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Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT BASES GENÉTICAS DO CÂNCER *esse pdf contém slides com imagens. MUTAGÊNESE Processo de gerar mutações genéticas. Pode acontecer espontaneamente ou ser induzido por composto mutagênico, como agentes químicos ou físicos. Somáticas:. Ocorrem durante a replicação do DNA que precede uma divisão mitótica. Todas as células descendentes são afetadas, mas podem localizar-se apenas numa pequena parte do corpo. Pode causar tumores. Não são transmitidas a descendência. Germinativas: Ocorre durante a replicação do DNA que precede a meiose. A mutação afeta os gamets e todas as células que deles descendem após a fecundação. Ttransmissão aos descendentes. ONCOGENES E GENES SUPRESSORES DE TUMOR Proto-oncogenes: promovem o crescimento – são normais, e podem se transformar em oncogenes de duas maneiras: 1. Mudança na estrutura do gene síntese de oncoproteínas com função aberrante. 2. Mudança na regulação da expressão do gene aumento ou produção inadequada de proteínas promotoras de crescimento estruturalmente normais. Genes supressores de tumor: codificam proteínas que inbem a divisão celular. Acredita-se que o mecanismo vem de fora da célula e só utiliza receptores de membrana Oncogenes: genes mutados. Os que estão relacionados a divisão celular e desenvolvimento do câncer são: Fator de crescimento Receptor de fator de crescimento Proteínas envolvidas na transdução de sinais proteínas reguladoras nucleares. TIPOS DE MUTAÇÃO Pode ser herdada (epigenética) ou adquirida. Mutação em ponto (gênicas): Adição de nucleotideo Deleção de nucleotídeo *geralmente alteram a proteína a ser produzida Substituição de par de base – pode ser silenciosa ou nçao oncogene ras Mutação cromossômica – podem levar a perda ou ganho no número de cromossomos. Numéricas: Aneuploidia – aumento do número de cromossomos síndromes Euploidia – genomos completos 3n, 4n. Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT Estruturais: Deficiencia ou deleção de um pedaço do cromossomo Duplicação de um pedaço do cromossomo Inversão de um pedaço do cromossomo Translocação cromossômica: pedaço proveniente de outro cromossomo. Geralmente resulta em aumento da expressão do proto-oncogene. Amplificação gênica: ativação do proto-oncogene associada com aumento da expressão de seus produtos pode resultar na reduplicação do DNA produzindo varias cópias de proto-oncogenes Metilação do DNA – a metilação desliga o gene, impedindo sua transcrição. Modificação da Histona – acetilação ativa, deacetilação desliga (parte do cromossomo) usado para tratamento, pois podem ajudar no controle do crescimento e divisão celular. Interferência no RNA – anexação de um rna a outro interfere na expressão genica. FATORES DO CANCER Crescimento e divisão celular anormal Metástase – capacidade de se proliferar e invadir. Costumam possuir uma variedade de outros tipos celulares: fibroblastos (dando suporte ao carcinoma), células inflamatórias e endoteliais vasculares. É uma doença genética de células somáticas com origem principal em genes que controlam a multiplicação celular somática. 1. INICIAÇÃO a. Induzida por mutação química/física: ação genotóxica b. Agentes biológicos A célula com mutação permanece “dormente” por tempo variável. Todas as células cancerosas partem de um ancestral comum e vão acumulando mutações ao longo da sua multiplicação. Análise molecular dos cromossomos tumorais – verificaram a presença de mutação no cromossomo 9, translocação dos braços longos. 2. PROMOÇÃO a. Duração variável b. Fatores epigenéticos (ativação da expressão gênica e da atividade mitótica) envolve indução da proliferação celular desordenada aumenta número de células com mutação e início do dano tecidual. o Neoplasia: crescimento desregulado o Neoplasma = tumor FATORES QUE PRODUZEM MUTAÇÕES 1. Carcinógenos químicos (alterações simples localizadas na sequência de nucleotídeo) 2. Radiação como os raios X (quebra cromossômica e translocações) ou raio UV (alterações específicas nas bases do DNA). Xeroderma pigmentoso – falha na reparação do DNA induzidos por raios UV fator epigenético. MUTAÇÕES SÃO COMUNS Mesmo em ambiente isento de mutagênicos ocorrem mutações espontâneas 10-6 mutações por gene por divisão celular Grande número é por mutação deletéria de genes de regulação do crescimento e divisão celular Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT DESENVOLVIMENTO GRADUAL – progressão tumoral Câncer de pulmão e período de tabagismo intenso; bomba atômica e câncer após 5 anos; O fato delas serem somativas para então produzir uma célula cancerosa se dá pela análise do aumento conforme a idade, indicando que se uma única mutação fosse suficiente a taxa de câncer não aumentaria com a idade. Progressão tumoral: distúrbio inicial pouco grave evolui para um câncer seleção natural mais adaptado crescimento vigoroso TEMPO: a evolução é diferente em cada pessoa, pode ser rápido ou levar anos. Os tumores podem ser malignos ou benignos, sendo que os benignos apesar de autolimitados e não metastáticos podem causar problemas por pressão mecânicos. Já os malignos mostram crescimento ilimitado e capacidade de disseminação. GENÉTICA INSTAVEL Em cada estágio uma determinada célula individual adquire mais uma mutação ou mudança epigenética vantagem seletiva sobre as outras Quanto maior o número de células tumorais, mais a chance de uma delas passar por mutação que a favoreça em relação as vizinhas. a medica que o tumor cresce, a progressão acelera. Presença de heterocromatina – forma condensada da cromatina interfásica que silencia genes (sugere que mudanças epigenéticas na cromatina podem levar a um câncer) Falhas na reparação do DNA podem trazer: o Translocações o Duplicações o Defeito segregação de cromossomos *não ser muito deletério, pois causaria a morte celular. Cada cromossomo deveria estar corado de uma cor, as células de tumor de mama colocadas na placa demonstra a mistura sofrida dos cromossomos. Na seta um dupla translocação. CONTROLE DE CRESCIMENTO O estímulo para o desenvolvimento do câncer precisa vir de alguma célula que Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT possua mutação que confira vantagem sobre as outras células. CÉLULA CANCEROSA x CÉLULA NORMAL 1. Crescimento e multiplicação descontrolados multiplicação indefinida. *multiplicam-se ainda que não estejam sobre superfície de contato, em “suspensão” 2. Perda da inibição por contato várias camadas celulares 3. Perda da afinidade celular específica (adesão a semelhantes preferencialmente) 4. Não há mais necessidade de fatores de crescimento (sinais positivos do ambiente) 5. Metabolismo de açúcar alterado: o Consome glicose do sangue em uma taxa que pode chegar a 100x mais que o normal; o Pequena fração é usado para gerar ATP o Grande quantidade de lactato é produzida o Átomos de carbono desviados para síntese de proteínas, ácidos nucleiocos e lipídios *efeito Warburg: células normais na presença de oxigênio quebram o piruvato por fosforilação oxidativa e produzem ATP, apenas sobre privação de oxigênio, transformam piruvato em lactato. Em celulas cancerosas, a maior parte do metabolismo é realizado formando piruvato, mesmo na presença de oxigenio, uma vez que sua taxa de glicólise é muito alta. (linfoma localizado por PET – detectado pela alta capacidade de absorção da fluorodesoxiglicose metabolismo e consumo ativo de glicose inadequado.). 6. Citoplasma indiferenciado grandes organelas mal-desenvolvidas, mudanças degenerativas frequentes e presença de inclusões citoplasmáticas. 7. Resistência à apoptose: A instabilidade genética de uma célula tumoral provocaria grande estresse, por isso ela precisa de mecanismos que desarmem o processo de apoptose. *muitas células no interior de tumores acabam morrendo, mais por necrose do que por apoptose, devido a alta demanda de nutrientes. Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT *adenocarcinoma de cólon em metástase no pulmão com centro necrótico. 8. Insensibilidade aos sinais externos de interrupção do crescimento 9. Evitam a senescência celular replicativa: a. Mantem a atividade da telomerase (telomeros não diminuem) b. Desenvolvem mecanismo baseado na recombinação genética homóloga (ALT) alonga extremidades 10. Estroma tumoral: fornece estrutura para o tumor, é composto por tecido conectivo contendo fibroblastos e leucócitos inflamatórios, assim como células endoteliais que formam vasos sanguíneos e linfáticos associados a pericitos (célula mesenquimal associada a vaso) e células musculares lisas. Conforme a progressão do carcinoma, o tumor secreta enzimas proteolíticas que modificam a matriz celular e proteínas de sinalização que alteram o comportamento do estroma. Em contrapartida o estroma produz proteínas de sinalização que induzem o crescimento e assim como proteases que remodelam a matriz extracelular. (formação de ecossistema). 11. Alterações morfológicas mais arredondadas (menos adesivas e membrana celular mais fluida) 12. Capacidade de desenvolver metástase – invasividade. a. Ruptura de mecanismos de adesão (conservam as células unidas) – mecanismo parecido com a transição epitelial- mesenquimal durante o desenvolvimento normal. Transição epitélio-mesênquimal Célula epitelial polarizada, que normalmente interage com a membrana basal por meio de sua superfície basal sofra modificações bioquímicas, moleculares e morfológicas capacidade de migração, invasão, resistência a apoptose aumenta. Três tipos distintos de EMT foram determinados. 1. Cenário embrionário modificação da função tecidual 2. Reparo, cicatrização e regeneração tecidual. Nesse caso, há associação com inflamação, que é atenuada após a cicatrização. 3. O tipo três ocorre em células epiteliais cancerosas, Essas alterações ocorrem, principalmente, em protoncogenes e genes supressores de tumor. Células geradas pela EMT do tipo três podem invadir e metastatizar através da circulação, gerando assim, manifestações sistêmicas da progressão da neoplasia (KALLURI e WEINBERG 2009). b. Estabelecimento de colônias – via sangue (1 célula por vez), via vaso linfático (pode ir em aglomerados e se acumular) CTCs – identificação de células tumorais circulantes. Amanda Rodrigues Pereira Acadêmica de Medicina UFMT 13. Propriedades imunológicas diferentes, com a presença de antígenos específicos tumorais na membrana celular 14. Capacidade para estimular ininterruptamente a angiogênese. ANGIOGÊNESE Fatores secretados pelo tumor: fato de crescimento fibroblástico básico (bFGF), a ciclo-oxigenase 2 (COX-2) e o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Antes acreditava-se que a extensa vascularização era causada pela inflamação gerada pelo centro necrótico. Hoje, sabe-se que a vascularização é condição essencial (portanto, vem antes). Desenvolvimento de microvasos a partir de células endoteliais pertencentes a capilares situados próximos as células neoplásicas. Fatores estimulantes de angiogenese: hipóxia e elevação de CO2 ou óxido nítrico Fator de crescimento fibroblástico estimula o processo angiogênico VEGF – estimula mitose do tecido endotelial Cox-2 é produzida como resposta a presença de de mediadores locais liberados em consequência de vários estímulos faz parte da resposta inflamatória. Também está associada a funções angiogênicos Desenvolvimento de fármacos como a angiostatina e endostatina contrárias ao fatores. Não tem efeito sobre a reposição de vasos normais. Facilita metástase, pois aumenta a vascularização local, além de ativar plasminogênio e colagenases que contribuem para degradação da membrana basal endotelial. Valor prognóstico: VEGF – marcador tumoral Cox-2: fármacos inibidores já são utilizados na prática clinica. REFERÊNCIAS Angiogenese: o gatilho proliferativo. Mauro de Souza Leite Pinho. Revista Brasileira de Coloproctologia, 2005. Disponível em: sbcp.org.br/revista Biologia molecular da célula – Alberts. 6ED. 2017 Genética Humana – 3ED. Maria Regina Borges Osório Oncoguia.org.br alterações nos genes, 2015.
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