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Página 1 de 9 NOME DO ALUNO Rúbia Masiero Rodriguez 12/09/2019 ESTUDO DIRIGIDO DIREITO PENAL 1 TEORIA GERAL DA NORMA PENAL: LEI PENAL NO TEMPO 1 TEMPO DO CRIME “Art. 4º: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado [...] São três as teorias acerca do tempo do crime: a) Teoria da atividade: considera o momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do resultado. O CP adotou essa teoria (art. 4º). Funda-se no argumento de que o tempo do crime deve ser o tempo do ato de vontade do agente, uma vez que a lei penal é destinada a agir sobre a vontade; b) Teoria do resultado: considera o momento da produção do resultado; c) Teoria mista: considera tanto o momento da conduta como o do resultado.”1 “Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Teorias sobre o momento do crime: a) atividade: crime reputa-se praticado no momento da conduta comissiva ou omissiva; b) resultado: o crime é praticado no momento da produção do resultado; c) ubiquidade ou mista: o crime considera-se praticado no momento da conduta e no momento do resultado. Teoria adotada: o Código Penal adotou a teoria da atividade. Como consequência principal, a imputabilidade do agente deve ser aferida no momento em que o crime é praticado, pouco importando a data em que o resultado venha a ocorrer. Exemplo: um menor com 17 anos e 11 meses esfaqueia uma senhora, que vem a falecer, em consequência desses golpes, 3 meses depois. Não responde pelo crime, pois era inimputável à época da infração. No caso de crime permanente, como a conduta se prolonga no tempo, o agente responderia pelo delito. Assim, se o menos, com a mesma idade da hipótese anterior, sequestrasse a senhora, em vez de mata-la, e fosse preso em flagrante 3 meses depois, responderia pelo crime, pois o estaria cometendo na maioridade. Em matéria de prescrição, o Código Penal adotou a teoria do resultado. O lapso prescricional começa a correr a partir da consumação, e não do dia em que se deu a ação 1 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. delituosa (CP, art. 111, I). Entretanto, em se tratando de redução de prazo prescricional, no caso de criminoso menor de 21, aplica-se a teoria da atividade (v. CP, art. 115, primeira parte).”2 “A expressão -ao tempo do crime- constante do art. 115 do CP tem de ser entendida, com relação ao crime continuado, como “ao tempo de cada crime” que integra essa modalidade de concurso de delitos, razão por que se afigura certo o entendimento segundo o qual a redução do prazo de prescrição por causa da menoridade só se dá quanto aos crimes praticados antes de o agente completar 21 anos de idade.”3 2 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS 2.1 “Abolitio criminis” “*...+ ocorre quando a nova lei suprime normas incriminadoras anteriormente existentes, ou seja, o fato deixa de ser considerado crime.”4 “Lei posterior deixa de considerar um fato como criminoso. Trata-se de lei posterior que revoga o tipo penal incriminador, passando o fato a ser considerado atípico. Como o comportamento deixou de constituir infração penal, o Estado perde a pretensão de impor ao agente 75 qualquer pena, razão pela qual se opera a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, III, do Código Penal.”5 “*...+ é a descriminalização de determinada conduta por lei nova que deixa de considerar crime conduta anteriormente tipificada como ilícito penal. Ela apaga qualquer efeito da lei penal incriminadora, da pena em cumprimento, passando pelo processo e chegando até a própria anotação na ficha criminal do indivíduo, não podendo ser considerada para configurar reincidência ou maus antecedentes.”6 2.2 “Novatio legis” incriminadora “*...+ ocorre quando a nova lei incriminadora fatos antes considerados lícitos, ou seja, o fato passa a ser considerado crime.”7 “É a lei posterior que cria um tipo incriminador, tornando típica conduta considerada irrelevante penal pela lei anterior. Na precisa observação de Francisco de Assis Toledo, “A lei penal 2 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 88-89 3 PETCOV, Maria Cristina. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 3.ed. Brasília: STF, 2017. 910p. P. 272. 4 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. 5 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 74-75 6 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09- 2019. 7 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. mais grave não se aplica aos fatos ocorridos antes de sua vigência, seja quando cria figura penal até então inexistente, seja quando se limita a agravar as consequências jurídico-penais do fato, isto é, a pena ou a medida de segurança”. “Há, pois, uma proibição de retroatividade das normas mais severas de direito penal material”. Aliás, para se saber se uma norma é ou não de direito material, ensina que essa questão “deve ser decidida menos em função da lei que a contenha do que em razão da natureza e essência da própria norma, pois o Código de Processo Penal e a Lei de Execução contêm normas de direito material, assim como o Código Penal contém normas de direito processual”8 “*...+ é a hipótese inversa, ou seja, lei nova que tipifica conduta que antes não era considerada crime. Consagrando a anterioridade da lei penal, não se aplica a fatos anteriores a sua vigência.”9 2.3 “Novatio legis in mellius” ou “lex mittior” “*…+ ocorre quando a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito.”10 “É a lei posterior (novatio legis) que, de qualquer modo, traz um benefício para o agente no caso concreto (in mellius). A lex mitior (lei melhor) é a lei mais benéfica, seja anterior ou posterior ao fato. Quando posterior, recebe o nome indicado neste item, significando nova lei em benefício do agente. Tanto na hipótese da abolitio criminis quanto na da alteração in mellius, a norma penal retroage e aplica-se imediatamente aos processos em julgamento, aos crimes cuja perseguição ainda não se iniciou e, também, aos casos já encerrados por decisão transitada em julgado. Qualquer direito adquirido do Estado com a satisfação do jus puniendi é atingido pela nova lei, por força do imperativo constitucional da retroatividade da lex mitior.”11 “*...+ lei posterior que melhora a situação do sujeito. Corolário da retroatividade da lei mais benigna, como consagrado na Constituição de 1988, a lei posterior mais benéfica sempre retroage, alcançando inclusive os fatos já alcançados por decisão condenatória já transitada em julgado. Diferencia-se da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas outras circunstâncias que são modificadas pela nova lei como: pena ou tempo de prescrição.”12 8 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 77-78. 9 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09- 2019. 10 Direito Penal. Jurisite. Disponívelem: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. 11 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 77. 12 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09- 2019. 2.4 “Novatio legis in pejus” ou “lex gravior” “*...+ ocorre quando a lei nova modifica o regime penal anterior, agravando a situação do sujeito.”13 “É a lei posterior (novatio legis) que, de qualquer modo, venha a agravar a situação do agente no caso concreto (in pejus). Nesse caso a lex mitior (lei melhor) é a lei anterior. A lei menos benéfica, seja anterior, seja posterior, recebe o nome de lex gravior (lei mais grave). Esta, quando posterior, tem a denominação que encabeça este item, significando nova lei em prejuízo do agente.”14 “*...+ lei posterior que agrava a situação do sujeito. A lei mais gravosa não retroage, aplicando- se apenas aos fatos ocorridos após sua vigência. Aos fatos anteriores a lei mais gravosa, se aplica a lei anterior mais benigna (ultra-atividade da lei mais benigna).”15 2.5 “Lex Tertia” “*...+ A Lex tertia, portanto, é uma criação teórica que impede a combinação de partes de dois institutos para fazer surgir um terceiro. No caso mencionado, o julgado relatado por Brossard envolvia um pedido de aplicação de alguns requisitos da lei nova conjuntamente a alguns requisitos da lei anterior, criando um tertium genus, uma nova lista (híbrida) de requisitos para a concessão da liberdade provisória.”16 “[...] No caso de vigência de três leis sucessivas, deve-se ressaltar que sempre será aplicada a lei mais benigna, entre elas: a posterior será retroativa quanto às anteriores e a antiga será ultra- ativa em relação àquelas que a sucederem. Se, entre as leis que se sucedem, surge uma intermediária mais benigna, embora não seja nem a do tempo do crime nem daquele em que a lei vai ser aplicada, essa lei intermediária mais benévola deve ser aplicada ex vi do art. 2°, parágrafo único, do CP.”17 “Divide-se a doutrina e a jurisprudência quanto à possibilidade de conjugar leis em benefício do réu, ou seja, considerar parte de cada lei em conflito para aplicar uma solução em concreto mais vantajosa. No julgamento do Recurso Extraordinário n° 596.152/SP (13/10/2011), o STF se dividiu (5 ministros foram à favor e 5 foram contra, prevalecendo o benefício ao réu) na questão da 13 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. 14 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 77. 15 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09- 2019. 16 NETO, Benedicto de Souza Mello. Retroatividade benéfica ou lex tertia? Um estudo sobre o conflito de leis no delito de tráfico de drogas. Publica Direito. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=138aab288c363726>, acesso em 10-09-2019. 17 BARROS, Franciso Dirceu. Código Penal Comentado e Exemplificado com sua Interpretação Doutrinária e Jurisprudência – Parte Geral. Acervo Digital. Disponível em https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/133/10/Livro%20%20C%C3%B3digo%20Penal< %20-%20Cap%C3%ADtulo%202%20-%20P%C3%A1ginas%208%20a%2014.pdf>, acesso em 12-09-2019. possibilidade de combinação de leis no que tange ao crime de tráfico de drogas (confira jurisprudência infra).”18 2.6 Exceções 2.6.1 Leis Temporárias e Excepcionais “Lei Excepcional é aquela que possui vigência durante situação transitória emergencial, como nos casos de guerra, calamidade pública, inundação etc. Não é fixado prazo de vigência, que persistirá enquanto não cessar a situação que a determinou. Lei Temporária, por sua vez, é aquela que possui vigência previamente determinada. Pode-se dize que são leis auto revogáveis e são criadas para atender situações anômalas [...] Por outro lado, ressalta-se que a ultra-altividade das leis temporárias ou excepcionais não infringe o princípio constitucional da retroatividade da lei penal mais benéfica, pois não há duas leis em conflito no tempo, tendo em vista que as leis excepcionais ou temporárias versam matéria distinta, já que trazem no tipo dados específicos. A questão relaciona-se com lipicidade e não com direito intertemporal.”19 “a) lei excepcional: é a feita para vigorar em períodos anormais, como guerra, calamidades, etc. Sua duração coincide com a do período (dura enquanto durar a guerra, a calamidade, etc.); b) lei temporária: é a feita para vigorar em um período de tempo previamente fixado pelo legislador. Traz em seu bojo a data de cessação de sua vigência. É uma lei que desde a sua entrada em vigor está marcada para morrer. Características: a) São autorrevogáveis: em regra, uma lei somente pode ser revogada por outra lei, posterior, que a revogue expressamente, que seja com ela incompatível ou que regule integralmente a matéria nela tratada [...] As leis de vigência temporária constituem exceção a esse princípio, visto que perdem sua vigência automaticamente, sem que outra lei as revogue. A temporária se autorrevoga na data fixada em seu próprio texto; a excepcional, quando se encerrar o período anormal [...] b) São ultrativas: a ultratividade significa a possibilidade de uma lei se aplicar a um fato cometido durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação (a lei adere ao fato como se fosse um carrapato, acompanhando-o para sempre, mesmo após sua morte) O art. 5º, XL, da CF, consagrou o princípio da ultratividade in mellius. Assim, por exemplo, se um sujeito praticara um homicídio qualificado antes da entrada em vigor da Lei n. 8.930, de 6 de setembro de 1994, que passou a considerá-lo crime hediondo, continuava tendo direito ao benefício da anistia, graça e indulto, já que a nova lei, por ser prejudicial, não podia retroagir para vedar a concessão de tais benefícios. No caso das leis de vigência temporária, porém, a ultratividade é um pouco diferente: ela ocorre sempre, ainda que prejudique o réu. Assim, um fato praticado sob a vigência de uma lei temporária ou excepcional continuará sendo por ela regulado, mesmo após sua autorrevogação e ainda que prejudique o agente. Por exemplo: durante um surto epidêmico, cria-se um delito para aquele que omitir a notificação da varíola. Erradicada essa doença, cessa a vigência da norma excepcional, entretanto, não se poderá falar em abolitio criminis, pois a lei transitória incriminadora continuará alcançando o autor do crime, mesmo depois da cessação de sua vigência. Tal implica restrição ao princípio da retroatividade in mellius, previsto no art. 5º, XL, da CF, pois a nova lei mais 18 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. Direitorio – FGV. Disponível em: https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2018_2_new_ok.pdf< >, acesso em: 12-09-2019. 19 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09- 2019. benéfica fica impedida de retroagir. Isto se justifica porque, do contrário, ninguém respeitaria a norma transitória, na convicção de que, mais cedo ou mais tarde, ela desapareceria.”20 “Conforme previsto no art.3° do CP, as leis penais temporárias (que preveem um prazo pré- determinado de vigência) ou excepcionais (que preveem a vigência de determinada lei penal enquantodurarem situações de emergência como: enchente, terremoto) se aplicam ao fato praticado sob sua vigência, ainda que revogadas. Parte majoritária da doutrina entende que não se aplica a retroatividade de lei para beneficiar o réu, porque as situações tipificadas são diversas, permanecendo a razão temporária de incriminação ou agravamento da punição. Parte minoritária entende que a exceção prevista no art.5°, XL, da CR é incondicional e que todos os efeitos da lei penal temporária, quando perder vigência, devem ser cassados.”21 2.6.2 Crimes Continuado e Permanente “O crime continuado é um fenômeno jurídico criado por razões de política criminal como forma de atingir uma individualização da pena mais justa e equânime, evitando a aplicação do cúmulo material a hipóteses de concursos de crimes de menor gravidade. Apesar de sua antiguidade, o desenvolvimento do instituto do crime continuado sempre ocorreu de forma conturbada, coexistindo várias discrepâncias entre os juristas acerca de sua aplicação. Esses dilemas não foram completamente esgotados, perdurando até os dias atuais [...] não existe entre os doutrinadores um consenso quanto à origem do crime continuado. Alguns juristas atribuem sua criação ao direito romano, outros apontam a origem dessa figura ao direito canônico. Contudo, a vertente majoritária relaciona a criação do crime continuado, ou pelo menos de suas bases teóricas, ao direito italiano, centrado nos ensinamentos do prático Prospero Farinacio. Delitos permanentes: nos quais a realização de vários atos tem o objetivo de fazer perdurar determinado estado, de modo que o momento consumativo se porte no tempo”22 “A existência do crime continuado, em sede de Direito Romano, foi durante muito tempo uma questão controvertida no estudo do tema. Apoiando-se obrigatoriamente no Digesto, vários autores conseguiam encontrar passagens que legitimavam ora uma, ora outra posição. Retirava-se de determinado passo, a expressão propter continuationem, que conjugada com a afirmação de que só existiria uma actio na hipótese de um ladrão se voltar a apossar do escravo que por outrem lhe tinha sido subtraído, parecia conduzir à conclusão de que tal passagem previa um caso específico de crime continuado [...] seria qualificado pelos Romanos como concurso material de crimes, sendo consecutivamente resolvido mediante a aplicação das regras deste. O crime permanente «ocorre quando a consumação se protrai no tempo dependente da vontade do sujeito ativo». Por sua vez o crime continuado consiste em vários atos, repetidos, mas intervalados, num determinado lapso temporal.”23 20 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645 p. P. 84-85 21 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09- 2019. 22 FAJARDO, V.B.F . A conf iguração do cr ime continuado e sua l imitação temporal. Reci fe , Pernambuco : CCJ/UFPE, 2017. Monograf ia (Bachare l em Dire ito) . Faculdade de Dire ito d o Recife . Un ivers idade Fede ral de Pernam buco, 2017. 23 MARTINS, A.R.B . O cr ime continuado. Lisboa, Portugal : UCP, 2012. D issertação (Bacharel em Dire ito) . Fac ulda de de D ire ito. U nive rs idade Catól ica Portuguesa, 2012. “No crime continuado, a dosimetria da pena deve ocorrer para todos os crimes que o integram, mas não é caso de nulidade da sentença, por ausência de prejuízos ao paciente, o fato de ter o magistrado se limitado ao delito mais grave, que, por força do art. 71 do CP, orienta a aplicação da pena final. (...) No crime continuado, independentemente de sua natureza simples ou qualificada, a escolha do percentual de aumento da pena varia de acordo com o número de infrações praticadas [...] Cabe ao juiz analisar a aplicabilidade ou não da regra do crime continuado, no momento da fixação da pena. Praticado, várias vezes, o mesmo crime, nos termos do art. 71 do CP, a pena aplicável a cada conduta é idêntica, o que torna dispensável a repetição da dosimetria relativa a cada uma delas [...] A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.”24 3 RETROATIVIDADE E NORMAS PENAIS EM BRANCO “Resta como pacificado o entendimento do qual a norma possui eficácia somente enquanto estiver vigente. Isto significa afirmar que as consequências a ela estabelecidas somente poderão ser aplicadas a fatos praticados depois de sua publicação (entendendo-se, no caso, a inexistência de uma vacatio legis) e antes de sua revogação. Ou seja: a norma, em regra, não pode retroagir, ou seja, ser aplicada em relação a fatos anteriores a sua publicação, nem ultra-agir, isto é, ser aplicada mesmo depois de revogada.”25 “[...] Em face do princípio da retroatividade da lei mais benéfica, a abolitio criminis alcança o fato em qualquer fase em que ele se encontre. Se não há processo, o mesmo não pode ser iniciado; se há ação penal, a mesma deve ser trancada; se há condenação, a pena não pode ser executada; se o condenado está cumprindo pena, deve o mesmo ser solto imediatamente.”26 “ [...] no conflito de leis penais no tempo, é indispensável investigar qual a que se apresenta mais favorável ao individuo tido como infrator. A lei anterior, quando mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência.”27 4 QUESTÕES 4.1 Questão sobre TODO o conteúdo Analise as informações abaixo; após, assinale V (verdadeiro) ou F (falso): 24 DUARTE, Fabiane Pereira de Oliveira. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 2.ed. Brasília: CDJU-STF, 2016. 834p. P. 191. 25 KREBS, Pedro. As normas penais em branco e a alteração de seu complemento (uma vez mais). Revista Ibero- americana de Ciências Penais. Porto Alegre, ano 2, n. 3, p. 77-78, mai-ago, 2001. 26OLIVEIRA, Fernanda Alves de. Direito Penal – Parte Geral. Direitoria. Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/~diniz/d/direito/penal-Dir_Penal_ParteGeral.pdf< >, acesso em 12-09-2019. 27 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 12-09- 2019. I) (V) O tempo do crime é praticado no momento da ação ou omissão; II) (F) A novatio legis in pejus ocorre quando a lei nova modifica a anterior, amenizando a situação do sujeito; III) (V) A novatio legis in pejus ocorre quando a lei nova modifica a anterior, agravando a situação do sujeito; IV) (V) A abolitio criminis é uma lei posterior que revoga o tipo penal incriminador; V) (F) A lei excepcional é classificada como sendo autorrevogável e retroativa; VI) (V) Lei temporária é aquela que possui vigência previamente determinada; VII) (V) Crime continuado é a prática de dois ou mais crimes, os quais estão ligados um ao outro. 4.2 Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO 28Em um beco, no Complexo do Alemão - RJ, às 20h00min do dia 15 de janeiro de 2002, Paulo encontra-se com José para um acerto de dívidas. Neste dia, seria o prazo final para José acertar sua dívida com Paulo, porém o mesmo não possuía o valor total, apenas 20% do valor da dívida. Neste momento, Paulo dispara com uma arma de fogo contra José, o levando a óbito no dia 30 de janeiro de 2002. a) A teoria da atividade enquadra-se no dia em que José foi assassinado. b) A teoria da ubiquidade (ou teoria mista) enquadra-se no momentodo tiro e no dia em que José veio a óbito. CORRETA c) A teoria do resultado diz respeito ao local onde Paulo disparou a arma. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, Franciso Dirceu. Código Penal Comentado e Exemplificado com sua Interpretação Doutrinária e Jurisprudência – Parte Geral. Acervo Digital. Disponível em <https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/133/10/Livro%20%20C%C3%B3dig o%20Penal%20-%20Cap%C3%ADtulo%202%20-%20P%C3%A1ginas%208%20a%2014.pdf>, acesso em 12-09-2019. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 645p. 28 Nomes ilustrativos. Caso fictício e não ligado com a realidade. Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 12-09-2019. DUARTE, Fabiane Pereira de Oliveira. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 2.ed. Brasília: CDJU-STF, 2016. 834p. FAJARDO, V.B.F . A configuração do crime continuado e sua l imitação temporal. Recife, Pernambuco: CCJ/UFPE, 2017. Monografia (Bacharel em Direito). Faculdade de Direito do Recife. Universidade Federal de Pernambuco, 2017. KREBS, Pedro. As normas penais em branco e a alteração de seu complemento (uma vez mais). Revista Ibero-americana de Ciências Penais. Porto Alegre, ano 2, n. 3, p. 77-78, mai-ago, 2001. MARTINS, A.R.B . O crime continuado. Lisboa, Portugal : UCP, 2012. Dissertação (Bacharel em Direito). Faculdade de Direito. Universidade Católica Portuguesa, 2012. MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>,acesso em 10-09-2019. NETO, Benedicto de Souza Mello. Retroatividade benéfica ou lex tertia? Um estudo sobre o conflito de leis no delito de tráfico de drogas. Publica Direito. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=138aab288c363726>, acesso em 10-09-2019. OLIVEIRA, Fernanda Alves de. Direito Penal – Parte Geral. Direitoria. Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/~diniz/d/direito/penal-Dir_Penal_ParteGeral.pdf>, acesso em 12-09- 2019. PETCOV, Maria Cristina. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 3.ed. Brasília: STF, 2017. 910p.
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