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Artigo de simulação

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Utilização do software Arena na simulação de mapeamento de fluxo de 
processos em uma empresa de processamento de arroz da Região da 
Campanha 
 
Caroline Peçanha Martinsr; Daniele FLopes; Jonatan Greique; Marília Gasparetii; Pablo Araújo. 
 
Resumo: Nos dias de hoje com situações cada vez mais dinâmicas neste mundo globalizado, 
ocorreram transformações substanciais quanto ao modo de gestão e administração e o 
mapeamento de processos se faz importante pois gera uma representação do processo de forma 
minuciosa e completa de seu funcionamento e em algumas situações, um simples diagrama 
pode ser suficiente para a modelagem. Porém em outros, pode ser que seja necessário um 
modelo completo e detalhado. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é realizar um 
mapeamento dos processos em uma empresa cerealista com a utilização do software arena e 
com isso simular alguns cenários sugeridos. 
 
Palavras chave: Mapeamento de processos. Software arena. Gestão. 
 
 INTRODUÇÃO 
A principal finalidade do mapeamento é gerar uma representação do processo de forma 
minuciosa e completa de seu funcionamento. Por isto, o tipo específico de modelo e o nível de 
detalhamento têm como pilar o que é aguardado da iniciativa da modelagem. Em algumas 
situações, um simples diagrama pode ser suficiente para a modelagem. Porém em outros, pode 
ser que seja necessário um modelo completo e detalhado. Complementando, a ABPMP (2013), 
afirma que o mapeamento dos processos exige um conjunto significativo de técnicas e 
habilidades que possibilitem comunicar, compreender e gerenciar componentes de processos 
de negócios. A modelagem dos processos é uma tarefa essencial para o gerenciamento da 
instituição para uma organização consciente de seu valor. 
 O presente trabalho tem como objetivo realizar um mapeamento dos processos em uma 
empresa cerealista localizada no município de Bagé, utilizando o software Arena e, com a posse 
dessa modelagem, pretende-se realizar a simulação do processo atual e de um modelo sugerido. 
A partir disso, será feita uma comparação entre os dois resultados obtidos analisando assim, se 
 
o modelo proposto trará benefícios aos processos e sabe-se que com o método atual de 
descarregamento dos caminhões nesta empresa é despendido um tempo maior no processo, por 
se tratar de um sistema manual. Sugere-se então fazer o uso de um tombador hidráulico, onde 
o mesmo serve para erguer o caminhão, gerando assim, uma inclinação suficiente que permite 
o escoamento dos grãos, acelerando consideravelmente o processo. 
 
METODOLOGIA 
 
 A pesquisa foi classificada como mista, quantitativa pela maneira que os dados foram 
estruturados e gerados na simulação e qualitativa pela avaliação de cenários no 
processo. Inicialmente, coletou-se os dados referentes aos tempos de descarregamentos dos 
caminhões sem e com a utilização de um tombador hidráulico que foram fundamentais para a 
realização do processo de simulação e através destes dados, desenvolveu-se no software Arena 
o fluxo do processo e na sequencia foi feito o tratamento e análise dos dados para a validação 
do modelo. E por fim, buscou-se através da simulação de vários cenários, proposições de 
melhoria para solucionar gargalos diminuindo longos tempos de processos e otimizar assim a 
eficiência do processo de descarregamento. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Nesta etapa do trabalho, é descrito o estudo de caso que foi realizado em uma empresa 
de beneficiamento de arroz, para o qual se analisou o impacto, no tempo de descarregamento 
de caminhões, através da implantação de um tombador no setor de recebimento de arroz. Por 
meio da simulação de um modelo simplificado, com o objetivo de auxílio na tomada de decisão 
da compra do equipamento. 
 
Sistema atual 
O estudo foi realizado no setor de recebimento de arroz de uma empresa de 
beneficiamento de arroz, localizada na cidade de Bagé – RS. O fluxo do processo de 
recebimento que leva o produto até os silos é dividido em três etapas, conforme a figura 1. 
Figura 1 – Modelo conceitual 
 
Fonte: elaborado pelos autores (2018) 
 
 
Dados referentes ao setor de recimento de arroz 
A coleta de dados se deu em conversa informal com os operadores do setor, os quais 
estimaram em média um valor constante para o descarregamento de caminhões com e sem o 
equipamento de tombador, adotamos este método tendo em vista que esses dados não tinham 
um cadastro histórico. Além dos tempos de descarregamento, foi questionado o tempo de 
transporte, do recebimento até os silos, valor este que foi estimado, através da capacidade dos 
elevadores de caneca e roscas transportadoras pela capacidade de cada caminhão, sendo 
considerado, em média, o recebimento de caminhões com 15 toneladas, conforme representado 
no quadro 1. 
 
Quadro 1 – Tempos de descarregamento e transporte 
Tempo de descarregamento (sem o tombador) 30 min 
Tempo de descarregamento (com o tombador) 10 min 
Tempo de transporte até os silos 9 min 
Fonte: elaborado pelos autores (2018) 
 
Além dos tempos, foi solicitado dos valores das capacidades da moega, dos elevadores 
e roscas, bem como as capacidades dos silos, para que fosse possível a montagem da simulação 
computacional, conforme o quadro 2. 
 
Quadro 2 – Tempos de descarregamento e transporte 
Moega 30 toneladas 
Transporte (roscas e elevadores) 99 toneladas/hora 
Silos 2.700 toneladas (180 caminhões de 15 toneladas) 
Fonte: elaborado pelos autores (2018) 
 
Modelos de simulação com e sem tombador 
Com as informações citadas nos quadros 1 e 2, foram construídos dois modelos de 
simulação, no Software Arena versão 15.10. Esses fluxos do processo com e sem o tombador 
possuem a mesma estrutura, o que os diferencia é a configuração do tempo de descarregamento, 
que para o fluxo com tombador é 10 min e sem tombador 30min. 
O tempo simulado foi estimado com um período de um dia (1 dias), considerando que 
o dia tenha 8 horas trabalhadas. Foram realizadas 20 replicações da simulação para cada 
modelo, para que assim os resultados gerados fossem mais confiáveis. Para as simulações, 
foram utilizados os seguintes módulos de fluxograma do software Arena: Create, Process, 
Batch e Dispose. Estes módulos foram alimentados com as informações coletadas e indicadas 
nos quadros 1 e 2. O módulo Create possibilita a modelagem da chegada de materiais. 
 
Considerou-se que a cada cinco minutos em média chega um lote de produção, sendo 
considerados apenas caminhões com 15 toneladas, de acordo com informações dos operadores 
da moega. Como se trata apenas de um valor médio, na prática haverá variabilidade nesse 
tempo. Para simular a variabilidade, admitiu-se na simulação que o tempo de chegada entre 
lotes varia segundo uma distribuição exponencial com média de cinco minutos. 
Os módulos Process são utilizados para modelar o processamento dos produtos pela 
moega e pelos elevadores e roscas. Os tempos de processamento do descarregamento na moega 
foram considerados constantes, que segundo informações dos operadores são: tempo de 
descarregamento sem tombador, cerca de 30 min e com tombador 10 min. No caso do estudo 
foram utilizados dois módulos process, sendo um referente ao processo de recebimento do arroz 
e outro considerando o transporte até os silos, mesmo este processo sendo composto por roscas 
e elevadores, para a simplificação do modelo, foi utilizado um tempo único de transporte, 
considerando as capacidades dos elevadores e roscas e dos caminhões. 
O módulo Dispose é utilizado para identificar o fim do fluxo de produção, registrando 
informações da simulação. 
 
Resultado das simulações 
Os resultados das simulações estão resumidos nosquadros 3 e 4. 
 
Quadro 3 – média da porcentagem de produto que entrou no sistema 
Produto Com tombador Sem tombador 
Arroz 92,15% 92,15% 
Fonte: elaborado pelos autores (2018) 
 
Quadro 4 – média da utilização dos equipamentos do sistema 
Equipamento Sem tombador Com tombador 
Moega 100% 99,69% 
Transporte (elevadores e roscas) 28,12% 87,86% 
Fonte: elaborado pelos autores (2018) 
 
O quadro 3 contém informações acerca da porcentagem de produto que entrou no 
sistema. Os valores obtidos com e sem tombador são equivalentes. Logo, o tombador não 
impactará na quantidade de produto que entrará no sistema. 
O quadro 4 contém informações acerca da utilização dos equipamentos do sistema, 
moega e transporte (elevadores e roscas). Os valores de utilização da moega são equivalentes, 
ou seja, o tombador pouco influenciará na utilização da moega. Pode-se perceber que há uma 
 
diferença de utilização com e sem o tombador para os equipamentos de transporte, ou seja, sem 
o tombador esses equipamentos com alta capacidade ficam ociosos, e com o tombador, há uma 
melhor utilização desses equipamentos. 
 
CONCLUSÕES 
A pesquisa realizada com uso do software Arena permitiu fazer uma análise dos 
tempos do descarregamento do setor de arroz seco de uma indústria cerealista auxiliando na 
tomada de decisão de compra de um tombador hidráulico. 
Através da simulação do sistema, pode-se observar que a compra de um tombador 
justifica-se pela maior utilização dos equipamentos de transporte, pois estes ficam ociosos sem 
o uso do tombador. Desta forma o processo é otimizado e assim, aumentando a produtividade. 
A metodologia apresentada por este trabalho pode ser adaptada e aplicada a outros 
estudos de simulação de processos, que buscam auxiliar na tomada de decisão. 
 
 
REFERÊNCIAS 
ABPMP (2013)

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