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Obesidade aliada ao sedentarismo e a alimentação irregular (1)

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OBESIDADE ALIADA AO SEDENTARISMO E A ALIMENTAÇAO IRREGULAR.
								 MOURA, Natalia.[1: Graduanda, Medicina, Centro Universitário Campo Real.]
Resumo: Obesidade é uma doença multifatorial. Quando aliada ao sedentarismo e a alimentação irregular não tem idade e atinge todas as classes socioeconômicas. Os desequilíbrios advindos dela são sentidos e sensíveis. Seu combate passa pela família, sociedade e chega aos consultórios médicos após diversos erros de alimentação e tentativas frustradas de exercícios, unidos ao estilo de vida ocidental e a busca padrões midiáticos perfeitos se tornou uma epidemia. Esta revisão bibliográfica sistemática busca analisar seus efeitos, sua relação e sugerir possíveis prevenções.
Palavras chaves: Obesidade. Alimentação irregular. Sedentarismo. 
1 INTRODUÇÃO
A obesidade está entre as principais epidemias do século XXI segundo a OMS, sendo definida pela mesma como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. A obesidade é causada por desequilíbrios energéticos e alterações nutricionais num curto período de tempo, e um dos fatores é o estilo de vida moderno ocidental com mudanças no perfil alimentar e no perfil de atividades físicas (BRASIL, 2009). 
É uma patologia que afeta todas as classes sociais e todos os sistemas podendo causar câncer, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, apneia do sono, osteoartrite e diabete Melittus tipo dois (ANJOS, 2006). Portanto, para manter a saúde corporal é necessário ter uma alimentação saudável e atividades físicas regulares.
A principal maneira de chegar ao diagnóstico da obesidade é a partir do parâmetro estipulado pela OMS, conhecido como IMC ou Índice de massa corporal: uma conta aritmética onde se utiliza a relação entre peso corpóreo (kg) e estatura (m)2 do indivíduo. Considera-se obeso indivíduo onde o valor se encontre a partir de 30kg/m² em grau 1, acima de 35kg/m² em grau 2 e acima de 40kg/m² em grau 3.
Seguindo este padrão, o artigo de revisão procura demostrar que para a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde no Brasil, a dieta ocidental com a alimentação irregular e o sedentarismo são os principais fatores que podem desenvolver a obesidade na atualidade.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 MATERIAIS E MÉTODOS
 Pesquisa em artigos científicos, revistas e periódicos fornecidos pela OMS, Ministério da saúde, Scielo, artigos universitários e informações que pudessem contribuir para o fechamento do objetivo, de modo a concluir se é benéfico ou maléfico combater os efeitos da obesidade aliada ao sedentarismo e alimentação regular. 
2.2 DISCUSSÃO
Segundo Mancini a obesidade é a “síndrome do novo mundo” ou a “doença da civilização” que aumenta a morbidade de maneira espantosa. A obesidade tem grande impacto na saúde, bem-estar psicológico, longevidade e qualidade de vida (KOLOTKIN, 2006). Assim a obesidade é multifatorial e envolve fatores biológicos, sociais, históricos, culturais, psicológicos, dentre outros (ABESO, 2001). 
O padrão de comportamento ocidental influencia cada vez mais na obesidade com menos disponibilidade de tempo, as pessoas passam a recorrer a alimentos ultra processados, ricos em sal, práticos e rápidos. Muitos deles influenciados pelo marketing e indústria cultural tais quais os “fast foods”, vilões de uma alimentação saudável (MENDONÇA E ANJOS, 2004). O Big Mac, por exemplo contém cerca de 50% da ingestão recomendada diária de calorias, 75% da de gordura e 57% da de sódio. Ao se alimentar fora de casa, além dos malefícios com a questão alimentar, perde-se também a comensalidade, que é o ato de conviver à mesa. Isso envolve não somente o padrão alimentar ou o que se come mas, principalmente, como se come (MOREIRA, 2010).
A alimentação vem mudando, deixando de lado tradições do arroz e feijão, prato típico brasileiro, das leguminosas, hortaliças e frutas sendo e substituindo-os em larga escala por biscoitos, massas, açúcares, laticínios e carnes com diversas substancias industrializadas ou processadas, ricos em gorduras e carboidratos. Esse comportamento configura o aumento da densidade calórica, muitas vezes utilizado para preencher vazios existenciais acarretados pela vida social na sociedade contemporânea (ANJOS, 2006). Comportamentos instigados pela mídia e de um ideal de beleza perfeito, muito difícil de ser alcançado de maneira saudável, gerando em pessoas não compatíveis com esses padrões, depressões, transtornos alimentares, distúrbios de personalidade e distúrbios na percepção corporal (FERREIRA, 2005).
Alimentos embalados, congelados, pré-prontos com indicações de preparo para frituras e aconselhados a se comer com molhos condimentados também são alguns dos vários fatores que levaram o brasileiro ao acréscimo de peso nos últimos anos. Consequências do aumento da renda e possibilidade de adquirir determinados alimentos ou produtos, estão diretamente ligadas com a relação sociocultural dos meios, principalmente alimentícios (MENDONÇA e ANJOS, 2004). 
Não bastando o nível energético de densidade calórica dos alimentos ter aumentado, o nível de gasto energético diminuiu. A redução das atividades físicas relacionadas ao lazer, esporte, ocupacionais ou domésticas possibilitadas pela era moderna de tecnologias e máquinas, também fez com que houvesse um aumento crescente nos índices de obesidade. Além disso, a era digital onde desde cedo as crianças interagem com vídeo games, celulares e TV’s, se locomovem praticamente só de carro e possuem os equipamentos que facilitam suas vidas, contribui para o aumento do comportamento sedentário (OPAS, 2003).
A prática de exercício físico não só auxilia a perda de peso corporal mas reduz ou impede o crescimento da gordura corporal e conserva ou aumenta a massa magra, contribuindo de forma positiva na autoestima e na diminuição de doenças. (MATSUDO E MATSUDO, 2006). 
A atividade física deve ser estimulada nas crianças desde cedo através de atividades lúdicas: queimada, pega-pega, esconde-esconde, pular corda, amarelinha, além de esportes tradicionais, pois acarreta benefícios através dessas atividades como o bem-estar das pessoas no âmbito físico, psicológico, cognitivo e social (ALVES, 2012).
Além de contribuir para o gasto calórico, o exercício físico ainda regula o apetite, controlando por seguinte a ingestão. 
Porém pessoas sedentárias possuem mais dificuldade na hora de queimar gorduras, isso se deve ao pequeno gasto calórico onde o organismo se vê obrigado a armazenar a gordura. (BRASIL,2006).
Sendo uma das principais patologias, a prevenção da obesidade passa pela manutenção dos níveis energéticos num nível normal. Nos indivíduos obesos construindo um déficit calórico (ingestão menor que gasto) para que assim o corpo consuma as gorduras corporais estocadas (ANJOS, 2006). Outros soluções como tratamentos e remédios também são eficazes. Em casos mais extremos de obesidade são recomendados cirurgias com finalidades redutoras. 
Por fim, a alimentação irregular (usando por muitas vezes o padrão da dieta contemporânea ocidental) aliado ao sedentarismo são fatores envolvidos na fisiopatologia da obesidade. Seguindo por este caminho a OMS e o Ministério da Saúde Brasileiro reconhecem estes como dois dos principais fatores de risco para a obesidade no século XXVI.
3 CONSIDERAÇOES FINAIS 
A obesidade aliada ao sedentarismo e a alimentação irregular se mostra como um dos principais problemas a serem enfrentados pela modernidade do século XXVI, de esferas psicológicas, sociais e físicas com relação a saúde. Ainda há de se notar que as mudanças comportamentais exercem grande influência benéfica ou maléfica em nossa qualidade de vida e, por vezes, rotinas deixadas de lado e não são consideradas fatores para obesidade. 
Conclui-se prevenção da obesidade se dá por mudança comportamental, exercícios físicos e alimentação saudável. Porém, há necessidade de mais estudos, promovendo uma perspectiva mais ampla para os profissionais da saúde e facilitandoa investigação de causas e tratamentos multifatoriais. Assim como ações na área de políticas públicas que promovam a saúde, bem-estar e a qualidade de vida. 
4 REFERENCIA 
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