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Roteiro 05 - LEI PENAL NO TEMPO

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Página 1 de 9 
NOME DO ALUNO Rúbia Masiero Rodriguez 
12/09/2019 ESTUDO DIRIGIDO 
DIREITO 
PENAL 
1 
 
TEORIA GERAL DA NORMA PENAL: 
LEI PENAL NO TEMPO 
 
 
1 TEMPO DO CRIME 
“Art. 4º: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado [...] São três as teorias acerca do tempo do crime: a) Teoria da 
atividade: considera o momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do 
resultado. O CP adotou essa teoria (art. 4º). Funda-se no argumento de que o tempo do crime deve 
ser o tempo do ato de vontade do agente, uma vez que a lei penal é destinada a agir sobre a vontade; 
b) Teoria do resultado: considera o momento da produção do resultado; c) Teoria mista: considera 
tanto o momento da conduta como o do resultado.”1 
“Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja 
o momento do resultado. Teorias sobre o momento do crime: a) atividade: crime reputa-se praticado 
no momento da conduta comissiva ou omissiva; b) resultado: o crime é praticado no momento da 
produção do resultado; c) ubiquidade ou mista: o crime considera-se praticado no momento da 
conduta e no momento do resultado. Teoria adotada: o Código Penal adotou a teoria da atividade. 
Como consequência principal, a imputabilidade do agente deve ser aferida no momento em que o 
crime é praticado, pouco importando a data em que o resultado venha a ocorrer. Exemplo: um 
menor com 17 anos e 11 meses esfaqueia uma senhora, que vem a falecer, em consequência desses 
golpes, 3 meses depois. Não responde pelo crime, pois era inimputável à época da infração. No caso 
de crime permanente, como a conduta se prolonga no tempo, o agente responderia pelo delito. 
Assim, se o menos, com a mesma idade da hipótese anterior, sequestrasse a senhora, em vez de 
mata-la, e fosse preso em flagrante 3 meses depois, responderia pelo crime, pois o estaria 
cometendo na maioridade. Em matéria de prescrição, o Código Penal adotou a teoria do resultado. O 
lapso prescricional começa a correr a partir da consumação, e não do dia em que se deu a ação 
 
 1 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
delituosa (CP, art. 111, I). Entretanto, em se tratando de redução de prazo prescricional, no caso de 
criminoso menor de 21, aplica-se a teoria da atividade (v. CP, art. 115, primeira parte).”2 
“A expressão -ao tempo do crime- constante do art. 115 do CP tem de ser entendida, com 
relação ao crime continuado, como “ao tempo de cada crime” que integra essa modalidade de 
concurso de delitos, razão por que se afigura certo o entendimento segundo o qual a redução do 
prazo de prescrição por causa da menoridade só se dá quanto aos crimes praticados antes de o 
agente completar 21 anos de idade.”3 
 
2 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS 
2.1 “Abolitio criminis” 
“*...+ ocorre quando a nova lei suprime normas incriminadoras anteriormente existentes, ou 
seja, o fato deixa de ser considerado crime.”4 
“Lei posterior deixa de considerar um fato como criminoso. Trata-se de lei posterior que 
revoga o tipo penal incriminador, passando o fato a ser considerado atípico. Como o comportamento 
deixou de constituir infração penal, o Estado perde a pretensão de impor ao agente 75 qualquer 
pena, razão pela qual se opera a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, III, do Código 
Penal.”5 
“*...+ é a descriminalização de determinada conduta por lei nova que deixa de considerar 
crime conduta anteriormente tipificada como ilícito penal. Ela apaga qualquer efeito da lei penal 
incriminadora, da pena em cumprimento, passando pelo processo e chegando até a própria anotação 
na ficha criminal do indivíduo, não podendo ser considerada para configurar reincidência ou maus 
antecedentes.”6 
2.2 “Novatio legis” incriminadora 
“*...+ ocorre quando a nova lei incriminadora fatos antes considerados lícitos, ou seja, o fato 
passa a ser considerado crime.”7 
“É a lei posterior que cria um tipo incriminador, tornando típica conduta considerada 
irrelevante penal pela lei anterior. Na precisa observação de Francisco de Assis Toledo, “A lei penal 
 
2 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 88-89 
3 PETCOV, Maria Cristina. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 3.ed. 
Brasília: STF, 2017. 910p. P. 272. 
4 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
5 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 74-75 
6 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09-
2019. 
7 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
mais grave não se aplica aos fatos ocorridos antes de sua vigência, seja quando cria figura penal até 
então inexistente, seja quando se limita a agravar as consequências jurídico-penais do fato, isto é, a 
pena ou a medida de segurança”. “Há, pois, uma proibição de retroatividade das normas mais 
severas de direito penal material”. Aliás, para se saber se uma norma é ou não de direito material, 
ensina que essa questão “deve ser decidida menos em função da lei que a contenha do que em razão 
da natureza e essência da própria norma, pois o Código de Processo Penal e a Lei de Execução 
contêm normas de direito material, assim como o Código Penal contém normas de direito 
processual”8 
“*...+ é a hipótese inversa, ou seja, lei nova que tipifica conduta que antes não era considerada 
crime. Consagrando a anterioridade da lei penal, não se aplica a fatos anteriores a sua vigência.”9 
2.3 “Novatio legis in mellius” ou “lex mittior” 
“*…+ ocorre quando a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito.”10 
“É a lei posterior (novatio legis) que, de qualquer modo, traz um benefício para o agente no 
caso concreto (in mellius). A lex mitior (lei melhor) é a lei mais benéfica, seja anterior ou posterior ao 
fato. Quando posterior, recebe o nome indicado neste item, significando nova lei em benefício do 
agente. Tanto na hipótese da abolitio criminis quanto na da alteração in mellius, a norma penal 
retroage e aplica-se imediatamente aos processos em julgamento, aos crimes cuja perseguição ainda 
não se iniciou e, também, aos casos já encerrados por decisão transitada em julgado. Qualquer 
direito adquirido do Estado com a satisfação do jus puniendi é atingido pela nova lei, por força do 
imperativo constitucional da retroatividade da lex mitior.”11 
“*...+ lei posterior que melhora a situação do sujeito. Corolário da retroatividade da lei mais 
benigna, como consagrado na Constituição de 1988, a lei posterior mais benéfica sempre retroage, 
alcançando inclusive os fatos já alcançados por decisão condenatória já transitada em julgado. 
Diferencia-se da abolitio criminis, uma vez que aqui não é a conduta, mas outras circunstâncias que 
são modificadas pela nova lei como: pena ou tempo de prescrição.”12 
 
 
8
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 77-78. 
9 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09-
2019. 
10 Direito Penal. Jurisite. Disponívelem: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
11 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 77. 
12 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09-
2019. 
2.4 “Novatio legis in pejus” ou “lex gravior” 
“*...+ ocorre quando a lei nova modifica o regime penal anterior, agravando a situação do 
sujeito.”13 
“É a lei posterior (novatio legis) que, de qualquer modo, venha a agravar a situação do agente 
no caso concreto (in pejus). Nesse caso a lex mitior (lei melhor) é a lei anterior. A lei menos benéfica, 
seja anterior, seja posterior, recebe o nome de lex gravior (lei mais grave). Esta, quando posterior, 
tem a denominação que encabeça este item, significando nova lei em prejuízo do agente.”14 
“*...+ lei posterior que agrava a situação do sujeito. A lei mais gravosa não retroage, aplicando-
se apenas aos fatos ocorridos após sua vigência. Aos fatos anteriores a lei mais gravosa, se aplica a lei 
anterior mais benigna (ultra-atividade da lei mais benigna).”15 
2.5 “Lex Tertia” 
“*...+ A Lex tertia, portanto, é uma criação teórica que impede a combinação de partes de dois 
institutos para fazer surgir um terceiro. No caso mencionado, o julgado relatado por Brossard 
envolvia um pedido de aplicação de alguns requisitos da lei nova conjuntamente a alguns requisitos 
da lei anterior, criando um tertium genus, uma nova lista (híbrida) de requisitos para a concessão da 
liberdade provisória.”16 
“[...] No caso de vigência de três leis sucessivas, deve-se ressaltar que sempre será aplicada a 
lei mais benigna, entre elas: a posterior será retroativa quanto às anteriores e a antiga será ultra-
ativa em relação àquelas que a sucederem. Se, entre as leis que se sucedem, surge uma intermediária 
mais benigna, embora não seja nem a do tempo do crime nem daquele em que a lei vai ser aplicada, 
essa lei intermediária mais benévola deve ser aplicada ex vi do art. 2°, parágrafo único, do CP.”17 
“Divide-se a doutrina e a jurisprudência quanto à possibilidade de conjugar leis em benefício 
do réu, ou seja, considerar parte de cada lei em conflito para aplicar uma solução em concreto mais 
vantajosa. No julgamento do Recurso Extraordinário n° 596.152/SP (13/10/2011), o STF se dividiu (5 
ministros foram à favor e 5 foram contra, prevalecendo o benefício ao réu) na questão da 
 
13 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
14 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 77. 
15 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09-
2019. 
16 NETO, Benedicto de Souza Mello. Retroatividade benéfica ou lex tertia? Um estudo sobre o conflito de leis no 
delito de tráfico de drogas. Publica Direito. Disponível em: 
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=138aab288c363726>, acesso em 10-09-2019. 
17
 BARROS, Franciso Dirceu. Código Penal Comentado e Exemplificado com sua Interpretação Doutrinária e 
Jurisprudência – Parte Geral. Acervo Digital. Disponível em 
https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/133/10/Livro%20%20C%C3%B3digo%20Penal<
%20-%20Cap%C3%ADtulo%202%20-%20P%C3%A1ginas%208%20a%2014.pdf>, acesso em 12-09-2019. 
possibilidade de combinação de leis no que tange ao crime de tráfico de drogas (confira 
jurisprudência infra).”18 
 
2.6 Exceções 
2.6.1 Leis Temporárias e Excepcionais 
“Lei Excepcional é aquela que possui vigência durante situação transitória emergencial, como 
nos casos de guerra, calamidade pública, inundação etc. Não é fixado prazo de vigência, que 
persistirá enquanto não cessar a situação que a determinou. Lei Temporária, por sua vez, é aquela 
que possui vigência previamente determinada. Pode-se dize que são leis auto revogáveis e são 
criadas para atender situações anômalas [...] Por outro lado, ressalta-se que a ultra-altividade das leis 
temporárias ou excepcionais não infringe o princípio constitucional da retroatividade da lei penal 
mais benéfica, pois não há duas leis em conflito no tempo, tendo em vista que as leis excepcionais ou 
temporárias versam matéria distinta, já que trazem no tipo dados específicos. A questão relaciona-se 
com lipicidade e não com direito intertemporal.”19 
“a) lei excepcional: é a feita para vigorar em períodos anormais, como guerra, calamidades, 
etc. Sua duração coincide com a do período (dura enquanto durar a guerra, a calamidade, etc.); b) lei 
temporária: é a feita para vigorar em um período de tempo previamente fixado pelo legislador. Traz 
em seu bojo a data de cessação de sua vigência. É uma lei que desde a sua entrada em vigor está 
marcada para morrer. Características: a) São autorrevogáveis: em regra, uma lei somente pode ser 
revogada por outra lei, posterior, que a revogue expressamente, que seja com ela incompatível ou 
que regule integralmente a matéria nela tratada [...] As leis de vigência temporária constituem 
exceção a esse princípio, visto que perdem sua vigência automaticamente, sem que outra lei as 
revogue. A temporária se autorrevoga na data fixada em seu próprio texto; a excepcional, quando se 
encerrar o período anormal [...] b) São ultrativas: a ultratividade significa a possibilidade de uma lei 
se aplicar a um fato cometido durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação (a lei adere ao 
fato como se fosse um carrapato, acompanhando-o para sempre, mesmo após sua morte) O art. 5º, 
XL, da CF, consagrou o princípio da ultratividade in mellius. Assim, por exemplo, se um sujeito 
praticara um homicídio qualificado antes da entrada em vigor da Lei n. 8.930, de 6 de setembro de 
1994, que passou a considerá-lo crime hediondo, continuava tendo direito ao benefício da anistia, 
graça e indulto, já que a nova lei, por ser prejudicial, não podia retroagir para vedar a concessão de 
tais benefícios. No caso das leis de vigência temporária, porém, a ultratividade é um pouco diferente: 
ela ocorre sempre, ainda que prejudique o réu. Assim, um fato praticado sob a vigência de uma lei 
temporária ou excepcional continuará sendo por ela regulado, mesmo após sua autorrevogação e 
ainda que prejudique o agente. Por exemplo: durante um surto epidêmico, cria-se um delito para 
aquele que omitir a notificação da varíola. Erradicada essa doença, cessa a vigência da norma 
excepcional, entretanto, não se poderá falar em abolitio criminis, pois a lei transitória incriminadora 
continuará alcançando o autor do crime, mesmo depois da cessação de sua vigência. Tal implica 
restrição ao princípio da retroatividade in mellius, previsto no art. 5º, XL, da CF, pois a nova lei mais 
 
18 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. Direitorio – FGV. Disponível em: 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2018_2_new_ok.pdf< >, acesso 
em: 12-09-2019. 
19 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 09-09-
2019. 
benéfica fica impedida de retroagir. Isto se justifica porque, do contrário, ninguém respeitaria a 
norma transitória, na convicção de que, mais cedo ou mais tarde, ela desapareceria.”20 
“Conforme previsto no art.3° do CP, as leis penais temporárias (que preveem um prazo pré-
determinado de vigência) ou excepcionais (que preveem a vigência de determinada lei penal 
enquantodurarem situações de emergência como: enchente, terremoto) se aplicam ao fato 
praticado sob sua vigência, ainda que revogadas. Parte majoritária da doutrina entende que não se 
aplica a retroatividade de lei para beneficiar o réu, porque as situações tipificadas são diversas, 
permanecendo a razão temporária de incriminação ou agravamento da punição. Parte minoritária 
entende que a exceção prevista no art.5°, XL, da CR é incondicional e que todos os efeitos da lei penal 
temporária, quando perder vigência, devem ser cassados.”21 
 
2.6.2 Crimes Continuado e Permanente 
“O crime continuado é um fenômeno jurídico criado por razões de política criminal como 
forma de atingir uma individualização da pena mais justa e equânime, evitando a aplicação do 
cúmulo material a hipóteses de concursos de crimes de menor gravidade. Apesar de sua antiguidade, 
o desenvolvimento do instituto do crime continuado sempre ocorreu de forma conturbada, 
coexistindo várias discrepâncias entre os juristas acerca de sua aplicação. Esses dilemas não foram 
completamente esgotados, perdurando até os dias atuais [...] não existe entre os doutrinadores um 
consenso quanto à origem do crime continuado. Alguns juristas atribuem sua criação ao direito 
romano, outros apontam a origem dessa figura ao direito canônico. Contudo, a vertente majoritária 
relaciona a criação do crime continuado, ou pelo menos de suas bases teóricas, ao direito italiano, 
centrado nos ensinamentos do prático Prospero Farinacio. Delitos permanentes: nos quais a 
realização de vários atos tem o objetivo de fazer perdurar determinado estado, de modo que o 
momento consumativo se porte no tempo”22 
“A existência do crime continuado, em sede de Direito Romano, foi durante muito tempo uma 
questão controvertida no estudo do tema. Apoiando-se obrigatoriamente no Digesto, vários autores 
conseguiam encontrar passagens que legitimavam ora uma, ora outra posição. Retirava-se de 
determinado passo, a expressão propter continuationem, que conjugada com a afirmação de que só 
existiria uma actio na hipótese de um ladrão se voltar a apossar do escravo que por outrem lhe tinha 
sido subtraído, parecia conduzir à conclusão de que tal passagem previa um caso específico de crime 
continuado [...] seria qualificado pelos Romanos como concurso material de crimes, sendo 
consecutivamente resolvido mediante a aplicação das regras deste. O crime permanente «ocorre 
quando a consumação se protrai no tempo dependente da vontade do sujeito ativo». Por sua vez o 
crime continuado consiste em vários atos, repetidos, mas intervalados, num determinado lapso 
temporal.”23 
 
20 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2011. 
645 p. P. 84-85 
21 MENDES, André Pacheco Teixeira. Direito Penal Geral. FGV Direito Rio. Disponível em: < 
https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_penal_geral_2017-2_0.pdf>, acesso em 10-09-
2019. 
22 FAJARDO, V.B.F . A conf iguração do cr ime continuado e sua l imitação temporal. Reci fe , 
Pernambuco : CCJ/UFPE, 2017. Monograf ia (Bachare l em Dire ito) . Faculdade de Dire ito d o 
Recife . Un ivers idade Fede ral de Pernam buco, 2017. 
23 MARTINS, A.R.B . O cr ime continuado. Lisboa, Portugal : UCP, 2012. D issertação (Bacharel 
em Dire ito) . Fac ulda de de D ire ito. U nive rs idade Catól ica Portuguesa, 2012. 
“No crime continuado, a dosimetria da pena deve ocorrer para todos os crimes que o 
integram, mas não é caso de nulidade da sentença, por ausência de prejuízos ao paciente, o fato de 
ter o magistrado se limitado ao delito mais grave, que, por força do art. 71 do CP, orienta a aplicação 
da pena final. (...) No crime continuado, independentemente de sua natureza simples ou qualificada, 
a escolha do percentual de aumento da pena varia de acordo com o número de infrações praticadas 
[...] Cabe ao juiz analisar a aplicabilidade ou não da regra do crime continuado, no momento da 
fixação da pena. Praticado, várias vezes, o mesmo crime, nos termos do art. 71 do CP, a pena 
aplicável a cada conduta é idêntica, o que torna dispensável a repetição da dosimetria relativa a cada 
uma delas [...] A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.”24 
3 RETROATIVIDADE E NORMAS PENAIS EM BRANCO 
“Resta como pacificado o entendimento do qual a norma possui eficácia somente enquanto 
estiver vigente. Isto significa afirmar que as consequências a ela estabelecidas somente poderão ser 
aplicadas a fatos praticados depois de sua publicação (entendendo-se, no caso, a inexistência de uma 
vacatio legis) e antes de sua revogação. Ou seja: a norma, em regra, não pode retroagir, ou seja, ser 
aplicada em relação a fatos anteriores a sua publicação, nem ultra-agir, isto é, ser aplicada mesmo 
depois de revogada.”25 
“[...] Em face do princípio da retroatividade da lei mais benéfica, a abolitio criminis alcança o 
fato em qualquer fase em que ele se encontre. Se não há processo, o mesmo não pode ser iniciado; 
se há ação penal, a mesma deve ser trancada; se há condenação, a pena não pode ser executada; se 
o condenado está cumprindo pena, deve o mesmo ser solto imediatamente.”26 
“ [...] no conflito de leis penais no tempo, é indispensável investigar qual a que se apresenta 
mais favorável ao individuo tido como infrator. A lei anterior, quando mais favorável, terá 
ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O 
inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for mais benéfica, retroagirá para 
alcançar fatos cometidos antes de sua vigência.”27 
4 QUESTÕES 
4.1 Questão sobre TODO o conteúdo 
Analise as informações abaixo; após, assinale V (verdadeiro) ou F (falso): 
 
24 DUARTE, Fabiane Pereira de Oliveira. Coletânea Temática de Jurisprudência. Direito Penal e Processual Penal. 
2.ed. Brasília: CDJU-STF, 2016. 834p. P. 191. 
25 KREBS, Pedro. As normas penais em branco e a alteração de seu complemento (uma vez mais). Revista Ibero-
americana de Ciências Penais. Porto Alegre, ano 2, n. 3, p. 77-78, mai-ago, 2001. 
26OLIVEIRA, Fernanda Alves de. Direito Penal – Parte Geral. Direitoria. Disponível em: 
http://intervox.nce.ufrj.br/~diniz/d/direito/penal-Dir_Penal_ParteGeral.pdf< >, acesso em 12-09-2019. 
27 Direito Penal. Jurisite. Disponível em: <https://www.jurisite.com.br/apostilas-juridicas/>, acesso em 12-09-
2019. 
I) (V) O tempo do crime é praticado no momento da ação ou omissão; 
II) (F) A novatio legis in pejus ocorre quando a lei nova modifica a anterior, amenizando a 
situação do sujeito; 
III) (V) A novatio legis in pejus ocorre quando a lei nova modifica a anterior, agravando a 
situação do sujeito; 
IV) (V) A abolitio criminis é uma lei posterior que revoga o tipo penal incriminador; 
V) (F) A lei excepcional é classificada como sendo autorrevogável e retroativa; 
VI) (V) Lei temporária é aquela que possui vigência previamente determinada; 
VII) (V) Crime continuado é a prática de dois ou mais crimes, os quais estão ligados um ao 
outro. 
4.2 Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO 
28Em um beco, no Complexo do Alemão - RJ, às 20h00min do dia 15 de janeiro de 2002, Paulo 
encontra-se com José para um acerto de dívidas. Neste dia, seria o prazo final para José acertar sua 
dívida com Paulo, porém o mesmo não possuía o valor total, apenas 20% do valor da dívida. Neste 
momento, Paulo dispara com uma arma de fogo contra José, o levando a óbito no dia 30 de janeiro 
de 2002. 
a) A teoria da atividade enquadra-se no dia em que José foi assassinado. 
b) A teoria da ubiquidade (ou teoria mista) enquadra-se no momentodo tiro e no dia em que 
José veio a óbito. CORRETA 
c) A teoria do resultado diz respeito ao local onde Paulo disparou a arma. 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARROS, Franciso Dirceu. Código Penal Comentado e Exemplificado com sua Interpretação 
Doutrinária e Jurisprudência – Parte Geral. Acervo Digital. Disponível em 
<https://acervodigital.ssp.go.gov.br/pmgo/bitstream/123456789/133/10/Livro%20%20C%C3%B3dig
o%20Penal%20-%20Cap%C3%ADtulo%202%20-%20P%C3%A1ginas%208%20a%2014.pdf>, acesso em 
12-09-2019. 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, parte geral: (arts. 1º a 120). 15ª ed. Vol. 1. São 
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