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Filosofia Matrix

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Matrix
Sinopse: ‘’Em um futuro não muito distante, Thomas Anderson (Keanu Reeeves), um programador de computador jovem é atormentado, em seu quarto escuro, por pesadelos onde se encontra preso e conectado a cabos junto de um imenso sistema de rede de computadores, em uma espécie de futuro alternativo. Thomas sempre acorda no momento em que os eletrodos seriam introduzidos em sua cabeça. Com o passar do tempo e a continua repetição do sono, o personagem começa a ter dúvidas sobre a realidade que o rodeia. Após um encontro com os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas finalmente descobre a verdade sobre a Matrix, um sistema de inteligência artificial que manipula a mente de todas as pessoas, criando a ilusão de um mundo real, utilizando do cérebro e corpos desses indivíduos para produzir energia. No entanto, Morpheus está convencido de que Thomas é o Neo, uma espécie de messias que pode finalmente enfrentar e derrotar a Matrix devolvendo assim a liberdade da população no mundo real’’. 
"Imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente." (PLATÃO - Os Pensadores, A Republica, livro VII (pag. 225), São Paulo, Nova Cultural 1997)
Tanto em Platão como em Matrix, temos o exemplo de pessoas que quebraram as tais correntes da manipulação e ilusão descobrindo assim a verdade da vida, deixando ensinamentos para que outros também fizessem o mesmo. Platão apresenta um ser humano em busca da verdade se apoiando no conhecimento, enquanto Matrix se foca em um ‘’messias’’, um salvador para fazer-nos livres.
Matrix foi lançado em 1999 e, não apenas revolucionou o cinema ao ser um dos primeiros longas a usar o efeito “bullet time”, mas também nos apresentou semelhanças com diversas correntes filosóficas inseridas em uma mesma história. Uma dessas semelhanças é com a Alegoria da Caverna de Platão.
Durante toda a sua vida, Neo levantava dúvidas sobre o mundo à sua volta. Após conhecer Morpheu, ele sana suas dúvidas. Em um ponto no futuro, máquinas dotadas de Inteligência artificial, assumem o controle do mundo, utilizando a humanidade como principal fonte de energia, submetendo-os a distrações falsas em uma realidade virtual simulada (Matrix), através de um sonda conectada ao cérebro. Resgatado por Morpheus, Neo é levado a uma nave que viaja abaixo da superfície de uma Terra morta, governada por uma inteligência artificial que domina os seres humanos através de uma realidade virtual, a “Matrix”, diretamente implantada em seus cérebros.
Segundo Platão, o mundo em que vivemos não passa de sombras, imperfeitas manifestações. As pessoas presas dentro da Matrix equivalem as pessoas presas na Caverna de Platão, são os cegos da verdadeira realidade.
Uma simulação que cria um mundo imaginário onde a humanidade é prisioneira de uma falsa realidade, assim é a Matrix, bem mais tirânica que a caverna de Platão. Na Caverna de Platão, as sombras que os presos veem nas paredes são tudo o que eles sabem sobre o mundo lá fora. Já na Matrix, as pessoas veem apenas o que as máquinas projetam em sua mente, tornando complicado a sua libertação, já que não fazem ideia de que existe algo lá fora.
Na caverna, se um dos presos se torna livre, conseguir ver o fogo e alguém lhe disser que o que ele considerava seu mundo era apenas uma ilusão, que nada condiz com a realidade, seria agredido pela luz do 
Sol ao tentar sair da caverna, ficaria intrigado e expandiria suas mentes sobre o que seria a realidade que o rodeia. 
Seus olhos, nesse caso, quando se voltaram ao fogo, não se ajustaram ao brilho das labaredas, acostumado com a escuridão do ambiente onde estava, após descobrir a verdade. Em Matrix, Neo passa por algo semelhante onde seus olhos e membros ficam doloridos. Ao questionar Morpheu sobre o porquê da dor, este lhe diz “você nunca as usou antes’’. 
Como dizem as palavras de Sócrates: "E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não o desviará a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?". (PLATÃO - Os Pensadores, A Republica, livro VII (pag. 226), São Paulo, Nova Cultural 1997)
Quando Morpheu mostra a Neo o verdadeiro “deserto real”, este grita, querendo sair desta realidade tão cruel. Se alguém arrastar um prisioneiro da caverna rumo a luz do sol ele primeiramente ficaria ofuscado e não seria capaz de ver com clareza tudo de uma vez. Ele iria começar por olhar para as sombras, as imagens e, em seguida, os objetos reais, e por último o próprio sol e assim através da razão e do conhecimento do real. Quando Neo supera o seu desconhecimento e se dá conta de que tudo que ele vê é ilusão, manipulações realizadas por um computador, ele percebe, o seu potencial. 
Mas todas as pessoas estão prontas para serem desconectadas? Nem todo mundo está preparado para aceitar a realidade facilmente, o prisioneiro na caverna liberado de suas correntes, sentia que era preferível manter-se em um ambiente familiar do que ir à procura da verdade em um território desconhecido. Igualmente na Matrix Cypher sentiu que Morfeu enganou-o trazendo-o para a realidade, ele está farto de ter negada a simples possibilidade de comida decente. Torna-se então o traidor, na esperança de voltar a Matrix, para o mundo que ele estava familiarizado. Na Matrix, é duvidoso que o mundo real seja melhor do que a simulação computacional. Porque a Matrix pode realmente parecer uma escolha melhor. 
O principal tema da Alegoria da Caverna é nos alertar de nossa ignorância, e aquilo que você vê não é real, expresso pelas Matrixes. 
A Matrix é em grande parte paralelo à analogia da caverna, iluminação, liberdade, etc. estão subjacentes idéias de ambos.

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