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Inatismo-Exercícios1

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Questões resolvidas

Qual é a relação entre o problema de Platão e a hipótese inatista formulada pela linguística gerativa?

De acordo com a hipótese inatista, é correto dizer que, no Brasil, as crianças já nascem com a capacidade de falar português? Podemos dizer que o ambiente linguístico e a interação social são irrelevantes para a aquisição da linguagem?

Diferencie a hipótese inatista forte da hipótese inatista fraca.

Em que medida a hipótese da “teoria da mente” de Tomasello pode ser considerada contrária ao nativismo linguísticos?

Identifique e descreva as principais semelhanças e diferenças entre a hipótese inatista fraca e o conexionimo.

Analise o caso de Genie e relacione-o à hipótese do período crítico para a aquisição da linguagem.
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Questões resolvidas

Qual é a relação entre o problema de Platão e a hipótese inatista formulada pela linguística gerativa?

De acordo com a hipótese inatista, é correto dizer que, no Brasil, as crianças já nascem com a capacidade de falar português? Podemos dizer que o ambiente linguístico e a interação social são irrelevantes para a aquisição da linguagem?

Diferencie a hipótese inatista forte da hipótese inatista fraca.

Em que medida a hipótese da “teoria da mente” de Tomasello pode ser considerada contrária ao nativismo linguísticos?

Identifique e descreva as principais semelhanças e diferenças entre a hipótese inatista fraca e o conexionimo.

Analise o caso de Genie e relacione-o à hipótese do período crítico para a aquisição da linguagem.
Analise o caso de Genie e relacione-o à hipótese do período crítico para a aquisição da linguagem.

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Curso básico de linguística gerativa, de Eduardo Kenedy 
# Unidade 04: Inatismo # 
 
1) Qual é a relação entre o problema de Platão e a hipótese inatista formulada pela 
linguística gerativa? 
 
Resposta: O Problema de Platão busca desvendar a origem do conhecimento humano, 
ou seja, a capacidade humana de aquirir conhecimento a partir de uma existência tão limitada 
e fragmentada. Noam Chomsky, considerado o precursor da teoria gerativista, tira esse 
questionamento do seu habitat abstrato e traz para o campo linguístico: somos capazes de 
falar e de entender uma língua porque nascemos com todo o aparato genético, biológico para 
tanto. É essa faculdade da linguagem, segundo o linguista, que nos permitiu construir uma 
competência linguística (língua I) a partir da análise da língua do ambiente (língua E) em nossos 
primeiros anos de vida. 
 
2) De acordo com a hipótese inatista, é correto dizer que, no Brasil, as crianças já 
nascem com a capacidade de falar português? Podemos dizer que o ambiente linguístico e a 
interação social são irrelevantes para a aquisição da linguagem? 
 
Resposta: Não. A competência linguística é o resultado de um processo. Na verdade, a 
criança possui a faculdade da linguagem (dotação genética) que a permite, através do contato 
com a língua do ambiente, obter todas as informações necessárias para a contrução do seu 
conhecimento linguístico. É como se a criança nascesse com um código linguístico universal e o 
meio linguístico na qual está inserida elencasse os dados necessários para a construção 
daquele conhecimento específico. Assim, o ambiente linguístico e a interação social funcionam 
como uma espécie de gatilho, um estímulo para a aquisição da linguagem. 
 
 3) Diferencie a hipótese inatista forte da hipótese inatista fraca. 
 
Resposta: O inatismo forte é o inatismo “chomskyano”, ou seja, aquele que postula que 
a faculdade da linguagem é resultante de especificações genéticas inscritas no genoma 
humano – o homem nasce com uma máquina de aprender na mente. Já o inatismo fraco 
defende que a faculdade da linguagem é um tipo de disposição genética capaz de criar 
neurônios especializados em retirar dados linguísticos do ambiente para a construção de uma 
competência linguística. Resumidamente, enquanto a forte acredita que nascemos “prontos” 
para aprender, a fraca acredita que nascemos propensos a aprender. 
 
4) Em que medida a hipótese da “teoria da mente” de Tomasello pode ser considerada 
contrária ao nativismo linguísticos? 
 
Resposta: Um dos principais críticos do inatismo linguístico, Tomasselo defende que a 
aquisição e o desenvolvimento da linguagem não são apenas um processo biológico, mas, 
sobretudo, cultural. Nesse aspecto, o ser humano é dotado de uma capacidade de se colocar 
no lugar de outras pessoas e, portanto, deduzir a sua forma de pensar e de entender os 
acontecimentos do mundo (empatia). É essa habilidade sociocognitiva, chamada de teoria da 
mente, que permite com que a criança seja capaz de perceber as referências e 
intencionalidades das palavras e, a partir dessa percepção, adquira a linguagem. 
 
5) Identifique e descreva as principais semelhanças e diferenças entre a hipótese inatista 
fraca e o conexionimo. 
 
Resposta: A teoria conexionista defende que a aquisição e o desenvolvimento da 
linguagem se dão exclusivamente a partir da formação de padrões de comportamento ao 
longo da vivência do ser humano. Assemelha-se a hipótese inatista fraca, porque assim como 
ela, defende que a aquisição de conhecimento, no caso a linguagem, não é algo imediatista, ou 
seja, o indivíduo não nasce pronto; a aquisição do conhecimento se dá pelas conexões que os 
neurônios fazem a partir das experiências vividas. Por outro lado, o conexionismo não acredita 
que haja uma predisposição biológica para a aprendizagem. 
 
6) Analise o caso de Genie e relacione-o à hipótese do período crítico para a aquisição 
da linguagem. 
 
O Caso Genie 
Genie foi isolada do convívio social dos 20 meses de idade até os 13 anos. Nesse 
período, não foi exposta a nenhuma língua-E. Quando voltou a ter contato com os seres 
humanos, começou a aprender inglês. Genie apresentou bom desenvolvimento de habilidades 
lexicais e semântico-pragmáticas, mas não alcançou uma competência sintática, morfológica e 
fonológica normal. Veja umas frases de Genie: “Suco de maçã comprar loja”, dita para 
expressar o pedido “Compre suco de maçã na loja”; “Homem motocicleta ter”, dita para 
expressar a descrição “Aquele homem tem uma motocicleta”. 
 
Resposta: A hipótese do período crítico para aquisição da linguagem postula que a fase 
para que a criança adquira uma língua natural compreende os dois primeiros anos de vida até 
a puberdade (mais ou menos de 2 anos até 11/12 anos) e que após esse tempo é muito 
improvável, senão impossível, que a criança venha a adquirir uma linguagem, caso ainda não o 
tenha feito. Assim, a probabilidade de Genie conseguir desenvolver uma língua materna 
satisfatória seria muito abstruso, uma vez que nesse período não teve um contato com a 
língua E e, portanto, não construiu uma língua I. 
Outro fator a ser considerado em nossa análise é a capacidade cognitiva do indivíduo. 
Segundo exames feitos a época, a menina selvagem tinha uma deficiência, as partes do 
cérebro mais adequadas ao processamento da linguagem estavam avariadas, não se sabendo 
ao certo se foi consequência dos maus tratos sofridos ou um problema congênito. Se 
considerarmos a segunda hipótese, Genie já estava fadada a ter uma linguagem precária, pois, 
por mais que nosso cérebro seja uma “máquina de aprender” (visão chomskyana) é preciso 
que todas as engrenagens estejam em perfeito funcionamento para que o objetivo se 
concretize, ou seja, se aquisição do conhecimento, inclusive da linguagem, é o resultado de um 
processo neurológico é preciso que todas as partes envolvidas nesse processo estejam 
funcionando bem para que seja possível concretizar o aprendizado.

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