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Resumo - Neoplasias

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1 
Neoplasias 
C ONCE I TO 
Pode ser definida como um distúrbio do crescimento 
celular que é desencadeado por uma série de mutações 
adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie 
clonal. 
► Todos os tumores apresentam dois componentes 
básicos: 
1) Células neoplásicas clonais que constituem o 
parênquima tumoral 
2) Estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos 
sanguíneos e números variáveis de células do 
sistema imune inato e adaptativo 
 
D I F ERE N ÇA S N EO P LA SI AS 
Neoplasias Benignas 
► Crescem de maneira localizada, circunscrita 
► Não são letais 
► Não causam transtornos ao hospedeiro 
► Podem evoluir despercebidas por muito tempo 
► Não há perda de adesão célula-célula ou célula-
membrana basal 
► Compressão do tecido adjacente forma cápsula 
fibrosa 
► Crescimento lento 
► Necrose e hemorragia são incomuns 
▪ Vascularização regular 
► Pode haver migração somente em caso de lesão ou 
rompimento 
► Adipócitos muito iguais aos normais 
► Capa fibrosa 
► Tumores diferenciados 
▪ Mais parecidos com as de origem 
Neoplasias Malignas 
► Crescimento muito acelerado 
▪ Multiplicação fora do controle normal do 
organismo 
► Infiltram tecidos vizinhos e sofrem metástases 
► Provocam perturbações homeostáticas graves 
▪ Podem levar à morte 
► Tumores pouco diferenciados/anaplásicos 
▪ Menos parecidos com os de origem 
− Mais alteração 
► Induzem angiogênese → garante suprimento durante 
a fase de rápido crescimento 
 
 
► Ocorre quando rompe a membrana basal, invade, 
vai para circulação, rompe novamente o vaso 
sanguíneo/linfático e vai se implantar em outro 
sítio/órgão 
 
► + Benigno → + Maligno 
► No Grau 4 há tumores que você nem consegue dizer 
qual foi a célula que deu início àquele tumor 
 
 
 
 2 
 
N OME NCL A TURA 
Tumores benignos 
► Em geral, são designados ligando o sufixo -oma ao 
nome a partir do qual o tumor se originou 
▪ Condroma (tumor cartilaginoso) 
▪ Fibroma (tecidos fibrosos) 
► A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é 
mais complexa → alguns são classificados com base 
em suas células de origem, outros no padrão 
microscópico, e ainda outros em sua arquitetura 
macroscópica 
▪ Termo adenoma é aplicado a uma neoplasia 
epitelial benigna derivada de glândulas, apesar 
de poderem, ou não, formar estruturas 
glandulares 
► Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, 
produz uma projeção macroscopicamente visível 
acima da superfície mucosa e se projeta, por 
exemplo, na luz gástrica ou colônica, denomina- se 
pólipo 
▪ Se o pólipo possuir tecido glandular, ele é 
chamado de um pólipo adenomatoso 
Tumores Malignos 
► Referidos coletivamente como “cânceres” 
► Os tumores malignos que surgem em tecidos 
mesenquimais sólidos são geralmente chamados 
de sarcomas 
► Os que surgem de células formadoras de sangue 
são as leucemias (literalmente, sangue branco) ou 
linfomas (tumores de linfócitos ou seus precursores) 
► De origem nas células epiteliais, derivadas de 
qualquer uma das três camadas germinativas, são 
denominados carcinomas 
▪ Camadas germinativas: ectoderme, mesoderme e 
endoderme 
▪ Podem ser mais específicos: 
− Adenocarcinoma: padrão glandular 
− Carcinoma de células escamosas 
Tumores Mis tos 
► Contêm componentes epiteliais esparsos em meio a 
um estroma mixoide que pode conter ilhas de 
cartilagem ou osso. Todos esses elementos surgem 
de um único clone capaz de produzir tanto células 
epiteliais quanto mioepiteliais 
► Designação de preferência para tais neoplasias é 
adenoma pleomórfico 
 
 
► Compostos por células de uma única camada 
germinativa. 
▪ Exceção é o tumor chamado teratoma, que contém 
células maduras ou imaturas ou tecidos 
reconhecidamente pertencentes a mais de uma 
camada germinativa (às vezes a todas as três) 
− Originado de células germinativas totipotentes 
− Mais presentes em ovários e testículos 
VI A S DE DI SSE MI N AÇÃ O 
► Ocorre através de 3 vias: 
1) Implantes direto nas cavidades ou superfícies 
corpóreas 
2) Disseminação linfática 
3) Disseminação hematológica 
Implante 
► Pode ocorrer sempre que uma neoplasia maligna 
penetra em um “campo aberto” natural sem 
barreiras físicas 
► Cavidade peritoneal como local mais envolvido 
► Característica de carcinomas originados dos ovários 
Disseminação Linfática 
► Transporte pelos vasos linfáticos 
▪ Via mais comum da disseminação 
▪ Sarcomas também utilizam 
► O padrão de acometimento dos linfonodos segue as 
rotas naturais da drenagem linfática 
Disseminação Hematogênica 
► Típica dos sarcomas, também vista nos carcinomas 
► Artérias menos invadidas que as veias → possuem 
veias mais espessas 
▪ Disseminação arterial 
− Ocorre quando: 
✓ Células tumorais passam através dos leitos 
capilares pulmonares 
✓ Através dos shunts arteriovenosos pulmonares 
✓ As metástases pulmonares por si mesmas 
originam êmbolos tumorais 
▪ Disseminação venosa 
− As células produzidas pelo sangue seguem o 
fluxo venoso de drenagem do local da 
neoplasia 
✓ Células tumorais frequentemente se detêm no 
primeiro leito capilar que encontram 
► Envolve mais fígado e os pulmões 
▪ Pois toda a drenagem da área portal flui para o 
fígado e todo o sangue da veia cava flui para os 
pulmões 
 
 3 
C ARC INO G ÊN ESE 
► Dano genético não letal se encontra no cerne da 
carcinogênese 
▪ Dano inicial pode ser por: 
− Exposições ambientais 
✓ Qualquer mutação adquirida causada por 
agentes exógenos ou por produtos 
endógenos do metabolismo celular 
− Herdada na linhagem germinativa 
− Espontâneo e aleatório 
▪ Um tumor é formado pela expansão clonal de uma 
única célula precursora que sofreu danos genéticos 
− Tumores são clonais → alterações do DNA são 
hereditárias 
▪ 4 classes de genes reguladores normais são os 
principais alvos de mutações: 
1) Pronto-oncogenes promotores de crescimento 
2) Genes supressores do tumor que inibem o 
crescimento 
3) Genes que regulam a morte celular 
programada (apoptose) 
4) Genes envolvidos no reparo do DNA 
▪ Carcinogênese resulta do acúmulo de mutações 
complementares de forma gradual ao longo dos 
anos 
 
 
Mecanismo - Autossuficiência 
Oncogenes 
► Promovem o crescimento celular autônomo 
► Suas contrapartes celulares não mutadas são 
chamadas pronto-oncogenes 
► Criados por mutações nos pronto-oncogenes 
► Codificam proteínas chamadas de oncoproteínas 
que possuem a capacidade de promover o 
crescimento celular na ausência de sinais promotores 
de crescimento normais 
▪ Essas OncoPTNs inativam elementos reguladores 
internos → a sua atividade nas células não 
depende de sinais externos 
Proto-oncogenes 
► Múltiplas funções → todas participam em algum nível 
de sinalização que levam à proliferação 
▪ Proto-oncogenes de pró-crescimento podem 
codificar: 
− Fatores de crescimento 
− Receptores do fator de crescimento 
− Transdutores de sinal 
− Fatores de transcrição 
− Componentes do ciclo celular 
► Os oncogenes correspondentes geralmente 
codificam oncoproteínas que servem funções 
semelhantes às suas contrapartes normais 
▪ Diferença de que elas normalmente são 
constitutivamente ativas 
− Favorecem células com a autossuficiência em 
crescimento 
Genes Supressores do Tumor 
► São liberados para conter a proliferação celular 
► Anomalias nesses genes levam à insuficiência da 
inibição de crescimento → característica da 
carcinogênese → insensibilidade à Inibição de 
Crescimento 
► Proteínas supressoras de tumor 
▪ Formam rede de pontos de checagem → 
reconhece o estresse genotóxico de qualquer fonte 
→ respondem finalizando a proliferação 
▪ Exemplos: RB e a p53 
▪ Resultados quando intactas: 
− Quiescência 
− Interrupção permanente do ciclo celular 
(senescência) 
− Apoptose 
RB: Regulador da Proliferação 
► É um regulador negativo fundamental na transição 
do ciclo celular G1/S 
▪ Está direta ou indiretamente inativado na maioria 
dos cânceres humanos 
► Também controla a diferenciação celular 
► Pode estar comprometidopor: 
▪ Mutações de perda de função envolvendo ambos 
os alelos do gene RB 
▪ Uma mudança do estado ativo hipofosforilado 
para o estado inativo hiperfosforilado por 
mutações de ganho de função que regulam 
positivamente a atividade de CDK/ciclina D ou 
por mutações de perda de função que anulam a 
atividade de inibidores de CDK 
− Normal seria: 
✓ Estado ativo hipofosforilado nas células 
quiescentes 
✓ Estado inativo hiperfosforilado em células 
que passam através da transição entre o ciclo 
celular G1/S 
► É o ponto de integração 
▪ Peça fundamental na regulação da progressão do 
ciclo celular 
 
 4 
 
 
► Gene do Retinoblastoma 
 
► O paradigma atual é que a perda de controle do 
ciclo celular normal é fundamental para a 
transformação maligna e que pelo menos um dos 
quatro principais reguladores do ciclo celular 
(p16/INK4a, ciclina D, CDK4, RB) está desregulado 
na grande maioria dos cânceres humanos. Em 
células que abrigam mutações em qualquer um 
destes outros genes, ou em fatores a montante que 
regulam a sua expressão e função (p. ex., tirosina 
cinases receptoras, RAS), a RB pode estar 
funcionalmente inativada, mesmo se o próprio gene 
RB não sofrer mutação 
TP53: Guardiã do Genoma 
► Um gene supressor de tumor que regula: 
▪ Progressão do ciclo celular 
▪ Reparoreparo de DNA 
▪ Senescência celular 
▪ Apoptose 
► Gene que mais sofre mutações cancerígenas 
► TP53 codifica a proteína p53 
▪ A p53 serve como ponto focal de uma grande 
rede de sinais que detectam o estresse celular, 
principalmente danos no DNA, mas também o 
encurtamento dos telômeros, a hipóxia e o estresse 
causado pelo excesso de sinalização pró-
crescimento 
− Ocorrer em células portadoras de mutações em 
genes como RAS e MYC 
− Em células saudáveis: permanece indetectável, 
inibida pela MDM2 (enzima que faz a 
ubiquitinação da p53 → leva a degradação 
pelo proteossomo) 
− Em células estressadas: a p53 é liberada dos 
efeitos inibidores do MDM2 através de dois 
mecanismos principais, os quais variam 
dependente da natureza do estresse: 
✓ Danos no DNA e na hipóxia 
 Danos complexos contendo cinases da 
família ATM/ATR → fosforilam a p53, 
liberando-a de seus inibidores, como o 
MDM2 
✓ Estímulo “oncogênico” 
▪ A p53 controla a expressão e a atividade das 
proteínas desenvolvidas na interrupção do ciclo 
celular, reparoreparo de DNA, senescência celular 
e apoptose 
− Ativa e regula positivamente a expressão de 
proteínas tais como o inibidor da cinase 
dependente de ciclina p21 
✓ Causa a interrupção do ciclo celular no ponto 
de checagem G1-S 
 Reparo dos danos no DNA. 
− Se o dano no DNA não puder ser reparado, a 
p53 induz eventos adicionais que levam à 
senescência celular ou à apoptose 
▪ Inativada por oncoproteínas virais 
 
 
 5 
Efei to Warburg 
Alterações metabólicas promotoras de crescimento 
► também conhecido como glicólise aeróbica 
► Fenômeno no qual, mesmo na presença de oxigênio 
suficiente, as células cancerígenas demonstram uma 
forma distinta de metabolismo celular: 
▪ Altos níveis de absorção de glicose + aumento da 
conversão de glicose para lactose (fermentação) 
através da via glicolítica 
▪ “fome de glicose” observada na tomografia de 
emissão de pósitrons (PET) 
► Não é específico de câncer, mas sim é uma 
propriedade geral de células em crescimento que se 
torna “fixa” nas células cancerígenas 
► A glicólise aeróbica proporciona a células tumorais 
de divisão rápida intermediários metabólicos que 
são necessários para a síntese de componentes 
celulares, ao passo que a fosforilação oxidativa 
mitocondrial não 
► Vias de sinalização 
▪ Sinalização de PI3K/AKT: 
− Regula positivamente a atividade de 
transportadores de glicose e enzimas glicolíticas 
− Promove o desvio de intermediários 
mitocondriais para as vias que conduzem à 
biossíntese de lipídios 
− Estimula fatores que são necessários para a 
síntese proteica 
▪ Atividade da tirosina cinase receptora: 
− Transmite sinais de crescimento para o núcleo 
− Influencia metabolismo 
▪ MYC: 
− Leva a mudanças na expressão gênica que 
suportam o metabolismo anabólico e o 
crescimento celular 
− Regulado positivamente pelas vias de pró-
crescimento 
Apoptose 
Morte celular programada 
► Evasão da Apoptose por meio de mutações nos 
genes regulatórios 
► A apoptose pode ser iniciada por meio de vias 
intrínsecas ou extrínsecas, ambas as quais resultam 
na ativação de uma cascata proteolítica de 
caspases que destroem a célula 
► As anomalias de ambas as vias são encontradas em 
células cancerígenas, mas as lesões que incapacitam 
a via intrínseca (mitocondrial) parecem ser mais 
comuns 
► Em mais de 85% dos linfomas de células B 
foliculares, o gene anti-apoptótico da BCL2 é 
superexpresso devido a uma translocação (14; 18). 
► A superexpressão de outros membros da família 
BCL2 como a MCL-1 também está ligada à 
sobrevida da célula cancerígena e à resistência as 
drogas 
Imortalidade das células 
► Relacionada a 3 fatores: 
1) Evasão da senescência: 
− Senescência: deixar permanentemente o ciclo 
celular e nunca se dividir novamente 
✓ Regulado positivamente pelos supressores 
− Fuga de células de senescência e catástrofe 
mitótica causadas pelo encurtamento dos 
telômeros 
a. A replicação de células somáticas, que não 
expressam a telomerase, leva a telômeros 
encurtados 
b. Na presença de postos de checagem 
competentes, as células sofrem uma 
interrupção e entram na senescência não 
replicativa 
c. Na ausência de pontos de checagem, as vias 
de reparo de DNA, tais como a via não 
homóloga de união de extremidade (NHEJ) 
são ativadas inapropriadamente, levando à 
formação de cromossomos dicêntricos 
d. Na mitose, os cromossomos dicêntricos são 
separados, a gerando quebras de fita dupla 
aleatórias, que, em seguida, ativam as vias 
de reparo de DNA, levando à associação 
aleatória de extremidades de fita dupla e à 
formação, novamente, de cromossomos 
dicêntricos 
e. As células passam por inúmeras etapas deste 
ciclo de ”ponte-fusão-quebra“, que gera uma 
enorme instabilidade cromossômica e 
inúmeras mutações 
f. Se as células não conseguirem reexpressar a 
telomerase, elas eventualmente sofrem 
catástrofe mitótica e morrem 
g. A reexpressão da telomerase permite que as 
células escapem do ciclo de ”ponte-fusão-
quebra“, promovendo assim a sua 
sobrevivência e tumorigênese 
 
2) Evasão da crise mitótica 
3) Autorrenovação 
− Pelo menos algumas células em todos os tipos 
de câncer devem ser similares às células-tronco; 
essas células são algumas vezes referidas como 
as células-tronco do câncer 
− Elas podem surgir através da transformação de 
uma célula-tronco normal ou através de lesões 
genéticas adquiridas que lhes conferem um 
estado similar ao estaminal mesmo em uma 
célula mais madura 
► As células cancerígenas adquirem lesões que 
inativam os sinais de senescência e reativam a 
 
 6 
telomerase, que atuam em conjunto para transmitir 
um potencial replicativo ilimitado 
Angiogênese 
► A vascularização de tumores é essencial para seu 
crescimento e é controlada pelo equilíbrio entre os 
fatores angiogênicos e antiangiogênicos que são 
produzidos pelas células tumorais e estromáticas 
► A hipoxia desencadeia a angiogênese através das 
ações do HIF-1α na transcrição do fator pró-
angiogênico VEGF 
► Muitos outros fatores regulam a angiogênese 
▪ Por exemplo, a p53 induz a síntese do inibidor da 
angiogênese trombospondina-1, enquanto a 
sinalização de RAS, MYC, e MAPK regula 
positivamente a expressão de VEGF e estimula a 
angiogênese 
► Inibidores de VEGF são utilizados para tratar um 
número de cânceres avançados e prolongar o curso 
clínico, mas não são curativos. 
Invasão e Metástase 
► São resultados de interações complexas entre as 
células cancerígenas e o estroma normal 
► Principais causas de morbidade e mortalidade 
relacionadas ao câncer 
Cascata metastática 
► Dividida em duas partes: 
1) Invasão da matriz extracelular(MEC) 
2) Disseminação vascular, instalação das células 
tumorais e colonização 
 
Invasão da Matriz Extracelular 
► Um carcinoma deve: 
a. Romper a membrana basal subjacente 
b. Atravessar o tecido conjuntivo intersticial 
c. E, em última instância, ter acesso à circulação 
através da penetração na membrana basal 
vascular 
► Invasão da MEC inicia a cascata metastática 
► Processo ativo que pode ser separado em diversos 
passos: 
▪ “Relaxamento” das interações célula tumoral-
célula tumoral 
− ↓ adesividade 
− Contatos de célula-célula são perdidas através 
da inativação da E-caderina, através de 
diversas vias 
− Atraem células inflamatórias 
▪ Degradação da MEC 
− As proteases secretadas pelas células tumorais 
e células inflamatórias degradam a membrana 
basal 
▪ Migração e invasão das células tumorais 
− Ocorre a ligação de células tumorais nos sítios 
de ligação gerados proteoliticamente e a 
migração de células tumorais 
 
► A locomoção é a última etapa da invasão, 
impulsionando as células tumorais através da 
membrana basal degradada e das zonas de 
proteólise da matriz 
▪ Membranas basais e degradação da matriz 
intersticial são mediadas por enzimas proteolíticas 
secretadas por células tumorais e estromáticas, 
como as metaloproteases e catepsinas da matriz 
− As enzimas proteolíticas também liberam 
fatores de crescimento sequestrados na MEC e 
 
 7 
geram fragmentos quimiotáticos e angiogênicos 
a partir da clivagem das glicoproteínas da MEC 
► O local metastático de muitos tumores pode ser 
adivinhado através da localização do tumor 
primário 
▪ Muitos tumores ficam presos no primeiro leito 
capilar que encontram (mais comumente no pulmão 
e fígado) 
► Alguns tumores exibem tropismo em um órgão, 
provavelmente devido à expressão dos receptores 
de adesão ou quimiocina, cujos ligantes são 
expressos por células endoteliais do local 
metastático 
► Genes que promovem a transição epitelial-
mesenquimal, como o TWIST e o SNAIL, podem ser 
importantes genes de metástase nos tumores 
epiteliais 
Evasão da Defesa do 
Hospedeiro 
► Nos últimos anos, tornou-se evidente que tumores 
produzem diversos fatores que promovem a 
tolerância à imunidade e a imunossupressão, e que 
agentes terapêuticos que neutralizam estes fatores 
podem resultar na regressão do tumor, mesmo em 
pacientes com cânceres avançados 
Antígenos Tumorais 
► Classes principais: 
▪ Produtos de genes mutados 
▪ Proteínas celulares superexpressas ou expressas 
de forma aberrante 
▪ Antígenos tumorais produzidos por vírus 
oncogênicos 
▪ Antígenos oncofetais 
▪ Glicolipídios e flicoproteínas de superfície celular 
alterados 
▪ Antígenos de diferenciação específicos para o 
tipo celular 
 
Mecanismos Efetores Antitumorais 
► Linfócitos T Citotóxicos 
► Células Natural Killers 
► Macrófagos 
Vigilância Imunológica e Fuga 
► Escape Tumoral 
▪ Células tumorais devem desenvolver mecanismos 
para escapar ou evadir-se do sistema imunológico 
em hospedeiros imunocompetentes, tais quais: 
− Crescimento seletivo de variantes antígeno-
negativas 
− Perda ou redução da expressão de moléculas 
de MHC 
− Ativação das vias imunorregulatórias 
− Secreção dos fatores imunossupressores através 
de células cancerígenas 
− Indução das células T regulatórias (Tregs) 
 
► Conceitos-chave 
▪ Células tumorais podem ser reconhecidas pelo 
sistema imunológico como não próprias e então 
destruídas 
▪ A atividade antitumoral é mediada por 
mecanismos predominantemente mediados por 
células 
▪ Antígenos tumorais estão presentes na superfície 
da célula através de moléculas de MHC de classe 
I e são reconhecidos por CTLs CD8 + 
▪ As diferentes classes de antígenos tumorais incluem 
produtos de proto-oncogenes mutados, genes 
supressores de tumores, proteínas superexpressas 
ou expressas de forma aberrante, antígenos 
tumoraisproduzidos por vírus oncogênicos, 
antígenos oncofetais, glicolipídios e glicoproteínas 
alterados e antígenos de diferenciação 
específicos para o tipo de célula 
▪ Pacientes com imunossupressão possuem um risco 
maior de desenvolver câncer, especialmente os 
tipos causados por vírus de DNA oncogênicos 
▪ Em pacientes imunocompetentes, os tumores 
podem evitar o sistema imunológico através de 
vários mecanismos, incluindo o crescimento seletivo 
 
 8 
de variantes antígeno-negativas, perda ou 
expressão reduzida de antígenos de 
histocompatibilidade e imunossupressão mediada 
pela expressão de certos fatores (p. ex., TGF-β, 
PD-1 ligante, galectinas) pelas células tumorais 
▪ Os anticorpos que superam esses mecanismos de 
evasão imune são uma promessa em testes clínicos 
conduzidos em pacientes com câncer avançado 
C ARC INO GÊN ESE Q U ÍM IC A 
► Etapas de sequência iniciação-promoção 
a. Iniciação → resulta da exposição das células a uma 
dose suficiente de agentes carcinogênicos 
− Célula está alterada → potencial de origem 
tumoral 
− Substâncias de ação direta ou indireta 
b. Provoca dano permanente ao DNA (mutações) 
− É rápida e irreversível + possui memória 
− Os tumores são produzidos mesmo se a 
aplicação do agente promotor sofrer um atraso 
de diversos meses após uma única aplicação do 
iniciador 
− Gera danos não letais 
c. Os promotores podem induzir o surgimento de 
tumores nas células iniciadas, mas eles não são 
tumorigênicos por si mesmos 
− Não há formação de tumores quando o agente 
promotor é aplicado antes, ao invés de depois, 
do agente iniciador 
✓ Alterações celulares que resultam da 
aplicação dos promotores não afetam o DNA 
diretamente e são reversíveis 
✓ Aumentam a proliferação das células 
iniciadas 
 
► Carcinógenos de Ação Direta e Indireta 
▪ Agentes de ação direta não precisam da 
conversão metabólica para tornarem-se 
carcinogênicos 
− Ex: agentes alquilantes 
▪ Agentes de ação indireta não são ativos até que 
sejam convertidos para um carcinógeno final, 
através das vias metabólicas endógenas 
− Precisam da conversão 
− Ex: Hidrocarbonetos policíclicos (presentes em 
combustíveis fósseis), Benzopireno (componente 
da fuligem e cigarros) 
▪ A maioria dos carcinógenos conhecidos é 
metabolizada por mono-oxigenases dependentes 
de citocromo P-450 
− Dessa forma, polimorfismos das enzimas 
endógenas como o citocromo P-450 podem 
influenciar na carcinogênese. 
► Os promotores são agentes químicos não 
mutagênicos, mas os quais estimulam a proliferação 
celular 
▪ Agentes que causam hiperplasias patológicas do 
endométrio ou atividade regenerativa no fígado 
C ARC INO GÊN ES E POR 
R AD I AÇ ÃO 
► A radiação ionizante causa: 
▪ Ruptura do cromossomo 
▪ Translocações 
▪ E, menos frequentemente, mutações pontuais 
▪ Resultando em danos genéticos e carcinogênese. 
► Raios UV induzem a formação dos dímeros da 
pirimidina dentro do DNA, resultando em mutações 
▪ Portanto, os raios UV podem dar origem a 
carcinomas de células escamosas e melanomas da 
pele 
▪ Indivíduos com defeitos no reparo dos dímeros da 
pirimidina sofrem de xeroderma pigmentoso e 
estão particularmente em situação de alto risco 
► A exposição à radiação durante os procedimentos 
de imagem, como nos exames de TC, está associada 
a um aumento muito pequeno, porém existente, no 
risco de câncer em crianças 
C ARC INO GEN ESE M ICR OB IA NA 
Vírus Oncogênicos de RNA 
► Vírus da Leucemia de Células T Humanas Tipo 
1(HTLV-1): 
▪ Retrovírus endêmico do Japão, do Caribe e de 
partes da América do Sul e África 
▪ Causa a leucemia/linfoma das células T em 
adultos 
▪ Ação: 
− Codifica a proteína viral Tax → transforma-se 
em vias de sinalização pró-crescimento e pró 
sobrevivência (PI3K / AKT, NF-κB) 
✓ Resultando em uma expansão policlonal das 
células T 
 
 
 9 
▪ Após um longo período de latência (décadas), 
uma pequena parte dos indivíduos infectados com 
HTLV-1 desenvolvem leucemia/linfoma de células 
T em adultos 
− Tumor de células CD4+ que surge a partir de 
uma célula infectada com HTLV-1, 
presumivelmente devido à aquisiçãode 
mutações adicionais no genoma da célula 
hospedeira 
Vírus Oncogênicos de DNA 
Vírus do Papiloma Humano 
► Alguns tipos (p. ex., 1, 2, 4 e 7) provocam o 
papiloma escamoso benigno (verrugas) em humanos 
► HPVs de alto risco (p. ex., tipos 16 e 18) foram 
implicados na gênese do carcinoma de células 
escamosas do colo do útero, da região anogenital 
e da cabeça e pescoço (especialmente tumores que 
surgem na mucosa tonsilar) 
► Cânceres são ISTs provocadas pela transmissão do 
HPV 
► O sítio de integração viral em cromossomos 
hospedeiros é aleatório, mas o padrão de 
integração é clonal 
▪ As células em que o genoma viral se integrou 
mostram significativamente mais instabilidade 
genômica 
▪ A integração interrompe o DNA viral dentro do 
quadro de leitura E1/E2, levando à perda do 
repressor viral E2 e à superexpressão das 
oncoproteínas E6 e E7 
 
► Potencial oncogênico do HPV pode ser bem 
explicado pelas atividades dos dois genes virais 
codificadores E6 e E7: 
▪ A proteína E6 liga-se e faz a mediação da 
degradação de p53 + estimula a expressão da 
TERT (a subunidade catalítica da telomerase que 
contribui para a imortalização das células) 
▪ Proteína E7 se liga à proteína RB e desloca os 
fatores de transcrição E2F que normalmente estão 
sequestrados por RB, promovendo a progressão 
através do ciclo celular 
▪ Para resumir, os tipos de HPV de alto risco 
expressam proteínas oncogênicas que inativam os 
supressores de tumor, ativam ciclinas, inibem a 
apoptose e combatem a senescência celular 
Vírus Epstein-Barr 
► Herpesvírus onipresente implicado na patogênese 
dos: 
▪ Linfomas de Burkitt 
▪ Linfomas de células B em pacientes com 
imunossupressão de células T (infecção por HIV, 
receptores de transplante) 
▪ Outros tipos de cânceres. 
► O genoma do EBV abriga vários genes que 
codificam proteínas que desencadeiam as vias de 
sinalização da célula B 
▪ Em conjunto, esses sinais são indutores potentes do 
crescimento e transformação das células B 
▪ Na ausência da imunidade das células T, as células 
B infectadas com EBV podem rapidamente 
“desenvolver-se” como tumores de células B 
agressivos 
▪ Na presença da imunidade das células T normais, 
uma pequena fração dos pacientes infectados 
desenvolve tumores de células B com EBV positivo 
(linfoma de Burkitt, linfoma de Hodgkin) ou 
carcinomas (nasofaríngeo e gástrico) 
Vírus da Hepatite B e C 
► Causa entre 70% e 85% dos casos de carcinomas 
hepatocelulares em todo o mundo 
► Efeitos oncogênicos são multifatoriais 
▪ Efeito dominante parece ser a inflamação crônica 
imunologicamente mediada + lesão hepatocelular 
+ proliferação de hepatócitos reparadores 
▪ A proteína HBx do núcleo do HBV e HCV pode 
ativar as vias de transdução de sinal que também 
podem contribuir para a carcinogênese 
Helicobacter pylori 
► Implicada no adenocarcinoma gástrico ou linfoma 
MALT 
► A patogênese é multifatorial 
▪ Inclui a inflamação crônica + proliferação celular 
gástrica reparadora 
▪ Os genes de patogenicidade H. pylori, como o 
CagA, também podem contribuir → estímulo das 
vias de fator de crescimento 
► A infecção por H. pylori crônica resulta em 
proliferações de células B policlonais que podem 
dar origem a um tumor de células B monoclonal 
(linfoma MALT) do estômago, como resultado do 
acúmulo de mutações

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