista deflagrado pelos servidores públicos da Polícia Federal, especialmente os 
 
 
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ocupantes dos cargos de Agente, Escrivão e Papiloscopista. Relata a autora que a greve teve início em 
7.8.2012, após rejeição 
da proposta de reajuste apresentada pelo Governo Federal, e que alcança todo o território nacional. 
Ressalta a importância das funções exercidas pela Polícia Federal. Defende a necessidade de manutenção 
das atividades em percentuais adequados à essencialidade de cada serviço exercido pelo órgão. Alega que 
há evidente risco de dano irreparável para o Estado e à sociedade, caso a paralisação tenha 
prosseguimento. Apresenta pedido de provimento liminar que determine a manutenção do trabalho, 
durante a greve, nos seguintes percentuais: 
a) 100% (cem por cento) dos servidores escalados para plantões em unidades instaladas em portos e 
aeroportos; 
b) 100% (cem por cento) de todos os servidores escalados para atenderem às requisições da Justiça 
Eleitoral, nos 1° e 2° turnos das eleições, conforme planejamento operacional para o evento; 
c) 80% (oitenta por cento) dos servidores lotados nas atividades de Polícia Judiciária, de inteligência e em 
unidades de fronteira; 
d) 50% (cinquenta por cento) dos servidores vinculados às funções de Polícia Administrativa; 
e) 30% (trinta por cento) nas demais atividades. 
Requer seja imposta multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) por dia de descumprimento da decisão. 
É o relatório. Decido. Os autos foram recebidos neste Gabinete em 14.9.2012. Em análise perfunctória, 
reputo preenchidos os requisitos necessários para a concessão da liminar.É indiscutível a relevância 
jurídico-política do direito de greve dos trabalhadores, alçado pela Constituição da República à categoria 
de direito fundamental social ou de segunda geração (art. 9°), conforme clássica definição doutrinária. A 
disciplina específica das funções da Polícia Federal é encontrada, na Constituição da República, em seu 
Título V, que versa sobre a defesa do Estado e das instituições democráticas. Daí se depreende a 
centralidade dessa instituiçãopara a preservação da ordem jurídica inaugurada pelo constituinte de 1988. 
Indubitável a legitimidade do pleito dos policiais federais por vencimentos adequados às essenciais 
funções exercidas, o que se afigura imprescindível para garantir a atratividade da carreira e uma bem-
sucedida política de recrutamento, de modo a selecionar os melhores candidatos. Em outras palavras, 
mais do que um pleito corporativo, é do interesse da própria sociedade e do Estado brasileiro que seus 
policiais federais tenham remuneração satisfatória. In casu, contudo, existe sério conflito entre o direito 
de greve pelo servidor público e o direito social à fruição de serviços públicos adequados e contínuos, cuja 
solução exige o necessário juízo de ponderação. Conforme previsão do art. 37, VII, da Constituição, o 
direito de greve no serviço público será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica, a 
qual ainda não foi promulgada. Diante da reiterada omissão legislativa quanto à regulamentação do 
aludido art. 37, VII, o STF, no Mandado de Injunção 708/DF, em notório avanço jurisprudencial quanto à 
função desse instituto, reconheceu o direito de greve dos servidores públicos mediante a aplicação, por 
analogia, da Lei 7.783/1989, que disciplina a greve no setor privado. Insta observar, por oportuno, as 
principais balizas delineadas pela Suprema Corte no tocante ao exercício desse direito. Colho da ementa 
do aludido precedente: 
4. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE GREVE DOS 
TRABALHADORES EM GERAL (LEI No 7.783/1989). FIXAÇÃO DE PARÂMETROS DE CONTROLE JUDICIAL 
DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL. (...) 4.2 Considerada 
a omissão legislativa alegada na espécie, seria o caso de se acolher a pretensão, tão-somente no sentido 
de que se aplique a Lei no 7.783/1989 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei 
específica para os servidores públicos civis (CF, art. 37, VII). 4.3 Em razão dos imperativos da 
continuidade dos serviços públicos, contudo, não se pode afastar que, de acordo com as peculiaridades de 
cada caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao tribunal 
competente impor a observância a regime de greve mais severo em razão de tratar-se de "serviços ou 
atividades essenciais", nos termos do regime fixado pelos arts. 9º a 11 da Lei n° 7.783/1989. Isso ocorre 
porque não se pode deixar de cogitar dos riscos decorrentes das possibilidades de que a regulação dos 
serviços públicos que tenham características afins a esses "serviços ou atividades essenciais" seja menos 
severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos "essenciais". 4.4. O sistema de 
judicialização do direito de greve dos servidores públicos civis está aberto para que outras atividades 
sejam submetidas a idêntico regime. Pela complexidade e variedade dos serviços públicos e atividades 
estratégicas típicas do Estado, há outros serviços públicos, cuja essencialidade não está contemplada pelo 
rol dos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado 
pelos arts. 9º a 11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus) (...) 
 
 
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6.4. Considerados os parâmetros acima delineados, a par da competência para o dissídio de greve em si, 
no qual se discuta a abusividade, ou não, da greve, os referidos tribunais, nos âmbitos de sua jurisdição, 
serão competentes para decidir acerca do mérito do pagamento, ou não, dos dias de paralisação em 
consonância com a excepcionalidade de que esse juízo se reveste. Nesse contexto, nos termos do art. 7º 
da Lei no 7.783/1989, a deflagração da greve, em princípio, corresponde à suspensão do contrato de 
trabalho. Como regra geral, portanto, os salários dos dias de paralisação não deverão ser pagos, salvo no 
caso em que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento aos servidores públicos 
civis, ou por outras situações excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa da suspensão do 
contrato de trabalho (art. 7º da Lei no 7.783/1989, in fine). 6.5. Os tribunais mencionados também serão 
competentes para apreciar e julgar medidas cautelares eventualmente incidentes relacionadas ao 
exercício do direito de greve dos servidores públicos civis, tais como: i) aquelas nas quais se postule a 
preservação do objeto da querela judicial, qual seja, o percentual mínimo de servidores públicos que deve 
continuar trabalhando durante o movimento paredista, ou mesmo a proibição de qualquer tipo de 
paralisação; ii) os interditos possessórios para a desocupação de dependências dos órgãos públicos 
eventualmente tomados por grevistas; e iii) as demais medidas cautelares que apresentem conexão 
direta com o dissídio coletivo de greve. 6.6. Em razão da evolução jurisprudencial sobre o tema da 
interpretação da omissão legislativa do direito de greve dos servidores públicos civis e em respeito aos 
ditames de segurança jurídica, fixa-se o prazo de 60 (sessenta) dias para que o Congresso Nacional 
legisle sobre a matéria. 6.7. Mandado de injunção conhecido e, no mérito, deferido para, nos termos 
acima especificados, determinar a aplicação das Leis nos 7.701/1988 e 7.783/1989 aos conflitos e às 
ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis. (MI 708, 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, DJe-206 DIVULG 30-10-2008 PUBLIC 31-10-2008 
EMENT VOL-02339-02 PP-00207 RTJ VOL-00207-02 PP-00471) (destaquei).Embora tenha concretizado o 
direito de greve dos servidores públicos pela integração analógica da Lei 7.783/1989, o STF, em atenção 
ao princípio da continuidade do serviço público, ponderou que o Tribunal competente para a apreciação do 
dissídio pode estabelecer "regime de greve mais severo em razão de tratar-se de 'serviços ou atividades 
essenciais', nos termos do regime fixado pelos arts. 9º a 11 da Lei n° 7.783/1989". Ademais, explicitou 
que ao mesmo órgão julgador compete apreciar e julgar Medidas Cautelares, entre as quais se encontram 
"aquelas nas quais se postule a preservação do objeto da querela judicial, qual seja, o percentual mínimo 
de servidores públicos que deve continuar trabalhando durante o movimento paredista, ou mesmo a 
proibição de qualquer tipo de paralisação" (destaquei). Por se tratar de direito fundamental radicado na 
Constituição Federal, cumpre preservar a interpretação constitucional firmada pelo seu intérprete maior. 
Assim, admite-se, em função das particularidades do caso concreto e dos serviços essenciais em questão, 
a fixação de regime mais rígido que o imposto pelos arts. 9° e 11 da Lei 7.783/1989, bem como a 
concessão de Medida Cautelar para a garantia de percentual mínimo de servidores em atividade, "ou 
mesmo a proibição de qualquer tipo de paralisação", o que, evidentemente, requer situação de 
excepcionalíssima gravidade, sob pena de completo esvaziamento de tão relevante direito constitucional. 
Na linha desse entendimento, o STJ vem reconhecendo o direito de greve dos servidores públicos, mas 
tem imposto limites ao seu exercício, com a finalidade de manter a continuidade do serviço público. 
Confiram-se: 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE ABUSIVIDADE DE GREVE DE SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. COMPETÊNCIA DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI Nº 7.783/89. PREENCHIMENTO DOS 
REQUISITOS. NÃO ABUSIVIDADE DA PARALISAÇÃO. SERVIÇOS ESSENCIAIS. FIXAÇÃO DE PERCENTUAL 
MÍNIMO. 
1. A partir do julgamento do Mandado de Injunção nº 708/DF pelo Supremo Tribunal Federal, o Superior 
Tribunal de Justiça passou a admitir, originariamente, os dissídios coletivos de declaração sobre a 
paralisação do trabalho decorrente de greve pelos servidores públicos civis e asrespectivas medidas 
cautelares quando em âmbito nacional ou abranger mais de uma unidade da federação, aplicando-se a Lei 
nº 7.783/89 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei específica para os servidores 
públicos civis, nos termos do inciso VII do artigo 37 da Constituição Federal. 
(...) 
5. O "Termo de Acordo" firmado entre as partes, conquanto não configure Acordo ou Convenção Coletiva 
de Trabalho, não tenha força vinculante, não gere direito adquirido, nem ato jurídico perfeito em face dos 
princípios da separação e da autonomia dos Poderes e da reserva legal (artigos 2º, 61, parágrafo 1º, 
inciso II, alíneas "a" e "c", e 165 da Constituição da República), constitui causa legal de exclusão da 
alegada natureza abusiva da greve, nos termos do inciso I do parágrafo único do artigo 14 da Lei nº 
 
 
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7.783/89, deflagrada com o objetivo de exigir o cumprimento da sua cláusula nona, após esgotados os 
meios pacíficos de solução do conflito. 
6. As entidades sindicais têm o dever de manter a continuidade dos serviços públicos essenciais, cuja 
paralisação resulte em prejuízo irreparável ao cidadão, entre os quais, os de pagamento de seguro-
desemprego e de expedição de Carteira de Trabalho, fazendo imperioso o retorno de servidores no 
percentual mínimo de 50%, em cada localidade, para a prestação dos serviços essenciais, à falta de 
previsão legal expressa acerca do índice aplicável. 
7. Pedido parcialmente procedente. 
(Pet 7.884/DF, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 7/2/2011). 
ADMINISTRATIVO � AGRAVO REGIMENTAL � GREVE � LEGALIDADE �COMPETÊNCIA DO STJ � 
PRESERVAÇÃO DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS � ACORDO PRÉ EXISTENTE � MULTA. 
1. Impõe-se a competência do STJ pelo caráter nacional da greve,perpetrada pelos servidores do 
Ministério do Meio Ambiente e Recurso Renováveis (IBAMA) e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade 
(ICMBIO), representados pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio 
Ambiente: ASIBAMA. 
2. Direito de greve constitucionalmente garantido aos servidores públicos (art. 37, VII, CF), dentro dos 
limites da Lei 7.783/89, em aplicação analógica. 
3. Legalidade da paralisação, examinada perfunctoriamente, em caráter liminar, porque provocada por 
fato superveniente ao acordo celebrado em 2008: não revisão da carreira de especialista em meio 
ambiente. 
4. Permanência dos serviços essenciais na área de fiscalização e licenciamento em sua totalidade, pela 
insuficiência de manter-se apenas 30% (trinta por cento). 
5. Estabelecida em decisão primeira, pelo relator a multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) por dia de 
paralisação dos serviços, considera-se demasia a majoração da multa para atender a pedido da UNIÃO, 
em sede de exame acautelatório e provisório. 
6. Agravo regimental provido em parte. 
(AgRg na Pet 7.883/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, Rel. p/ Acórdão Ministra ELIANA CALMON, 
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 21/6/2010). 
No julgamento da Pet 7.883/DF, a Primeira Seção determinou a permanência dos serviços na área de 
fiscalização e licenciamento ambiental � impedindo, portanto, a paralisação �, por reputá-los essenciais 
e por reconhecer insuficiente o percentual mínimo de 30% (trinta por cento) do quadro em atividade. No 
tocante ao valor da astreinte, prevaleceu o entendimento pela razoabilidade da multa de R$ 100.000,00 
(cem mil reais) por dia de paralisação dos serviços. Embora o contexto fático seja distinto, as razões que 
motivaram a concessão daquela cautela para a proteção do meio ambiente também se fazem presentes 
na hipótese dos autos, em que podem ser gravemente afetados bens jurídicos muito caros ao nosso 
Estado Democrático de Direito, tais como a ordem política e social (art. 144, § 1°, I, da 
CF/88), a saúde pública (art. 144, § 1°, II), a soberania do País e a segurança das fronteiras (art. 144, § 
1°, III) e a garantia da aplicação da lei penal nas infrações de interesse da União (art. 144, § 1°, IV). 
O periculum in mora fica suficientemente demonstrado pelo risco de dano aos bens jurídicos protegidos 
pela atuação da Polícia Federal, caso prossiga a paralisação. Por seu turno, o fumus boni iuris encontra-
se presente nos limites impostos pela ordem jurídica ao exercício do direito de greve em atividades 
essenciais à sociedade. Entendo que os serviços em regime de plantão nas unidades de portos e 
aeroportos, pela essencialidade do controle de imigração e emigração, bem como a atuação exercida pela 
Polícia Federal durante as eleições que se realizarão recomendam a manutenção integral dos quadros 
relacionados a essas atividades, tal como pleiteado na inicial. Em tais atividades, reputo configurada a 
excepcionalidade referida pelo STF no MI 708/DF, motivo pelo qual se legitima a proibição de qualquer 
tipo de paralisação. Acolho também os pedidos para a manutenção dos percentuais de 50% (cinquenta 
por cento) e 30% (trinta por cento), respectivamente, dos servidores relacionados às funções de Polícia 
Administrativa e às atividades residuais. 
Por fim, considero razoável manter apenas 70% (setenta por cento) dos servidores lotados nas atividades 
de Polícia Judiciária, de inteligência e em unidades de fronteira, uma vez que a limitação a 80% (oitenta 
por cento) em tais setores restringiria excessivamente o exercício � já limitado � do direito de greve do 
servidor público. Diante do exposto, defiro parcialmente a liminar, nos termos da fundamentação, e fixo 
multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para a hipótese de descumprimento da manutenção dos 
serviços nos percentuais acima reconhecidos. Cite-se a parte requerida para responder no prazo legal. 
Após, vista ao Ministério Público. 
Publique-se. 
 
 
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Intimem-se. 
Brasília (DF), 19 de setembro de 2012. 
MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
Relator 
(Ministro HERMAN BENJAMIN, 24/09/2012) 
 
2.2. Súmula 101 do STF - O mandado de segurança não substitui a ação popular. 
 
2.3. Súmula 266 do STF - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
 
2.4. Súmula 267 do STF - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou 
correição. 
 
2.5. Súmula 268 do STF - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em 
julgado. 
 
2.6. Súmula 474 do STF - Não há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de segurança, quando 
se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo supremo tribunal 
federal. 
 
2.7. Súmula 510 do STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra 
ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 
 
2.8. Súmula 625 do STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de 
segurança. 
 
2.9. Súmula 632 do STF - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de 
mandado de segurança. 
 
2.10. Súmula 629 do STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em 
favor dos associados independe da autorização destes. 
 
2.11. Súmula 630 do STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda 
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. 
 
2.12. Súmula 2 do STJ - Não cabe o habeas data (cf, art. 5., lxxii, letra "a") se não houve recusa de 
informações por parte da autoridade administrativa.

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